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Uma sociedade e uma Igreja que grita por Saúde, por direitos para os vulneráveis

Uma sociedade e uma Igreja que grita por Saúde, por direitos para os vulneráveis

A tentativa, o
desejo de calar os gritos é algo próprio daqueles que têm poder. Aos poucos,
parece que eles vão conseguindo criar uma sociedade muda, onde cada vez é mais
difícil encontrar pessoas dispostas a gritar, a lutar pelos direitos humanos,
pelos direitos sociais. Como diz o ditado popular: “o povo apanha calado”.

O Grito dos
Excluídos, que está completando 30 anos, é um momento para que como sociedade,
também como Igreja, possamos gritar em favor de um mundo melhor para todos e todas,
em favor desse Reino de Deus que quando a gente reza, pede que venha a nós
. Mas
infelizmente, nossa fé esquece desse compromisso, da prática da verdadeira
religião, que é defender àqueles que ninguém defende.

Em Manaus, o Grito
dos Excluídos acontece hoje, quinta-feira, 5 de setembro, iniciando às 15 horas
na Praça da Saudade
. Um grito por melhorias urgentes na saúde pública do
Amazonas, uma situação que provoca muito sofrimento, especialmente nos mais
pobres. O descaso com a saúde pública no Amazonas é total, as pessoas sofrem as
consequências do sucateamento do SUS, que tem como consequência a falta de
medicação essencial, a carência de especialidades médicas, as longas filas de
espera para as consultas e procedimentos, dentre outras situações que a
população sofre.

A gente se depara
nas últimas semanas com a campanha para as Eleições Municipais, onde candidatos
e candidatas fazem promessas, quase sempre infundadas e sem nenhuma pretensão
de concretizá-las
. Candidatos a prefeitos e vereadores que atualmente ocupam ou
tem ocupado cargos no Poder Executivo e no Poder Legislativo, ou que são
apoiados por aqueles que ocupam ou tem ocupado recentemente cargos nesses
âmbitos, e que pouco ou nada fizeram pela saúde.

Será que dá para
acreditar nessas promessas? O povo é consciente de que o voto tem
consequências?
Podemos votar naqueles que são os causantes principais, eles ou
seus aliados políticos, da situação catastrófica que o povo do Amazonas está
vivendo em relação à Saúde? Quando vamos tomar consciência que o dever
fundamental daqueles que desempenham um cargo político é garantir as políticas
públicas?

Junto com a Saúde
um grito pelo cuidado da Casa Comum, ainda mais diante da seca estrema que pelo
segundo ano consecutivo estamos sofrendo. Somos conscientes de que o cuidado da
Casa Comum é responsabilidade de todos nós? Os problemas ambientais não se resolvem
só com a criação do Ministério de Meio Ambiente, se faz necessário uma maior
fiscalização e que o Governo Federal e o Governo Estadual não façam a vista
grossa
em relação às queimadas, ao garimpo ilegal e a tantas situações que
destroem a Amazônia. O poder econômico, a quem só interessa o lucro, não pode
ser a causa de tanta destruição e ficar impune.

Quando a Casa
Comum é destruída, a saúde do povo, especialmente dos mais vulneráveis, sofre.
O grito da Terra e o grito dos pobres é o mesmo, e por isso a Igreja não pode
ficar calada, não pode deixar de impulsionar esse clamor, não pode deixar de
ser profeta. Uma Igreja que fica presa nos templos corre o risco de pegar mofo,
uma Igreja que grita por justiça e garantia de direitos vai se tornando o
melhor testemunho daquele que veio para que todos tenham vida em abundância.


Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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