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Assembleia Regional Norte 1 em Manaus de 15 a 18 de setembro: aprofundar na Sinodalidade

O Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1) se prepara para sua 52ª Assembleia, que será realizada na Maromba de Manaus, de 15 a 18 de setembro de 2025, com a participação de mais de 70 representantes das Igrejas locais e das pastorais e movimentos. “Por uma Igreja Sinodal, comunhão, participação e missão” Bispos, presbíteros, religiosos e religiosas, leigos e leigas são convocados para participar de uma assembleia que tem como tema “Por uma Igreja Sinodal, comunhão, participação e missão”, tendo como lema “Eles responderam: ‘nós também vamos contigo’ Jo 21,2-3”. Uma assembleia que busca “aprofundar o Documento Final do Sínodo sobre Sinodalidade e contribuir na construção das Diretrizes da Ação Evangelizadora – CNBB Nacional”, segundo recolhe o objetivo da assembleia, que iniciará com uma celebração eucarística na segunda-feira. Colegialidade episcopal e participação das lideranças Segundo a secretária executiva do Regional Norte 1, Ir. Rose Bertoldo, “a Assembleia do Regional Norte 1 é sempre marcada pela colegialidade entre os bispos e a grande participação das lideranças das nove igrejas locais do Regional Norte 1.” Em 2025, a religiosa destaca que serão estudadas as Diretrizes para a Ação Evangelizadora, que estão sendo elaboradas pela CNBB, e o aprofundamento do Documento Final do Sínodo sobre a Sinodalidade para pensar coletivamente sua implementação. A secretária executiva sublinha que “as igrejas locais já estão trabalhando isso, mas a gente quer também, em nível de Regional aprofundar o estudo do Documento Final e a implementação do mesmo a partir das assembleias diocesanas e prelatícias das igrejas do Regional Norte 1”.   A religiosa destaca a importância da análise de conjuntura no início da assembleia, “que neste tempo é importantíssimo para o Regional, pois iremos ter uma visão geral da sociedade, vamos ter uma visão geral das forças políticas, econômicas e eclesiais que irá também contribuir para o estudo posterior sobre o Tema Central da Assembleia.” O Tema Central tem como ponto de partida as Linhas Gerais do Documento Final do Sínodo sobre a Sinodalidade. Os participantes irão debater sobre as Implicações do Sínodo para o Regional e para as Diretrizes. Caminhada das pastorais e igrejas locais As pastorais irão apresentar a partir do Documento Final do Sínodo, os aspectos destacamos que estão sendo vivenciados ou devem avançar na pastoral do Regional Norte 1. Igualmente, as dioceses apresentarão, a partir do mesmo documento, os aspectos destacados nas nove Igrejas Locais que fazem parte do Regional Norte 1. Em trabalho em grupos, os participantes irão fazer aportes para as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora. Na pauta aparecem outros pontos como o processo que está sendo realizado nas Igrejas Locais sobre a formação da equipe ampliada, com relação ao Protocolo de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis. Igualmente o trabalho dos chanceleres, a Comunicação em nível Regional, a COP 30, o MUTICOM e a Agenda 2026.

Leão XIV aos novos bispos: “o Bispo é servo, o Bispo é chamado a servir a fé do povo”

