Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Categoria: Uncategorized

Implicações amorosas de Irmã Santina Perin

Há 14 anos, Irmã Santina Perin chegava em Manaus para retomar, em terras amazônicas, as ações em favor do povo haitiano. Parcela dos haitianos desembarcou no Amazonas, em Tabatinga, município da tríplice fronteira brasileira, no Alto Solimões, entre os anos de 2010 e 2011. Em família ou sozinhos, chegaram ao Norte brasileiro debilitados e desesperados, após o terremoto de 12 de janeiro de 2010, com intensidade de 7.3 graus na escala Richter. Mais de 200 mil morreram e os desabrigados somavam mais de um milhão. Santina, hoje com 84 anos, nascida em Marau (RS), viveu por 25 anos no Haiti e ali construiu história sólida na luta pelos direitos humanos dos haitianos ora submetidos à ditadura ora em deslocamento para outros países igualmente tratados com severidade. A vida da missionária está impregnada do povo do Haiti, das comunidades mais vulneráveis, das mulheres e das crianças. A morada em Manaus se transforma em acolhida e bússola para os haitianos que chegaram à capital amazonense e lidaram com rejeição, desconfiança e racismo. Santina, pequenina e franzina, se fez gigante na abertura dos espaços, nos diálogos com autoridades e lideranças locais, nas parcerias pelo sim aos imigrantes. Intérprete dos haitianos, por falar crioulo (creóle) e francês, construiu pontes fundamentais em tempos difíceis para centenas de pessoas completamente vulneráveis na terra manauara. Em Santina, não existe fronteira e idioma amor está colocado na dimensão mais elevada. O efeito dessa receita, ela comprovou em ações diárias por mais de dez anos. Liderou movimentos contra o tráfico humano, atravessou rios e igarapés, pôs os pés em terrenos arriscados, recebeu ameaças. Nas manifestações e marchas públicas estava presente, com bandeira de pano esticada e voz firme para denunciar as injustiças e conclamar a participação do povo nas lutas, sem jamais perder a ternura. Na segunda-feira (17), Santina Perin seguiu à nova morada, em São Paulo, para, vigiada de perto pela família, cuidar melhor da saúde. Não pretende se aposentar. No domingo (15), o pároco da Igreja São Geraldo, bairro São Geraldo, zona Centro-Sul de Manaus, Marco Antônio Alves Ribeiro, e a comunidade haitiana realizaram missa-homenagem à Irmã Santina. Um momento pluricultural de boniteza emocionante. Aprendizado no jornalismo – Para jornalistas e o jornalismo de Manaus, Irmã Santina Perin é escola viva. Quem teve a oportunidade de entrevista-la, de escutar a fala, de sentir os gestos, aprendeu muito e saiu desse encontro diferente. A capacidade de criar ambientes de escuta, de promover diálogos e de demonstrar o valor da generosidade é marca da missionária. Não diz o que é, ela faz! Nesse tempo de um jornalismo acelerado, descolado da escuta profunda e colado ao assessorismo de uma porção do poder político e econômico que o asfixia cotidianamente tem em Santina um outro molde: aprender a escutar as vozes, a conhecer os trajetos das vidas, aprofundar as fontes de informações, agir de forma responsável e generosa na produção dos relatos. Para aqueles que compreendem a função social do jornalismo e questionam o estado em que se encontra parte das práticas jornalísticas voltar-se à Irmã Santina – por vezes negada como “pauta que rende” – é possibilidade de perceber e de avançar na leitura crítica da realidade, de teimar contra os silenciamentos impostos por motivações político-econômicas ou questionar os barulhos encomendados pelas mesmas razões e dentro da lógica do ‘mudar para manter’. No mundo atravessado em e por Santina Perin são as histórias dos povos marginalizados o livro da resiliência, da esperança e dos laços de cipós construtores de obras que enunciam o cuidado com o Outro e confrontam a ideia do vale-tudo na destruição do Outro em nome do triunfo pessoal. Em Manaus, o agir de Santina Perin ajudou a nós, jornalistas, a ver o efeito do racismo e, nas suas atitudes, ensinou como enfrenta-lo, com gestos e palavras. Andarilha, reapresentou as periferias socioeconômicas do Amazonas, confrontou os poderes político e econômico utilizados criminosamente contra os mais pobres. Ivánia Vieira – Fonte IHU Unisinos

