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Cardeal Steiner: “Cristo ressuscitou! Esse anúncio chegue a todos, a cada casa, a cada família”

Cardeal Steiner: “Cristo ressuscitou! Esse anúncio chegue a todos, a cada casa, a cada família”

“Amados irmãos e irmãs, Feliz Páscoa, Cristo ressuscitou!” Com essas palavras iniciou o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, sua homilia no Domingo da Páscoa. Ele recordou que “a Igreja hoje canta, clama: Jesus ressuscitou! Louvemos a Deus, Aleluia! Louvemos a Deus que fez por nós maravilhas. Louvemos a Deus que nos livrou da morte e devolveu-nos a vida. Aleluia!”

Venceu a misericórdia

Junto com isso, o presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), pediu que “esse anúncio chegue a todos, a cada casa, a cada família, especialmente aos que sofrem com a guerra, com os conflitos, o desemprego, a fome, onde há mais sofrimento, dor, desespero. Jesus ressuscitou, há esperança! Venceu o amor, venceu a misericórdia! A morte já não tem poder, o mal foi vencido pelo amor e pela bondade!”

No relato do evangelho do dia, ele destacou que “Maria Madalena vai na madrugada escura ao encontro de Jesus no túmulo e o encontra vazio. Pedro e João correm ao sepulcro e, no vazio, encontram os sinais da presença. Nos sinais de sua presença passada, agora a sua ausência. Ausência, maior sinal de sua presença. Nova presença, a superação da morte! Esperança!”

“Tiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o colocaram. Sim o tiraram do túmulo. Não permaneceu no túmulo da morte, saiu da morte para vida! A vida venceu a morte! A morte já não tem poder sobre ele, por isso o túmulo vazio. No túmulo depositamos os mortos, para dar-lhes um lugar digno, como fizeram com o descido da Cruz. Ele agora verdadeiramente transfigurado, humano-divinizado, rompe a sepultura, abre o túmulo”, disse o arcebispo.

O túmulo não guarda mais o corpo

Segundo ele, “o túmulo guardava o corpo, já não guarda mais. O túmulo era ainda uma referência de presença, já não é mais. O túmulo era última recordação da presença do mestre, já não mais. Uma alma vazia, uma alma livre (Mestre Eckhart), está pronta para o encontro com o Amor que não é amado; uma alma livre, esvaziada, despojada, onde foi removida a pedra da entrada, que não guarda mais as exterioridades, que não mais vive dos sinais aparentes de faixa e panos, se apressa, corre na espera de que o amado venha, bata à porta e entre. A alma livre desejosa, amante, corre o risco do encontro.”

O cardeal recordou que “na sua homilia da Páscoa Santo Agostinho diz a seus irmãos e irmãs: ‘amados, vamos celebrar cada dia da Páscoa e meditar assiduamente todas estas coisas. A importância que atribuímos a estes dias não deve ser tal que nos levará a negligenciar, senão a lembrança da paixão e ressurreição do Senhor, quando todos os dias sejamos nutridos com seu corpo e sangue; No entanto, nestas festividades a lembrança de Cristo é mais brilhante, mais intensa, e a renovação, mais alegre, porque a cada ano nos traz, diante dos olhos, a memória desses eventos. Celebrem, portanto, esta festa como uma transição e pensem que o reino futuro deve permanecer para sempre. Se nós, cheios de alegria nestes dias passageiros, nos lembramos com devoção da solene paixão e ressurreição de Cristo, – quão feliz nos fará o dia eterno quando vamos vê-lo e permanecer com Ele? Dia cujo desejo somente gera uma grande expectativa e nos dá alegria’”

Diante da ressurreição, o cardeal questionou: “Mas se o Senhor ressuscitou, como existem essas situações deprimentes, esses desertos, essas violências, as mortes? Tantas desgraças, doenças, tráfico de pessoas, guerras, destruições, mutilações, vinganças, ódio? Onde está o Senhor? Vemos alastrar-se o deserto da guerra, da morte. Quantos desertos tem o ser humano de atravessar ainda hoje! Ao celebrarmos o Ressuscitado, cremos que Ele pode ‘fazer florir mesmo a terra mais árida, pode devolver a vida aos ossos ressequidos’ (cf. Ez 37, 1-14).”

