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Pastorais Sociais do Regional Norte 1 avançam na preparação do Seminário 20225

As Pastorais Sociais do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), se reuniram nesta quarta-feira, 12 de março de 2025, para dar continuidade à preparação do Seminário das Pastorais Sociais que será realizado no Centro de Formação Maromba da Arquidiocese de Manaus, de 23 a 25 de maio de 2025. A reunião, coordenada pela secretária executiva do Regional Norte 1, Ir. Rose Bertoldo, e pela articuladora das Pastorais Sociais, Ir. Rosiene Gomes, teve como objetivo “a socialização dos trabalhos em equipes que cada uma já foi organizando e pensando em vista da construção do seminário”, segundo a secretária executiva. A religiosa destacou que foram feitos os encaminhamentos necessários para todo o processo de inscrição. Durante a reunião foi igualmente encaminhada a socialização dos preparativos que estão sendo realizados para o seminário da PreCOP30 em Belém, de 25 e 26 de março e também os seminários da PreCOP30 que será realizado na Arquidiocese de Manaus por regiões episcopais. A secretária executiva insistiu na importância das Pastorais Sociais em nível Regional articular junto às dioceses algum momento para refletir e discutir essa questão da COP30. O Seminário das Pastorais Sociais, destinado a coordenadores/as das Pastorais e Organismos, representantes das dioceses e prelazias e lideranças, tem como tema: “No chão da Amazônia: caminhos no cuidado da Casa Comum”, e como lema: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn. 1,31). O objetivo geral é “Contribuir na formação de lideranças para atuar no cuidado da Casa Comum, à luz dos documentos Laudato Sí, Laudate Deum, Querida Amazônia, Doc. De Santarém, Texto base da CF 2025 e dos ensinamentos propostos no Jubileu da Esperança 2025”. Por sua vez, os objetivos específicos visam fortalecer as ações de cuidado com a ecologia integral, na defesa e promoção da Vida; promover o diálogo acerca da Ecologia Integral entre as pastorais sociais; socializar aprendizados adquiridos no processo de formação e das experiências compartilhadas favorecendo maior integração entre as pastorais sociais do Regional Norte 1; e propor caminhos para o fortalecimento das ações que contribui para ecologia integral na Amazônia que se entrelacem à vivência do Jubileu ordinário da Esperança. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Juventude Missionária do Amazonas elege nova coordenação em Assembleia Estadual

Nos dias 8 e 9 de março de 2025, a Juventude Missionária do Estado do Amazonas realizou sua Assembleia Estadual na Área Missionária Cidade de Deus, na zona leste de Manaus. O encontro reuniu coordenadores e assessores das dioceses de Borba, São Gabriel da Cachoeira e Coari, além da Arquidiocese de Manaus, com o objetivo de fortalecer a formação das lideranças juvenis, promover a sinodalidade entre os grupos e eleger a nova coordenação estadual do Regional Norte 1 da CNBB. A Assembleia contou com o apoio do pároco local e coordenador do COMIRE N1, Pe. Gutemberg, e foi organizada pela coordenação estadual anterior, formada pelos jovens Cleanderson, Ítalo e Ana Alice, com assessoria de Wal Silva e Joylson Carvalho. O evento também teve a presença do secretário nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF), Pe. Genilson. Durante o encontro, os participantes tiveram acesso a formações essenciais para o fortalecimento da atuação missionária na região amazônica. Entre os temas abordados, destacam-se a missão em contexto amazônico, ministrada por Matheus Cabral; entre os povos e a missão ad gentes, apresentada pela Ir. Rosanna; missionários da esperança, conduzida por Joylson Carvalho; e POPF: protagonismo e liderança, com Pe. Genilson. A plenária de escuta das lideranças, conduzida pelo jovem missionário Caio Eduardo, promoveu espaços de diálogo e reflexão. Divididos em grupos, os participantes debateram temas como a missão em contexto amazônico, missionários da esperança, entre os povos e dimensão ad gentes, e protagonismo e liderança. As discussões geraram contribuições para a definição das diretrizes da nova gestão. O evento também contou com a presença de Dom Samuel (OFM), bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus e referencial para as missões na Igreja local. Em sua participação, Dom Samuel compartilhou experiências de sua vivência missionária ad gentes na África, inspirando os jovens com seus testemunhos. A nova coordenação estadual eleita para atuar junto às dioceses do Regional Norte 1 será composta por Caio Eduardo, de Presidente Figueiredo, como coordenador; Ítalo Soares, de Novo Aripuanã, como vice-coordenador; Amábilly, de Manaus, como tesoureira; e Ana Alice, também de Manaus, como secretária. Outros jovens também integrarão a equipe em grupos de trabalho, como Lucas, de São Gabriel da Cachoeira, Antônio Osmar, de Borba, e João Gabriel, de Manaus. Os assessores escolhidos para apoiar a nova gestão foram Joylson Carvalho, Ir. Silvana e Hallana Lobato. A Assembleia Estadual reforçou o compromisso da Juventude Missionária com a evangelização na Amazônia e fortaleceu o engajamento dos jovens na missão da Igreja. Fonte: Pontifícias Obras Missionárias

Cardeal Steiner: “A tentação pode ser motivo de amadurecer na fé, aprofundar o desejo da missão”

