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Pedro e Paulo, Tradição e Missão para perpetuar o Reino de Deus

Quase dois mil anos depois que Jesus confiou a Pedro comandar a Igreja, ela segue viva. Uma Igreja que nasceu pequena e que foi crescendo e sendo presença na vida do povo. Ela permanece porque está constituída sobre o fundamento dos Apóstolos, tendo Pedro na frente do grupo. Ela cresceu porque Paulo se empenhou em dar a conhecer uma mensagem, a mensagem do Evangelho, que fez com que ele mudasse de vida e de grande perseguidor passasse a ser o mais destacado missionário. Dois homens teimosos, também nas coisas de Deus, empenhados em levar para frente aquilo que acreditavam. Às vezes no caminho errado, mas sempre empenhados em fazer realidade o que eles iam descobrindo que Deus queria deles. Eles vão descobrindo aos poucos os planos de Deus em sua vida e se tornando alicerce e voz da Igreja que vai se consolidando. A festa de São Pedro é a festa do Papa, no tempo atual a festa de Francisco, o Papa 266 na história. O sucessor de Pedro continua sendo o rosto visível de uma Igreja que ao longo da história passou por dificuldades. Homens nem sempre aceitos, nem pela humanidade, nem dentro da própria Igreja, mas que enquanto continuadores da missão iniciada por aquele pescador de Galileia, aquele a quem Jesus lhe diz que vai lhe fazer pescador de homens, deve ser visto nessa perspectiva. O Papa Francisco sempre pede não esquecer de rezar por ele, uma oração que vai além de uma pessoa, uma oração que se dirige a Deus pedindo que aquele que sustenta a Tradição possa continuar guiando a barca de Pedro, guiando a Igreja. Somos Igreja quando queremos caminhar juntos, somos Igreja quando nos identificamos com essa comunidade de irmãos e irmãs que caminha sob a guia do sucessor de Pedro. Uma Igreja que cresce quando é fiel àquilo que Jesus espera dela, mas também quando testemunha essa proposta de vida e ajuda outros homens e mulheres a descobrir, igual aconteceu com Pedro e Paulo, que vale a pena seguir Aquele que os chama para caminhar com Ele. Jesus vai cativando a vida das pessoas, mas para isso se faz necessário muitos “Paulos”, homens e mulheres destemidos que assumem a necessidade de ser Igreja em saída, Igreja que vai ao encontro do povo e encontra modo de comunicar hoje essa mensagem que perpassa o tempo. Uma festa que em nossa Amazônia surca as águas, lembrando de tantos homens e mulheres que tiram seu sustento cotidiano dos rios. Um trabalho complicado, cada vez mais complicado, pois a poluição, a pesca predatória e tantas outras atitudes erradas, fazem com que esse sustento nem sempre chegue na messa daqueles que se esforçam pela sua sobrevivência. Com Pedro e com Paulo caminhemos juntos e sejamos uma Igreja inspirada naqueles dois pilares que sustentaram a vida e a caminhada da primeira Igreja. É tempo de continuar seguindo Jesus e dá-lo a conhecer a todos os povos. Será que Ele pode contar com a gente? Será que a Igreja pode encontrar em nós verdadeiras testemunhas que ajudem a Igreja a se manter viva na vida do povo?   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Prelazia de Itacoatiara inicia celebrações de Ação de Graças pelos 60 anos de missão

No dia 13 de julho de 1963, em pleno andamento do Concilio Vaticano II, o Papa Paulo VI criou três prelazias: Itacoatiara, Borba, que em 18 de novembro de 2022 foi elevada a diocese e neste 25 de junho celebrou a instalação da diocese, e Coari, elevada a diocese em 9 de outubro de 2013. 60 anos de igrejas particulares, acompanhando a vida de fé do povo da Amazônia, que são motivo de gratidão. “Queremos agradecer a Deus esses 60 anos de nossa história”, segundo dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da prelazia de Itacoatiara. Para isso irá acontecer a partir de hoje 26 de junho até dia 13 de julho, uma celebração em cada paróquia e área missionária de Ação de Graças, atividades que também serão realizadas em algumas comunidades do interior. A celebração principal em cada local será “uma Eucaristia onde vai se tentar fazer uma memória do tempo de existência de paróquia dentro dos 60 anos de existência da prelazia”, enfatizou o bispo. Dom Ionilton insistiu em que “quer ser uma celebração de Ação de Graças, mas ao mesmo tempo de resgate da história, de fazer memória de tudo aquilo que Deus nos permitiu viver nesses 60 anos na prelazia e em cada paróquia e em cada comunidade, para a gente dar graças a Deus por tantos homens e mulheres que fizeram parte dessa história, que já não estão aqui conosco, já estão na glória do céu”. A celebração quer ser também um momento de “ação de graças a Deus por tantos homens e mulheres que ainda, graças a Deus, estão fazendo parte dessa história, agora que a prelazia faz 60 anos, e pedir benção e graças a Deus para que nós prossigamos a nossa missão”, enfatizou o bispo. Ele lembrou que a prelazia de Itacoatiara faz parte do Regional Norte1 da CNBB e da Igreja que está na Amazônia brasileira. Por tanto, afirmou o bispo, “nós, prelazia de Itacoatiara, ao celebrarmos os 60 anos da nossa história, queremos pedir a Deus que nos ajude a ser aquilo