Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Cardeal Steiner: “Na encarnação de Deus, está Maria, Mãe de Deus, que em Jesus é nossa Mãe e Mãe da Igreja”

Cardeal Steiner: “Na encarnação de Deus, está Maria, Mãe de Deus, que em Jesus é nossa Mãe e Mãe da Igreja”

Na
solenidade da Mãe de Deus, Mãe da Igreja, o arcebispo de Manaus e presidente do
Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), dizendo
que “a liturgia nos apresenta a visita dos pastores ao Menino Deus. O texto
sagrado a nos recordar a razão, a verdade da nossa fé ao louvarmos a Maria como
Mãe de Deus, Mãe da Igreja e nossa Mãe: o mistério do nascer de Deus em
nossa humanidade
.”

Ele
lembrou que “ouvimos, mais uma vez o anúncio do Anjo: ‘Hoje, nasceu para vós um
Salvador!’ (Lc 2,10-11). O anúncio levou os pastores uma dupla resposta: que o
sinal seja verificado e que seu significado aceito. Os pastores caminham
pressurosos e encontram tudo como fora anunciado pelo Anjo: Maria, José e o
Menino deitado na manjedoura. Depois de terem aceitado o anúncio e terem
encontrado o Menino e sua Mãe, irrompem em louvores e ação de graças. Um
verdadeiro anúncio a todos
. Um anúncio de paz, de fraternidade. A Boa Nova
do nascer de Deus é proclamado a todos quantos encontravam. São os primeiros
evangelizadores.”

Com
as palavras de Fernandes e Fassini, o arcebispo de Manaus afirmou que “A
tradição cristã vê nestes pastores a figura dos pobres da terra que vivem à
margem da segurança e das benesses do estado, da sociedade e da religião, uma
gente fora da lei
, envolvida, muitas vezes, em brigas internas por causa de
furtos e outras desavenças comuns neste gênero de vida. Mas, não podemos
esquecer, principalmente, que esses pastores estão ligados a Belém, a cidade de
origem do menino Davi, pequeno pastor, escolhido para ser o grande rei, um
segundo fundador do Povo eleito, imagem do futuro Messias; devemos também
recordar Abraão e demais patriarcas, humildes e simples pastores que, também,
souberam dar sua resposta de fé à visita e ao chamado do Senhor.”

Diante
disso, o cardeal Steiner questionou: “Quem é o centro do anúncio, quem é
recordado, anunciado?
”, respondendo que é “Aquele que recebe o nome de
Jesus.” Segundo ele, “no mistério revelativo, na
encarnação de Deus, está Maria, Mãe de Deus, que em Jesus é nossa Mãe e Mãe da
Igreja
. Não fosse a Mãe de Deus, não a teríamos como mãe e não a
celebraríamos como a Mãe da Igreja.”

Na
beleza, singeleza do mistério do Natal temos diante de nossos olhos a presença
de Deus em nossa humanidade
. Jesus é uma única pessoa, portadora de duas
naturezas: a divina e a humana, que, sem se confundir, encontram-se profunda e
intimamente unidas. Assim, Maria não é simplesmente a mãe Jesus, mas também do
Verbo encarnado, ou, como a saudou Isabel: “Mãe do meu Senhor” (Lc 1,43). Ela é,
assim a Theotokos, ela é verdadeira Mãe
de Deus. É assim que a invocamos e saudamos e amos. Em cada Ave-Maria que sai
do nosso coração a recordamos e a saudamos como a Cheia de Graça. E a invocamos:
Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores”, ressaltou o arcebispo de Manaus.

Analisando
a segunda leitura, o cardeal Steiner destacou que “nos recorda que somos filhos
e filhas no Filho (Gl 4,4-7), pois “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus
enviou seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4). O Filho de Deus, o filho
de Maria, gestado em nossa humanidade
. Nesse processo gestativo, Jesus
comunga da condição humana e nós recebemos a dignidade divina. Paulo insiste
que o Filho de Deus é homem como todo e qualquer homem, homem inteiramente
humano. Porque nascido de mulher, proclamarmos Maria como Mãe de Deus, nos afirmamos
que somos todos verdadeiros irmãos, e irmãs. Nela vemos como Deus não fez
descriminação, e nela, Mãe de Deus e nossa, somos todos pertencentes à mesma
filiação. No Filho nascido, e nela Mãe de Deus, buscamos superar todos as discriminações:
sociais, religiosas, econômicas, de raça, de cultura. ou político.”

O
presidente do Regional Norte1 recordou que “ao celebrarmos Mãe de Deus e nossa,
celebramos o Dia Mundial da Paz”, e disse que “Papa Francisco nos enviou uma
mensagem provocativa para o dia da Paz: ‘Perdoa-nos as nossas ofensas,
concede-nos a tua paz’. A paz que nasce do perdão, a paz que nasce com o
perdão
. Sem reconciliação a paz permanece um desejo.”