Cardeal Steiner: “No perdão não existem inimigos, no perdão se encontram irmãos”

  No 7º Domingo do Tempo Comum, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner inciou sua homilia dizendo que “o Evangelho proclamado, quase nos importuna com o seu ensinamento: amar os inimigos, bendizer os que nos amaldiçoam, rezar pelos que nos caluniam, oferecer a face a quem nos bate, a quem leva o manto deixar também a túnica, dar sem esperar uma troca, uma recompensa; estarmos na dinâmica de fazermos somente o bem. É um convite de estarmos na receptividade de filhos e filhas do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e maus.” Segundo o arcebispo, “Deus não faz acepção de pessoas, não rejeita a nenhum de seus filhos e filhas, mesmo que sejam ingratos e maus. Está sempre na disposição e na disponibilidade da receptividade do pai que recebe o filho mais novo que volta para casa. Para Deus não existem inimigos, maus, ingratos, mas filhas e filhos. Se soubéssemos como somos amados, certamente viveríamos na gratidão, na honestidade, na solidariedade, com generosidade, na misericórdia.” Diante disso, “Jesus a nos indicar o modo do agir do Pai Celeste e nele expressar o que somos na profundidade de nós mesmos: semelhantes a Deus no cuidado e no amor. E por vivermos no esquecimento dessa nossa dignidade de seguidores do Filho amado e vivermos na sonolência dessa grandeza, Ele nos indica o caminho do amar os inimigos. Amar os inimigos com um transbordamento, como uma medida desmedida onde somos irmãos e irmãs em Jesus. A desmedida, uma medida transbordante colocado em nosso colo, concedido à nossa existência”, ressaltou. Segundo o cardeal Steiner, “a palavra do Evangelho nos propõe um modo de vida, um modo existencial. Um modo que vai contra todas as nossas compreensões, contra as nossas vontades, objetivos, afirmações, realizações. O contrário do nosso modo de tirar satisfação, de não queremos passar por idiotas, de não sermos humilhados na nossa dignidade. O modo que Jesus nos indica, oferece, é o do amor e da liberdade: amar os inimigos; bendizer os que nos amaldiçoam; rezar pelos que nos caluniam; oferecer a face a quem nos bate; a quem leva o manto deixar também a túnica; dar sem esperar em troca; fazer o bem sem recompensa. Uma mudança completa no nosso estilo de vida, do horizonte de leitura das nossas interpretações e ações, da nossa relação com tudo e com todos.” “Um ensinamento de que ‘Deus é bondoso também para com os ingratos e maus’. A bondade para com todos indistintamente nos leva à misericórdia. Mas a misericórdia: ‘Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso’. No perdão não existem inimigos, no perdão se encontram irmãos, irmãos. No perdão, na misericórdia se volta à familiaridade, onde reina a harmonia e solidariedade. A misericórdia que possibilita a familiariedade, até as notas dissonantes tem harmonia, pois uma mesma pertença que não é consaguinidade.  Na misericórdia, no amor se encontra uma medida, isto é, um modo de relação: ‘Dai e vos será dado. Uma boa medida, calcada sacudida, transbordante será colocada no vosso colo; porque com a mesma medida com que medirdes os outros, vós também sereis medidos’”, disse o arcebispo de Manaus. “Uma medida calcada, sacudida, transbordante! Na medida sacudida, calcada não encontramos falta de alguma coisa; não indicamos uma carência, uma falta, um sacrifício. Na medida sacudida e calcada não se percebe nada que conote não querer sentir dor, sofrimento”, lembrou. E por isso ele questionou: “Nada na medida sacudida e calcada soa como: para que serve tanto serviço? para que tanta dedicação? que sentido tem trabalhar tanto? para que tudo isso se no final fica tudo como está?” Nessa perspectiva, o cardeal sublinhou que “tudo é apenas transbordamento, entrega! Uma verdadeira desmedida, pois sem peso, sem medida. Tem o seu peso, na suavidade de quem é por ela carregado; sem medida, pois transborda de amor e afeto e misericórdia. Como a mãe no cuidado do recém-nascido: toda atenção, toda cuidados, toda ouvidos, toda feita mãe; sem extremismos, sem medos, sem afobações; esquecida de si, sem cuidados para si, sempre toda inteira no cuidado com a graça da vida recebida. Ela transborda na sua maternidade, pois nada é demais, nada deixa de ter sentido, tudo vale, pertence à grandeza de sua maternidade. Mas transbordamento da maternidade quer dizer: em tudo fazendo nem sequer se lembrar da generosidade, da liberdade, do esquecimento de si mesma. Ela transborda: é mãe!” Talvez, nos ajude a palavra de um pensador da Igreja, disse citando o Mestre Eckhart: “Quer dizer que o amor com que amamos deve ser de tal sorte tão puro, nu e livre de não se dirigir nem a mim mesmo, nem ao meu amigo, nem sobre alguma coisa próxima. Os mestres dizem que não se poderia chamar boa nenhuma obra humana, nem virtude nenhuma, se não realizada no amor. A virtude é de tal sorte nobre e livre, tão pura e nua em si mesma que não conhece nada melhor de si e de Deus. A um homem perguntado porque ama a bondade, responderia ‘pela bondade mesma’, e à pergunta porque ama a Deus, diria ‘por Deus mesmo’”. “Quando estamos na ação do amor, da bondade, não tem dentro e fora, antes e depois, somos somente ação de bondade, de amor sem perguntas de para que, porque, pelo sentido. Estamos tão dentro da ação que nem sequer temos tempo para perguntas e muito menos para respostas. Estamos ali apenas, unicamente, exclusivamente, inteiramente, amando, sendo bons, doando. É transbordamento! Amando, em sendo bons, não sobra tempo para fazer a distinção entre inimigo ou amigo”, lembrou. Segundo o arcebispo de Manaus, “quem está na bondade, é todo bondade, é somente bondade; bendiz não consegue amaldiçoar; reza não vê a calúnia; oferece a outra face. Quem ama, está no amor, é tomado pelo amor, é somente amor, a quem leva o manto entrega também a túnica; dá sem esperar em troca; faz o bem sem saber a quem; ama e não importa a quem. Quem assim está todo inteiro, por completo,…
Leia mais

