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CNBB completa sua Presidência e inicia eleição de presidentes das Comissões

O episcopado brasileiro vai escolhendo seus novos cargos para o período 2023-2027. Segundo informa a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta terça-feira, depois da eleição do presidente na segunda-feira, cargo que será desempenhado por Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, foram eleitos os dois vice-presidentes, o secretário executivo, e os presidentes das comissões para a Ação Missionária e a Comissão Bíblico-catequética. O primeiro vice-presidente será dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo de Goiânia (GO), o segundo vice-presidente será Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, bispo de Garanhuns (PE), o secretário geral será Dom Ricardo Hoepers, bispo de Rio Grande (RS). A Comissão para a Ação Missionária será presidida por Dom Maurício Jardim, bispo de Rondonópolis- Guiratinga (MT) e a Comissão Bíblico-catequética por Dom Leomar Antônio Brustolin, arcebispo de Santa Maria (RS). Dom João Justino, nomeado bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) no dia 21 de dezembro de 2011, assumiu a Arquidiocese de Goiânia (GO) em 16 de fevereiro de 2022, depois de ser arcebispo de Montes Claros (MG) desde 2017. Diante da pergunta do atual presidente, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, respondeu: “Agradeço a confiança dos senhores, conto com o apoio e orações. Aceito!”. Desde 2015 era presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB, e em março de 2016, dom João Justino foi nomeado membro da Comissão de Cultura e Educação do Setor Universidades do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) e responsável pelas pastorais de Educação e Cultura no Cone Sul. O bispo de Garanhuns (PE) e atual presidente do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, foi eleito como segundo vice-presidente da entidade. Ele disse aceitar “por amor a Jesus Cristo, nosso Senhor e salvador, como serviço à Igreja, profundamente agradecido a todos os irmãos e também para garantir a presidência da região Nordeste a todos os irmãos”. Dom Paulo Jackson foi nomeado bispo no dia 20 de maio de 2015. O novo secretário geral da CNBB é Dom Ricardo Hoepers, atual presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Diante da pergunta do presidente disse assumir com muita honra. Foi nomeado bispo da diocese de Rio Grande (RS) em 2016. Dom Maurício da Silva Jardim, bispo de Rondonópolis–Guiratinga (MT), foi eleito para presidir a Comissão Episcopal para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial da CNBB, assumindo sustentado em que “na Evangelii Gaudium, o Papa Francisco diz que a missão é uma paixão por Jesus Cristo e pelo povo. Por causa dessa paixão, eu aceito!”. Ele, que era diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias, foi nomeado bispo em 8 de junho de 2022. O último dos eleitos foi dom Leomar Antônio Brustolin, arcebispo de Santa Maria (RS), eleito presidente da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB. Atualmente era coordenador das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE). O arcebispo disse aceitar “porque todos nós cremos que a transmissão da fé para as novas gerações é um dos maiores desafios para a nossa missão e também por dar continuação à animação bíblica, eu aceito!”. Ele foi nomeado bispo auxiliar de Porto Alegre em 2015, sendo transferido em 2021 para a arquidiocese de Santa Maria. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Organismos do Povo de Deus: expressão da sinodalidade já acontecendo na Igreja do Brasil

A sinodalidade não é uma novidade na Igreja do Brasil, sendo uma realidade também presente nas assembleias gerais do episcopado, que de 19 a 28 de abril realiza sua 60ª edição em Aparecida (SP), onde se fazem presentes os organismos do Povo de Deus. Seus representantes insistem em que a Igreja do Brasil já vive essa sinodalidade, mas também reconhecem que o desafio é “fazer uma caminhada em conjunto, em sinodalidade”, dado que “não existe Igreja sem comunhão e sem sinodalidade”, segundo Moema Rodrigues Muricy, presidenta da Conferência Nacional dos Institutos Seculares do Brasil (CNISB). Se trata de “fortalecer essa experiencia”, insiste o padre André Luiz do Vale, presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros (CNP), de, seguindo o pedido do Papa Francisco fazer realidade “esse processo de escuta, de fala, de união, especialmente criar essa comunhão entre todos”, destaca o diácono José Oliveira Cavalcante, presidente da Comissão Nacional dos Diáconos (CND). Uma sinodalidade que “é um desafio, mas é um belo projeto do Evangelho”, segundo a Ir. Elaine Cordeiro de Souza, presidenta da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). Uma necessidade de avançar que também destaca Gomes de Oliveira, presidenta do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, insistindo em que “essa sinodalidade já está acontecendo, essa assembleia aqui já traz quando nós já podemos participar, temos direito a voz, mas ainda é um passo longo que a gente precisa dar”, pois segundo ela “não dá para caminhar juntos com algumas restrições”. Os institutos seculares do Brasil mostram sua adesão, comunhão, participação e agradecimento