Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Blog

Informe REPAM Covid-19 na Pan-Amazônia

  Como acontece toda semana, a Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, tem lançado nesta terça-feira o informe semanal que recolhe os números da Covid-19 na Pan-Amazônia. Até 1º de março de 2021, segundo os números oficiais, os casos já chegaram em 2.174.226 e os falecidos são 53.983 desde o início da pandemia. Na última semana, na Região Pan-amazônica, o aumento dos casos foi de 60.003 e os óbitos foram 1.535. Comparando os números com a semana anterior, vemos que tanto os contágios como os falecidos têm se reduzido mais de 25 %.   No Regional Norte 1 da CNBB, o número de casos é de 366.400 e os óbitos 11.598. Nos últimos 7 dias, nas dioceses e prelazias que fazem parte do Regional Norte 1, os casos foram 11.269 e os falecidos chegaram em 427. Mesmo sendo uma situação grave, com uma média de 61 falecidos por dia e 1.609 casos a cada 24 horas, os números vão descendo nos últimos dias.

A conversão ecológica passa pelo deixar de fazer o mal

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  2 DE MARÇO: Terça-feira da 2ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal! Aprendei a fazer o bem! Procurai o direito, corrigi o opressor. Julgai a causa do órfão, defendei a viúva. Vinde, debatamos – diz o Senhor. Ainda que vossos pecados sejam como púrpura, tornar-se-ão brancos como a neve. Se forem vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como lã. Se consentires em obedecer, comereis as coisas boas da terra. (Is 1, 16-19) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Quando olhamos a região pan-amazônica e nos deparamos com situações de fome e extrema pobreza vividas por grande parte de seus habitantes no campo e na cidade, logo percebemos que isso é consequência do pecado do egoísmo cometido pelo ser humano, em uma região riquíssima de recursos naturais, onde “a água e a terra desta região nutrem e sustentam a natureza, a vida e as culturas de centenas de comunidades indígenas, camponeses, afrodescendentes, mestiços, colonos, ribeirinhos e habitantes de centros urbanos” (DF 7). É preciso que haja, portanto, um grande processo de conversão ecológica para que todos possam comer as coisas boas da terra, como diz o profeta Isaías. E isso significa deixar de fazer o mal, não nos acostumarmos com ele e suas faces de injustiça e morte. O Papa Fancisco insiste que “não é salutar habituarmo-nos ao mal; faz-nos mal permitir que nos anestesiem a consciência social” (QA 15). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Uma ecologia integral é feita também de simples gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo. (Laudato Si’, 230) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Dom Sérgio Castriani continua na UTI, com quadro “estável, apesar de grave”

Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira, 1º de março, a Arquidiocese de Manaus, através da Assessoria de Comunicação, tem informado que Dom Sergio Eduardo Castriani, CSSp, Arcebispo Emérito “continua na Unidade de Terapia Intensiva, sedado e entubado”. A nota diz que no final do dia de ontem, domingo, 28 de fevereiro, “houve necessidade de realizar hemodiálise”. O quadro de Dom Sérgio é “estável, apesar de grave”. A nota encerra pedindo oração pela saúde Dom Sergio.   Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Maurício López: o Sínodo Amazônico é “um processo que torna possível e acompanha a irreversível conversão integral da Igreja”