Pastoral dos Coroinhas da Arquidiocese de Manaus apresenta novas coordenações

Uma missa presidida pelo assessor arquidiocesano, padre Thiago Alves, concelebrada pelo padre Matias Luna e Helton Luiz Wachholz de Souza, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima acolheu neste sábado 22 de fevereiro de 2025 a apresentação de coordenações dos Setores e da Arquidiocese de Manaus da Pastoral dos Corinhas e agradeceu à antiga coordenação pelo serviço desenvolvido com empenho e dedicação, contribuindo para o crescimento deste ministério. A nova coordenação arquidiocesana está formada por Sílvia Luísa Ramos da Silva, Ian Luíz Rodrigues do Nascimento e Ruan de Lima Silva. Segundo Sílvia Luísa Ramos da Silva, “a Missa de Início do Ano Pastoral dos Coroinhas foi um momento de comunhão e renovação para toda a Arquidiocese.” A membro da coordenação arquidiocesana destacou que “durante a celebração, expressamos nossa gratidão às coordenações anteriores, reconhecendo seu empenho e dedicação ao longo dos últimos anos.” Também vivemos, disse Silvia Luísa, “o envio dos novos coordenadores, que assumem essa missão com entusiasmo e compromisso, prontos para guiar os coroinhas no serviço ao altar.” Finalmente, ela destacou que “a celebração fortaleceu laços, inspirou a caminhada pastoral e renovou o espírito de unidade entre todos os presentes. Foi um tempo de graça, marcado pela alegria do servir e pela perseverança de cada um que faz parte da Pastoral dos Coroinhas.” O padre Thiago Alves disse aos coroinhas presentes que “ser coroinha é muito mais do que vestir uma túnica. É servir com o coração, com amor, com dedicação a Igreja de Manaus e onde estamos, junto de nossas paróquias e áreas missionárias.” Ele mostrou a alegria de iniciar o ano junto aos coroinhas, e lhes pediu “que possamos servir como Jesus nos ensinou: com amor, alegria e disposição.” Para 2025, o assessor arquidiocesano ressaltou o desafio de “servir com alegria, ser exemplo para os outros e mostrar que ser coroinha é uma missão incrível para a Igreja e para mundo.” Para a missão que está se iniciando em 2025, o padre Thiago pediu a benção de Deus. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Arquidiocese de Manaus e Rede de Proteção fiscalizam obra do Centro Integrado de Proteção à Criança e ao Adolescente