que o Papa Francisco tem pedido tanto à gente, desde a preparação do Sínodo para a Amazônia, no Sínodo e no pós-Sínodo, na exortação apostólica ‘Querida Amazônia’, que seja uma Igreja cada vez mais missionária, samaritana, sinodal, que seja uma Igreja de comunhão e participação, em saída, uma Igreja que tenha cada vez mais rosto amazônico”. Celebrando os 60 anos, Dom Ionilton pediu conseguir ser “uma prelazia, com todas as paróquias e comunidades, pastorais, organismos, grupos e movimentos, que faça o Reino de Deus ir acontecendo nessa área territorial, que a Igreja denominou prelazia de Itacoatiara lá em 13 de julho de 1963, e é claro também, fortalecer o encontro entre as pessoas, a presença nossa como bispo da prelazia, indo até as 13 matrizes de cada paróquia, algumas comunidades, realizando alguma reunião, algum encontro, alguma participação em atividade cultural através da música, da poesia, de rodas de conversa para lembrar a história”, ressaltando que “é assim que nós estamos querendo celebrar esses dias”. As comemorações serão encerradas no dia 13, data em que a prelazia completa 60 anos de sua criação, com uma celebração na catedral Nossa Senhora do Rosário, para a que estão motivando para que as paróquias possam enviar seus representantes e assim poder celebrar como prelazia e completar todo esse roteiro de ação de graças que inicia neste 26 de junho. O objetivo é “avivar a chama dessa pertença à Igreja, da pertença à prelazia, a partir de cada comunidade, de cada paróquia, mas acima de tudo a pertença à Igreja de Jesus Cristo e despertar o compromisso para essa caminhada com rosto amazónico, com vocações próprias de nossa região, com o fortalecimento do trabalho vocacional, e também uma Igreja que seja de fato de comunhão e participação e que cuida da mãe natureza, que cuida do bioma Amazônia, dessa ‘Querida Amazônia’, como chama o Papa Francisco, dando um olhar especial aos empobrecidos aos excluídos, aos migrantes que passam muitas vezes por nossas paróquias e comunidades”, disse Dom Ionilton. O bispo insistiu em ser “uma Igreja que acolhe, uma Igreja de porta aberta, como diz o Papa Francisco, e uma Igreja que quer ser sempre servidora, uma Igreja a serviço do povo de Deus”. Dom Ionilton pede para acompanhar esses momentos de celebração, mas também a quem não puder acompanhar que reze a Deus e a Nossa Senhora para que intercedam pela prelazia. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo Steiner: Não tenhais medo!

“Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais!” No envio, na missão recebida, no caminhar pelas incertezas, pode nascer receios, medos. Jesus a confortar: “Não tenhais medo!”. O Evangelho de hoje a nos libertar do medo: nada de encoberto, mas revelado; nada de escondido, mas conhecido; Luz, não escuridão; Proclamação em praça pública, não cochichos escamoteados, escondidos. O corpo pode passar pela morte, a alma permanece vida; ser viventes! São muitos os medos que fazem as pessoas sofrer em silêncio, no escondimento. Medo do sofrimento, medo da fome, medo da perda do amado, da amada, medo da perda dos filhos, medos do desamparo, medo do desemprego, medo da morte. No medo, a vida definha, se apaga; a alegria desaparece, o medo causa danos, afasta; uma vida tomada pelo medo definha. O medo afasta da solidariedade, da bondade. O medo nos afasta de Deus. “Não temais”, se repete por três vezes no Evangelho proclamado. Ao enviar os discípulos Jesus assegura a sua presença, a sua ajuda, a sua proteção, no desejo de que os discípulos superem o medo e a angústia que resultarem do confronto, do embate, da perseguição. Jesus oferece três ensinamentos para a superação do medo: pede aos discípulos que o medo não impeça a proclamação da Boa Nova. A mensagem libertadora de Jesus não pode correr o risco de ficar, por causa do medo, circunscrita a um pequeno grupo, recolhido, escondido e comodamente fechado dentro de quatro paredes. A proclamação corre riscos, incomoda. A proclamação da vida nova, do Reino, tenha ousadia, coragem, convicção, coerência, esperança. Por isso, quanto mais livre e visível melhor: à luz do dia. Uma mensagem transformativa e transformadora para todos. Ele ensina às discípulas e aos discípulos que se deixem guiar pela vida em plenitude, não pela morte. Não se deixem vencer pelo medo da morte física. O que é decisivo, para os discípulos, não é que os perseguidores o possam eliminar fisicamente, mas é perder a possibilidade de chegar à vida plena, à consumação da vida, à vida definitiva. A vida do Reino que é anunciado, a vida definitiva, é um dom de Deus. Os discípulos que percorrem com fidelidade o caminho de Jesus não precisam, viver angustiados pelo medo da morte. E Jesus convida os discípulos a confiarem em Deus: Ele cuida dos pássaros! Revela a tocante ternura e cuidado de Deus por todas as criaturas, mesmo as que consideramos insignificantes e indefesas. Deus sabe a quantia de cabelos que temos em nossa cabeça, isto é nos conhece na profundidade de nós mesmos. Ele conhece de forma única, profunda, os nossos problemas, as nossas dificuldades, os nossos dons. É cheio de amor e de ternura, sempre