à Presidência da CNBB, pedindo “a continuidade desse caminho em favor de uma sociedade mais justa, mais fraterna nessa caminhada comum”. Um sentir presente entre os diáconos, que dizem ter “a obrigação de estar sintonizados com tudo aquilo que acontece na própria Conferência Nacional dos Bispos”. Isso porque a sinodalidade “é algo necessário para que as coisas da Igreja, ou de modo geral do mundo, consigam chegar a um ponto que seja bom para todos, fortaleça a nossa Igreja e nos conduza ao Reino de Deus”, enfatiza o presidente da CND. Falar de sinodalidade é falar de comunhão, de participação, afirma a Ir. Elaine. A religiosa insiste em que “todos os organismos queremos ser o sinal visível do rosto da Igreja que Jesus quer”. Para isso se faz necessária “uma abertura maior”, pede Sônia Gomes de Oliveira, que ressalta que “o laicato está na base, ele consegue trabalhar, ele consegue fazer um papel organizativo nas paróquias, nas dioceses, mas quando chega no grande espaço de decisão, nós ainda não temos esse poder de decisão”. Os presbíteros do Brasil, na voz de seu presidente, dizem que eles vão “fortalecer ainda mais essa realidade, seja caminhar junto com o povo de Deus, com os nossos bispos”. Mas eles também pedem ser escutados, “tanto pelos bispos quanto também pelo povo de Deus”. Uma sinodalidade a ser construída numa Igreja “que tem muitas tendências”, segundo a presidenta da CRB, que insiste em que “isso é muito bom, porque é a eclesialidad, é a universalidade da Igreja”. Uma sinodalidade que “vivemos com muita aproximação, tentativa de comunhão, abertura e acreditando que o Espírito, a Divina ruah, vai fazer a obra boa dela para bem dos pobres, para bem da Igreja”, ressalta a religiosa. Pedindo ser rompidas algumas barreiras, e vencer o clericalismo, Sônia Gomes de Oliveira espera da Igreja, “enquanto instituição, enquanto CNBB, acreditar mais no protagonismo do leigo, nesse ser sujeito eclesial, nesse sujeito maduro que está aí e tem conseguido fazer coisas bonitas na Igreja e principalmente no testemunho efetivo de Jesus Cristo e na evangelização da nossa Igreja”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Adolfo Zon: Assembleia da CNBB, “foi muito bom ver tanta coisa num período tão marcado pela pandemia”

A 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) iniciou sua segunda semana. Depois de uma primeira semana que segundo Dom Adolfo Zon “foi preciosa, foi partilhar um pouquinho a história dos últimos quatro anos, através de um relatório frutuoso e bem substancioso da Presidência da CNBB, onde de alguma maneira estamos envolvidos todos os bispos da CNBB e todos aqueles que mais diretamente colaboram na execução de todas as linhas, que são as comissões episcopais para a ação pastoral”. O bispo da Diocese do Alto Solimões destacou que “nesse sentido foi muito bom ver tanta coisa num período tão marcado pela pandemia”. Igualmente, Dom Adolfo Zon ressaltou a importância do dia de Retiro, vivenciado pelos bispos no sábado e no domingo, com a pregação de Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, um momento para “vivenciar o amor de Deus como aquele que acompanha, ilumina e dá sentido a toda essa ação pastoral”, segundo o bispo. Esta assembleia eletiva, que nesta segunda-feira iniciou as escolhas dos novos cargos na Presidência da entidade, nas diferentes comissões, os representantes no Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (Celam) e na assembleia sinodal do Sínodo 2021-2024, e que já elegeu Dom Jaime Spengler como seu Presidente para o período 2023-2027, é vista como um momento que está sendo “vivenciado com muita responsabilidade e sinodalidade, e sobretudo vendo quais são os desafios e procurar as pessoas mais capacitadas e com um perfil mais adaptado ao serviço que vai prestar dentro da Conferência”. Dom Adolfo Zon, que está participando do processo eleitoral pela terceira vez, insiste em que “isso tem que ter repercussão do dia a dia”, afirmando que “há uma união de corações para encontrar o melhor para a Igreja do Brasil”. Não escondendo que “sempre tem aquelas visões mais particulares”, ele ressalta que “ao final, mesmo com diferentes pontos de vista, o que vence é a unidade”. O bispo da Diocese de Alto Solimões foi eleito nesta 60ª Assembleia Geral da CNBB como vice-presidente do Regional Norte1 da CNBB. Diante do novo serviço, Dom Adolfo Zon disse sentir-se “no início com um pouquinho de medo, porque são responsabilidades grandes e sobretudo num Regional que tem muitos desafios e que esperemos desde a nossa pobreza contribuir para que as decisões tomadas em nível nacional possam ser contextualizadas naquela Igreja do chão amazônico”. O bispo de Alto Solimões insistiu em que “esse é o grande desafio, e também ter essa capacidade de escuta para dar continuidade a todo esse movimento sinodal na Igreja do Brasil e da Amazônia”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Cardeal Steiner: “Amazônia não é só água e floresta”, é povo acolhedor e religiosidade muito profunda