Recordando que “Quarta-feira passada, com o rito penitencial das cinzas, começamos nosso caminho pascal”, iniciou sua homilia do Primeiro Domingo da Quaresma o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Ele explicou que “o caminho pascal se caracteriza pela quaresma, tempo de conversão pelos exercícios da oração, do jejum e da esmola.” No primeiro domingo da quaresma, o cardeal lembrou que “a Palavra de Deus a nos indicar como vivermos frutuosamente os quarenta dias que precedem a celebração da Páscoa. É o caminho percorrido por Jesus, que antes de começar o anúncio do Reino de Deus. Jesus voltou do Jordão cheio do Espírito Santo, que repousara sobre Ele e tendo ouvido que Ele era o Filho amado, foi guiado ao deserto.  É o mesmo Espírito que o conduz ao deserto, onde no jejum e prece de quarenta dias é tentado. Ali, Ele enfrenta, luta, contra o diabo.” Segundo o arcebispo de Manaus, “deserto o lugar da surpresa, da intimidade, que leva, conduz! O conduz, para a solidão, para o silêncio, para o inóspito, para o confronto da aridez, para o caminho da secura e do desverdor, para o estar a sós com o Mistério; lugar para medir-se e deixar-se medir, tomar, pela presença de Deus. O deserto não só é o lugar da solidão e da desolação, da experiência de ser posto à prova, da tentação, no confronto com o mal, do nada negativo e do destrutivo, mas, também o lugar do encontro solitário, limpo, único com Deus; o lugar do aprendizado de sofrer Deus”. Continuando sua reflexão, o cardeal Steiner disse que “o deserto é o lugar onde Deus fala ao coração do homem, e onde brota a resposta da oração. Na solidão, o coração desapegado das coisas e sozinho, nesta solidão, se abre à Palavra de Deus. Mas é também o lugar da provação e da tentação. No deserto, na solidão, no estar a sós com o todo, Jesus recebe a visita do diabo; Ele é tentado. O inimigo, o adversário, tenta a Jesus, desejando arrancá-lo da missão de anunciar o Reino da verdade e da graça. O espírito mau, o inimigo do homem, tenta a Jesus para levá-lo para longe dos planos do Pai. Deseja frustrar os planos de Deus, desviá-lo da harmonia originária da vida.” Ele recordou que “o Evangelho indicava como em cada tentação Jesus vai, com a Palavra de Deus, aclarando a sua missão: diante da tentação de transformar a pedra em pão e saciar a fome responde: ‘A Escritura diz: Não só de pão vive o homem’; diante da tentação do poder e da glória responde; ‘A Escritura diz: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás’; diante da tentação de exigir o cuidado de Deus no precipitar-se da morte, responde: ‘A Escritura diz: não tentarás o Senhor teu Deus’. Na fragilidade e necessidades humanas, o diabo insinua a sua voz mentirosa, alternativa à de Deus, uma voz alternativa que mostra outro caminho, um caminho de engano. Jesus na força do Espírito, guiado pela Palavra, após as tentações anuncia o Reino do consolo, do serviço, da vontade do Pai.” O arcebispo de Manaus enfatizou que “Jesus foi tentado, nós somos tentados. Como compreender a tentação?” Ele respondeu com as palavras de Orígenes, que no século II afirmava: “Para algo a tentação serve”. Nesse sentido, disse que “para Jesus foi um medir-se com a Palavra de Deus e ser confirmado na missão de Reino. Para nós a tentação pode ser motivo de amadurecer na fé, aprofundar o desejo da missão”. Ele citou Santo Agostinho, que nos ensina no Comentário aos Salmos que “nossa vida é uma peregrinação. E, como tal, cheia de tentações. Porém, nossa maturidade se forja nas tentações. Ninguém conhece a si mesmo se não é tentado; nem pode ser coroado se não vence, se não luta”, e junto com isso, nos ensina também: “Se rejeitas a tentação, rejeitas também o crescimento. Coloca-te nas mãos do Artífice, sem restrições. Ele te corrige, te lustra e te limpa. Para isso, serve-se de vários instrumentos: são as tentações do mundo. Não fujas das mãos do Artífice e não temas: Deus permite as tentações, não para te arruinar, mas para fazer-te mais forte”. Ao meditarmos as nossas tentações, segundo o cardeal Steiner, “vamos percebendo onde se encontram as nossas fraquezas e, por isso, a Palavra nos pode orientar, e nos afastar do mal. A tentação nos oportuniza conhecer as nossas próprias limitações e fraquezas, mas ao mesmo tempo, nos oferece a oportunidade de caminharmos segundo a vida do Evangelho. Os desafios postos no nos podem levar a grandes percepções que geram a libertação e integração da nossa condição humana.”  “A tentação pode levar ao pecado, mas pode levar à graça de despertar sempre mais para vida graciosa com Deus, no seguimento do Evangelho. A tentação pode nos abrir sempre mais para o horizonte de uma vida bendita, santa. É uma luta!”, disse, recordando com Santo Agostinho que “Ninguém vence sem lutar. Por isso não pedimos a Deus que nos livre das tentações, mas que nos preserve do mal”. Segundo ele, “no Pai nosso somos sempre suplicantes: não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal!”  Nesta Quaresma, o arcebispo de Manaus fez um convite para que “deixemos que o Espírito Santo também nos exorte a entrar no deserto. Não se trata de um lugar físico, mas de uma dimensão existencial permanecendo em silêncio para escutar a Palavra de Deus, para progredirmos no conhecimento do mistério de Cristo e corresponder-lhe por uma vida santa”, recordando a Oração Coleta do 1º Domingo da Quaresma do Ano B. É por isso que “não tenhamos medo do deserto, procuremos mais momentos de oração, de silêncio, para entrarmos em nós mesmos. Não receemos. Somos chamados a caminhar pelas veredas de Deus, renovando as promessas do nosso batismo: renunciar a Satanás, a todas as suas obras e a todas as suas seduções”, disse, inspirado nas palavras de Papa Francisco, no Angelus de 21 de fevereiro de 2021. Igualmente, o…
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Curso “Proteção e Prevenção de Abusos e Violências em Ambientes Eclesiais”: buscar melhores práticas e diretrizes no Regional Norte1