A arquidiocese de Manaus, com a presença do arcebispo, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, e do bispo auxiliar, dom Hudson Ribeiro, junto com a Rede de Proteção de Crianças e Adolescentes, visitaram nesta sexta-feira o andamento das obras do Centro Integrado de Proteção à Criança e ao Adolescente, que está sendo construído na capital amazonense, sendo apresentado pela equipe técnica os passos que estão sendo dados na obra. A Rede de Proteção de Crianças e Adolescentes militou muito para a realização deste Centro Integrado, vendo o avanço das obras como a concretização de um sonho que vai se realizando. A coordenadora do Comitê Estadual de Enfrentamento a Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, Amanda Ferreira, agradeceu os passos dados pelo poder público e destacou o papel do Ministério Público do Trabalho no impulso de um centro que “vai ser o diferencial do Brasil”, agradecendo a força dada pelo cardeal Steiner no processo, uma labuta de quase seis anos. Ela lembrou que o Amazonas é o terceiro Estado do Brasil em violência contra criança e adolescente. Até hoje, as crianças, elas têm que peregrinar por várias zonas de Manaus para conseguir fazer o atendimento, sendo o Centro Integrado um meio para diminuir o sofrimento delas depois que a denúncia é realizada. Daí a importância de um sonho que “ainda está longe, mas ele começa a sair do chão”, que é fruto da efetivação da política pública para a criança e adolescente, que além de ser garantida, ela tem que ser efetivada. Amanda Ferreira insistiu na necessidade de “lutar por um serviço mais humanizado, mais qualificado, um serviço bom. E esse centro integrado, ele sai com o objetivo disso, de integrar o serviço.” O arcebispo de Manaus destacou que “nós temos a obrigação de agradecer às pessoas da sociedade que tiveram essa visão”, lembrando que “foi difícil convencer, foi uma luta, mas as pessoas não estão interessadas em si mesmas, estão interessadas numa causa, que são as crianças e as famílias, e isso é muito importante para nossa sociedade”, o que possibilitou a construção que está se realizando. O Centro Integrado de atenção às vítimas e testemunhas, crianças e adolescentes, é consequência dos “elevados números de violência sexual, especificamente exploração sexual que o nosso Estado tem e sempre despertou no Ministério Público a necessidade de apoiar e estruturar a legislação que regulamenta o centro integrado, dentre outras coisas”, segundo Alzira Melo Costa, procuradora chefe do Ministério Público do Trabalho. Ela destacou a importância da visita, vendo nela “uma oportunidade para a gente constatar realmente o avanço”, lembrando que “foram muitos anos esperando que saísse, então é um momento de acompanhar e verificar se está sendo executado conforme foi planejado por todas as pessoas.” A procuradora chefe do MPT destacou a participação da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania – SEJUSC e da atual secretária desse organismo para a saída do papel dessa obra. Nesse sentido, ela disse que “realmente, se não houver vontade política, esse serviço não seria executado.” A Secretária da SEJUSC, Jussara Pedrosa Celestino da Costa ressaltou que a execução das obras é a todo vapor, afirmando que o Centro Integrado será entregue no início do mês de maio, tendo a previsão de fazer o Faça Bonito, que é o dia D do combate à exploração sexual das crianças e dos adolescentes, no dia 18 de maio, nesse espaço, para ser um marco mesmo dessa mudança em relação ao governo do Estado do Amazonas. A secretária insistiu em que há uma união mesmo do poder público, sociedade civil, e também da Igreja Católica, sublinhado que todo mundo está trabalhando, em prol de um bem maior, que são nossas crianças e nossos adolescentes. E a união é o resultado do Centro Integrado, fruto da multa do MPT e da vontade política de tirar esse projeto do papel. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Diocese de Parintins: encontro de reflexão e partilha de vida dos padres com menos de 10 anos de ordenação