Uma audiência com o Papa Leão XIV na Sala do Sínodo encerrou o Curso Anual de Formação para Novos Bispos, realizado em Roma de 3 a 11 de setembro. Organizado pelo Dicastério dos Bispos, o Curso, que teve como tema “Testemunhas e Anunciadores da Esperança fundada em Cristo”, contou com a participação de 192 bispos, dentre eles o bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, dom Samuel Ferreira de Lima. Um curso “construtivo e rico, de partilhas, de assuntos muito atuais dentro da perspectiva do Jubileu da Esperança”, segundo o bispo auxiliar de Manaus. Ele destacou que os palestrantes “trouxeram problemáticas vivenciadas nas diversas dioceses e países do mundo e que afetam a Igreja como um todo”. O dom do episcopado é para servir Leão XIV iniciou suas palavras com uma brincadeira: “pensei em vir para este curso vestido de preto também, mas…”, dado que o curso é organizado pelo dicastério que ele comandava. O Papa fez uma advertência aos novos bispos: “o dom que vocês receberam não é para vocês mesmos, mas para servir à causa do Evangelho. Vocês foram escolhidos e chamados para serem enviados, como apóstolos do Senhor e como servos da fé”, sublinhando que “o Bispo é servo, o Bispo é chamado a servir a fé do povo”. Algo que faz parte da identidade do bispo, segundo o Santo Padre. Ele afirmou que “o serviço não é uma característica externa ou uma forma de exercer o papel. Pelo contrário, àqueles que Jesus chama como discípulos e anunciadores do Evangelho, em particular aos Doze, é exigida a liberdade interior, a pobreza de espírito e a disponibilidade para o serviço que nasce do amor, para encarnar a mesma escolha de Jesus, que se fez pobre para nos enriquecer (cf. 2Cor 8,9). Ele nos manifestou o estilo de Deus, que não se revela a nós no poder, mas no amor de um Pai que nos chama à comunhão com Ele”. Leão XIV recordou as palavras de Santo Agostinho a respeito da ordenação do bispo: “Em primeiro lugar, quem preside o povo deve compreender que é servo de muitos.” Uma afirmação que leva a refletir sobre “uma certa ânsia de grandeza” presente nos apóstolos. Igualmente, ele recordou as palavras de Papa Francisco: “a única autoridade que temos é o serviço, e um serviço humilde!”, insistindo em meditar e procurar viver essas palavras. Vigilância, humildade e oração Aos novos bispos, o Papa pediu “que estejam sempre vigilantes e caminhem com humildade e oração, para se tornarem servos do povo a quem o Senhor os envia.” Algo que em palavras de Francisco “se expressa em ser sinal da proximidade de Deus.” Junto com isso, Leão XIV convidou os novos bispos a se “perguntar o que significa ser servos da fé do povo”, destacando a necessidade de, além da “consciência de que nosso ministério está enraizado no espírito de serviço, à imagem de Cristo”, deve “se traduzir no estilo do apostolado, nas várias formas de cuidado e governo pastoral, no anseio do anúncio, de maneiras tão diferentes e criativas, dependendo das situações concretas que vocês encontrarão”. Diante da crise de fé, falta de sentido de pertença e de prática eclesial, o Papa pediu paixão e coragem “para um novo anúncio do Evangelho”, e assim as pessoas possam encontrar “linguagens e formas adequadas nas propostas pastorais habituais.” Junto com isso, Leão XIV fez um chamado a não esquecer “o drama da guerra e da violência, os sofrimentos dos pobres, a aspiração de muitos a um mundo mais fraterno e solidário, os desafios éticos que nos interpelam sobre o valor da vida e da liberdade”. O Santo Padre lembrou aos bispos que “a Igreja envia-vos como pastores atenciosos, cuidadosos, que sabem partilhar o caminho, as perguntas, as ansiedades e as esperanças das pessoas; pastores que desejam ser guias, pais e irmãos para os sacerdotes e para as irmãs e irmãos na fé.” Para isso, ele disse rezar por eles, “para que nunca lhes falte o sopro do Espírito e para que a alegria da sua Ordenação, como um perfume suave, possa se espalhar também sobre aqueles a quem vocês irão servir”. Aprofundar, difundir e aprimorar a sinodalidade Dom Samuel destacou no encontro com Leão XIV a “fraternidade e proximidade dele no falar, no responder cada demanda feita de forma muito simples, direta, sem formalidades”, demostrando comunhão, proximidade, paternidade e união. Segundo o bispo auxiliar de Manaus, “se falou muito de sinodalidade, desse processo que tem que ser aprofundado, difundido, aprimorado, intensificado em nossas dioceses e na própria caminhada da Igreja”. Finalmente, o bispo destaca no encontro que “abriu muitos os horizontes para todos nós que estamos iniciando essa missão e esse ministério”, ajudando muito “em nossa caminhada, em nosso pastoreio, na missão que nos foi confiada”.

Lutar por Democracia, uma exigência cada vez mais urgente

A democracia, o regime de governo aonde o poder vem do povo, foi um dos temas presentes no último Grito dos Excluídos, realizado na semana passada. “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, foi o lema, o grito de ordem que ressoou Brasil afora. Um grito que cobra especial importância no atual momento político e social que está sendo vivenciado no país. Lutas constantes e cotidianas A COP30, que será realizada em Belém do Pará em dois meses, e o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) diante da tentativa de golpe de estado, tem que levar a população brasileira a tomar consciência da necessidade de assumir essas lutas como algo constante e cotidiano. Em um governo democrático, todos os cidadãos possuem o mesmo estatuto e têm garantido o direito à participação política. Querer negar esse direito ou não reconhecer as consequências dessa participação política é algo inaceitável. Ninguém pode esquecer que um dos elementos que garante a democracia é a livre escolha dos governantes. Todo cidadão tem direito a emitir seu voto através da eleição. Mas também, todo cidadão é obrigado a reconhecer e aceitar o resultado das urnas. Usurpar o poder do povo As tentativas de usurpar o poder do povo e não reconhecer o resultado das eleições, uma atitude presente nos envolvidos na tentativa de Golpe de Estado de janeiro de 2023, é uma oportunidade para o país refletir sobre o valor da democracia, ainda mais olhando para as consequências da Ditadura Militar presente no Brasil por mais de 20 anos, tempo em que foram negados direitos fundamentais de muitos cidadãos e cidadãs, como a liberdade de expressão, de ideologia, de imprensa, de acesso à informação, de direitos e oportunidades, dentre outros. Papa Francisco, no número 154 da encíclica Fratelli tutti dizia: “Para se tornar possível o desenvolvimento duma comunidade mundial capaz de realizar a fraternidade a partir de povos e nações que vivam a amizade social, é necessária a política melhor, a política colocada ao serviço do verdadeiro bem comum. Mas hoje, infelizmente, muitas vezes a política assume formas que dificultam o caminho para um mundo diferente”. Olhando a realidade brasileira, as palavras do anterior pontífice, que insiste em colocar a política ao serviço do verdadeiro bem comum, tem que levar a refletir. As tentativas de golpes de estado buscam favorecer pequenos grupos de poder, seja político ou econômico, desrespeitando os princípios democráticos, que devem estar presentes na sociedade. Projeto de nação Na mesma encíclica, o número 178 afirma que “Perante tantas formas de política mesquinhas e fixadas no interesse imediato, lembro que ‘a grandeza política mostra-se quando, em momentos difíceis, se trabalha com base em grandes princípios e pensando no bem comum a longo prazo. O poder político tem muita dificuldade em assumir este dever num projeto de nação’ e, mais ainda, num projeto comum para a humanidade presente e futura”. O atual momento tem a ver com o futuro do Brasil, e garantir esse futuro é uma obrigação para quem se diz cidadão. Pensar em defender pessoas concretas, mesmo sabendo que cometeram crimes, é uma atitude inaceitável. Isso porque o futuro do país fica comprometido, fazendo com que o projeto de nação assuma caminhos que não garantem a vida em plenitude para todos e todas. Editorial Rádio Rio Mar

