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Missiologia: “A dimensão da Esperança no Chão da Amazônia”

Missiologia: “A dimensão da Esperança no Chão da Amazônia”

“A dimensão da Esperança no Chão da Amazônia a partir da Missão da Igreja” foi o tema que norteou o II Simpósio de Missiologia e III Semana Filosófica e Teológica. Um espaço para refletir, partilhar e aprofundar as dinâmicas da missão Evangelizadora. Organizado pela Faculdade Católica do Amazonas, o Conselho Missionário de Seminaristas (COMISE NORTE 1) e o Seminário Arquidiocesano São José.

Responsabilidade missionária

O Arcebispo de Manaus e Presidente do Regional Norte 1, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Leonardo Steiner, esteve presente na segunda noite do evento e interpelou os presentes “E qual é a nossa missão? A missão aquela que Jesus nos confiou. Nós não estamos inventando, nós somos uma herança. Nós recebemos uma herança missionária. E essa minha herança missionária diz no texto de Marcos: ‘Ide pelo mundo inteiro e proclamai o Evangelho a toda a criatura!’ (Mc 16,15)”.

Em suas palavras “a herança de missão que não é uma herança dada aos bispos, aos padres. Não, é uma herança que todos nós recebemos”, explicou. Esta afirmação faz com que “especialmente agora que o Papa retomou a questão da Sinodalidade, de irmos pensando que todos nós temos uma responsabilidade missionária“.

As muitas Amazônias

Na primeira noite, Pe. Matheus Marques, pároco Área Missionária São João Paulo II, conduziu a conferência de abertura com a proposta de “Os caminhos da Missão da Igreja na Amazônia: Memória e Esperança”, em sua fala destacou a complexidade desses caminhos, visto que “são muitas as Amazônias” seja do ponto de vista geográfico que se estende para além do território brasileiro, seja pela Amazônia que está no Brasil que também é diversa.

Dando seguimento, explicou que os dados apresentados são muito situados. Falam a partir de “uma expressão da Amazônia” que é o Regional Norte 1, a Arquidiocese de Manaus. Marques afirma que existe “uma história em comum, que essas Amazônias, ou que a região amazônica participa”.

O recorte feito pelo conferencista, abrange o período da romanização, porque, segundo ele, é possivelmente “um período formador de identidade, ou que quis ser, ou que se propôs ser, formador de uma identidade eclesial” até “uma possibilidade de amazonização da igreja”.

As comunidades gestam testemunhos missionários

Ir. Carmelita, da Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), expressou que, ao fazer memória de sua história de vida, percebe seu chamado à vocação missionária aconteceu num processo marcado pela “mão de Deus”. Afilhada de missionários ativos na região de Eirunepé, onde ela nasceu, vivenciou uma infância “ligada à igreja, às coisas da igreja, toda essa movimentação de interior” comum das regiões amazônicas.

Ao mudar-se com família para Manaus, conheceu os padres e as irmãs Agostinianos que eram “muito dinâmicos”. Nessa perspectiva, o colégio e a proximidade com a Igreja de Santa Rita permitiu que crescesse e fecundasse aquela semente da vocação missionária, explicou. E fez memória de dois nomes, Ir. Cleusa e Frei Laurindo, e da convivência na paróquia, onde descobriu a existência das missões.

Em relação aos desafios, abordou a adaptação entre a agitação da comunidade paroquial e a rigidez da educação salesiana. E também de discernir o sonho da vida religiosa em meio as agitações sociais que o país vivia. Além disso,  destacou e a dificuldade em deixar a família e que trabalho desenvolvido no bairro, na morada “aliviou para que pudesse entrar e caminhar” junto à congregação.

O diálogo com paradigma missionário

Na Querida Amazônia, Papa Francisco apresenta a realidade existente na região “Numa Amazônia plurirreligiosa, os crentes precisam de encontrar espaços para dialogar e atuar juntos pelo bem comum“. Esse cenário aponta para a necessidade de pensar o Ecumenismo e o Diálogo inter-religioso. Dom Hudson, bispo auxiliar de Manaus e Diretor Acadêmico da faculdade, junto ao Prof. Dr. Pe. Ricardo Gonçalves permearam essa realidade por meio da conceituação dos termos e condução feita pela Igreja ao longo dos tempos.

“Aprofundar como esta temática, este diálogo, está presente em vários documentos da Igreja, nos ajuda a vivenciar, refletir a vida de Jesus, que também foi uma vida de diálogo com outras realidades, com outros contextos diferentes deste. Então agradecemos e diria que as palavras-chave dessas colocações, muito profundas, que nos ajudam a entender a visão ampla da missão é a palavra diálogo, a palavra paz, a palavra unidade, a palavra diversidade. E tudo isso nos convida a uma abertura a uma compreensão e a uma corrida nesse mundo”, resumiu Ir. Rosana Marchetti, Missionária da Imaculada.

O Cardeal Steiner refletiu que “esse modo aguerrido de às vezes combater o Ecumenismo e o diálogo inter-religioso” parece vir daqueles que “não conseguiram perceber o fundo da Fé. Eles acham que eles é que têm fé e não percebem que a Fé que nos têm“. e por esse motivo “talvez não compreendam a grandeza e a profundidade, e por isso não conseguem ver que existem outras possibilidades de uma relação com Deus. Existem outras maneiras de chamar Deus de Pai. Existem outras maneiras de se sentir filho e filha de Deus”, explicou.

A dinâmica das cidades e a ação missionária da Amazônia urbana

Os painéis temáticos do 2° dia do Simpósio abordaram a “Pastoral Urbana: Sinais de Esperança nas periferias geográficas e existenciais”, ministrado pelo Secretário Nacional da Pontifícia União Missionária (PUM), Pe. Rafael Lopez, e “As dinâmicas de atuação da Infância e Adolescência Missionária (IAM) na Igreja”, apresentado pela assessora da IAM, Merci Soares.

Pe Rafael apresentou que “a pastoral urbana é ação missionária realizada no ambiente urbano em uma ‘Igreja em saída’ com as portas abertas, indo ao encontro das pessoas e realidades”. E também que seus desafios são reflexos do modo como as cidades estão organizadas: a vida acelerada, diversidade cultural, desigualdades sociais, pluralismo religioso, anonimato, violência, exclusão, novas formas de comunicação e modos de viver a fé.

A experiência vivida pela IAM também se depara com a realidade da Pastoral Urbana nas periferias geográficas e existenciais. Merci fez memória de que em muitas situações falta aquilo que “não é só material, mas é também material, que é preciso”. Isso porque não se pode esquecer que “o ser humano se ele não tiver as suas necessidades básicas supridas” se vulnerabiliza e concetra sua vitalidade em “suprir aquelas necessidades”. E a IAM possibilita esses sinais de Esperança para que essas crianças vivenciem uma outra realidade possível.

Fotos: Seminarista Lucas Santos Maia (Diocese de Roraima)
Assessor de Comunicação do Comise Labontè

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