preocupado em cuidar dos seus filhos e filhas. Ora, depois de terem descoberto este “rosto” de Deus, os discípulos têm alguma razão para ter medo? A certeza de ser filho, de ser filha de Deus é, sem dúvida, algo que alimenta a capacidade do discípulo em empenhar-se, sem medo, sem prevenções, sem preconceitos, sem condições, na missão de anunciar o Reino de Deus. Reino da liberdade e da graça, Reino da verdade da justiça, do amor e da paz. Nada, nem as dificuldades, nem as perseguições, deveriam calar os discípulos e as discípulas, pois guiados e guiadas, direcionados e direcionadas pela confiança na solicitude, no cuidado e no amor de Deus, o Pai. Jesus na sua pregação, com a sua presença, com os seus milagres, buscou despertar confiança. Se Deus cuida com tanta ternura dos pardais do campo, os pequeninos pássaros da Galileia, como não vai cuidar der nós, de cada um de nós? Se faz crescer as ervas do campo e faz florir os campos, como não vela e se debruça sobre cada um de nós? Para Deus somos muito mais importantes e queridos que todos os pássaros do céu e as flores do campo. Como nos diz um texto dos primeiros tempos do cristianismo: “Descarregai em Deus tudo que vos abate ou oprime, pois a Ele só interessa o vosso bem”. Jesus que sempre transmitia esperança, confortava, buscava espantar o medo que se aninhava nos pobres, nos famintos, nas viúvas e nos órfãos. E repetia e animava e espantava o medo: Tem fé; a tua fé te salvou; Vai em paz, não voltes a pecar; Não julgueis, vive em paz. Deveríamos ser discipulas e discípulos de Jesus, comunidades, que espantam o medo e oferecem o Evangelho da confiança. Uma comunidade onde se respira uma paz contagiosa e se vive o amor entranhável, que escuta o apelo de Jesus: “Não tenhais medo”! Ao deixarmos ressoar as palavras de Jesus “não tenhas medo”, talvez possamos fazer a experiência de sermos amados por Deus. Tudo o que nasce dele é confiança e amor. Dele recebemos a vida, não a morte, a paz e o bem, não a violência e a guerra. Podemos até afastar-nos dele, mas ele não se afasta de nós. Deus nos ama incondicionalmente. Não temos necessidade de conquistarmos a Deus, apenas nossa abrirmos à sua graça e ao seu amor. Mesmo não sendo melhores, santos, santas, continuamos a ser amados por Deus. “Não ter medo.  Jesus encoraja os discípulos, nos ensina Papa Francisco. Fala do cuidado amoroso e providente do Pai, que se preocupa com os lírios do campo e as aves do céu, e, portanto, ainda mais com os seus filhos. Assim, não devemos preocupar-nos, nem nos agitar: a nossa história está firmemente nas mãos de Deus. Este convite de Jesus a não ter medo encoraja-nos. Com efeito, às vezes sentimo-nos presos num sentimento de desconfiança e angústia: é o medo de falhar, de não ser reconhecido e amado, o receio de não ser capaz de realizar os próprios projetos, de nunca ser feliz, e assim por diante. Então lutamos para procurar soluções, para encontrar algum espaço onde sobressair, para acumular bens e riquezas, para alcançar seguranças; e como acabamos? Acabamos por viver na ansiedade e na preocupação constante. Jesus, ao contrário, tranquiliza-nos: não tenhais medo! Confiai no Pai,…
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Igreja de Borba celebra com gratidão a instalação da Diocese

Com grande alegria, a Igreja de Borba celebrou neste 25 de junho a instalação da diocese de Borba. Criada em 13 de julho de 1963 como prelazia, junto com a prelazia de Coari, criada diocese em 9 de outubro de 2013, e a prelazia de Itacoatiara, a Eucaristia celebrada na nova catedral diocesana de Santo Antônio tornou realidade a Bula do Papa Francisco com data de 18 de novembro de 2022, lida na celebração pelo chanceler diocesano. A celebração foi presidida pelo cardeal Leonardo Steiner, arcebispo metropolitano de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), delegado do nuncio apostólico no Brasil dom Giambattista Diquattro, e contou com a presença de dom Marcos Piatek, bispo da diocese de Coari, dom Gutemberg Freire Regis, bispo emérito da diocese de Coari, dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da prelazia de Itacoatiara, dom José Alburquerque de Araújo, bispo da diocese de Parintins, dom Evaristo Pascoal Spengler, bispo da diocese de Roraima. Uma celebração onde também se fez presente o clero, a vida religiosa e o povo de Deus que caminha nesta Igreja banhada pelo Rio Madeira. A festa começou com a benção da cúria diocesana pelo cardeal Steiner, que realizou posteriormente o rito de instalação da diocese. Dom Leonardo insistiu, seguindo as palavras do Evangelho do dia, em não ter medo em servir às pequenas comunidades, em servir de guia para os missionários, as missionárias, seguindo o exemplo daqueles que não tiveram medo em encarnar a Igreja e viver o Evangelho, de seguir a Jesus, também na Cruz. Um não ter medo que fez possível que hoje fosse instalada a diocese de Borba, afirmou o metropolita. Eles tomaram o conselho de Jesus “como um horizonte para anunciar e proclamar”, destacou dom Leonardo. Um espírito missionário que segundo o cardeal será continuado pela nova diocese seguindo os passos, as navegações