“Honrar a Inocência”: Tríplice Fronteira Peru – Colômbia – Brasil avança na Prevenção e Acompanhamento do Abuso Sexual

Honrar a Inocência. Esse foi o nome do Seminário Internacional de Prevenção e Acompanhamento do Abuso Sexual realizado no Centro Papa Francisco da Paróquia Nossa Senhora da Mercê, em Caballo Cocha (Peru), de 5 a 7 de setembro de 2025. Organizado pela Rede de Combate ao Tráfico de Pessoas da Tríplice Fronteira (Peru – Colômbia – Brasil), esta é mais uma atividade no âmbito do Projeto Magüta. Combate ao tráfico de pessoas Este seminário, que em 2025 contou com mais de 50 participantes dos três países, metade deles indígenas do povo Tikuna, é realizado todos os anos, com o objetivo de refletir direta ou indiretamente sobre temas relacionados ao tráfico de pessoas. Participam líderes eclesiásticos, sociais e comunitários, abordando uma questão muito presente nas comunidades dessa região transfronteiriça, dentro da selva amazônica, onde a facilidade de passar de um lado para outro das fronteiras facilita esse crime e aumenta o risco para a população local. De fato, várias instituições, entre elas algumas ligadas à Igreja Católica, consideram essa realidade como uma urgência inadiável que deve ser atendida por todas as instâncias possíveis, de forma articulada e decidida. O Seminário contou com a assessoria de Juan Ignacio Fuentes (Juancho), missionário leigo em Caballo Cocha, professor e consultor psicológico, com especialização neste tema. Com base em uma metodologia experiencial, por meio de diversas oficinas, buscou-se uma ampla participação e protagonismo de todos os envolvidos. Um espaço de cuidado, reflexão e planejamento Buscava-se “gerar comunitariamente um espaço de cuidado, reflexão e planejamento, no qual se trabalhasse a problemática do abuso sexual, com vistas a fortalecer os agentes pastorais e gerar ambientes de prevenção, proteção e cura em nossas comunidades”, conforme especificava o programa. Nessa perspectiva, dada a profundidade e delicadeza do tema, foi proposto um caminho progressivo de aproximação, que permitisse ver a experiência do abuso de forma serena e cuidadosa, buscando compreender sua complexidade. O caminho proposto teve quatro etapas: observar, compreender, emponderar-nos e cuidar, buscando atender à diversidade de situações. Para isso, procurou-se que cada participante pudesse ouvir, ler e falar o mais possível em sua própria língua: espanhol, português e tikuna. Tudo isso em um processo que buscou cultivar um olhar empático, lúcido e realista sobre esse drama que assola a humanidade e a região da Tríplice Fronteira, para que os agentes educacionais e pastorais estejam atentos, com certas ferramentas preventivas e de acompanhamento e, acima de tudo, motivados para enfrentar essa realidade com amor e responsabilidade, conscientes de que a contribuição que podem dar, mesmo que mínima, pode fazer a diferença. Interesse e generosidade dos participantes No final do encontro, os participantes avaliaram positivamente a experiência. Destacaram-se o clima de fraternidade e participação, o interesse e a generosidade dos participantes, a clareza nas contribuições e na metodologia utilizada, bem como a acolhida no Centro Papa Francisco que, mesmo sendo um local que, por ser novo, precisa de ajustes e melhorias, foi valorizado pela sua beleza e funcionalidade. Algumas sugestões de melhoria vão ao encontro de algumas questões logísticas e de articulação com instâncias formais da sociedade civil. Uma experiência em que se viveram momentos intensos e profundos, como a escuta direta de experiências reais, tiradas deste contexto. Para isso, foi de grande importância a possibilidade de cada participante poder encontrar seu próprio menino-adolescente interior, com suas feridas e sua luz, e os espaços de celebração compartilhados. Um momento que contribui de maneira decisiva para o caminho da Igreja Católica na região, mas também para a própria sociedade civil, uma vez que favorece a construção de redes de cuidado e acompanhamento tão necessárias neste tempo e neste espaço geográfico da Tríplice Fronteira entre Colômbia, Brasil e Peru.