A prevenção do abuso sexual na Igreja Católica é crucial devido ao impacto devastador sobre as vítimas e a comunidade. Um caminho sem volta atrás que o Papa Francisco tem impulsionado, sobretudo com o Motu Próprio “Vos Estis Lux Mundi”, que estabelece diretrizes para as comissões de proteção de abusos, enfatizando transparência e prestação de contas, sublinhado a importância de uma resposta contínua e eficaz aos casos de abuso sexual, exigindo que os responsáveis estejam sempre atualizados sobre as práticas e diretrizes. Para avançar nesse caminho é preciso formação, um passo que está sendo dado no Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1). O Núcleo Lux Mundi e a Conferência dos Religiosos do Brasil, em parceria com a Faculdade Católica do Amazonas, sob a direção e empenho do bispo auxiliar de Manaus, dom Hudson Ribeiro, e da CNBB Regional Norte 1, sob a articulação da secretária executiva, Ir. Rose Bertoldo, após um processo de construção coletiva está realizando o Curso: “Proteção e Prevenção de Abusos e Violências em Ambientes Eclesiais”, com a participação de 60 pessoas das nove dioceses e prelazias do Regional. Os participantes do curso, iniciado no mês de fevereiro e que será encerrado no mês de agosto, são membros das Comissões Diocesanas de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis; psicólogos e advogados voluntários que atendem na rede de proteção; educadores das Escolas Católicas vinculados à Associação Nacional de Educação Católica (ANEC); formadores de Seminaristas e Casas de formação da Vida Religiosa; agentes Cáritas; padres, diáconos, religiosas (os), leigas (os), vinculados ao programa de proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis. O curso é um instrumento que permite uma compreensão profunda das complexidades dos abusos, incluindo os aspectos psicológicos das vítimas, os procedimentos legais e canônicos, e as estratégias de prevenção, em vista de responder de maneira imediata e adequada às comunicações, e manter ambientes seguros e acolhedores dentro das instituições eclesiásticas. Junto com isso, a formação se torna essencial para assegurar a transparência e a credibilidade dos serviços/comissões de proteção e cuidado, e assim mostrar um compromisso contínuo com a justiça, a verdade e o apoio às vítimas. A formação constante permite estar preparados para lidar com novos desafios e evoluções na legislação e nas diretrizes da Igreja, se manter informados sobre as melhores práticas internacionais e os desenvolvimentos no campo da proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis, fortalecendo a capacidade da Igreja de prevenir abusos e de responder com compaixão e justiça quando eles ocorrem, alinhando-se plenamente ao Magistério de Papa Francisco e dos Direitos Humanos. O curso representa um programa mais organizado, sistematizado e integrado, a partir de um olhar bíblico, da espiritualidade, dos documentos da Igreja, da psicologia, da antropologia, da moral, em vista de formas de intervenção, que junte iniciativas pontuais na área da prevenção, segundo dom Hudson Ribeiro. Ele destaca que tendo em conta a realidade do Regional Norte1, com grandes distâncias e custo nos deslocamentos, foi feita a opção por um curso em modalidade online, onde os participantes recebem o material para uma leitura previa que permita um maior aproveitamento. O bispo auxiliar de Manaus lembra que o Regional Norte 1 construiu o Manual de Proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis, que ele define como “uma resposta de comunhão aqui da Igreja do Regional Norte 1”. O propósito é uma articulação que faça com que “não haja paralelismo e a gente não fale linguagem diferenciada”, e que ele vê como “um momento de grande esperança no Ano Jubilar”. Um curso que diminui custos, une forças e é construído coletivamente desde diversos locais do Brasil tendo como referência a realidade local. Tudo isso superando os desafios que nascem das distâncias, da dificuldade no acesso à internet, o que faz com que o curso seja gravado e enviado a cada participante buscando a possibilidade do acesso ao conteúdo por aqueles que não conseguiram participar ao vivo. Trata-se de um projeto piloto, “uma proposta ousada”, ressalta dom Hudson, que possa servir como exemplo para a Igreja do Brasil, oferecendo “uma sistematização de um programa pensado, refletido, articulado e que é um sinal de comunhão da nossa Igreja”, enfatiza o bispo. Isso tudo, segundo dom Hudson Ribeiro, “tem exigido da gente um acompanhamento sistematizado, e que o pessoal que se prontificou para ser facilitador estude e elabore o material dentro de uma linguagem acessível, mas não simplificado. Com uma certa profundidade, mas que também traga presente as especificidades amazônicas, de âmbito cultural, de desafios da territorialidade, da geografia, do espaço onde nós ocupamos, que tenha presente também tudo aquilo que já se construiu aqui: os valores culturais, o modo de ser Igreja, a dinâmica eclesial, que ela tem suas particularidades.” Se busca assim, “ser um sinal maior de esperança, com respostas um pouco mais concretas.” Dom Hudson coloca como exemplo um agente de pastoral, que dizia que uma das piores sensações ao lidar com essas questões de abuso é um sentimento de impotência, de querer fazer e não se sentir competente por falta de formação, por falta de orientação, por dizer agora o que eu faço com tudo isso. Ao mesmo tempo, saber para onde encaminhar as vítimas, se sentir um pouco mais seguro, um pouco mais competente para saber como ajudar, que é um dos objetivos específicos desse curso, criar essa sensação de esperança. Igualmente, o bispo auxiliar de Manaus destaca a importância da Casa Esperança, uma iniciativa da Arquidiocese de Manaus, voltada também para o Regional Norte 1, articulada com as igrejas locais, inaugurada recentemente. Uma casa voltada para o atendimento de crianças, adolescentes e mulheres que sofreram a violência sexual, com atendimento na área psicológica, jurídica e social, mas também a lidar com pesquisas que possam gerar informações suficientes para que haja incidência nas políticas públicas do território e haja mudança no atual quadro em que se encontra a violência contra crianças e adolescentes, com foco no abuso e exploração sexual. Um atendimento presencial e online, que possibilita chegar mais perto, onde de…