O amor de Deus é mais forte

Em palavras do cardeal Steiner, “Jesus ressuscitou, significa que o amor de Deus é mais forte que o mal e a própria morte; significa que o amor de Deus pode transformar a nossa vida, fazer florir o deserto. O deserto dos corações, o deserto que se alastra na destruição da terra. Sim, o universo recebeu a graça da vida nova, pois o amor é transformativo, purificador. O amor de Deus que se fez nossa humanidade e percorreu o caminho da humildade, da dor, do sofrer, do dom de si mesmo, até a morada dos mortos, ao abismo da separação de Deus. O amor misericordioso inundou de luz e vida o corpo morto de Jesus e transfigurou-o, ressuscitando-o de entre os mortos. Jesus agora ilumina a nossa humanidade, abrindo-nos um futuro de esperança”, disse inspirado na primeira homilia do dia da Páscoa de Papa Francisco.

Seguindo com a homilia do Papa na Vigília da Páscoa de 2020, o arcebispo de Manaus disse que “com a sua morte e Ressurreição “conquistamos um direito fundamental, que não nos será tirado: o direito à esperança. É uma esperança nova, viva, que vem de Deus. Não é mero otimismo (…). É um dom do Céu, que não podíamos obter por nós mesmos. Tudo correrá bem: repetimos com tenacidade nestas semanas, agarrando-nos à beleza da nossa humanidade e fazendo subir do coração palavras de encorajamento. Mas, à medida que os dias passam e os medos crescem, até a esperança mais audaz pode desvanecer. A esperança de Jesus é diferente. Coloca no coração a certeza de que Deus sabe transformar tudo em bem, pois até do túmulo faz sair a vida.”

Deus é vida, somente vida

Talvez, por isso Santo Irineu a nos dizer: “Eis o que é a Páscoa: é o êxodo, a passagem do homem da escravidão do pecado, do mal, à liberdade do amor, do bem. Porque Deus é vida, somente vida, e a sua glória somos nós: o homem vivo”, recordou o cardeal.

Ele lembrou que “São Pedro memorava nos Atos dos Apóstolos (At 10,40-43) como Jesus se manifestou a ele e aos outros discípulos que conviveram com ele. Depois de ter ressuscitado dos mortos, comemos e bebemos com Jesus, fomos seus convivas, fomos seguidores, estivermos na sua proximidade, na sua intimidade, na sua familiaridade. Tudo para nos dizer que a ressurreição não é um ouvir dizer, eles me disseram, eles contaram, eu li a respeito. Nós comemos e bebemos com ele! Mais, Pedro a nos dizer que Jesus lhes deu o mandato, o mandamento do anúncio, de serem testemunhas da vida que supera a morte. Anunciadores de que ele é o sinalizador, o iluminador, dos vivos e dos mortos. Os mortos que nele agora vivos.”

“O Senhor ressurgiu, aleluia!”, enfatizou o arcebispo de Manaus, repetindo as palavras de São Paulo: “aspirai às coisas celestes e não às coisas da terra. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo, em Deus” (Cl 3,2-3). O Senhor da Luz, o vencedor da morte nos convida a uma vida nova. Profundamente encarnada, transformada, transfigurada em Cristo: “vós fostes revestidos de Cristo” (Cl 3,4).

Vida para todo o universo

“Desejamos ter sempre diante de nossos olhos, Aquele que na morte fez-se vida para todo o universo. Ele a guiar nossos passos nas intempéries e dificuldades. Como nos lembrava Paulo: ‘Irmãos: se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde Cristo, sentado está à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. (…) Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória’ (Cl 3,1-4), afirmou o cardeal.

Citando o texto do evangelho: “Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo”, o arcebispo de Manaus disse que “nós podemos cantar com Maria Madalena: ‘Vi Cristo ressuscitado, o túmulo abandonado. O Cristo que leva aos céus, caminha à frente dos seus. Ressuscitou de verdade!’”

Finalmente, o cardeal Steiner sublinhou que “recebemos a graça de crer no Ressuscitado, vivamos com pessoas da vida nova, como mulheres e homens de esperança. Vivamos como seguidores e seguidoras de Jesus. Sigamos seus passos, mesmo no vazio. No vazio poderemos encontrá-lo na sua benevolência, a graça da vida nova, a plenitude de vida. Amém.”

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