Cardeal Steiner: “ser discípulo de Jesus é aprender, é uma busca”

No 23º Domingo do Tempo Comum, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), iniciou sua homilia citando o texto do evangelho do dia: “Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo.” Em suas palavras, ele insistiu em “ser discípulo, discípula de Jesus. caminhar com Jesus, seguir Jesus, com a cruz. Ser discípulos missionários, discípulas missionárias seguindo Jesus, também no carregar a cruz!” Aquele que aprende com Jesus “Discípulo aquele, aquela que aprende com Jesus, vai vendo os seus gestos, ouvindo as palavras, percebe como ele reza. Em vendo e ouvindo, vai se tornando sempre mais discípulo, vai se assemelhando a ele, no seu modo de ser e agir”, explicitou o arcebispo. Segundo ele, “ser discípulo de Jesus é aprender, é uma busca.  Busca aprender, saber, ver o que é, como é, como fazer; experimentar, caminhar. No caminhar, compreender em coerência com o empenho que assumimos em obediência àquele que seguimos: Jesus Cristo. A nossa busca não é outra coisa que o encontro com Jesus Cristo, corpo a corpo participação no seu modo de ser, identificação do nosso modo de ser com a sua vida, com a sua pessoa e com o seu Evangelho”. O cardeal Steiner disse, inspirado em John Vaughn, que “essa realidade do encontro introduz no aprender do discípulo uma seriedade existencial de empenho que poderemos denominar ‘mortal’, isto é: decisão de vida e morte, pois ‘aprender’ de Jesus é um concreto segui-lo para onde quer que ele vá; se for o caso, até a morte. Assim, aprender é bem mais que aprender lições: é seguir, sem hesitar, sem reservas e sem pôr condições”. Viver ao modo de Jesus “Não seria essa atitude, esse modo de viver a Jesus, de segui-lo que vem dito no Evangelho de hoje”, afirmou o cardeal, que citou o evangelho: “Quem não carrega sua cruz e não caminho atrás de mim, não pode ser meu discípulo”. Segundo ele, “esse modo de viver que vai fazendo de todos os momentos, dores, alegria, mortes, a possibilidade de ser como Jesus é: até a cruz. Isto é, as tensões, os dissabores, as incompreensões que nos levam à encruzilhada da vida, como possibilidade de viver ao modo de Jesus. Todas encruzilhadas que nos levam a decisão, de ter que tomar uma direção, de permanecer na tensão até perceber a abertura que existe, o novo caminho a ser trilhado”. “Sim, a cruz é sempre uma tensão, mas uma tensão criativa. Assumi-la, colocá-la sobre os ombros, ou como nos propunha o evangelho: carregar a cruz. No seguimento de Jesus estamos sempre na disponibilidade de tomarmos as tensões existenciais, de convivência, mesmo as dúvidas da fé, como possibilidade que transforma. A cruz como transformação, como foi para Jesus”, sublinhou o arcebispo de Manaus. Ele citou as palavras de Santo Hilário: “Devemos, pois, seguir ao Senhor, tomando a cruz de sua paixão se não na realidade, ao menos com a vontade”. Tome sua cruz Igualmente, mencionou Santo Agostinho, que se pergunta e responde:“O que significa: tome sua cruz? Que saiba suportar o que é doloroso e, desta maneira, siga-me. Porque quando um homem começar a me seguir comportando-se segundo meus preceitos, encontrará muitos que lhe contradirão, muitos que se oporão a ele, e muitas coisas para desanimá-lo. E tudo isso de parte dos que pretendem ser companheiros de Cristo. Também caminhavam com Cristo os que impediam os cegos de gritarem (Mt 20,31). Se você quer seguir a Cristo, tudo se converte em cruz, sejam as ameaças, as adulações ou proibições. Resista, suporta, não se deixe abater.” “No sofrer com Ele, sofrer por Ele e Dele aprendemos as virtudes que ele nos propõe nos seus gestos e palavras:  fraternidade, a filiação divina, a irmandade, o Reino de Deus.  Porque seguir a Cristo consiste em ser ciumento pela virtude e sofrer tudo por Ele”, disse inspirado em São João Crisóstomo. “Carregar a cruz como Jesus que fez a vontade do Pai até a morte e morte de cruz. Fazer a vontade do Pai é algo particularmente exigente e delicado, uma vez que é possível confundir com a vontade do Pai as nossas habilidades, escolhas e desejos. Por isso, a necessidade de toda a vida aprender esse modo ‘sui generis’ aquilo que precisamente denominarmos seguimento. Fazer a vontade do Pai é viver o radicalismo evangélico com aquela atitude de Francisco, quando escutou o Evangelho do ‘discurso Missionário’: ‘é isso que eu quero, isso que procuro, é isso que desejo fazer de todo coração’ (1Cl 22)”, disse o cardeal Steiner. Liberdade e gratuidade Em palavras do presidente do Regional Norte 1, “fazer não significa simples execução de qualquer coisa; também não significa simplesmente uma ordem, um desejo. Fazer a vontade do Pai contém todo o dinamismo da liberdade e da gratuidade de Deus, a saber: é designo de amor do Pai de Cristo Jesus. Fazer a vontade do Pai é deixar-se tomar desta força criadora que enche o universo, que cria novos céus e nova terra, que envia o sol e a chuva sobre justos e injustos. que limpa os vales das sombras de morte com o sopro vivificante da ressurreição, que desce até aos abismos e sobe até aos céus, que cuida dos pássaros do céu e das flores do campo, que derruba os poderosos dos tronos e eleva os humildes. Em uma palavra, fazer a vontade do Pai é ser perfeito como é perfeito o nosso Pai celeste (Mt 5,48)”. A partir do texto evangélico: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me”, ele disse que “parece duro e penoso, diz santo Agostinho. Mas não é nem duro nem penoso, porque quem manda é o mesmo que nos ajuda a realizar o que nos manda. Porque se for verdade a palavra do salmo “conforme as palavras dos vossos lábios, segui os caminhos da lei” (Sal 16,4), também é uma palavra verdadeira a…
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XVII Assembleia Regional da Pastoral da Juventude: avaliar a caminhada e projetar o futuro