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Diocese de Roraima apresenta a Campanha da Fraternidade: “A mudança começa nas nossas comunidades”

  Foto: Rádio Monte Roraima No início da quaresma, um tempo em que a Igreja “nos chama à conversão, à mudança de vida, a voltar ao evangelho, a voltar àquele projeto de Deus em nossa vida e na nossa sociedade”, segundo salientava dom Evaristo Spengler, a diocese de Roraima apresentou à imprensa a Campanha da Fraternidade 2025. O bispo ressaltou que “essa conversão não basta ser individual, é necessário também uma conversão comunitária, uma conversão social e que produza frutos.”  Nessa tessitura se coloca a Campanha da Fraternidade, que em 2025 tem como tema: “Fraternidade e Ecologia integral”, e como lema “Deus viu que tudo era muito bom”. Diante disso, o bispo questionou: “como é que Deus está enxergando o mundo hoje, vendo tanta destruição, tanta contaminação, tanta pobreza, Deus ainda aplaudiria que tudo está muito bom?”, vendo a Campanha da Fraternidade como instrumento que quer fazer esse questionamento: “o que nós estamos fazendo com a criação que Deus nos delegou?” Ele insistiu na necessidade do ser humano cuidar da Criação, zelar por ela. Segundo o bispo, “a Criação não é só o ser humano, não é só o homem e a mulher”, recordando que a Campanha da Fraternidade deste ano está determinada pela realização da COP30 em Belém do Pará, os 10 anos do lançamento da encíclica Laudato Si e os 800 anos do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis. Uma campanha que quer ajudar-nos a descobrir as causas da atual crise climática, que em grande parte vem da ação humana, relatando diversos exemplos disso na diocese de Roraima: desmatamento acelerado, criação extensiva de gado, monocultivo. Algo que prejudica claramente o lavrado, uma terra fraca para o cultivo, que acaba com a biodiversidade e pode desertificar a região. Igualmente refletiu sobre o garimpo e a ameaça de uma grande hidroelétrica. O bispo denunciou a pressão do poder económico com relação à COP30, pedindo uma legislação que cada vez mais tem que se adequar à preservação e não à destruição. Junto com isso a necessidade de conscientização de cada cristão e cada cidadão, de evitar o consumo desenfreado, de uma mudança de mentalidade e de prática, de ação para no avançar caminho a um grande desastre. A Campanha da Fraternidade tem como um dos seus instrumentos de reflexão o Texto Base, elaborado por uma equipe, da qual fez parte a professora da Universidade Federal de Roraima, Marcia de Oliveira, que foi perita no Sínodo para a Amazônia. Ela levou para a reflexão da equipe as questões centrais da Amazônia, destacando no Texto Base o chamado ao bem viver como proposta alternativa a esse modelo capitalista que tem causado essa crise climática sem precedência na história da humanidade. Nessa perspectiva, foram inseridas no texto diversas experiências exitosas que garantem que “as regiões ou os territórios ocupados pelos povos indígenas são territórios de grande preservação, são territórios de convivência, são territórios que estabelecem aqueles princípios da casa comum apresentados pelo Papa Francisco na encíclica Laudato Si e eles representam para nós um grande modelo de vida, um grande modelo de ecologia integral”, enfatizou a professora. Marcia de Oliveira destacou a importância do tempo quaresmal como “um tempo de escuta, de reflexão, de conversão”, insistindo em que “eu não posso me converter se eu não reconheço onde é que eu estou falhando, onde é que eu estou interrompendo processos de participação e de vivência.” Nesse sentido, ela vê a necessidade de processos de revisão da nossa vida diante da questão ecológica, vendo a Campanha da Fraternidade como “um grande convite a revermos de forma muito profunda a nossa relação com a natureza e entrarmos num processo de conversão ecológica.” Foto: Rádio Monte Roraima Com relação à COP 30, a professora denunciou que as COPs têm sido convertido em espaços de negociação da natureza, mostrando a necessidade de levar adiante “uma proposta de mobilização de toda a igreja do Brasil para, durante o processo de preparação e realização da COP, como sociedade, como organizações da sociedade civil, a gente estabelecer outras reflexões e estabelecer outras alternativas, outros mundos possíveis.” Por sua vez, o vigário episcopal para a Pastoral da diocese de Roraima, padre Celso dos Santos, insistiu em que a Campanha da Fraternidade está dentro do processo quaresmal, destacando o método do Texto Base, que parte da necessidade de olhar a realidade, da situação que se vive, marcada por uma crise civilizatória com muito impacto na questão ambiental. Desde aí procurar como Igreja parâmetros para nos orientar, a partir da fé, da Palavra de Deus, da Tradição da Igreja, tendo em conta que “a casa comum tem seus limites e nós já estamos quase que ultrapassando esses limites”, o que tem que nos levar a nos questionar: “Qual é a nossa responsabilidade de cristãos e de cristãs para com esta realidade?”, disse o padre Celso. Uma reflexão que tem que nos levar a “um novo agir, um agir com responsabilidade”. Nesse sentido, o vigário de Pastoral destacou que “é importante que neste tempo de quaresma, onde todas as nossas comunidades se reúnem, celebram, possam de fato viver a sua fé no chão que estão inseridas. A mudança começa, claro, nas nossas comunidades. Mas isso também exige que nós lutemos por políticas que de fato mudem essa relação predatória com a terra, com o meio ambiente.” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Deixar atrás o individualismo e nos convertermos ao cuidado