Boa Vista do Ramos acolhe nos dias 20 e 21 de fevereiro o encontro dos padres da diocese de Parintins com menos de 10 anos de ordenação presbiteral. O objetivo do encontro é realizar um momento de reflexão, partilhar a vida e o ministério nesses primeiros anos de vida presbiteral e os pesos da responsabilidade de ser padre, assim como a saúde física e mental dos padres. No encontro também estão presentes padres com mais de 10 anos de ministério presbiteral para mostrar colegialidade e fraternidade. A diocese de Parintins tem 11 padres com menos de 10 anos de ordenação, nove incardinados nessa Igreja local, um da diocese de Castanhal (PA) e mais um do PIME. Segundo os participantes do encontro, o momento está sendo muito proveitoso, agradecendo à Pastoral Presbiteral da diocese da diocese de Parintins por estar promovendo esse encontro dos novos padres da diocese de Parintins. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Com informações do clero de Parintins

Retiro do clero de Roraima: “Voltar para a missão rejuvenescidos, animados, mas convictos de uma caminhada sinodal”

O clero da diocese de Roraima realiza de 17 a 21 de fevereiro de 2025 seu retiro anual em Tepequém. O retiro, assessorado pelo bispo da diocese de Borba, dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, tem como tema central o seguimento de Jesus Cristo, sempre cultivando a espiritualidade presbiteral, e conta com 27 participantes. O pregador tem refletido sobre três símbolos: a cruz, a luz e a unção, renovando assim a aliança e criando as perspectivas. Neste Ano Jubilar dom Zenildo destaca a importância da esperança, “para voltarem para a missão rejuvenescidos, animados, mas convictos de uma caminhada sinodal.” Na diocese de Roraima, ele destaca ser um clero muito animado, uma igreja extremamente missionária, dizendo ter se encantado com “a alegria entre os padres, na convivência, na comunhão, na preparação das atividades, mas, sobretudo, na convivência entre eles e entre nós.” “O retiro é sempre um tempo em que a gente se retira para oração, para reflexão, para aprofundar um pouco mais sobre a nossa missão com os presbíteros neste chão que é a Diocese de Roraima”, segundo o vigário episcopal para pastoral da Diocese de Roraima, padre Celso dos Santos, que vê o retiro como “um momento muito importante de refazer as forças, reanimar para a gente voltar à missão de acompanhar as comunidades, os trabalhos pastorais”. Ele destacou que “dom Zenildo está nos ajudando a aprofundar, a meditar sobre esse momento que a gente precisa viver um pouquinho mais. Ele tem nos dito que esse é um momento de a gente buscar viver, melhorar a nossa missão, colocar a nossa vida a serviço, fundamentada no sacramento da reconciliação, na vivência da Eucaristia, na missão e tudo isso vai nos ajudando cada vez mais a reafirmar e a confirmar aquele sim que nós damos ao chamado que Deus nos fez para o ministério como presbíteros da Igreja. O padre Jefferson Almeida destacou vê o retiro como oportunidade para “nos fortalecer espiritualmente, estreitar os laços de comunhão, de unidade, de convivência, de partilha.” Junto com isso, ele disse que “é um momento de nós descansarmos um pouco entre nós, na companhia de Nosso Senhor Jesus, na Eucaristia, na Palavra. Então, é um período muito propício para que assim a gente, de fato, redescubra a motivação, a animação, o entusiasmo de ser missionário nesta terra amazônida, no Estado de Roraima, terra de muitos desafios, de muitas dificuldades, mas também de muitas luzes, de muitos testemunhos, de muitas experiências proféticas.” O missionário da diocese de Jundiaí, padre Raphael Casaca, chegado em Roraima no final de janeiro, disse que “o retiro tem sido muito bom, dom Zenildo tem tratado da nossa vida sacerdotal, configurada a Cristo, assumindo a nossa cruz de cada dia, abraçando a cruz e também sendo luz no meio do mundo. Tem sido um momento muito bom de renovação do ministério sacerdotal, um tempo de estar mais unido a Cristo, de estar mais perto de Deus, um tempo de aprofundamento de oração e também de crescimento na espiritualidade.” Da mesma diocese de Jundiai, também chegado poucas semanas atrás, o padre Samuel Maciel Romão, que vai exercer seu pastorei no sul do Estado de Roraima, ele disse que “o retiro espiritual desse ano veio positivamente ao encontro dessa minha nova etapa no exercício do meu ministério.” Ele destacou que o pregador, “nos apresentou algumas pistas para o bom êxito na missão, tendo como referência espiritual o lema que escolhemos para nossa ordenação; no meu caso: “Quem quiser salvar sua vida vai perdê-la, e quem perder sua vida por causa de mim e do Evangelho vai ganha-la” (Mc 8,35).” A partir daí, afirmou o padre Samuel, “pude fazer uma revisão de vida, apoiando-me espiritualmente na força propulsora do primeiro amor. Realmente hoje posso afirmar que de tudo o que pensava ter perdido, na verdade tem se multiplicado, amigos, famílias, irmãos… Nesses dias de oração, além do silêncio orante e da meditação contemplativa, pude enriquecer meu humano afetivo na presença paterna do nosso bispo dom Evaristo, assim como cultivar a amizade junto aos irmãos presbíteros numa convivência fraterna e muito rica de experiências.” “Haja vista, o local escolhido também foi muito favorável, me fez contemplar a beleza e o amor de Deus através da natureza com sua diversidade de pássaros, árvores, animais e flores. O retiro espiritual realmente fez em mim maravilhas, é força necessária para recomeçar esse projeto de amor que Deus tem para comigo, de estar junto a seu povo como sinal vivo da sua presença. O retiro para os presbíteros não é um bem reservado aos padres, mas através dos padres um bem em favor de todo povo”, concluiu. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Protagonismo feminino: dar passos firmes para assumir essa dinâmica para sempre