A Maromba de Manaus acolhe de 5 a 7 de setembro de 2025 a XVII Assembleia Regional da Pastoral da Juventude, com mais de 30 participantes. O tema que será refletido é “Juventude: espaço de esperança que sonha novos horizontes”, tendo como lema: “O Senhor vai acendendo luzes”. Avaliação e projeção Uma assembleia para realizar uma avaliação da caminhada dos três últimos anos, do ponto de vista das lideranças, e fazer uma projeção do próximo triênio com a construção do Puxirum, que é o Plano de Evangelização da Pastoral da Juventude do Regional Norte I AM/RR, segundo dom Tadeu Canavarros, bispo da prelazia de Itacoatiara e referencial da Juventude no Regional Norte 1. A PJ se encontra presente em todas as Igrejas locais do Regional Norte 1, ao menos com a presença de grupos de base, mesmo que nem todas têm coordenação em nível de Igreja local. Nas bases a Pastoral da Juventude realiza formações de diversos tipos com coordenações de grupo de base, mediante um caminho metodológico dividido em etapas. Uma Pastoral que no Regional Norte 1 assume em sua mística e espiritualidade as características da região de florestas, rios e serras, sendo espaço de encontro e celebração. Nesse campo da espiritualidade, a formação tem ajudado os jovens no Ofício Divino da Juventude ou a Leitura Orante. Junto com isso, retiros espirituais e encontros de espiritualidade fazem parte da caminhada da PJ, que conta com assessores leigos e religiosos. Puxirum Existem dificuldades enquanto às coordenações, que não completam o tempo estipulado por diversos motivos, existindo uma certa dificuldade em encontrar novas lideranças nas Igrejas locais. O Puxirum, Plano de Evangelização da Pastoral da Juventude do Regional Norte 1 tem como fundamentos a espiritualidade, em vista da valorização dos momentos orantes e celebrativos que afirmam o jeito de ser e rezar dos jovens; a formação e relações, que busca formação de lideranças e processos de identidade da PJ, bem como o acompanhamento e Formação das assessorias; ações transformadoras e missionárias, que visam políticas públicas para a Juventude e dimensão integral da Juventude em sua totalidade eclesial e social; cultura e comunicação, buscando formas de evangelização no mundo contemporâneo com as ferramentas digitais culturais; sustentabilidade, para assim garantir a missão evangelizadora no Regional.