A Amazônia foi pauta da coletiva de imprensa da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil desta segunda-feira 24 de abril. Os “porta-vozes” da Igreja da região foram Dom Leonardo Steiner, Arcebispo de Manaus, o “cardeal da Amazônia”, presidente da Comissão para a Amazônia, e Dom Evaristo Spengler, que nesta terça-feira completa um mês do início da sua missão como bispo da Diocese de Roraima, e é o presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica no Brasil. Uma oportunidade para mostrar a importância que a Amazônia tem para a Igreja e para o mundo, uma região que “não é só água e floresta”, enfatizou o cardeal Steiner, que destacou o fato de o povo ser extremamente acolhedor, com uma religiosidade muito profunda, com um ritmo de vida marcado pelas águas. Tudo isso numa Amazônia que passa por dificuldades, citando como exemplo o garimpo, que tem provocado a tragedia do Povo Yanomami, uma situação que se repete no Pará com o Povo Munduruku, gravemente atingido pelo mercúrio; o desmatamento, que é muito grande, com regiões onde não tem mais mata; a pesca predatória, citando a morte do jornalista inglês Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira, mortos por ajudar os indígenas a se defender da pesca predatória. O cardeal Steiner ressaltou que a agressão à questão indígena foi muito forte nos últimos anos, com um presidente da FUNAI contrário aos povos indígenas. Dom Leonardo lembrou sua visita ao Povo Yanomami, quando levou “a palavra de conforto do Papa Francisco e da presidência da CNBB”, dizendo ter ficado estarrecido com as acusações que os indígenas faziam. O cardeal enfatizou as palavras de um casal, quando disse: “estamos perdendo a nossa alma, a nossa espiritualidade”, algo que Dom Leonardo definiu como perder as motivações para existir, para estar vivo. Ele destacou a importância do Ministério dos Povos Indígenas e da FUNAI, e o fato de ser dirigidos por duas indígenas. Dom Leonardo ressaltou a união estre os bispos na Amazônia e a grande presença dos leigos e leigas na missão de evangelizar. Junto com isso destacou a grande solidariedade, “nunca vi tanta solidariedade na minha vida como em Manaus no tempo da pandemia, pessoas que souberam dar do pouco”, dizendo que na Arquidiocese de Manaus, atendemos mais de 100 mil pessoas, uma amostra do “espírito de solidariedade que existe em nosso povo”. Dom Evaristo Spengler apresentou a Igreja da Amazônia, desde sua experiência da Prelazia do Marajó e na Diocese de Roraima, uma Igreja muito viva, com grande religiosidade popular, onde a vida de fé perpassa todas as ações no dia a dia do povo. Em sua intervenção explicou como estão sendo desenvolvidas: Laudato Si´ e Amazônia sem Fome, campanhas que “transbordam do coração do Papa Francisco”. Em relação aos migrantes venezuelanos, uma realidade que aumentou neste ano, com uma média de entrada de 500 pessoas por dia, destacou a ação belíssima da Igreja de Roraima com os migrantes. A Igreja tem se colocado muito ao serviço, insistiu, mostrando números do que a Igreja local faz na alimentação e ajuda jurídica. Dom Leonardo enfatizou que “o Santo Padre sempre mostrou um carinho muito grande pela Amazônia”, como algo que está no seu coração, destacando que a criação de um cardeal da Amazônia é um modo de “ele expressar a proximidade dele com toda a Amazônia e o povo de lá está entendendo assim”. O Papa, segundo o cardeal, está preocupado pela depredação da Amazônia, “ele está pensando na humanidade, ele está pensando na Mãe Terra”, destacando igualmente a estima do Papa Francisco pelo modo de ser Igreja na Amazônia, com o protagonismo dos leigos e as pequenas comunidades. Em relação à presença da Eucaristia nas comunidades da Amazônia, disse pensar que “temos que dar passos em algumas direções”. Isso numa Igreja que é missionária, citando o exemplo da Arquidiocese de Manaus, onde depois da Assembleia Sinodal está se preparando “leigos e leigas em cada comunidade para levar a Palavra de Deus nas casas”. Ele falou de processos que gerem mudanças, de repensar a formação nos seminários com padres ao serviço das comunidades, questionando até que ponto é justo que muitas comunidades na Amazônia só tenham acesso à Eucaristia duas vezes por ano, inclusive menos, segundo acrescentou Dom Evaristo, quando a Eucaristia é centralidade na vida cristã. Em relação às igrejas irmãs destacou sua dimensão missionária e a existência de missionários e missionárias que doam sua vida na Amazônia, mas também a falta de voluntários para a missão de outras regiões do país. Junto com isso relatou a difícil situação do garimpo na Terra Yanomami e a destruição que está provocando na floresta e na vida dos indígenas, sendo muitos deles cooptados pelo garimpo. Igualmente denunciou a situação do alcoolismo, exploração e abuso sexual. Uma Igreja chamada a somar num caminho que os indígenas estão realizando. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Jaime Spengler novo Presidente da CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem um novo presidente. Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, foi eleito o 14º presidente da CNBB, depois de ter sido vice-presidente nos últimos quatro anos. A eleição, que contou com a participação de mais de 300 bispos, aconteceu no 6º dia da 60ª Assembleia Geral da CNBB, que se realiza em Aparecida de 19 a 28 de abril de 2023, no terceiro escrutínio com 210 votos, em que era necessária a maioria simples. Nascido em Gaspar (SC), em 6 de setembro de 1960, o novo presidente da CNBB, que sucede a Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (MG), pertence à Ordem dos Frades Menores, onde ingressou no dia 20 de janeiro de 1982. Realizou a Profissão Solene no dia 8 de setembro de 1985, sendo ordenado presbítero no dia 17 de dezembro de 1990. Após fazer o doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum, nos anos de 1995 a 1998, Dom Jaime Spengler trabalhou sobretudo no campo da formação, sendo nomeado bispo auxiliar de Porto Alegre em 10 de novembro de 2010 pelo Papa Bento XVI, sendo ordenado bispo no dia 5 de fevereiro de 2011. Pouco mais de dois anos depois, aos 18 de setembro de 2013, o Papa Francisco o nomeou Arcebispo de Porto Alegre. O novo presidente, em breve encontro com os jornalistas os agradeceu pelo seu papel muito importante na evangelização. Dom Jaime Spengler disse acolher sua nomeação “com muita humildade, com tanta simplicidade, com temor e tremor, mas orientado pela fé”. Com esse espírito disse se colocar a serviço da CNBB durante os próximos quatro anos, esperando poder fazer “um trabalho à altura daquilo que é a Conferência na história do nosso Brasil”. Em relação às perspectivas, Dom Jaime Spengler, vice-presidente na atual gestão, enfatizou que deseja que “seja uma continuidade a esse processo que nós estamos vivendo”, em referência à sinodalidade, destacando a primeira iniciativa do Celam e depois do Papa Francisco. O arcebispo de Porto Alegre se referiu ao processo de escuta, como algo que precisa avançar, insistindo no espírito da sinodalidade, que o espírito de comunhão e participação possa crescer e se consolidar na Igreja. Finalmente, Dom Jaime Spengler chamou a ajudar no processo sinodal para que a obra da evangelização possa avançar, para promover o Evangelho do Crucificado – Ressuscitado, ressaltando que “se queremos ajudar a transformar nossa comunidades, o Evangelho é a referência”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Comissão para a Amazônia: Compromisso da CNBB de apoio solidário e fraterno à Igreja que está na Amazônia

A Comissão para a Amazônia apresentou nesta segunda-feira, 24 de abril, aos participantes da 60ª Assembleia Geral da CNBB que está sendo realizada em Aparecida de 19 a 28 de abril, os passos dados no último quadriênio. Um momento que começou com a lembrança e agradecimento ao cardeal Cláudio Hummes, durante uma década presidente da Comissão, e de Dom Jayme Chemello, primeiro presidente. Uma Comissão que é “expressão do compromisso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de apoio solidário e fraterno à Igreja que está na Amazônia”, segundo enfatizou o cardeal Leonardo Steiner, presidente da Comissão para a Amazônia. Ele lembrou os princípios: Colegialidade episcopal, sinodalidade, ecologia integral, Igreja com rosto amazônico, escuta ativa e atenta, e diálogo com as outras comissões episcopais, dioceses e instituições. Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara, apresentou as ações do quadriênio, centradas no Sínodo para a Amazônia: preparação, articulação do processo de escuta, diálogo com as dioceses, produção de material, sistematização das escutas, organização das ações a presença dos bispos brasileiros em Roma, organização e lançamento da Exortação Pós-Sinodal Querida Amazônia, Acompanhamento das ações pós-sínodo e diálogo com a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). A Comissão para a Amazônia organizou de 6 a 9 de junho de 2022 o encontro Santarém 50 anos, “um encontro que foi expressão de gratidão a Deus por ter encorajado tantos irmãos leigos e leigas, religiosos, religiosas, padres, bispos, a adentrarem nas diversidades desta Amazônia para anunciar o Evangelho”, segundo lembrou Dom Roque Paloschi. “Um encontro sustentado na encarnação na realidade e uma evangelização libertadora”, elementos que fundamentaram o documento 50 anos atrás. “Um encontro que foi uma pequena assembleia sinodal, que quis atualizar um texto muito simples, mas muito prático em termos de evangelização”. O arcebispo de Porto Velho lembrou das palavras do Papa Francisco para o encontro, como “motivo de especial alento”, considerando-o “ocasião de intensa ação de graças ao Altíssimo pelos frutos da ação do Divino Espírito Santo na Igreja que está na Amazônia – durante estas últimas 5 décadas – e por quanto a mesma inspira”. Ele destacou que “as intuições daquele encontro serviram também para iluminar as reflexões dos padres sinodais, no recente Sínodo para a região Pan-Amazônica”, lembrando que o Papa pediu aos participantes que “sejam corajosos e audaciosos, abrindo-se confiadamente à ação de Deus”, e através do Espírito, “anunciar o Evangelho com novo empenho e a contemplar a beleza da criação”. A Comissão para a Amazônia em parceria com a REPAM-Brasil teve Incidência Política com diversos posicionamentos. Em 2019 foi denunciado a devastação da Amazônia, os ataques aos povos tradicionais e os ataques aos defensores de direitos humanos na Amazônia, que gerou uma audiência pública na Câmara dos Deputados e a elaboração de um relatório amplo sobre os direitos humanos na Amazônia, segundo lembrou Dom Evaristo Spengler, bispo da Diocese de Roraima e presidente da REPAM. Em 2021 uma carta aberta ao Povo Brasileiro em decorrência do encontro virtual dos Bispos da Amazônia. Junto com isso a criação em 2022 do Boletim “Amazônia no Congresso”, a Campanha “Eu Voto pela Amazônia” e a Carta “Tempo de Sonhar”. Em 2023, a criação de um núcleo multidisciplinar de direitos humanos e incidência em parceria com a REPAM. Um quadriênio em que a Comissão para a Amazônia potencializou a formação em diferentes aspectos, segundo relatou a Ir. Maria Irene Lopes, secretária da Comissão, como foi o curso de guardiões e guardiãs da casa comum, diferentes temas sobre ecologia integral, materiais sobre a Campanha da Fraternidade. O cardeal Steiner visitou o Povo Yanomami, em nome do Papa Francisco e da CNBB, num momento difícil, insistindo em que “nós víamos no semblante dos indígenas o deseje de ouvir uma palavra de proximidade”. O presidente da comissão destacou a presença significativa e profundamente encarnada da Igreja de Roraima em meio aos povos indígenas, lembrando que o Santo Padre e a CNBB enviaram ajuda para a Diocese de Roraima, uma ajuda também agradecida por Dom Evaristo Spengler, que lembrou a ajuda de algumas dioceses do Brasil. A Comissão para a Amazônia incentivou várias campanhas nos últimos anos, como foi a Campanha Laudato Si´, destacando a importância do filme “A Carta” nessa campanha. Junto com isso diversos períodos de mobilização como a Semana Laudato Si´, Junho Verde, o Tempo de Criação ou a Campanha Amazônia Sem Fome. Junto com o relatório da Comissão para a Amazônia foi apresentado pela Ir. Regina da Costa Pedro, diretora das POM, o 5º Congresso Missionário, que será realizado em Manaus de 10 a 15 de novembro de 2023. O Congresso tem como Tema “Ide da Igreja local aos confins do mundo”, e como lema “Pés a Caminho”. A religiosa apresentou os eixos temáticos, que tem como ponto de partida a escuta do Espírito e a primazia da graça, abordando o despertar da consciência missionária, a universalidade da missão, a catolicidade. Junto com isso, o objetivo geral, em vista de impulsionar a missão ad gentes, os 7 objetivos específicos, e a metodologia, que busca despertar a responsabilidade da Igreja local na missão ad gentes e na cooperação missionária. Um congresso que espera reunir mais de 800 participantes. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Zenildo: “Precisamos escolher irmãos que estejam em comunhão com o Papa Francisco”

A 60ª Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é vista por Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, bispo da Diocese de Borba como um encontro “muito fraterno, esperançoso, de irmãos, de pastores, de servidores do Reino, encontro que gera, que fortalece a comunhão, a unidade, a sinodalidade”.  O bispo o avalia como “positivo, porque a partilha, a convivência acaba nos animando para a missão de cuidar, de zelar, de formar, de evangelizar o nosso povo”. Dom Zenildo insiste em que “frente a tantos desafios, devemos lembrar que somos agentes da esperança, devemos tomar iniciativas em prol da evangelização do nosso povo”. Nesse sentido, sublinha que “essa assembleia motiva e anima cada bispo a responder o chamado de Deus para servir a Igreja obedecendo sempre o mandato de Jesus: ide e anunciai que o Reino está próximo”. O bispo da Diocese de Borba faz parte da equipe de redação da carta que será enviada ao Papa Francisco, que para o episcopado brasileiro “é o nosso referencial, o animador, o nosso querido Papa”. Segundo Dom Zenildo, “na mensagem a ele, nós estamos ressaltando justamente essa unidade entre nós, essa comunhão que existe em relação às decisões e a nossa obediência para com o Primado dele. Ele para nós é uma referência de unidade, de amor à Igreja, zelo pela casa comum”. No contexto da sinodalidade e como ela se concretiza entre os bispos e na Igreja do Brasil, o bispo afirma que “a sinodalidade, ela se concretiza entre nós, em primeiro lugar na escuta, quando temos capacidade de ouvir e tomarmos decisões em comum, em conjunto, e ao mesmo tempo praticar isso. As nossas decisões são decisões que devem ser assumidas por todos”. Refletindo sobre o que é vivido nas bases, nas dioceses, Dom Zenildo afirma que “a sinodalidade, ela nos leva a ter humildade em escutar, e gera proximidade em relação aos leigos, à Vida Religiosa e assim por diante”. Em relação aos bispos, o bispo da Diocese de Borba insiste em que “isso nos motiva à colegialidade”. Uma sinodalidade que apresenta desafios, que vem determinados “pelas grandes diferenças de nosso país, as diferenças culturais”. Diante disso, ele insiste em que “precisamos ter habilidade em relação à escuta e à prática”. Nesse sentido, Dom Zenildo disse pensar que “em muitos momentos há uma dificuldade de misturar evangelização com ideologia, e isso até o Papa Francisco nos orienta que devemos evitar, porque a evangelização, ela é muito mais concreta, ela humaniza, ela parte do Cristo, ela parte da Igreja, da comunhão, da unidade”. Frente a isso, o bispo da Diocese de Borba ressalta que “a ideologia ela acaba estragando o processo e a sinodalidade, ela nos leva a viver o processo”. Sobre as eleições, Dom Zenildo afirma que “sempre é um dilema, muito embora precisamos escolher irmãos que estejam em comunhão com o Santo Padre, em comunhão com o Papa Francisco no sentido das orientações, no sentido das pistas para a evangelização”. Ele insiste em que “a gente não pode cair nessa dinâmica de direita, esquerda, mas nós devemos priorizar o bem da Igreja, o bem das dioceses, o bem da CNBB. Tem que valer entre nós a comunhão, isso seria uma resposta para a escolha da Presidência”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “Sermos uma Igreja capaz de inserir-se na conversa daqueles que caminham”