Na ressaca do Oscar, do carnaval e de tantas outras situações que nos envolvem iniciamos o Tempo da Quaresma, mais uma oportunidade para reforçar uma atitude que sempre deve estar presente em nossa vida: a conversão. Em 2025, o Papa Francisco nos faz um chamado a nos convertermos à esperança e à sinodalidade, e a Igreja do Brasil nos lembra a necessidade da conversão ecológica. A conversão é bem mais do que uma atitude pessoal, ela tem a ver com a dimensão comunitária, social, algo que faz parte da condição humana. Com o decorrer do tempo, o individualismo tem tomado conta da vida de muita gente, também do modo de viver a religião. Somos individualistas até na hora de fazer os nossos pedidos para Deus, esquecendo que Ele é comunidade e reduzindo o próprio ser de Deus, de quem muita gente quer a exclusividade, esquecendo que sua capacidade de amar é infinita, é para todos. Ser comunidade, vivenciar a sinodalidade, caminhar juntos, são atitudes que se pretendem opacar, colocando a individualidade como aquilo a ser mostrado acima de tudo. Muita gente esquece que juntos somos mais e que nos abrirmos aos outros nos enriquece, pois é na diversidade que cada um de nós descobre caminhos de crescimento, também naquilo que tem a ver com Deus, um Dios que é Trindade, comunidade de amor. Cada vez nos deparamos com mais pessoas com dificuldade para escutar, para se abrir à palavra dos outros. Os preconceitos dominam o pensamento das pessoas, impedem se abrir à possibilidade de crescer com aqueles que nos aportam novos conhecimentos, novas propostas, perspectivas diferentes. Não podemos ter medo da diversidade, pois nossa capacidade crítica nos oferece a possibilidade de encontrar no outro aquilo que nos ajuda a crescer. Uma falta de interesse pelos outros que também está presente com relação a nossa casa comum. O descaso para com o Planeta é uma atitude assumida por muitas pessoas, também por muitos que de diversos modos têm conseguido se colocar à frente dos governos, tendo em suas mãos a possibilidade de decidir com relação a questões que podem atingir gravemente o futuro da humanidade e do Planeta Terra. O negacionismo climático, a renúncia a abrir mão de todo tipo de comodidade, querer disfrutar de comodidades que colocam em risco o meio ambiente, são posicionamentos cada vez mais presentes. Muita gente faz ouvidos surdos diante do grito da Terra, um grito que ressoa nos mais pobres, dado que eles são as vítimas das mudanças climáticas, que cada vez mais provocam mais e maiores desastres naturais. Diante disso, qual é a nossa esperança? Temos motivos para continuar esperando, para continuar acreditando na vida, para continuar acreditando na humanidade? Vamos a nos deixar dominar por pequenos grupos que pretendem estabelecer um pensamento que busca seu benefício exclusivo às costas daqueles que defendem a vida para todos que Deus oferece? É tempo de esperança, de fé, de praticar a caridade, de entender o modo de Deus, que é o cuidado, a escuta, a comunhão. A Quaresma tem que nos levar a sair de nós, a assumir a dinâmica de Deus e assim experimentar que sua proposta sempre é válida e faz realidade seu Reino e a possibilidade de viver em Ressurreição, de viver para sempre. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Cardeal Steiner: “Uma conversão não é aparência, mas transforma, revigora, matura a nosso existir”

No início da quaresma, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, disse em sua homilia na Antífona da missa das Cinzas somos lembrados: “Ó Deus, vós tendes compaixão de todos e não rejeitais nada que criastes”. Na invocação da benção das cinzas rezaremos: Ó Deus, que não quereis a morte do pecador, mas a sua conversão, escutai com bondade as nossas preces e dignai-vos abençoar estas cinzas que vamos colocar sobre as nossas cabeças… consigamos, pela observância da Quaresma, obter o perdão dos pecados e viver uma vida nova, à semelhança do vosso Filho ressuscitado” (Benção das cinzas). Segundo ele, estamos diante de “um caminho que a Igreja nos propõe da confiança, e por isso, da conversão: sermos transformados pela cruz e ressurreição de Jesus”, ressaltando que “Papa Francisco na sua Mensagem para a quaresma, chama o caminho da esperança.” O arcebispo de Manaus recordou que “como seguidores e seguidoras de Jesus percorrermos juntos os passos da conversão, alimentados e fortificados pela vida nova que nos é oferecido por Jesus Crucificado e ressuscitado. Juntos, como comunidade como família percorrermos as sendas da conversão, da mudança de vida, atraídos pela esperança que nos atrai e não decepciona.” “É tempo de voltarmos para Deus como nos ensinava a primeira leitura: ‘Voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos. Voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia inclinado a perdoar o castigo’ (cf. Joel 2,12-13). Percebermos a bondade, a compassividade e a misericórdia de Deus. Converter-nos, tocados pela compaixão e a misericórdia de Deus. Como que encantados pelo cuidado compassivo e a dedicação misericordiosa de Deus, nos voltarmos para ele de todo o coração. Conversão: nos voltarmos para o Deus de nossos pais”, afirmou o cardeal Steiner. Na segunda leitura, ele destacou que “nos lembrava que podemos experimentar o momento favorável, o dia da salvação (cf. 2Cor 6,2). O caminho quaresmal como possibilidade de sermos sempre tomados pela salvação; nos sentirmos salvos e libertos, porque sempre mais seguidores, seguidoras de Jesus que deu sua vida por nós.” “Uma conversão que toque a profundeza de nossa alma, transforme nosso coração, abra o horizonte da presença de Deus. Uma conversão não é aparência, mas transforma, revigora, matura a nosso existir. Os exercícios quaresmais da esmola, da oração e do jejum que nos são indicados podem, segundo o Evangelho, permanecer na aparência, sem despertar para uma vida nova, uma profundidade da fé, da experiência do Evangelho”, enfatizou. Ele lembrou que “na proclamação, por três vezes escutávamos: ‘O teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa’. Ao dar a esmola, ao jejuar, ao rezar, Jesus pede que o façamos na simplicidade, sem ostentação, de coração sincero e puro. Talvez, esteja a indicar a transparência do jejuar, do rezar e dar a esmola, isto é, sem interesses, na