O protagonismo feminino, a presença das mulheres em espaços de decisão, é um dos grandes debates na sociedade e na Igreja católica. Em todos os níveis de Igreja, vão se dando passos que devem ajudar a assumir uma prática que não deveria regredir, que deveria fazer parte da vida da Igreja católica para sempre. O Papa Francisco tem ajudado a avançar nesse caminho com sua reflexão, mas também com suas decisões, colocando mulheres em cargos ocupados tradicionalmente por ministros ordenados. Até pouco tempo atrás era impensável que uma mulher fosse nomeada prefeita de um dicastério da Cúria ou governadora do Estado Vaticano, algo que tem se concretizado nos últimos messes. Essa realidade está ajudando a dar passos nos diversos níveis que fazem parte da estrutura organizativa da Igreja católica. Na Igreja da Amazônia, o protagonismo feminino é algo que faz parte da vida das comunidades, áreas missionárias, paróquias, pastorais, movimentos e organismos. As mulheres assumem o comando das comunidades, inclusive de áreas missionárias e paróquias, mas também de espaços de maior responsabilidade. A coordenação de Pastoral, um espaço de grande relevância na vida das igrejas locais, conta cada vez mais com rostos femininos. No Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que compreende nove igrejas locais dos estados de Amazonas e Roraima, as mulheres assumem esse serviço em cinco dessas igrejas. Junto com isso, a secretaria executiva do Regional e a articulação das Pastorais Sociais em nível regional é um serviço assumido por mulheres. Na Igreja católica a vida pastoral, os processos de evangelização, a missão, podem ser considerados elementos decisivos. A presença das mulheres nesses espaços é um claro exemplo do avanço que as igrejas do Regional Norte 1 tem feito na concretude da sinodalidade, um modo de ser Igreja que nos leva a caminhar juntos, assumindo a diversidade como um elemento que enriquece a missionariedade da Igreja. O encontro de coordenadores e coordenadoras de Pastoral do Regional Norte 1 realizado em Manaus nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2025 é uma mostra disso. O modo de realizar os trabalhos, o fato de ser um espaço marcado pela liberdade para cada um, cada uma, expressar sua opinião na hora de construir o caminho coletivo, nos faz ver que isso vai se assumindo como algo que sempre deveria fazer parte da vida da Igreja. O desafio é que essa dinâmica possa se sedimentar para evitar uma volta atrás, algo que infelizmente algumas pessoas, inclusive algumas mulheres, demandam. Se faz necessário continuar avançando, concretizando, dando passos, para fazer visível uma Igreja com diversidade de rostos, uma Igreja que conta com todos e todas. Uma Igreja que escuta a diversidade de vozes em vista de uma maior e melhor evangelização, sendo também testemunho para uma sociedade que continua relegando as mulheres.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1 – Editorial Rádio Rio Mar

Coordenações de Pastoral e das Pastorais do Regional se encontram em vista de movimentar a evangelização nas comunidades