do passado, um espírito missionário muito presente na Amazônia, um espírito de colegialidade entre os bispos, o que foi expresso na entrega do báculo ao novo bispo diocesano, feita por todos os bispos presentes. Como presidente, Dom Leonardo agradeceu a Dom Zenildo por sua presença no Regional Norte1, seu entusiasmo e dedicação, sua missionariedade, afirmando não ter perdido seu espírito de Redentorista, que é o espírito da missionariedade e “que agora se coloca com maior disposição ainda a serviço desta nossa igreja particular”, pedindo para ele a benção e a ajuda de Deus. O cardeal convidou os presentes na celebração a não deixar de anunciar Jesus e introduzir os mais jovens no dom da Palavra de Deus, “para que não abandonem a Igreja por qualquer motivo, mas aprofundem cada vez mais a relação com nosso Senhor Jesus Cristo e se sintam cada vez mais comunidade de fé”, pedindo de Deus a graça da perseverança e da alegria. “Uma Igreja que tem a missão de evangelizar”, segundo Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva enfatizou no início de sua homilia, que nasceu durante o Concílio Vaticano II, vivido em tônica de alegria, uma alegria que “é dom e graça e vem perpassando a evangelização na Igreja até hoje”, segundo o bispo da diocese de Borba, lembrando que o atual pontificado começou com a “Evangelii Gaudium”, a Alegría do Evangelho. Alegria que segundo o bispo foi uma expressão presente na celebração de instalação da diocese de Borba, agradecendo a vida e missão de seus predecessores. Comentando as leituras do dia, 12º domingo do Tempo Comum, Dom Zenildo destacou a confiança em Deus que o profeta Jeremias tem mesmo diante perseguição, solidão e abandono. Ele teve medo e resistiu, mas o Senhor não desiste e o envia para proclamar a justiça, o que provoca o repúdio do povo e da própria família. O essencial não é cumprir a Lei de Moisés, mas acolher a oferta de Salvação que Deus faz a todos por Jesus, afirmou ao elo do texto de São Paulo aos Romanos. Jesus envia seus discípulos para a missão, e lhes diz que não tenham medo, medo do fracasso, medo da morte, medo pela sobrevivência. São atitudes também presentes hoje e que devem levar a Igreja a refletir quando quer realizar a missão evangelizadora. Em sua nova missão como bispo diocesano Dom Zenildo confessou seu amor pela Igreja e pela Missão, algo presente em seu lema episcopal: “Apascenta minhas ovelhas”, insistindo em que vai “continuar zelando, cuidando e defendendo esta porção do povo de Deus a mim confiado”. Uma diocese que seguindo a missão de Cristo, foi chamada pelo bispo a “evangelizar todos e todas e principalmente os esquecidos, ribeirinhos, indígenas, comunidades, cuidar a casa comum”. Uma Igreja que foi convidada por Dom Zenildo a celebrar no dia 13 de julho, nas comunidades, nas áreas missionárias e nas paróquias, os 60 anos de caminhada. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: “Não se pode pensar na Igreja que evangeliza na Amazônia sem a participação dos leigos, mulheres e homens”

O encontro continental de Ameríndia, que está sendo realizado em Manaus de 22 a 26 de junho, teve a participação do cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, que refletiu sobre a evangelização na Amazônia. O ponto de partida foi a Evangelii Nuntiandi, onde o Papa Paulo VI afirma que toda a Igreja é missionária, que a obra de evangelização é um dever fundamental de todo o povo de Deus. Todos somos evangelizadores Dom Leonardo lembro, seguindo o apresentado na Evangelii Nuntiandi, que “todos somos evangelizadores, todos somos testemunhas do Reino”, insistindo em que “evangelizar não é um ato individual, nem isolado”. Nessa perspectiva, as Diretrizes para a Ação Evangelizadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil falam de comunidades missionárias, onde todos os batizados são missionários e “nós experimentamos isso na Amazônia”, ressaltou o cardeal. Isso porque “a obra de evangelização é sempre uma obra de Igreja, de comunidade, a sinodalidade nos ajuda a isso, superar os modos individualistas”, afirmou. O arcebispo de Manaus destacou a importância do Encontro de Santarém em 1972, que considera “decisivo para a evangelização da Amazônia”. Naquele encontro aparecem dois princípios: encarnação e libertação, é uma Igreja que não está de passagem, com missionários que vieram, permaneceram e aqui foram enterrados. Um bom odor que perdura, uma missão que definiu como admirável, citando muitas congregações que realizaram esse trabalho. O cardeal vê a necessidade de assumir a realidade, mas ao mesmo tempo ser libertada, “o Verbo encarnado exige uma aproximação com a realidade”, destacou. Ele advertiu sobre a “dificuldade para levarmos em consideração as culturas”, fazendo ver que cada povo tem sua cultura e seus espíritos. A partir de Santarém a Igreja da Amazônia foi se organizando, uma Igreja que se faz carne e arma sua tenda na Amazônia, para anunciar o Evangelho como fonte e sentido da libertação, defesa da casa comum e promoção da vida quando é ameaçada pelo falso conceito de progresso, que explora, deixando assim de promover a justiça e bem-estar para todos”, segundo Dom Leonardo. Inculturação e interculturalidade como caminho de encarnação Em Santarém o futuro foi pensado, e com o decorrer o tempo, o Documento Final do Sínodo para a Amazônia, enfatizou ideias presentes em Santarém, insistindo em que o caminho de encarnação são caminhos de inculturação e de interculturalidade. Partindo da sua experiência como bispo na Amazônia, o cardeal disse que “entender alguma coisa leva tempo”, destacando que “a cultura é fundamental”, e que se faz necessário repensar a partir dos povos, e que para isso precisamos tempo e escutar. Na Amazônia, uma Igreja encarnada e libertadora, princípios de Santarém, é uma Igreja servidora. O arcebispo de Manaus abordou a hermenêutica que o Papa Francisco faz em Querida Amazônia.  