Lembrando que Páscoa significa “passagem”, iniciou Dom Leonardo Steiner seu comentário às leituras do III Domingo da Páscoa. Páscoa que é “a passagem de Jesus e nossa pelo deserto da solidão e da morte. Não pertencemos mais à morte. Foi-nos oferecida a vida. Esperamos participar definitivamente da vitória sobre a morte; triunfo manifestado, visibilizado na ressurreição de Jesus”, insistiu o arcebispo de Manaus citando Santo Agostinho. O cardeal Steiner mostra que neste domingo “o evangelho de hoje nos apresenta os discípulos de Emaús”, recordando que “no domingo passado meditávamos a ausência de Jesus pela sua morte conduz os discípulos a refugiarem-se no medo; eles deixam-se tomar pela escuridão da perda, da morte. Jesus se releva, se manifesta e deseja a paz”. Comentando o relato evangélico, Dom Leonardo disse que “hoje, São Lucas nos faz ver dois discípulos caminhando desanimados e desiludidos para a cidade de Emaús. Saem do medo, da prisão domiciliar, do esconderijo e põem-se a caminhar. No caminhar dos discípulos pode-se perceber a dispersão dos discípulos”. Uma situação que provoca perguntas: “e agora? para onde?”, o que já tem uma resposta: “para outro lugar. Abandonam Jerusalém e tomam a estrada para Emaús. Os discípulos abandonam a Jerusalém, a cidade do temor de Deus, a cidade da perfeição; outros a chamam de cidade da paz. Abandonam, desiludidos a cidade que era a fonte da salvação e caminham para outra fonte: Emaús. Emaús quer dizer ‘águas quentes, riacho quente’. No desconforto da perda, no “des-vislumbre” de um horizonte destruído, voltam-se para as águas quentes”. Dom Leonardo faz ver que “os dois discípulos escapam de Jerusalém. Eles se afastam da ‘nudez’ de Deus. Estão escandalizados com o fracasso de Jesus que consideravam o Messias. Nele haviam esperado, acreditado e que agora aparece irremediavelmente derrotado, humilhado, morto. Passados os três dias, no recontar de alguns, Ele teria ressuscitado. Mas eles abandonam Jerusalém que Papa Francisco chama lugar das nossas fontes”. Frente ao pedido de Jesus de permanecer na cidade, o cardeal Steiner afirma que “eles decidem partir revolvendo no coração os sonhos, as desilusões, a esperança desfeita”. Uma atitude que ele vê presente em nós: “são as nossas desilusões, nossos fracassos, as nossas mortes que não suficientemente confrontadas ou iluminadas com a morte e a ressurreição de Jesus. Até aprendemos na catequese que Jesus nos salvou, nos redimiu e que ressuscitando dos mortos nos alcançou a eternidade; mas diante da dureza do acontecer dos nossos dias, no desfazer as figuras que temos de Deus, na fé não amadurecida, também nós deixamos o lugar das nossas fontes e buscamos outras fontes, outros lugares distantes de Jesus. Cedemos ao desencanto, ao desânimo, às lamentações; trabalhamos duro e, às vezes, nos parece acabar derrotados. Então apodera-se de nós o sentimento de derrota, a sensação de uma estação perdida”, afirma, citando o Papa Francisco na JMJ-2013. Ele faz ver que “até procuramos outras igrejas onde são anunciados milagres e curas. Não conseguimos permanecer na espera da fé. Saímos de Jerusalém e buscamos outros lugares, outros caminhos, pois pensamos que a nossa igreja, a nossa comunidade nada mais tem a oferecer. Preferimos caminhar sozinhos sem o incômodo de termos que esperar o tempo da manifestação de Jesus”. Continuando com a análise do relato, Dom Leonardo mostra que “no conversar e discutir, o próprio Jesus se aproxima e começa a caminhar com eles”, insistindo em que “os discípulos, porém, ‘estavam como que cegos, e não o reconheceram’. Na inquietação, a desesperança, no não saber, na cegueira do caminhar Jesus se faz caminho; reflexão, revelação”. O cardeal repara na pergunta de Jesus: “O que ides conversando pelo caminho? O caminho que vocês estão fazendo qual é? Não o caminho de Emaús, mas o caminho da dor, do horizonte perdido; qual é?”. Fazendo ver que esse é “o caminho de compreender a perda do Reino”, Dom Leonardo insiste em que “eles começam a abrir o coração e manifestar tudo o que haviam sonhado e perdido: ‘Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que aconteceu nestes últimos dias?”, uma pergunta que encontra outra pergunta em Jesus: “O que foi?”, diante da qual os discípulos responderam: “o que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante todo o povo. Os nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”. Com as palavras dos discípulos nas que eles dizem que “a Ele ninguém viu”, Dom Leonardo disse que “não era pouco o motivo de terem abandonado Jerusalém e buscarem outro lugar para viver. Haviam perdido a casa, o lugar que o Nazareno lhes havia oferecido. Eles o perderam”. Segundo o cardeal Steiner, “na discussão, na tentativa de compreender, na busca que fazem Jesus está presente. Jesus caminha com eles. Pergunta, ouve a angústia e a decepção. Somente depois inicia, enquanto caminha, a desvendar os segredos da decepção e do desconforto da perda. Jesus entra no entardecer, na noite dos discípulos. Porque caminha com eles, os escuta, e inicia o processo de uma verdadeira iniciação à Boa Nova, de como as profecias foram realizadas, eles chegam à revelação, isto é, eles abrem os olhos. Percebem que os diálogos, as palavras, os silêncios repercutiam a presença do Messias”. Dom Leonardo questiona se “talvez, nos falte a ousadia de entrarmos na noite e na solidão das pessoas de hoje. Fazer um caminho com eles. Precisamos ser capazes de encontrar esses homens e essas mulheres que caminham e fazer caminho com eles. Sermos…