gratuidade. Jesus a nos dizer que a esmola, o jejum, a oração, não são trocas, nem mesmo para sermos melhores, apenas disposição e disponibilidade para a ação de Deus. “O teu Pai, que vê o que está escondido, te dará a recompensa”. Tudo na singeleza de quem se dispõe à graça da Cruz e ressurreição. Sim, queridos irmãos e irmãs, tudo na gratuidade, na admiração de quem se coloca a caminho para ser atingido pela ação amorosa redentora de Jesus.” O arcebispo de Manaus recordou que “hoje cedo abrimos a Campanha da Fraternidade com uma caminhada. Ao celebrarmos 10 anos da Encíclica Laudato Sì e os 800 anos do Cântico das Criaturas, a Igreja no Brasil retoma como realidade a ser meditada e rezada no tempo da quaresma a Ecologia. ‘Fraternidade e Ecologia Integral’, guiados pelo texto do Gênesis: ‘Deus viu que tudo era muito bom’.” Nessa perspectiva, ele sublinhou que “Papa Francisco de modo insistente chama a atenção de toda a humanidade para a urgência de uma necessária mudança de atitude em nossas relações com o meio ambiente, recordando que a atual ‘crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior’ (cf. Laudato Sì, 217). Conversão interior que é também uma conversão ecológica, para sermos sempre mais fiéis ao Evangelho”, citando as palavras de Papa Francisco na mensagem para a Campanha da Fraternidade de 22025:  “Que todos nós possamos, com o especial auxílio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas”, e afirmando que “somos convocados ao cuidado da Casa Comum.” O cardeal Steiner refletiu sobre as práticas quaresmais, recordando que “na abertura da quaresma o Evangelho nos indicava o jejum, a esmola e a oração o jejum, para uma verdadeira conversão. No caminho quaresmal ajudados pela Ecologia Integral, somos convidados ao jejum para superar a lógica do consumismo sem ética, sem sentido social e ambiental. Esse modo de esvaziamento para deixar evidente o significado de cada criatura e por isso, da ecologia integral.” O arcebispo destacou “o exercício da esmola, como partilha, como crescimento da vida em fraternidade. Nos pertencemos! No pertencimento o cuidado com todos os seres. Esmola que é cuidado para com o outro, mas também com as outras criaturas, com o mundo que nos rodeia. Darmos o cuidado e o cultivo para que a nossa mãe terra não seja destruída, e acabemos destruindo a Casa Comum. A esmola do cuidado, possa suscitar a fraternidade com a criação inteira para vivermos de maneira harmoniosa, integral.” Ele refletiu sobre “a oração: contemplação! Contemplar as criaturas, reconhecendo os laços com que o Pai nos uniu a todos os seres. Deixar brotar um Cântico onde ressoe a fraternidade: irmão sol, irmã luz, irmãs água, terra mãe! Como lembra a Carta aos romanos: oferecer a Deus um sacrifício vivo, santo e agradável (12,1).” Voltando em sua reflexão aos exercícios quaresmais, o cardeal Steiner disse que “talvez, nos exercícios quaresmais do jejum, da esmola e da oração, como caminho de conversão, possa brotar a gratidão e gratuidade. Gratidão e gratuidade que nascem do reconhecimento de que Deus…
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Abertura da Campanha da Fraternidade 2025 na Diocese de Borba: “Cuidar da vida e da criação é um ato de fé”

Louvar a Deus pela beleza da criação e seguir o caminho da conversão por meio do jejum, da caridade e da oração é dizer Sim ao chamado da Santa Igreja. Em resposta a esse chamado, a diocese de Borba realizou a cerimônia de abertura da Campanha da Fraternidade 2025, que tem como Tema; Fraternidade e Ecologia Integral e o Lema; Deus viu que tudo era muito bom; (Gn 1,31). O momento celebrativo aconteceu neste dia 05 de março de 2025, na Paróquia de Cristo Rei. A oração inicial foi teatralizada por jovens da Paróquia de Cristo Rei, que trouxeram a mensagem da beleza da Criação, seguida da Oração da Campanha da Fraternidade 2025. A cerimônia envolveu a sociedade civil, com a presença de crianças, da juventude e demais comunitários. No ensejo, a mesa de honra foi composta pelas autoridades eclesiais, como o Bispo diocesano Dom Zenildo Luiz Pereira, o pároco da Paróquia de Santo Antônio, padre Joseph Raj, bem como os párocos de Cristo Rei e da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, padre Manuel e padre Jair. O coordenador de Pastoral diocesano Ademir Jackson, a professora Francelina Souza, representante da Coordenadoria Regional de Educação e a representante da secretaria de obras foram convidados a compor a mesa de honra do evento. Nas diversas reflexões foram pontuadas que o ser humano foi feito para cuidar de tudo que Deus criou. Esta responsabilidade dada por Deus tem sido negligenciada e que com o passar do tempo a humanidade esquece do propósito selado com Deus de cuidar da criação. O que Deus fez é bom, mas o homem não cuidou dos rios, dos animais, das matas e nem da própria humanidade. Contudo, para selar o compromisso com o futuro da criação, vamos atender ao chamado da Igreja, por meio do Papa Francisco na encíclica, Laudato Si’, também conhecida como “Sobre o cuidado com a nossa casa comum”. A Laudato si’ (“Louvado sejas”) é a primeira encíclica na história da Igreja Católica Romana a ser dedicada inteiramente à questão do meio ambiente, por seu tratamento e cuidado com a terra. Para engrandecer o evento, os jovens da Pastoral da Juventude diocesana apresentaram uma dança coreografada com a música “Terra, uma grande maloca”, dando ênfase aos nossos povos originários. O vigário forâneo, Padre Joseph afirmou que “a Campanha da Fraternidade de 2025 nos faz lembrar da nossa responsabilidade com a criação de Deus”. Para o coordenador de pastoral diocesano, Ademir Jackson “a Ecologia Integral deve estar interligada com toda igreja e com toda a sociedade civil”. A responsabilidade de cuidar é de todos, assim, a partir de hoje a Diocese de Borba fará uma grande mobilização com retiros, encontros, rodas de conversas, círculos