O
cardeal citou as palavras do Santo Padre: “Na aurora deste novo ano que nos é
dado pelo nosso Pai celeste, um tempo jubilar dedicado à esperança, dirijo os
meus mais sinceros votos de paz a cada mulher e a cada homem, especialmente
àqueles que se sentem prostrados pela sua condição existencial, condenados
pelos seus próprios erros, esmagados pelo julgamento dos outros e já não veem
qualquer perspectiva para a sua própria vida. A todos vós, esperança e paz,
porque este é um Ano de Graça, que vem do Coração do Redentor!

“As relações novas que o perdão possibilita, cria a
fraternidade. Dela nasce a paz. A intoxicação individualista, idólatra,
consumista, oculta a justiça, desfaz a concórdia e impede a paz. A paz minada
pela “desfraternidade”! Somos provocados a promover e fomentar relações que abrem
o caminho da fraternidade: “Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua
paz”. A paz nasce da fraternidade, do sermos todos irmãos e irmãs. Paz que é o
cuidado uns pelos outros. O cuidado de irmãs e irmãos, desperta o espírito de
bem-querer. Existem tensões, incompreensões, diferenças, até, às vezes
agressões, mas o ser irmã, o ser irmão, refaz os laços, reconduz ao amor
gerativo, possibilita a convivência de cuidado, justiça e fraternidade
.
Nada que não possa aproximar e no amar perdoar”, refletiu o arcebispo de
Manaus.


“Juntos pelas sendas da paz! E na
busca da paz há necessidade da justiça e do perdão. A verdadeira paz é fruto da
justiça. Será o perdão a curar as feridas e a restabelecer em profundidade
as relações humanas fragmentadas, danificadas, rompidas. O perdão e a
justiça estabelecem relações profundas e fecundas, pois não acontece na
solidão, mas no encontro
”, lembrou o cardeal Steiner com as palavras do Papa
João Paulo II no Dia Mundial da Paz de 2002.


Ele pediu que “o
ano de 2025, ano Jubilar, ano da esperança, possibilite e fomente a paz!

Ela cresça e se fortaleça. Uma paz verdadeira e duradoura. Procurar a
verdadeira paz, que é dada por Deus a um coração desarmado: um coração que não
se esforça por calcular o que é meu e o que é teu; um coração que dissolve o
egoísmo para se dispor a ir ao encontro dos outros; um coração que não hesita
em reconhecer-se devedor de Deus e que, por isso, está pronto para perdoar as
dívidas que oprimem o próximo; um coração que supera o desânimo em relação ao
futuro com a esperança de que cada pessoa é um bem para este mundo”, inspirado
no texto do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz de 2025.



Citando o texto do
livro dos Números: “Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz”.
Para o
perdão das ofensas, a oferta, para a paz a imploração: conceda-nos a tua paz. O
perdão e a imploração se fazem benção na primeira leitura.  
Que o Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça resplandecer sobre ti seu olhar e te conceda sua graça! O Senhor volte para ti o
seu olhar e te dê a paz!” (Nm
6,24-26), o cardeal disse que “o Senhor acolha nosso pedido de reconciliação e
nos conceda a benção de sua paz.”

“Somos na
celebramos de hoje convencidos por Paulo de que somos filhos e filhas, pois
recebemos o Espírito do Filho que clama Abá, Pai! Somos, assim todos filhos e filhas,
herdeiros da vida nova! Então além da benção da vida nova, possamos suplicar
a graça do perdão por não vivermos com irmãos e irmãs
, e a graça de ‘concede-nos
a tua paz’”, sublinhou o cardeal.


“Ao celebrarmos o Dia Mundial da Paz
na Solenidade da Mãe de Deus e da Igreja, peçamos a ela a graça de percorrermos
os caminhos da paz. Ela que soube recolher em seu coração os mistérios não
compreendidos de Deus, ela que gerou o Príncipe da Paz, ela que nos conduz
sempre ao encontro de Jesus, nos ajude a perseverar na edificação da paz”,
pediu o arcebispo.


O cardeal Steiner
encerrou sua homilia dizendo: “Concede-nos, Senhor, a paz! Perdoa-nos as nossas
ofensas, Senhor, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e, neste
círculo de perdão, concede-nos a tua paz, aquela paz que só Tu podes dar para
aqueles que deixam o seu coração desarmado, para aqueles que, com esperança,
querem perdoar as dívidas aos seus irmãos, para aqueles que confessam sem medo
que são vossos devedores, para aqueles que não ficam surdos ao grito dos mais
pobres.”



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Fale Conosco
(92) 3232-1890