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Bispos brasileiros recebem apelo da Igreja da Nigeria por liberdade religiosa

Impactados diante da realidade que vivem os cristãos na Nigéria ficaram os bispos do Brasil presentes na 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acontece em Aparecida (SP) de 19 a 28 de abril de 2023. Isso depois de escutar o testemunho de dom John Bogna Bakeni, bispo da diocese de Maiduguri, que em vídeo, pois não conseguiu o visto para entrar no Brasil, relatou as consequências da violência praticada pelo Boko Haram, o Estado Islâmico e outros grupos terroristas. Um conflito que nos últimos anos foi em aumento, motivado pelo empenho em estabelecer um califado e governo islâmico na Nigéria. Segundo relato de Ana Manente, presidente do conselho da Ajuda à Igreja que Sofre no Brasil (ACN), os assassinatos, sequestros e ameaças de todo tipo se tornou algo comum, provocando o deslocamento de milhões de pessoas. Uma realidade que levou o bispo a fazer um apelo à Igreja do Brasil: “Precisamos de ajuda, de toda a maneira que vocês possam influenciar o nosso governo para que ele possa cimentar a liberdade religiosa”. Um pedido que encontrou resposta no episcopado brasileiro, que em palavras de seu presidente, Dom Walmor Oliveira de Azevedo disse: “Conte conosco e essas palavras nos abrem horizontes também com relação aos sofrimentos do mundo e também nos interpelam a refletirmos no retiro que agora vamos fazer”. Mais de 300 seminaristas do Brasil são ajudados em sua formação pelo projeto “Comunhão e Partilha”, que garante recursos para que as dioceses com menos recursos possam realizar o processo formativo dos seminaristas. Uma experiência que acompanha a vida da Igreja do país há vários anos e que segundo testemunho de vários bispos tem ajudado a que hoje tenham padres locais em suas dioceses. Aos poucos, os brasileiros vão fazendo sua inscrição para a Jornada Mundial da Juventude, que será realizada em Lisboa de 1 a 6 de agosto. Até o momento já são mais de 12 mil os brasileiros inscritos para o principal evento católico do mundo, segundo a irmã Valéria Andrade Leal, assessora da comissão para a Juventude da CNBB. Junto com o evento, a comissão está propondo a criação de espaços nas dioceses em vista do envolvimento local da juventude. Junto com isso usar os materiais que estão sendo preparados para a JMJ 2023. A Comissão também apresento o Plano de Pastoral Juvenil da Igreja do Brasil, que com o nome “Ao seu lado”, tem como fundamentado a passagem dos discípulos de Emaús, e está dividido em 4 eixos: formação; vocação e missão; estruturas de acompanhamento e assessoria; cidadania: casa comum e dignidade humana. Os participantes da 60ª Assembleia conheceram o trabalho realizado pelo Conselho Episcopal Latino-americano no quadriênio 2019-2023. O cardeal Odilo Scherer, vice-presidente primeiro do Celam lembrou que a atual Presidência, eleita em maio de 2019 e que encerra seu mandado na Assembleia que irá acontecer em Puerto Rico de 15 a 20 de maio, recebeu em Tegucigalpa o encargo expresso da assembleia para “reformular o Celam e para construir uma nova sede para o Celam”, insistindo em que “ambos esses encargos foram devidamente realizados”. Na atual estrutura, o Celam está articulado em 4 centros pastorais: Centro de Gestão do Conhecimento, Centro de Formação – Cebitepal, Centro de Programas y Redes de Ação Pastoral, Centro para a Comunicação. São centros “de articulação e intercâmbio, promovendo iniciativas úteis para o acompanhamento da Igreja nos vários países e para servir às conferências episcopais”, segundo o arcebispo de São Paulo. O Celam também está dividido em 4 regiões: CAMEX, Caribe, Países bolivarianos e Cone Sul, da qual o Brasil faz parte. Dos últimos 4 anos, o cardeal lembrou da 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, um pedido do Papa Francisco diante da solicitação de uma 6ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, “realizada com um método sinodal de grande valor, com mais de mil participantes”. Igualmente destacou o envolvimento do Celam na preparação do Sínodo 2021-2024, tendo organizado a Etapa Continental em 4 assembleias regionais, junto com outra da região amazônica, coordenada pela CEAMA. Igualmente, o cardeal informou aos bispos brasileiros que desde 2022, a Santa Sé passou a gestão dos fundos da Fundação Populorum Progressio ao Celam, para apoiar projetos voltados ao desenvolvimento humano integral dos povos indígenas e afrodescendentes. Os participantes da 60ª Assembleia Geral da CNBB iniciaram neste sábado um retiro que tem como tema “O amor de Deus”. O pregador do retiro está sendo Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida (SP), e será encerrado com uma caminhada penitencial e a celebração eucarística no Santuário Nacional ao meio-dia deste domingo 23 de abril. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Bispos de diferentes gerações e um ponto em comum: a visão de que as Assembleias da CNBB promovem a comunhão na Igreja