Bispos da Amazônia apoiam vetos presidenciais ao PL do Licenciamento Ambiental

Os bispos da Amazônia lançaram no dia 5 de setembro, Dia da Amazônia, uma nota, assinada por 56 bispos, em que analisam a “Lei Geral do Licenciamento Ambiental e a Proteção da Casa Comum”. O texto, dirigido à sociedade brasileira e aos povos amazônicos, analisa mais uma tentativa de mudança na legislação ambiental, e denuncia as ameaças que se cernem sobre a Amazônia e os outros biomas. Proteção do meio ambiente e desenvolvimento sustentável Os bispos mostram o objetivo do Projeto de Lei 2.159/2021, e as “significativas flexibilizações nos procedimentos de licenciamento”, assim como sua aprovação e envio à Presidência da República, que vetou em 63 ponto o PL. Diante disso, os bispos da Amazônia brasileira, manifestam sua posição, “impulsionados pela força da Palavra criadora de Deus “a quem pertence a terra e tudo que nela há” (cf Dt 10,14)”. No texto, os bispos declaram seu apoio aos vetos do Presidente da República, explicitando as motivações: “garantir a integridade do processo de licenciamento, que proteja o meio ambiente e promova o desenvolvimento sustentável; assegurar os direitos de povos indígenas e comunidades quilombolas; dar segurança jurídica a empreendimentos e investidores; incorporar inovações que tornem o licenciamento mais ágil, sem comprometer sua qualidade”. Segundo os bispos, os vetos asseguram o alinhamento “à Política Nacional de Meio Ambiente, à Constituição Federal e à Lei Complementar 140”. Junto com isso, se torna “mais sólido e equilibrado, fortalecendo a proteção dos ecossistemas, conferindo previsibilidade aos investimentos e reduzindo riscos de judicialização”.  Os bispos afirmam abertamente que “a revogação dos vetos significa uma tragédia para a Amazônia”. Isso porque “os vetos presidenciais representaram uma contenção necessária aos aspectos mais danosos do projeto original”, coloca o texto, que sublinha a importância de “critérios nacionais para licenciamento”. Uma reflexão que se situa no contexto de um “momento crítico para nosso planeta e especialmente para a Amazônia”. Uma Igreja presente no território    A nota faz uma análise técnica, mostrando os riscos derivados da fragilização dos Estudos de Impacto; a pressão sobre Órgãos Ambientais; o Risco de Precedente. Também mostra as consequências da derrubada dos vetos e o afrouxamento na legislação ambiental, por parte do Congresso Nacional. Igualmente, é denunciado o crescimento do paradigma tecnocrático. Uma denúncia que cobra valor pelo fato de que “a Igreja está presente neste território há séculos e tem uma história de compromisso com a vida nesta região, vida de seus povos e de toda realidade criada”, e o fato de conhecer a realidade amazônica e os impactos de empreendimentos mal licenciados. Os bispos, como Igreja profética e vigilante, fazem um chamado a exigir aos parlamentares que “votem pela manutenção dos vetos presidenciais e pela rejeição de quaisquer propostas que enfraqueçam o licenciamento ambiental, preservando as regras ambientais mais rigorosas”. Tudo isso diante de um momento que demanda “responsabilidade máxima com o futuro da Amazônia e do planeta”. NOTA DOS BISPOS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA   Sobre a Lei Geral do Licenciamento Ambiental e a Proteção da Casa Comum   “Então Deus viu tudo quanto havia feito, e era muito bom” (Gn 1,31)  À sociedade brasileira e aos povos amazônicos,   O Brasil tem vivido muitas tentativas de mudanças na legislação ambiental que ameaçam a proteção dos nossos biomas, especialmente da Amazônia, e uma das mais impactantes foi a do PL 2.159/2021. Este Projeto de Lei, conhecido como “Lei Geral do Licenciamento Ambiental”, foi proposto pelo Congresso Nacional, com o objetivo declarado de modernizar e agilizar os processos de licenciamento ambiental no Brasil. O projeto estabelecia novos marcos regulatórios para o licenciamento de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, modificando substancialmente a sistemática atual de avaliação de impactos ambientais.   Em sua versão original, o PL previa significativas flexibilizações nos procedimentos de licenciamento, incluindo a possibilidade de procedimento de licença única, transferência de competências para os estados e municípios sem critérios técnicos adequados, e redução de prazos para análise de projetos complexos, dentre outros retrocessos. Após intensa tramitação no Congresso Nacional e mobilização de diversos setores da sociedade, o projeto foi aprovado e enviado à Presidência da República.   Em agosto de 2025, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o PL 2.159/2021 – que se tornou a Lei nº 15.190/2025 –, com 63 vetos, eliminando os dispositivos considerados mais prejudiciais ao meio ambiente e mantendo apenas aqueles aspectos considerados tecnicamente viáveis para aprimoramento dos processos de licenciamento.    Diante deste contexto, nós, bispos católicos da Amazônia brasileira, dirigimo-nos ao povo brasileiro para manifestar nossa posição sobre esta nova legislação e seus possíveis impactos sobre a proteção ambiental e os povos amazônicos. O fazemos impulsionados pela força da Palavra criadora de Deus “a quem pertence a terra e tudo que nela há” (cf Dt 10,14). Deste modo, somamos nossa voz a de tantos homens e mulheres que se fazem partícipes de uma responsabilidade perante a terra que é de Deus e que implica a nós, dotados de inteligência, respeitar as leis da natureza e os delicados equilíbrios entre os seres deste mundo. (cf. Laudato Si’, 68)  Declaramos nosso apoio aos vetos do Presidente da República que “após criteriosa avaliação técnica e jurídica, vetou 63 trechos do texto. As decisões seguem quatro diretrizes principais: garantir a integridade do processo de licenciamento, que proteja o meio ambiente e promova o desenvolvimento sustentável; assegurar os direitos de povos indígenas e comunidades quilombolas; dar segurança jurídica a empreendimentos e investidores; incorporar inovações que tornem o licenciamento mais ágil, sem comprometer sua qualidade. A decisão mantém avanços relevantes para a celeridade e eficiência de processos de licenciamento ambiental e assegura que o novo marco legal esteja alinhado à Política Nacional de Meio Ambiente, à Constituição Federal e à Lei Complementar 140. Com os vetos, o novo marco do licenciamento ambiental nasce mais sólido e equilibrado, fortalecendo a proteção dos ecossistemas, conferindo previsibilidade aos investimentos e reduzindo riscos de judicialização”.  A revogação dos vetos significa uma tragédia para a Amazônia.    Reconhecemos que os vetos presidenciais representaram uma contenção necessária aos aspectos mais danosos do projeto original. A manutenção de critérios nacionais para licenciamento, evitando a…
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Grito dos excluídos 2025: “Mostrar a realidade em nome do Evangelho”

