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Formação para prevenção de abusos no Regional Norte1 da CNBB: Ter no coração o cuidado com as pessoas

Formação para prevenção de abusos no Regional Norte1 da CNBB: Ter no coração o cuidado com as pessoas

Cuidar da
vida é um dos elementos fundamentais da missão da Igreja, uma dinâmica capital
quando se fala de abusos, uma realidade que tem que ser enfrentada sem evasivas.
Nesse enfrentamento, uma exigência do Papa Francisco, como expressa o Motu
Próprio “Vox Estis Lux Mundi”, que determinou as regras que estabelecem novos
mecanismos para a proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis, é
fundamental uma formação que permita conhecer em detalhes os passos a serem
dados para enfrentar e denunciar essas situações
.

O Regional
Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1) elaborou um “Manual
para a Proteção de Crianças, Adolescentes e Pessoas Vulneráveis da Metropolia
de Manaus
”, com a participação dos bispos e da Comissão Metropolitana, que
agora está sendo dado a conhecer em diversos encontros de formação on-line e
presenciais, realizados nas igrejas locais.

Encontros
que pretendem ajudar o clero, a Vida Religiosa, as comunidades de vida, os
funcionários e colaboradores, aqueles que assumem um trabalho voluntário ou as
diversas pastorais, a entender e assumir que os ambientes eclesiais têm que
“oferecer relações sadias”, segundo explicita o bispo auxiliar da arquidiocese
de Manaus, dom Zenildo Lima. Ele define os encontros formativos como momento
para que “nós sintamos que nós fazemos parte de um ambiente de cuidado”, algo
que, segundo o bispo, tem a ver com a ecologia integral, tema da Campanha da
Fraternidade em 2025, dado que “homem e mulher também fazem parte da Criação, e
quando eu cuido de homem, de mulher, quando eu cuido de crianças, adolescentes e
adultos mais fragilizados, eu estou cuidando de um dom, de uma vida, de uma Criação
do nosso Deus.”

A formação
é ocasião para aprofundar num texto elaborado a partir de muitas mãos, que
inclusive pode ser enriquecido e transformado, a partir da realidade das
igrejas do Regional Norte 1. Mas o grande desafio, sublinha o bispo auxiliar de
Manaus, é fazer com que o texto um dia possa “estar no coração da gente”, que
faça com que não precise recorrer constantemente ao texto do protocolo, “porque
teremos no coração da gente, o cuidado com as pessoas.”

O Manual é
mais um instrumento que ajuda a consolidar o trabalho feito no Regional Norte 1
ao longo de muitos anos por diversas instituições e organismos
, dentre eles a
Rede um Grito pela Vida, que nos próximos dias completa 18 anos de presença na
arquidiocese de Manaus, tendo espalhado seu trabalho aos poucos pelas outras
igrejas locais do Regional Norte 1, segundo lembrava a secretária executiva do
Regional Norte1, Ir. Rose Bertoldo, que também é membro dessa rede que trabalha
a prevenção ao abuso e exploração sexual e o tráfico de pessoas, tendo abordado
muitas vezes essa temática em momentos formativos.

A religiosa
destaca a importância de trabalhar agora dentro dos espaços eclesiais essa
questão, segundo pede o Papa Francisco em “Vox Estis Lux Mundi”, algo que tem
marcado a construção do documento que está sendo apresentado nas diversas
formações, em vista de um trabalho de prevenção com as lideranças das igrejas
locais. Um processo de formação que “vai ser contínuo, permanente”, destaca a
secretária executiva do Regional Norte 1, que insistiu na necessidade daqueles
que participam dos encontros formativos trabalhar essa temática nas comunidades.
De fato, as igrejas locais e as conferências episcopais deverão enviar um
relatório anual à Cúria Vaticana sobre aquilo que está sendo feito no âmbito da
prevenção dos abusos
.

O objetivo
é claro: “tornar os nossos espaços eclesiais, espaços seguros, sem violência”,
afirma a religiosa. Segundo ela “a grande missão é esse cuidado que a gente tem
com a vida em todos os nossos espaços.” É por isso que o Manual elaborado, “não
é só um documento que fez e vai ficar lá na prateleira, é uma implementação de
como a gente está trabalhando para a gente zerar essa questão dos abusos nos
espaços eclesiais
”, algo que fere a dignidade, além de ferir o corpo.

Uma questão
continuamente recordada pelo Papa Francisco, que afirma que “crimes de abuso
sexual ofendem Nosso Senhor, causam danos físicos, psicológicos e espirituais
as vítimas e prejudicam a comunidade dos fiéis que e, para que esses casos em
todas as suas formas não ocorram mais, é necessária uma conversão continua e
profunda dos corações, acompanhadas de ações concretas e eficazes que envolvam
todos na Igreja.” É por isso, que todos aqueles que fazem parte da Igreja devem
lembrar que com a nossa ingenuidade nos tornamos cúmplices. Daí a importância
da formação que está sendo realizada, algo urgente, inadiável e que deve se
tornar uma constante no futuro.

 
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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