“O que marca mais é a expressão de colegialidade, a gente trabalha em conjunto. E de diocesaneidade, nós somos uma Igreja ligada ao Papa, ligada à Igreja Universal. Nós não estamos construindo uma mensagem própria, nós estamos construindo uma mensagem de salvação que vem desde Jesus Cristo”. Assim resume as assembleias gerais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o bispo emérito de Coari (AM), dom Gutemberg Freire Régis. Das 60 assembleias, ele participou de quase 50. A primeira foi em 1974, antes ainda de ser ordenado bispo, como prelado da então Prelazia de Coari (AM). Dom Gutemberg conta que naquele ano foi a primeira vez que a assembleia foi realizada no Mosteiro de Itaici (SP). Com o tempo, o local foi crescendo, mas “a CNBB cresceu mais ainda” e a assembleia precisou ser transferida para um lugar maior, o Santuário Nacional de Aparecida. Religioso redentorista, dom Gutemberg se sente em casa no santuário, que é administrado pela Congregação dos Missionários Redentoristas. “Aí fiz os votos, recebi batina aqui na Basílica Velha”, relembra. “Então essa é uma das grandes razões para que mesmo aposentado eu venha. Porque a gente não vota, não participa tanto diretamente, mas eu participo também porque eu tenho outras vantagens. Me hospedo no convento, nem volto para o hotel”, conta. Primeira vez na Assembleia do Episcopado Na outra ponta, o bispo auxiliar de Belém (PA), dom Paolo Andreolli, foi ordenado no último dia 15 de abril. Italiano, há 15 anos mora no Brasil, com trabalho no Estado do Pará. Dom Paolo participa da assembleia pela primeira vez e, assim como dom Gutemberg, vê no encontro dos bispos um sinal de unidade e sinodalidade. “É interessantíssimo, tem uma variedade muito grande entre norte, centro, sul, leste, mas a gente experimenta contemporaneamente essa riqueza, a unidade, estamos procurando coisas comuns, caminhar juntos”, destaca o bispo. Como padre, dom Paolo precisava se preocupar com os problemas próximos, da paróquia. Como bispo, o horizonte é elevado. “A gente percebe que os problemas continuam, mas estão dentro de um contexto muito maior e para resolver precisamos trabalhar juntos para encontrar soluções”, ressalta. Apesar das diferentes realidades, “a gente percebe que a humanidade é a mesma, as necessidades existenciais do encontro com Cristo, os problemas sociais são mais ou menos os mesmos espalhados em vários lugares”, conta dom Paolo. Grande família Com a diversidade de realidades, o bispo auxiliar de Belém se diz encantado com o respeito e a busca por caminhos para se trabalhar junto, em comunhão com o Papa Francisco e a Igreja. “A gente se percebe como uma grande família. O sonho do Conforti, meu fundador, é fazer do mundo uma só família e a gente percebe, sente esse clima de família, com tantos filhos que trabalham juntos, tantos irmãos que trabalham juntos para o bem comum”, destaca. Para quem está chegando e para quem vem de uma caminhada de quase cinco décadas, a caminhada é sempre de aprendizagem. O próprio caminhar em unidade em meio a realidades diferentes é um processo de aprendizagem, destaca dom Gutemberg. “Porque o ser humano é pessoa que nasce e vai aprendendo: a andar, a comer, a falar. Esse processo de aprendizagem é natural. É isso a conferência, a CNBB, é o que a gente está tentando fazer juntos. Não como indivíduo, cada um querendo resolver por si, nenhuma paróquia sozinha, nenhuma diocese sozinha, mas em comunhão”, relata. Dom Paolo complementa: “a gente experimenta que está dentro de uma caminhada muito grande e está entrando num trem em movimento. Então a gente pula dentro aprendendo coisas novas e tentando entender para dar a contribuição também dentro do processo”. Nessa caminhada, a ajuda de outras pessoas é fundamental. “Através das pessoas conhecidas a gente vai conhecer mais pessoas ainda e, assim, como aquele círculo que você joga uma pedra dentro de uma lagoa, ele vai se ampliando, a gente vai conhecendo um mundo bem maior, mais amplo”, conta dom Paolo. E nesse ponto, a caminhada com os bispos mais velhos se encontra novamente. Todo mundo procura ajudar tanto um quanto outro, aponta dom Gutemberg. “Quando a gente chega como bispo novo, os outros estão muito afáveis e procuram ajudar, orientar quando precisa. E como bispo idoso, muitos procuram ajudar porque a gente já está esquecendo as coisas, já não consegue acompanhar o ritmo que às vezes é muito agitado. Eu já estou experimentando o outro lado, a ajuda do início e agora, então isso é bom”, finaliza dom Gutemberg. Missa com os bispos de recente nomeação No final do segundo dia de assembleia, na quinta-feira, 20 de abril, dom Paolo concelebrou a missa que foi dedicada especialmente aos bispos de recente nomeação, uma experiência emocionante para ele. “Primeira vez que celebro como bispo naquele presbitério [do santuário] vendo que tem jovens bispos que foram eleitos [como eu]. É como uma família, quando nasce alguém é objeto de interesse, de cuidado, faz com que a gente se doe completamente”, destaca. Na sexta-feira, 21 de abril, a missa foi dedicada aos bispos eméritos. Juliana Mastelini, assessora de comunicação da Arquidiocese de Londrina (Fonte: CNBB)