“Mostrar a nossa realidade porque ela precisa ser transformada e o fazemos em nome do Evangelho”. Foram as palavras do Arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB NORTE 1), cardeal Leonardo Steiner, em agradecimento a todos os participantes do 31º grito dos excluídos e excluídas. O evento aconteceu ontem, 05/09, na avenida Alphaville, às margens do igarapé do Mindú, zona norte da cidade. Uma sociedade mais justa Pensar a vida em primeiro lugar contribui “para termos uma sociedade mais justa, mais fraterna, possamos conviver na Casa Comum e termos um regime que seja cada vez mais democrático”, explicou o cardeal. Por isso, é necessário organização das comunidades, pastorais e movimentos, já que a sociedade brasileira vive um momento de tensão que se reflete nas dinâmicas sociais do país. A caminhada pelas ruas da cidade reforça a atuação da Igreja nas questões sociopolíticas que influenciam diretamente a vida da população. É uma forma de manter vivo o profetismo em meio aos desafios da urbanidade e das constantes ameaças a Casa Comum e a democracia. Dessa maneira, o grito é também por aqueles que não estão presentes, mas que são afetados pelas injustiças. Daí a ênfase na temática do Plebiscito Popular por uma Jornada de trabalho justa sem redução de salário, pelo fim da escala de trabalho 6×1 e por uma tributação fiscal justa com a taxação dos mais ricos, que ganham acima de R$ 50 mil mensais, e isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Uma proposta que beneficiará trabalhadores e trabalhadoras. Gritos de denúncia e esperança Neste ano, a igreja convida todos a serem Peregrinos da Esperança. Por isso, a denúncia das constantes violações às populações vulneráveis, como é caso do massacre do rio Abacaxis, símbolo de resistência das comunidades indígenas e ribeirinhas contra a impunidade e a violência estatal na região continuam atuais. Além de fazer memória a tantas outras vidas ceifadas por interesses particulares dos poderosos. Quanto à Casa Comum, a insistência de recordar a Aliança Interinstitucional em vista da despoluição e saneamento dos igarapés de Manaus,“Água e lixo não combinam”, comunica o desejo de caminhar juntos na construção de uma cidade onde todos se sintam responsáveis e comprometidos com todas as formas de vida. Na tentativa de uma novo modelo de relações onde homens e mulheres se reconhecem como natureza.  Outras temáticas como a violência contra mulheres, quilombolas e a população negra também tiveram destaques, ampliando as vozes que muitas vezes não encontram espaço de fala. A mobilização popular, organizada pela Arquidiocese de Manaus, reuniu lideranças das Pastorais Sociais, Redes, Coletivos e Organismos, agentes de pastorais das Regiões Episcopais, padres, diáconos e a comunidade Religiosa que atuam na cidade.

Dom Samuel no encontro de novos bispos em Roma: “uma experiência da catolicidade da Igreja”

Organizado pelo Dicastério dos Bispos, acontece em Roma, de 3 a 11 de setembro de 2025, o Curso Anual de Formação para Novos Bispos, com a participação do bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, dom Samuel Ferreira de Lima. O curso tem como tema: “Testemunhas e Anunciadores da Esperança fundada em Cristo”. Uma visão do todo da Igreja “Uma experiência muito importante e rica pela dimensão que a gente tem da catolicidade da Igreja”, segundo dom Samuel. O bispo auxiliar de Manaus destaca a diversidade de procedências e de ritos entre os participantes, o que “dá uma visão do todo da Igreja”. O encontro é um momento de “animação em vista de nós percebermos, todos iniciantes nesse ministério”, com bispos que ainda não têm sido ordenados. A programação, que pretende ser uma ajuda para compreender a missão episcopal, iniciou com a introdução ao curso pelo arcebispo de Marselha (França), cardeal Jean-Marc Avelline. Os bispos refletiram, com a assessoria do Pró-Prefeito do Dicastério para a Evangelização, Seção para as Questões Fundamentais da Evangelização no Mundo, dom Rino Fisichella, sobre o “Decálogo da Esperança para um Bispo do Ano Jubilar”, que insistiu na necessidade de ir ao encontro do povo com os olhos de Deus e ao encontro de Deus com os olhos do povo. Igualmente, abordaram os “Desafios da Igreja como Testemunha e Força Construtora de Esperança”, com os aportes do Professor Giuseppe De Rita, Presidente da Fundação “Centro Studi Investimenti Sociali – CENSIS”. Momento de partilha e comunhão Dom Samuel Ferreira de Lima destaca no curso como “momento de partilha, comunhão, de conhecimentos dos outros nossos irmãos, e das dimensões humanas e religiosas que todos nós vivenciamos nesse novo ministério”. Nessa perspectiva, o bispo destaca os momentos de partilha, que ajudam a pôr em comum “as vivências que cada um teve desde a nomeação e nos primeiros messes de atuação e as expectativas”. Ele insiste na profundidade dos momentos orantes, formativos, que “agregam para nosso serviço muitos valores, uma consciência da missão e também essa comunhão de sermos Igreja, uma Igreja universal, uma Igreja sinodal, uma Igreja a serviço dos irmãos”. Durante o encontro os bispos têm momentos de diálogo fraterno e encontros por grupos de idioma, assim como encontros com os responsáveis pelos dicastérios. Entre os temas de reflexão está “A Missão na Igreja como Mensagem de Esperança: Um Testemunho”, com a ajuda do arcebispo de Florença, dom Gherardo Gambelli. Igualmente, aparece no programa a reflexão sobre “Um Caminho de Esperança – O Bispo como Construtor de Pontes Culturais no Mundo de Hoje”, com a assessoria do Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, cardeal José Tolentino de Mendonça. A prefeita e o Pró-Prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Ir. Simona Brambilla e cardeal Angel Fernández Artime, abordarão o tema “Vida Religiosa, Profecia de Esperança”. O Reitor-Mor dos Salesianos, dom Fabio Attard, irá refletir sobre “Educar à Esperança – Jovens em Busca de Sentido e de Pontos de Referência”. Missa Jubilar e Canonização Os participantes do curso celebrarão a Santa Missa Jubilar com a passagem dos Bispos pela Porta Santa e a veneração das relíquias do Apóstolo, presidida pelo Arcipreste da Basílica de São Pedro, cardeal Mauro Gambetti. Igualmente, com a assessoria do Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, cardeal Víctor Manuel Fernández, refletirão sobre “Os Autênticos Desafios da Sinodalidade”. No domingo 7 de setembro, os bispos poderão participar da Canonização dos Beatos Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis. Com a assessoria do Arcebispo Emérito de Viena, cardeal Christoph Schönborn, será apresentado “O Ministério Episcopal como Testemunho e Anúncio da Esperança Fundada em Cristo”. Também faz parte do programa a reflexão sobre “Esperança e Sofrimento – o Fenômeno Migratório”, com os aportes do Subsecretário do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, cardeal Fabio Baggio. A sinodalidade nas estruturas diocesanas Os cardeais Sergio da Rocha e Fridolin Ambongo, arcebispos de Salvador de Bahia e de Kinshasa, apresentarão “O Impacto do Caminho Sinodal nas Estruturas, na Vida e na Liderança das Comunidades Diocesanas”. Também será falado sobre o Óbolo de São Pedro, com a assessoria de representantes do Dicastério para a Evangelização, dentre eles o cardeal Luis Antônio Tagle. Os participantes irão receber formação sobre Tutela de Menores, com a assessoria do secretário da comissão, dom Luis Manuel Alí Herrera e dom Filippo Iannone. Junto com isso, o arcebispo de Cagliari e Secretário da Conferência Episcopal Italiana, dom Giuseppe Andrea Salvatore Baturi, abordou “Os Desafios da Administração para o Futuro da Igreja: Corresponsabilidade, Transparência e Solidariedade”. O encontro contará com a presença do Secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, que irá mostrar “O Trabalho da Santa Sé no Mundo Globalizado em favor da Esperança e da Paz”. No dia 11 de setembro, na Sala do Sínodo, os bispos serão recebidos em audiência pelo Papa Leão XIV. Um encontro que marcará o final do curso.