Os coordenadores e coordenadoras de Pastoral das igrejas locais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil encerraram seu encontro, realizado nos dias 18 e 19 de fevereiro em Manaus, com uma reunião com os coordenadores e coordenadoras das Pastorais Sociais em nível Regional, que contou com a presença do arcebispo de Manaus e presidente do Regional, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, e do bispo auxiliar de Manaus, dom Zenildo Lima. A secretária executiva do Regional Norte 1, Ir. Rose Bertoldo, apresentou brevemente os passos dados no encontro dos coordenadores e coordenadoras de Pastoral, que aconteceu em clima de sinodalidade, destacando a importância do encontro das coordenações de Pastoral das dioceses e prelazias e das Pastorais. Um momento que tem um caráter operativo, segundo salientou dom Zenildo Lima. A coordenação entre as pastorais e as coordenações de pastoral das Igrejas locais é algo que “no fundo, vai movimentar a nossa Igreja, vão movimentar a evangelização”, segundo o presidente do Regional Norte 1. Daí a importância desse encontro, que “pode dar muito fruto”. O arcebispo de Manaus insistiu na importância da comunidade, o que faz com que “as coordenações estão sempre de olho voltado para a comunidade, comunidade que importa. A comunidade é que faz a Igreja ser”, reforçando que “se existe uma Igreja particular, se existe uma diocese, se existe uma prelazia, porque existem comunidades.” O cardeal Steiner disse que “nessas comunidades é que nós vamos, devagarinho, sendo ajudados.” Ele vê as pastorais como aquelas que estão ajudando as comunidades a terem vida. É por isso, afirmou, a necessidade de “ter as pastorais que ajudem a comunidade a viver.” Nessa perspectiva, partindo da realidade da arquidiocese de Manaus, ele sublinhou que “nós percebemos que as pastorais são essenciais”, considerando as coordenações de pastoral como aqueles que “têm essa visão de saber que existe uma prelazia, existe uma diocese, existem comunidades”, e nessas comunidades existem as pastorais. O presidente do Regional lembrou que “muitas vezes também são as pastorais que nos ajudam a movimentar, inclusive socialmente e politicamente, no sentido do bem-estar da comunidade.” Ele insistiu na necessidade de partilha entre as pastorais e as coordenações de Pastoral. Na mesma perspectiva, dom Zenildo Lima destacou a importância das diretrizes para a evangelização do Regional Norte1, que o bispo auxiliar de Manaus considera horizontes de evangelização. Ele considera muito importante que sempre nessa perspectiva de sinodalidade, ir organizando o Regional e as pastorais, da partilha de uns com os outros, ajudando a conhecer as demandas, também pela presidência do Regional. Uma partilha que foi realizada durante a reunião por parte dos coordenadores e coordenadoras das pastorais em nível regional e de Pastoral nas igrejas locais. Algo que pode ajudar a melhorar o diálogo em vista de um avançar nos processos evangelizadores. Um diálogo que ajuda a buscar caminhos e estratégias a seguir, sendo a partilha uma oportunidade de crescimento em vista de descobrir as pastorais como tentativa de seguir Jesus numa comunidade, sendo o Regional algo que existe para ajudar as dioceses e as pastorais. Todos somos enviados para anunciar a plenitude do Reino em Jesus, concluiu o cardeal Steiner. Luis Miguel  Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Coordenadores de Pastoral aos bispos do Regional: “O caminho sinodal nos fortalece, nos anima e nos impulsiona ao trabalho em conjunto”

Os coordenadores e coordenadoras de Pastoral das igrejas locais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), reunidos na Casa de Encontro Crosta Rosa, Manaus, os dias 18 e 19 de fevereiro de 2025, escreveram uma carta aos bispos do Regional onde expressaram “o quão gratificante foi este encontro para a nossa caminhada pastoral e missão”. Um encontro em que “partilhando as nossas experiências, pudemos dividir nossas alegrias, desalentos, desafios e, sobretudo, a necessidade de continuarmos percorrendo o caminho da sinodalidade tão sonhada para a nossa Igreja”, afirma a carta. Segundo os coordenadores e coordenadoras de Pastoral, “este momento nos possibilitou identificar o que nos une, o que nos fortalece e o quanto precisamos dedicar tempo, estudo e coragem para continuarmos nossa ação evangelizadora. Nossa partilha também deixou evidente que não é possível caminharmos sozinhos, ao contrário, o caminho sinodal nos fortalece, nos anima e nos impulsiona ao trabalho em conjunto. A escuta da Palavra nos lembrou para estarmos sempre abertos e acolhedores à diversidade de carismas e ministérios que enriquecem a nossa Igreja no Regional.” Os coordenadores e coordenadoras de Pastoral, renovam seu compromisso e disponibilidade “para continuarmos percorrendo o caminho da coletividade e comunhão fraterna, reforçando a importância e a necessidade do apoio e acompanhamento efetivo dos nossos pastores no serviço das coordenações de pastoral em cada Igreja local e na experiência regional”, ressaltando que “este encontro de coordenadores reacende em cada coração a chama da esperança e o desejo de trilharmos juntos a bela experiência de uma Igreja dinâmica, missionária e de portas abertas, com rosto amazônico, capaz de ser sinal nas diversas realidades sociais.” Finalmente, é mostrada mais uma vez sua “gratidão pela confiança e apoio para a realização deste momento de fortalecimento pastoral.” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