Nos quatro sonhos, “na medida em que se vai lendo vamos percebendo dimensões de um todo, que vai se mostrando na medida em que os sonhos se vão explicitando”. Algo que ele definiu como uma hermeneuta da totalidade, que considera fundamento de toda evangelização na Amazônia, totalidade necessária para poder ser uma presença do Reino de Deus. São sonhos que abrem horizontes, que indicam o caminho a seguir, para ser uma Igreja que possa ser transformadora e libertadora. Essa hermenêutica da totalidade vai dando um rosto, mesmo sabendo que na Amazônia não tem um rosto só. Daí a dificuldade de concretizar um rito amazônico diante de tantas culturas, algo que mais uma vez exige muita escuta, insistindo na necessidade de um rito que não seja só litúrgico. Evangelizar a Amazônia a partir de si mesma Reconhecendo a importância dos tantos missionários e missionárias ao longo da história, Dom Leonardo insistiu em que a Amazônia cada vez tem mais consciência de ser evangelizada a partir de si mesma. Ele destacou a importância das comunidades que foram dinamizadas por leigos e leigas, uma Igreja laical, com muitas lideranças femininas, chamando a fazer um esforço para que ela continue assim. Seu arcebispo, lembrou a experiência da assembleia sinodal realizada na Arquidiocese de Manaus, com grande participação dos leigos, também nas decisões. É por isso, que “dinamizar a Igreja a partir de nossos presbíteros não tem como”, afirmou, lembrando que os leigos sentem essa responsabilidade. Nesse sentido, ressaltou que “não se pode pensar na Igreja que evangeliza na Amazônia sem a participação dos leigos, mulheres e homens”. Uma Igreja que cuida da ecologia integral, uma decisão tomada em Santarém 2022, como recolhe o documento do encontro. O cardeal denunciou que na Amazônia, “o massacre dos povos continua, e muitas vezes isso não é conhecido”, sempre tendo a ver com a ecologia. Ele definiu a situação do Povo Yanomami como “mostra de que a humanidade tem chegado muito baixo”. Tudo isso mostra a importância de “uma Igreja que sempre está à escuta de todas as realidades, que não tem medo de dialogar, uma Igreja sinodal, todos participando, todos opinando, rezando, celebrando, ajudando a visibilizar o Reino de Deus”, o que o levou a dizer que “no Norte (do Brasil) ser Igreja é mais encarnado, mais próximo”. Uma Igreja testemunhal Uma Igreja dos mártires, “a Igreja da Amazônia tem muitos mártires e muitos que não sabemos”, disse. Uma Igreja testemunhal, colocando como exemplo a solidariedade da Igreja de Manaus no tempo da pandemia, algo que ele disse nunca ter visto, lembrando que “atendemos mais de 100 mil pessoas, isso pela partilha das pessoas, das empresas, às vezes coisas pequenas”, uma amostra de que “fizemos aflorar a caridade, o amor, a solidariedade no tempo da pandemia”. Uma Igreja que na Amazônia “tem um senso de caminhar juntos, com sensibilidade para com aquilo que é nosso, da Amazônia”, destacando a fraternidade entre os bispos, a ajuda entre eles, mas também uma relação que acontece entre povo de Deus. Finalmente, lembrando as palavras do Evangelho deste domingo, que diz “Não tenhais medo”, insistiu em que o Pai do céu cuida, “uma sensibilidade presente nas comunidades da Amazônia, com expressões profundas de fé e relacionamento”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

“Corações ardentes”, o 5º Congresso Missionário Nacional em Manaus já tem hino

O 5º Congresso Missionário Nacional que será realizado em Manaus de 10 a 15 de novembro de 2023 já tem hino. A canção “Corações ardentes” do músico Antônio Cardoso foi escolhida não só para o Congresso, também para a Campanha Missionária 2023, que como é costume acontece no mês de outubro. Um hino que pretende animar e inspirar as ações missionárias da Igreja do Brasil ao longo de 2023. O lema da Campanha Missionária 2023 tem como tema no Brasil: “Ide! Da Igreja local aos confins do mundo” e como inspiração bíblica, baseada no texto dos discípulos de Emaús, o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24,13-35). Ela é realizada em todas as igrejas locais do Brasil. O 5º Congresso Missionário Nacional, que está sendo coordenado pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM), acolherá mais de 800 participantes, de 10 a 15 de novembro na capital do Amazonas, e tem assumido o mesmo tema e lema do Mês Missionário. Antônio Cardoso, compositor da música