bíblicos e celebrações nas comunidades, nas paróquias e áreas missionárias, fortificando o momento com a semana da ecologia em setembro, culminando com a Caminhada Ecológica. O Bispo diocesano, Dom Zenildo afirmou que “cuidar da vida e da criação é um ato de fé, a palavra em sua harmonia, cria, pois a criação surge pela palavra, como nos ensina o livro de Gênesis”. A reflexão de Dom Zenildo apontou o Documento do Papa Francisco, Laudato si’, que traz a Ecologia Integral como um tema transversal, que abre caminhos para inúmeras esferas sociais, econômica, educacional, cultural, e entre outros. A afirmativa de Dom Zenildo quanto a consciência ecológica é de que devemos trabalhar e aprofundar o ato de fé, promovendo em espírito quaresmal um processo de conversão integral e reestruturar a “Casa Comum”. E com o sentimento de Esperança no Deus vivo, autor de toda criação e com espírito de solidariedade fraterna, Dom Zenildo declarou aberta a Campanha da Fraternidade 2025 na Diocese de Borba. Para finalizar o momento celebrativo, foram distribuídas mudas de plantas para os coordenadores de pastorais das paróquias que se fizeram presente. E o gesto concreto se intensificou com o Bispo diocesano plantando uma pequena muda, chamada por Dom Zenildo de planta da esperança, na praça de Cristo Rei.  Que este tempo quaresmal nos ensine a desvincularmos da ganância social e vivenciar o zelo pela Ecologia Integral, defendendo a vida e a nossa casa comum! Diocese de Borba

Abertura da Campanha da Fraternidade em Manaus: “Recordar a necessidade urgente de uma conversão ecológica”

Manaus, a maior cidade da Amazônia, é um claro exemplo de falta de cuidado com a Casa Comum. O descaso do poder público e a falta de consciência da população mostra a importância de a Campanha da Fraternidade abordar o tema da ecologia integral e fazer um chamado à conversão ecológica. Um caminho que na arquidiocese de Manaus foi iniciado na manhã da Quarta-feira de Cinzas, continuando uma tradição presente há muitos anos na Igreja da capital do Amazonas. Os bispos junto com todo o povo de Deus iniciaram uma caminhada nas portas da catedral de Nossa Senhora da Conceição para, percorrendo as ruas do centro da cidade, chegar na Orla do Rio Negro, onde foi realizada uma celebração da Palavra, presidida pelo arcebispo, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Uma caminhada que foi oportunidade para refletir sobre a moradia, a reciclagem, o cuidado com a água, as mudanças climáticas, para escutar a voz daqueles que sempre foram mestres no cuidado da casa comum, os povos indígenas. Mas também para realizar gestos concretos, como foi o plantio de várias mudas nos jardins do Santuário de Aparecida pelos bispos de Manaus, um gesto que depois se repetiu no Parque Rio Negro. A Campanha da Fraternidade 2025 nos recorda, segundo salientou o cardeal Steiner, os 10 anos da Laudato Si´, “um texto belíssimo do Papa Francisco, que nos ilumina, vai iluminando a Igreja e a sociedade”, um texto baseado no Cântico das Criaturas de São Francisco, que “vem a nos recordar a necessidade urgente de uma conversão ecológica”, destacou o arcebispo de Manaus. Comentando a parábola do semeador, lida na celebração, o cardeal Steiner ressaltou que “o semeador é um homem de esperança. Ele semeia, e nem todas as sementes chegam a dar fruto, mas ele semeia”, fazendo um chamado para poder descobrir que “a Campanha da Fraternidade deste ano quer que cada um de nós, mulheres e homens, sejamos de esperança”. Junto com isso, ele pediu que “semeemos uma ecologia integral, semeemos sempre, despertemos sempre, ajudemos a abrir os olhos para que realmente a ecologia seja integral, quer dizer, seja de todos, todas as criaturas sejam respeitadas, cuidadas. Todas as criaturas, conforme o texto de Papa Francisco, sejam cultivadas.” O arcebispo de Manaus disse que “nós, com a Campanha da Fraternidade, queremos recordar alguns pecados nossos. Nós queremos abordar as realidades difíceis que nós vivemos, os nossos rios que se enchem de mercúrio, as nossas florestas que são devastadas pelo garimpo, pela ganância da madeira, os nossos peixes que são roubados e vendidos. Queremos recordar também que o saneamento básico na nossa cidade ainda é pouco.” Diante dessa realidade, o cardeal Steiner pediu nesta quaresma, “fazer o caminho da conversão ecológica”, pedindo a contribuição de todos, “porque, dando a nossa contribuição, seremos também nós, semeadores e semeadoras da esperança de uma ecologia integral”, recordando algumas iniciativas presentes na Igreja de Manaus e fazendo um convite a outras novas, pois assim, “devagarinho vamos dando uma contribuição para que a nossa ecologia realmente seja integral”, e a Igreja de Manaus, irá “mostrar que estamos dispostos a nos converter junto à ecologia.” No final da celebração, o arcebispo de Manaus insistiu na necessidade de gestos concretos, como é o fato de evitar que o lixo acabe nos igarapés, recordando que se isso fosse assumido pelas mais de mil comunidades que fazem parte da Igreja de Manaus, “só isso já seria uma benção enorme”. Um pedido que é uma urgência, pois no momento em que o arcebispo falava, uma balsa recolhia toneladas de resíduos das águas do Rio Negro, um fato comum nos rios e igarapés da cidade de Manaus. O cardeal Steiner fez um pedido à Igreja de Manaus: “lá na comunidade, reflitam, discutam, vamos tentar fazer esse gesto durante a campanha e depois da campanha levar adiante, reflitam isso para que assim nós possamos dar uma contribuição realmente grande na Campanha da Fraternidade.” Ele recordou o Papa Francisco, internado no Hospital Gemelli de Roma, “que sempre nos animou tanto no caminho da ecologia integral, sempre nos colocou diante dos olhos a necessidade de uma conversão ecológica e de maneira insistente. Nós queremos também acompanhá-lo com as nossas orações nesse momento de sofrimento, para que ele possa nos ajudar a sermos realmente testemunhas de uma ecologia integral, mas especialmente missionários, missionárias de Jesus.” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Francisco pede na Campanha da Fraternidade “deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas”