Coordenação de Pastoral: Ouvir as bases para construir uma ação pastoral coletiva e participativa

A coordenação de Pastoral nas nove igrejas que formam o Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil é um serviço que expressa a sinodalidade presente na Igreja. Um serviço assumido por padres, religiosas, leigos e leigas, que desde diferentes carismas e ministérios acompanham o trabalho evangelizador nas igrejas locais. A Ir. Mónica Cestari Nascimento é coordenadora de Pastoral na diocese de Roraima. A religiosa vê esse serviço como “um grande aprendizado. Estar com o povo, viver a comunhão para criar esse testemunho de fraternidade”, algo que ela afirma ser “muito forte na minha caminhada religiosa.” A religiosa destaca o testemunho da simplicidade, o testemunho de igualdade, que “me faz ficar sempre mais atenta aos apelos e aquilo que é próprio do meu carisma, que é servir como Cristo serve.” Conciliar os trabalhos, os serviços da Congregação, com aquilo que é a necessidade real de um coordenador de pastoral diocesano é um desafio, segundo a religiosa. Junto com isso, a Ir. Mónica afirma ser um segundo desafio o fato de “criar o laço de comunhão com os agentes de pastoral, com os padres.” “O coordenador de pastoral, além de animar toda a pastoral a nível diocesano, a importância é manter essa comunhão, essa unidade entre a ação pastoral, entre todas as paróquias e a nível diocesano”, afirma o coordenador de pastoral da diocese de Coari, padre Valdivino Araújo. Entre os desafios, o padre destaca “essa escuta e também essa abertura a acolher a participação de todos dentro desse processo de construção da ação pastoral, especialmente a nível diocesano. É ouvir as bases e também fazer o discernimento disso para construir uma ação pastoral evangelizadora coletiva e participativa”, salientou. Na diocese de Borba, a coordenação de Pastoral é assumida por uma leiga e um leigo, Ademir Jackson. Ele destaca que “essa dinâmica da sinodalidade nos ajuda a, junto como cristãos e como Igreja, poder dizer que nesse desafio todos nós precisamos assumir o nosso compromisso como batizado. E depois de entendermos esse chamado como missão de batizado, o cristão leigo assumir o seu compromisso também de protagonista, de poder também assumir os serviços, os ministérios que a Igreja tem como meio de evangelização, de levar a Palavra de Deus ao povo, de organizar as pastorais, as comunidades.” “O Regional Norte 1 já tem uma prática, desde tempos idos, de reunir anualmente os coordenadores e coordenadoras de Pastoral”, lembrou a secretária executiva, Ir. Rose Bertoldo. Um encontro que tem como objetivo, a partir da caminhada, “traçar linhas comuns e alguns encaminhamentos que são importantes para uma caminhada nessa dinâmica da sinodalidade, da colegialidade e da comunhão, o que é muito próprio do Regional Norte 1”, ressaltou a religiosa. A secretária executiva destacou a importância de acolher as coordenadoras e os coordenadores novos que chegam, e poder inseri-los nessa dinâmica do cuidado, da vida, da missão, da pastoral, em nível de cada diocese em particular, mas também dentro dessa dinâmica da caminhada coletiva das nove igrejas do Regional Norte 1. O encontro de coordenadores e coordenadoras de Pastoral, que está sendo realizado em Manaus nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2025, está ajudando a dar passos em vista dessa ação pastoral evangelizadora em comunhão, que é fundamento da sinodalidade, um modo de ser Igreja presente no Regional Norte 1. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1