vê este hino como uma oportunidade para resgatar sua origem missionária. Ao longo de 45 de carreira musical, nascido no interior da Bahia, Antônio Cardoso iniciou sua trajetória musical com o apoio do padre Zezinho, um dos grandes ícones da música católica brasileira ao longo de décadas. Tem sido anos de vida missionária, levando o Evangelho através da música nas igrejas locais do Brasil, na vida do povo. São vários os trabalhos realizados nesse sentido. Segundo o autor da música, “construímos esta canção com simplicidade, mas, com os corações ardentes e os pés a caminho, porque é urgente caminharmos da Igreja local aos confins do mundo. Agradeço de coração a muitos que sugeriram frases e palavras nesta canção. Do nosso saber brotam profundas reflexões, mas, é o nosso querer que nos impele a sairmos do quarto escuro e intimista para a luz sobre o candeeiro, porque o saber só tem sentido quando verdadeiramente reconhecemos Jesus na canção da vida, pura e simples”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações da CNBB

Rádio Rio Mar é autorizada a chegar a mais nove municípios do Amazonas

O governo federal autorizou a Rádio Rio Mar, de Manaus, a retransmitir a programação da emissora para mais nove municípios do Amazonas. Atualmente, além de Manaus, a Rádio Rio Mar já alcança Autazes, Careiro da Várzea, Iranduba, Manacapuru e Manaquiri com a frequência FM 103,5 MHz, emitido da capital. Agora, com as novas concessões homologadas pelo Ministério das Comunicações, a ‘Rádio que Toca a Vida da Gente’ terá frequências em Boca do Acre, Carauari, Humaitá, Manacapuru, Novo Airão, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Tabatinga e Tefé que, somadas, têm mais de meio milhão de habitantes: 517.760 pessoas, segundo o IBGE (2021). Boca do Acre: FM 92,7 MHz | canal 224 Carauari: FM 91,7 MHz | canal 219 Humaitá: FM 91,5 MHz | canal 218 Manacapuru: FM 98,1 MHz | canal 251 Novo Airão: FM 90,1 MHz | canal 211 Presidente Figueiredo: FM 92,9 MHz | canal 225 Rio Preto da Eva: FM 92,7 MHz | canal 224 Tabatinga: FM 103,7 MHz | canal 279 Tefé: FM 94,9 MHz | canal 235 Ao todo, a emissora está em processo de obtenção de concessão para retransmissão em 20 municípios do Amazonas, as nove acima já foram conquistadas. O diretor-superintendente da Rádio Rio Mar FM, Padre Charles Cunha, comemorou a conquista das concessões e afirmou que a responsabilidade aumenta. (ouça abaixo) Tocador de áudio 00:00 00:00 Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume. Veja abaixo as autorizações publicadas no Diário Oficial da União: Boca do Acre: PORTARIA MCOM Nº 9.605, DE 26 DE MAIO DE 2023  Carauari: PORTARIA MCOM Nº 9.481, DE 18 DE MAIO DE 2023  Humaitá: PORTARIA MCOM Nº 9.617, DE 29 DE MAIO DE 2023 Manacapuru: PORTARIA MCOM Nº 9.616, DE 29 DE MAIO DE 2023  Novo Airão: PORTARIA MCOM Nº 9.618, DE 29 DE MAIO DE 2023  Presidente Figueiredo: PORTARIA MCOM Nº 9.614, DE 29 DE MAIO DE 2023 Rio Preto da Eva: PORTARIA MCOM Nº 9.611, DE 29 DE MAIO DE 2023  Tabatinga: PORTARIA MCOM Nº 9.613, DE 29 DE MAIO DE 2023  Tefé: PORTARIA MCOM Nº 9.612, DE 29 DE MAIO DE 2023 Bruno Elander – Rádio Rio Mar

Dom Luis Marín: O Instrumentum Laboris “não oferece soluções, mas abre caminhos”

A pouco mais de 100 dias do início da primeira sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo 2021-2024, foi divulgado esta semana o Instrumentum Laboris, um texto que “pretende ajudar ao discernimento, procurando sempre o bem da Igreja”, segundo dom Luis Marín de San Martín, subsecretário do Sínodo. Nesta entrevista, analisa os elementos presentes num texto que pretende “facilitar o trabalho que terá lugar na primeira sessão da Assembleia do Sínodo dos Bispos“, destacando na primeira fase “a experiência do encontro, da escuta e do discernimento”, bem como “o crescimento na corresponsabilidade” e o fato de se tratar de um processo. Um processo sinodal que “pertence a todo o povo de Deus”, e no qual “o grande desafio é renovar a Igreja“, insiste dom Marín de San Martín. Um documento com “uma conotação eminentemente prática”, e que “não oferece soluções, mas abre caminhos”, sublinha o bispo agostiniano. Além disso, afirma que “em todo este processo, a comunhão é fundamental. Da comunhão se passa à pluralidade, e não o contrário”. Uma assembleia sinodal que é dos bispos, mas onde a presença do resto do povo de Deus, vinte e cinco por cento, pelo menos a metade de mulheres, é importante “para ajudar no discernimento“, que será enriquecido pela interculturalidade que estará presente. Juntos trabalharão a partir das perguntas que aparecem no texto, utilizando o método do diálogo no Espírito, já presente no retiro de três dias antes de iniciar os trabalhos, “uma grande novidade, que talvez não tenha sido suficientemente sublinhada”. No dia 20 de junho, a Secretaria do Sínodo divulgou o Instrumentum Laboris para a primeira sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo 2021-2024. Como definiria este documento? O Instrumentum Laboris é, como o próprio nome sugere, um documento de trabalho. Destina-se principalmente a facilitar o trabalho que terá lugar na primeira sessão da Assembleia do Sínodo