Na Igreja do Brasil, o tempo da Quaresma ée acompanhado há mais de 60 anos pela Campanha da Fraternidade, que em 2025 tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”, e como lema “Deus viu que tudo era muito bom.” Mais um ano, o Papa Francisco tem enviado uma mensagem à Igreja do Brasil com motivo da Campanha da Fraternidade, felicitando aos bispos brasileiros “pela iniciativa da Campanha da Fraternidade, que se repete há mais de 60 anos.” O Santo Padre lembra em suas palavras que “com a Campanha da Fraternidade, os bispos do Brasil convidam todo o povo brasileiro a trilhar, durante a Quaresma, um caminho de conversão baseado na Carta Encíclica Laudato Si’, que publiquei há quase 10 anos, em 24 de maio de 2015, e que senti necessidade de complementar com a Exortação Apostólica Laudate Deum, de 4 de outubro de 2023.” Francisco recorda seu propósito com nestes documentos: “chamar a atenção de toda a humanidade para a urgência de uma necessária mudança de atitude em nossas relações com o meio ambiente, recordando que a atual ‘crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior’ (Laudato Si’, 217).” Igualmente, o texto cita a alerta de São João Paulo II em 17 de janeiro de 2001 sobre o cuidado da Casa Comum, onde disse que era “preciso estimular e apoiar a ‘conversão ecológica’, que tornou a humanidade mais sensível.” O Papa louva “o esforço da Conferência Episcopal em propor mais uma vez como horizonte o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal de cada fiel a Cristo”, e pede “que todos nós possamos, com o especial auxílio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas.” No texto, Francisco lembra que “o tema da Campanha da Fraternidade deste ano expressa também a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição para que, durante a COP 30 do próximo mês de novembro, que se realizará em Belém do Pará, no coração da querida Amazônia, as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações.” Para o itinerário quaresmal, o Papa espera “dê muitos frutos e nos encha a todos de Esperança, da qual somos peregrinos neste Jubileu.” Igualmente, ele disse fazer votos que “a Campanha da Fraternidade seja novamente um poderoso auxílio para as pessoas e comunidades desse amado País no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e de compromisso concreto com a Ecologia Integral.” Votos que Francisco confia “aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida”, concedendo sua Bênção Apostólica “a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham no cuidado com a Casa Comum, pedindo que continuem a rezar por mim.” MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A CF 2025 Queridos irmãos e irmãs do Brasil! Com este dia de jejum, penitência e oração, iniciamos a Quaresma deste Ano Jubilar da Encarnação. Nesta ocasião, desejo manifestar a minha proximidade à Igreja peregrina nessa Nação e felicitar os meus irmãos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil pela iniciativa da Campanha da Fraternidade, que se repete há mais de 60 anos e que neste ano tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral” e como lema a passagem da Escritura na qual, contemplando a obra da criação, “Deus viu que tudo era muito bom” (cf. Gn 1,31). Com a Campanha da Fraternidade, os bispos do Brasil convidam todo o povo brasileiro a trilhar, durante a Quaresma, um caminho de conversão baseado na Carta EncíclicaLaudato Si’, que publiquei há quase 10 anos, em 24 de maio de 2015, e que senti necessidade de complementar com a Exortação Apostólica Laudate Deum, de 4 de outubro de 2023. Nestes documentos, quis chamar a atenção de toda a humanidade para a urgência de uma necessária mudança de atitude em nossas relações com o meio ambiente, recordando que a atual “crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior” (Laudato Si’, 217). Neste sentido, o meu predecessor de venerável memória, São João Paulo II, já alertava que era “preciso estimular e apoiar a “conversão ecológica”, que tornou a humanidade mais sensível” (Audiência, 17 de janeiro de 2001) ao tema do cuidado com a Casa Comum.  Por isso, louvo o esforço da Conferência Episcopal em propor mais uma vez como horizonte o tema da ecologia, junto à desejada conversão pessoal de cada fiel a Cristo. Que todos nós possamos, com o especial auxílio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas. O tema da Campanha da Fraternidade deste ano expressa também a disponibilidade da Igreja no Brasil em dar a sua contribuição para que, durante a COP 30 do próximo mês de novembro, que se realizará em Belém do Pará, no coração da querida Amazônia, as nações e os organismos internacionais possam comprometer-se efetivamente com práticas que ajudem na superação da crise climática e na preservação da obra maravilhosa da Criação, que Deus nos confiou e que temos a responsabilidade de transmitir às futuras gerações. Desejo que esse itinerário quaresmal dê muitos frutos e nos encha a todos de Esperança, da qual somos peregrinos neste Jubileu. Faço votos que a Campanha da Fraternidade seja novamente um poderoso auxílio para as pessoas e comunidades desse amado País no seu processo de conversão ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e de compromisso concreto com a Ecologia Integral. Confiando estes votos aos cuidados de Nossa Senhora Aparecida, concedo de bom grado a Bênção Apostólica a todos os filhos e filhas da querida nação brasileira, de modo especial àqueles que se empenham no cuidado com a Casa Comum, pedindo que continuem a rezar por mim. Roma, São João de Latrão, 11 de fevereiro de 2024, memória…
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