Seminário dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis da Região Metropolitana de Manaus

Aconteceu no dia 03/09 o Seminário dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis da Região Metropolitana de Manaus. O evento foi realizado pela Arquidiocese de Manaus, Ministério Público do Trabalho, Cáritas Arquidiocesana de Manaus, Associação Madre Tereza e a Rede de Catadores/as de Materiais da Amazônia Legal, participaram catadores dos municípios: Manaus, Iranduba, Manacapuru e Novo Airão. No evento também participaram o arcebispo de Manaus, Cardeal Leonardo Steiner, o bispo auxiliar de Manaus, Dom Hudson Riberto, Frei Paulo Xavier da Comissão da Ecologia Integral da arquidiocese de Manaus, Padre Danival Lopes pela Associação Madre Tereza, Dra Alzira Melo Costa Procuradora Chefa do MPT e o Procurador Dra. Rafael Feres e de forma online os representantes da Associação Di Fratelli, além destes apoiadores e militantes das causas ambientais. O evento foi uma oportunidade de diálogo e escuta da Arquidiocese aos catadores de materiais recicláveis e de pensar coletivamente alternativas de melhores a vida e o trabalho dos catadores/as que em sua maioria ainda estão trabalhando nos lixões. O Cardeal Dom Leonardo Steiner enfatizou a preocupação da Arquidiocese quanto ao tratamento e disposição do lixo e a necessidade da escuta dos catadores. Na oportunidade Dom Hudson trouxe uma reflexão do Papa Francisco: “a escuta e a reflexão como essenciais para a boa comunicação, a construção da paz e a superação de preconceitos.” Dra. Alzira Melo ressaltou a preocupação do Ministério Público do Trabalho quanto as ações que de fato incluam e valorizem os catadores/as. Já da parte dos catadores, foi unânime quanto a necessidade de apoio, a valorização do trabalho que fazem e a remuneração justa por este trabalho. A catadora Irineide Lima relatou a importância do apoio da Arquidiocese na luta dos catadores. Ao final foram encaminhados, o apoio que a Arquidiocese ofereceu aos grupos de catadores quanto a regulamentação as licenças; a reinstalação do Fórum de Lixo e Cidadania; a articulação quanto a obtenção de emenda parlamentar para a compra de caminhões para apoiar a logística dos catadores de Novo Airão, Manacapuru e Iranduba na comercialização dos recicláveis; a possibilidade de uma audiência com o setor empresarial que atua na reciclagem, juntamente com o Centro da Industria do Amazonas, a Superintendência da Zona Franca de Manaus e Federação da Industria do Estado do Amazonas. O evento encerrou com a reafirmação do apoio da Arquidiocese de Manaus, Dom Hudson ressaltou o apoio das Cáritas Diocesanas e Prelazias aos catadores, e também do Regional Norte 1 Amazonas e Roraima ao qual Dom Leonardo é o presidente. Marcela Vieira – Apoiadora da Rede de Catadores da Amazônia Legal