dos Bispos em outubro próximo. No entanto, pode e deve também ser conhecido e, se necessário, utilizado pessoal e comunitariamente nas Igrejas locais para continuar a reflexão iniciada. O objetivo é dar um impulso ao processo e encarná-lo na vida da Igreja. O texto baseia-se em todo o material recolhido durante o processo, especialmente nos documentos da Etapa Continental, e tem como objetivo ajudar o discernimento, procurando sempre o bem da Igreja. É um Instrumento de Trabalho que, como o próprio texto afirma, marca o início da segunda fase do Sínodo, que não podemos esquecer que é um processo. Como avalia o caminho percorrido, algo que aparece no início do texto, nesta primeira fase? Na primeira fase, sublinho sobretudo a experiência: do encontro, da escuta e do discernimento. Devemos ter sempre presente o carácter experiencial de todo este caminho, que provocou entusiasmo naqueles que se juntaram e participaram nele. Ao caminharmos juntos, com Cristo e com os nossos irmãos e irmãs, a Igreja sentiu-se viva. Gostaria também de sublinhar o crescimento da corresponsabilidade, que nasce da realidade batismal e que depois se desenvolve segundo os diferentes carismas, ministérios e vocações.  Hoje existe uma consciência muito forte de que o povo de Deus, todo ele, participa de Cristo, das suas funções e, portanto, é corresponsável na Igreja. E o terceiro aspeto a ter em conta é a natureza do processo, que se desenvolve ao longo do tempo e que começou a partir de baixo (paróquias, grupos, comunidades). Não se trata de eventos pastorais desconexos. Trata-se de um processo interligado e dinâmico. E não está concluído, pois ainda está a desenvolver-se. A sinodalidade veio para ficar porque remete para a essência da Igreja, para o que a Igreja é em si mesma: é chamada a aprofundar continuamente o conhecimento experiencial de Cristo e impulsiona a evangelização (caminhar); é comunhão em Cristo com os irmãos e irmãs (juntos). A Igreja é sinodal, como se vê na Igreja primitiva, nas primeiras comunidades, no ensinamento dos Padres, na história. Um Sínodo que pertence ao povo de Deus, como afirmou o Cardeal Mario Grech, Secretário do Sínodo, quando disse que é um grande insulto pensar que o povo de Deus não tem os instrumentos para oferecer uma verdadeira contribuição ao processo sinodal. Podemos dizer que tudo o que experimentámos durante o processo de escuta apoia esta afirmação? A sinodalidade afeta toda a Igreja e tudo o que é Igreja. Exprime-se e concretiza-se de diferentes formas e a diferentes níveis (conselhos pastorais, conselhos económicos, assembleias eclesiais, sínodos, concílios, etc.). Tivemos de deixar claro, sobretudo no início, que a sinodalidade não pode ser identificada apenas com o Sínodo dos Bispos, que é uma forma de exprimir a sinodalidade própria da colegialidade episcopal, mas que não a esgota. A sinodalidade pertence a toda a Igreja e assume muitas formas. Dito isto, podemos compreender que o processo sinodal é de todo o povo de Deus. Todos podem contribuir. E os pastores devem facilitá-lo. O clericalismo é profundamente injusto e errado. É uma corrupção nociva conceber o ministério como poder, como domínio que mantém o resto do povo de Deus passivo e submisso. O ministério é um serviço que se exerce sempre no seio do povo de Deus e não fora dele. Onde o pastor acompanha e se envolve, o processo sinodal funciona e a contribuição é viva e profunda.  Esta foi uma das grandes conquistas da primeira fase. O Cardeal Hollerich, relator do Sínodo, citando o Instrumentum Laboris, diz que não se trata de ler, mas de fazer. De acordo com o que diz o documento, que insiste em que não se trata de produzir documentos, poderíamos dizer que o grande desafio é estabelecer esta dinâmica sinodal na Igreja? O grande desafio é renovar a Igreja. É um trabalho de coerência como cristãos. O Instrumentum Laboris insere-se nessa dinâmica e tem uma conotação eminentemente prática. Não é uma reflexão meramente teórica, mas nasce da experiência; não oferece soluções, mas abre caminhos. É um elemento adicional para ajudar o discernimento. Articula as prioridades que emergiram da escuta e exprime-as sob a forma de perguntas dirigidas à Assembleia Sinodal, que deverá discernir. Tem em conta dois…
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Caminhar juntos é condição necessária para ser Igreja

Na última terça-feira 20 junho, a Secretaria do Sínodo publicou o Instrumentum Laboris do Sínodo 2021-2024, que tem como temática a sinodalidade. Um lançamento que dá início à segunda fase do Sínodo, que realizará em outubro de 2023 e outubro de 2024 sua Assembleia sinodal, uma só assembleia em duas etapas. A Igreja é comunidade, comunhão, algo que aparece no nome, uma comunhão que se expressa no desejo de caminhar juntos, de ser uma Igreja sinodal. Isso faz parte da missão da Igreja, chamada a encontrar o modo de concretizar no mundo atual a mensagem do Evangelho, que tem que responder aos desafios que a realidade apresenta, um empenho muito presente no pensamento do Papa Franciso. Ele sempre olha para fora e para frente, empenhado em ajudar a encontrar caminhos para discernir