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Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora: conversão das relações a partir da missão

Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora: conversão das relações a partir da missão

As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora têm acompanhado a vida da Igreja do Brasil nas últimas décadas. Desde 2022 estão sendo elaboradas novas diretrizes, que partiram de um processo de escuta, uma dinâmica que ainda continua, que aportou muitas contribuições segundo o bispo da prelazia de Tefé e membro da equipe responsável das diretrizes, dom José Altevir da Silva.

Construção em comum

Diversos atores, coordenadores diocesanos de pastoral, assessores das comissões episcopais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, representantes dos Organismos do Povo de Deus, as próprias dioceses a partir de fichas de trabalho, o Documento Final do Sínodo da Sinodalidade, tem ajudado a avançar no caminho de construção das diretrizes, que tem assumido uma metodologia sinodal, sustentada na conversação espiritual.

Tudo isso está recolhido no Instrumento de Trabalho, que tem procurado objetividade, claridade e acessibilidade, com uma linguagem simples que tem na missão um elemento que atravessa todo o texto, em vista de um verdadeiro instrumento de comunhão e ação evangelizadora e em continuidade com o Sínodo da Sinodalidade. A assembleia do Regional Norte 1, que está sendo realizada no Centro de Formação da arquidiocese de Manaus, de 15 a 18 de setembro de 2025, quer ser uma oportunidade para aportar elementos que devem estar presentes nas Diretrizes Gerais a partir da realidade das igrejas locais e das três conversões necessárias que propõe o Sínodo: das relações, dos processos e dos vínculos.

Igreja peregrina e sinodal

As diretrizes têm como objetivo “evangelizar, anunciando Jesus Cristo, como Igreja peregrina e sinodal, fundada na Palavra e nos Sacramentos, no testemunho de fé, esperança e caridade; formando comunidades de discípulos missionários, valorizando a piedade popular; fiel à evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Criação, a caminho da plenitude do Reino”.

A sinodalidade desafia a promover processos e não só eventos, animados pelo Espírito, tendo o Povo de Deus como ponto de partida e retorno, com uma pluralidade de sujeitos, promovendo a espiritualidade sinodal e uma renovação missionárias e sinodal das paróquias. Daí a questão que foi motivo de debate entre os participantes da Assembleia: O que hoje o Espírito diz à Igreja do Regional Norte 1?

Conversão das relações

Os participantes da assembleia destacam a necessidade de uma evangelização sinodal, que tem como base uma espiritualidade encarnada e a escuta do Espírito Santo e promove uma formação integral, que abrange todas as dimensões, com comunidades que anunciam e defendem a vida. Junto com isso a caridade pastoral, a escuta, diálogo e conversação espiritual. Se faz necessário acolher, uma conversão das relações a partir da missão, que tem como base o batismo, que deve ajudar no protagonismo laical, no incentivo da ministerialidade e na presença de mulheres em espaços de decisão, também em instâncias maiores. Isso porque a missão é de todo o Povo de Deus.

O desafio é fazer realidade uma Igreja mais sinodal do que sacramental, que demanda rever os processos de acompanhamento e uma formação sinodal gerando uma pertença eclesial que se concretiza na vida em comunidade. O discernimento em todas as dimensões possibilita avançar no caminho da sinodalidade. A opção por Jesus deve ser entendida como base de todo processo, algo que se faz presente na Iniciação à Vida Cristã e na família, base de toda a realidade.

Centralidade da Palavra de Deus

Assumir a dinâmica da inculturação e da interculturalidade se torna uma necessidade, assim como o diálogo com as novas expressões juvenis. A Palavra de Deus deve ser colocada no centro, como fundamento da espiritualidade bíblica e de uma Liturgia comprometida com a vida e com a ecologia integral. Tudo isso em comunidade, destacando as comunidades eclesiais de base, criar comunidades onde se realizam círculos bíblicos, a liturgia dominical, onde se faz necessária uma alternância nas lideranças. Nessa perspectiva, as constantes mudanças no clero e na Vida Religiosa é visto como algo que dificulta a missão.

Devem se dar passos para fortalecer a comunhão, para entender que a missão tem que levar em consideração a diversidade de cada lugar. Promover um trabalho pastoral inclusivo que acolha todas as novas realidades, com um trabalho pastoral em saída, mas sem esquecer a necessidade de recursos financeiros para garantir a presença em comunidades remotas.

Sinodalidade nas pastorais

A sinodalidade se faz presente nas pastorais do Regional Norte 1 e leva a descobrir a importância dos processos de escuta, segundo acontece no Laicato, ajuda a avançar na organização da Pastoral da Saúde, a ser testemunhas de humanidade diante de uma realidade social que invisibiliza o idoso, uma dinâmica presente na Pastoral da Pessoa Idosa. As comunidades eclesiais de base se apresentam como uma presença nas pequenas comunidades como espaços de vocações. Do mesmo modo, a Pastoral da Criança, em sua tentativa de buscar vida plena para todas as crianças, mesmo a diversidade de realidades no Regional, que desafia o trabalho cotidiano. Um acompanhamento, neste caso com as pessoas com HIV, assumido pela Pastoral da AIDS. Mas também uma presença nas cadeias, que é assumida pela Pastoral Carcerária.

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