a melhor escolha. E para isso temos que aprender a escutar, a escutar a todos e todas, também aqueles que nunca tiveram voz, aqueles que secularmente tiveram sua voz apagada. Só escutando podemos conhecer, e só conhecendo temos elementos para poder encontrar o caminho melhor para todos, também para os descartados, também para as vítimas. Numa sociedade polarizada, um fenômeno também presente dentro da Igreja católica, onde tem católicos e católicas que se acham melhores do que os outros, inclusive mais católicos do que o Papa, do que o bispo, somos chamados a entender que caminhar juntos precisa superar as tensões e entender que a diversidade nos enriquece, e nunca pode causar destruição. Se eu sou católico, quando olho para minha vida, quando olho para a caminhada da minha comunidade, da minha paróquia, da minha diocese, percebo sinais de uma Igreja sinodal? Estou disposto viver minha fé com aqueles que tem uma visão diferente, com aqueles que são de outra comunidade, de outra pastoral, de outro movimento? Me aproximo deles para aprender ou para criticar e destruir o que eles têm de diferente? Quando eu quero impor meu pensamento como a única verdade estou longe de uma Igreja sinodal. Quando enfrento as diferenças de forma vingativa, estou longe de uma Igreja sinodal. Quando ao escutar não vou sendo gradualmente transformado pelo Espírito, estou longe de uma Igreja sinodal. O Batismo nos aproxima, nos faz corresponsáveis, nos ajuda a sentir a necessidade de pedir perdão, também como Igreja, nos ajuda a escutar e dialogar, e a gerir as tensões sem se deixar destruir por elas. Se somos Igreja, se somos comunidade, somos família, fraternidade, isso nos aproxima e nos faz sentir a necessidade do outro ao nosso lado. Tudo isso desde a comunhão, missão e participação, temas prioritários para a Igreja sinodal. Encontrar uma unidade que abraça a diversidade sem a anular é o ponto chave, e esse deve o empenho de todos e todas se queremos ser Igreja sinodal, se queremos assumir que caminhar juntos é condição necessária para ser Igreja. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Dom Ionilton e Dom José Albuquerque eleitos membros de comissões da CNBB

Os membros do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), onde o Regional Norte1 está representado por seu presidente, o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, elegeram, durante reunião realizada em Brasília-DF, de 20 a 22 de junho, os bispos que irão integrar as 12 comissões episcopais que fazem parte do organograma da instituição. Dentre os bispos do Regional Norte1, dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara foi eleito para integrar a Comissão Episcopal para Ação Sociotransformadora no quadriênio 2023-2027, e dom José Albuquerque de Araújo, bispo da diocese de Parintins, foi reeleito para fazer parte da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada. A Comissão Episcopal para Ação Sociotransformadora está presidida por dom José Valdeci Santos Mendes, bispo de Brejo (MA), e tem a atribuição de fortalecer a participação da Igreja na formação do desenvolvimento humano integral, na construção de uma sociedade justa e solidária, promovendo o respeito aos Direitos Humanos, à luz do Evangelho, da Doutrina Social da Igreja e da opção pelos pobres. Dom José Ionilton de Oliveira, que pertence à Congregação dos Padres Vocacionistas foi nomeado bispo da Prelazia de Itacoatiara (AM), em 19 de abril de 2017. É referencial da CNBB para a Comissão Pastoral da Terra (CPT), desde abril de 2021, e desde 9 de junho de 2022, é secretário da Rede Eclesial Pan-Amazônica no Brasil (Repam-Brasil). Junto com dom Ionilton, fazem parte dessa Comissão, dom Limacedo Antônio da Silva, bispo auxiliar de Olinda e Recife (PE), dom José Reginaldo Andrietta, bispo Jales (SP), dom João Aparecido Bergamasco, bispo de Corumbá (MS), e dom Geremias Steinmetz, arcebispo de Londrina (PR). A Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada (CMOVC) tem como objetivo despertar, discernir, cultivar, animar, promover e acompanhar as Vocações, os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Igreja no Brasil. Sua missão é oferecer aos batizados, condições para a vivência da sua vocação específica através da do Serviço de Animação Vocacional-Pastoral Vocacional (SAV-PV), bem como acompanhar a formação para o Ministério Ordenado, por meio da Organização dos Seminários e Institutos do Brasil (OSIB). A Comissão é presidida pelo bispo auxiliar de São Paulo (SP), dom Ângelo Ademir Mezzari, e dela faz parte dom José Albuquerque, bispo da diocese de Parintins (AM), que coordenará a Pastoral Vocacional e a OSIB, e já fez parte dessa Comissão no quadriênio 2019-2023. Ele é bispo referencial no Regional Norte1 da CNBB das pastorais Vocacional, Presbiteral e Criança; diáconos permanentes, bispos eméritos. Também foram eleitos membros dessa Comissão dom Cleocir Bonetti, bispo da diocese de Caçador (SC), que coordenará os presbíteros, e dom Valter Magno de Carvalho, bispo auxiliar de Salvador (BA), que coordenará os diáconos.  Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Com informações da CNBB