  A sinodalidade, que não é uma estrutura e sim uma dinâmica, está se impondo como uma prática e uma reflexão cada vez mais presente na Igreja. Estamos diante de uma tentativa de voltar ao espírito que guiava as primeiras comunidades cristãs, um jeito de ser Igreja que busca assumir o discernimento como como caminho que ajuda nas mudanças, tendo como base a comunhão, numa perspectiva escatológica, que mostra que estamos colaborando no caminho do Reino. Nessa perspectiva, a aula inaugural da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia de Belo Horizonte – MG, versava sobre “Sinodalidade, um jeito de ser Igreja na Amazônia e no mundo”. O palestrante foi Maurício López Oropeza, um dos melhores conhecedores do que significa a sinodalidade na prática, algo que descobriu e assumiu ao longo do processo do Sínodo para a Amazônia. Ele refletia partindo das vozes que fizeram parte desse processo sinodal, vozes do território e da própria Igreja, e a partir daí fazia uma leitura espiritual inaciana da Igreja, do que representa sentir com a Igreja. O Sínodo para a Amazônia representou um novo tempo de caminhada comum entre os povos originários e a Igreja, segundo Anitalia Pijachi, indígena colombiana, palavras que serviram como preâmbulo para a fala de Maurício López. Ele, bom conhecedor da espiritualidade inaciana, já foi Presidente Mundial das Comunidades de Vida Cristã – CVX, destacava três elementos próprios dessa espiritualidade, presentes nos Exercícios Espirituais, para compreender a sinodalidade na Igreja. Segundo o Secretário interino da Conferência Eclesial da Amazônia – CEAMA, “o maior propósito é o cumprimento da vontade de Deus”, algo que se faz realidades no relacionamento de uns com os outros de forma sinodal. Nessa realidade, o exercício sinodal da Trindade se concretiza como um processo comunitário de ver-escuta da realidade, desde a multiculturalidade, e a Encarnação que transforma a realidade. Tudo isso, segundo Maurício López, como “um ato que se origina em e para o amor”, que implica sair de si mesmo e “saber que somos convidados a ser cocriadores e contemplativos em ação”.  O caminho sinodal deve nos levar a entender que “o problema é que a Igreja não conhece nossa cultura, se ela nos conhecesse, saberia que lutamos pela mesma coisa”, uma reflexão do indígena peruano Santiago Yahuarcani. Esse pensamento está presente numa das cartas de São Paulo aos Filipenses, “uma comunidade com fortes desafios internos em termos de divisões e diferentes visões opostas”, segundo Maurício, algo que também faz parte da vida social e eclesial atuais. Isso tem aparecido de forma mais clara com a pandemia da Covid-19, que em palavras do conferencista, “ela revela sobre nosso fracasso como uma humanidade intolerante – desigual – autodestrutiva”, que torna “essencial testar e consolidar novos caminhos em nossa missão eclesial”.  Discernir uma nova maneira de ser Igreja no mundo, mais fiel ao Evangelho de Jesus, é o convite de onde surge a sinodalidade, afirmava Maurício. Trata-se de um caminho que “implica a afirmação dos sujeitos em sua diversidade, em toda sua gama de rostos e olhares pluriformes”, que tem como condições a unidade, a caridade e a paz, algo já definido na Lumen Gentium. Mas não podemos esquecer que existem “doenças” que dificultam a sinodalidade, que López Oropeza define como esclerose sinodal (farisaica) e misofobia sinodal (esenia), que provocam um gnosticismo alienante, “um sentimento de separação, de superioridade”.   Para superar essa realidade, Maurício fazia a proposta de formas de purificação, próprias do itinerário de Jesus, para avançar na plena sinodalidade. Ele destaca a necessidade de uma conversão do coração e dos fundamentos da sociedade e das instituições, fechadas e injustas. Tudo em vista do Reino de Deus, algo que fundamenta a sinodalidade, que não procura o triunfo de uma ideologia e que deve ser vivida no seguimento de Jesus. Isso tem sido assumido pelo Papa Francisco, que insiste em que o Sínodo é mais do que um Parlamento, o que, seguindo a terminologia inaciana, deve nos levar, com urgência, a “purificar a intenção, através do discernimento, diante das grandes tretas”, tendo como fundamento o sensus fidei versus o depositum fidei. O Sínodo Amazônico, que Maurício López considera “uma expressão particular, com implicações universais, da forma como o Concílio Vaticano II está tomando forma para garantir a relevância da missão da Igreja no mundo e no coração de seus gritos e esperanças”, concretizou tudo isso, gerando num mundo quebrado a possibilidade de um outro amanhã. Ele vê o Sínodo Amazônico como “um processo que torna possível e acompanha a irreversível conversão integral da Igreja”. Estamos diante de uma escuta sem precedentes, do Papa Francisco, na visita ao território amazônico em Puerto Maldonado, Peru (janeiro de 2018), do processo de escuta sinodal e da Assembleia Sinodal, que foi amplamente recolhido no Documento Final do Sínodo e ajudou o próprio Pontífice a identificar possíveis novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral na Amazônia, apontados na Querida Amazônia. Trata-se de um Sínodo que, segundo o conferencista, aborda três tensões substanciais: dimensão (território específico e universalidade), temporalidade (kairós e chronos) e reforma em andamento (passagem de um modelo centralizador, hierárquico-vertical, a outro mais participativo, colegial e comunitário, que tem em conta os gritos e esperanças da realidade, uma experiência inculturada e intercultural).   Ao longo do processo sinodal, o Papa Francisco foi dando algumas orientações: “a periferia é o centro”, que faz do secundário a pedra angular para criar novos caminhos; “não perder o foco”, que dinâmica territorial não seja diluída, evitando que o Sínodo se torne uma arena de disputa ideológica ou de lutas de poder, uma tentativa que esteve presente em alguns, centrando-se nos temas concretos do território; “a perspectiva do desborde”, superando estruturas, que mesmo importantes, são meios e não fins, e nos levando abraçar “os muitos rostos crucificados que pedem à Igreja esse papel profético e presença credível”; “o Sínodo Amazônico e filho da Laudato Si´”, algo que “expressa a visão multidimensional necessária da ecologia integral para um território específico”. Finalmente, voltando a Santo Inácio, Maurício López apresentava premissas inacianas essenciais…
Leia mais

Perdão, Senhor, por não ouvirmos a tua voz na “voz da Amazônia”

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  1º DE MARÇO: Segunda-feira da 2ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA A ti, Senhor, convém a justiça; e a nós, hoje, resta-nos ter vergonha no rosto: seja ao homem de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo Israel, seja aos que moram perto e aos que moram longe, de todos os países, para onde os escorraçaste por causa das infidelidades cometidas contra ti. A nós, Senhor, resta-nos ter vergonha no rosto: a nossos reis e príncipes, e a nossos antepassados, pois que pecamos contra ti; mas a ti, Senhor, nosso Deus, cabe misericórdia e perdão, pois nos temos rebelado contra ti, e não ouvimos a voz do Senhor, nosso Deus, indicando-nos o caminho de sua lei, que nos propôs mediante seus servos, os profetas. (Daniel 9, 7-10) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ O profeta Daniel afirma que ao povo resta sentir vergonha e pedir perdão ao Senhor por não ter ouvido a sua voz, que indica o caminho que devem seguir. São palavras muito atuais quando vemos como fácilmente também nós nos tornamos surdos à voz de Deus, que fala e muitas vezes grita pela voz dos que sofrem e pela “Mãe Terra” (a natureza) agredida. Na preparação do Sínodo para a Amazônia, pudemos perceber que este “é o momento de ouvir a voz da Amazônia e de responder como Igreja profética e samaritana” (IL, 43). Contudo, isso exige a conversão dos nossos corações e ouvidos, para ouvirmos a voz de Deus falando na e pela Amazônia. Pois, como recorda o Papa Francisco, “quando, na própria realidade, não se reconhece a importância de um pobre, de um embrião humano, de uma pessoa com deficiência – só para dar alguns exemplos –, dificilmente se saberá escutar os gritos da própria natureza” (LS, 117).   AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Se entrarmos em comunhão com a floresta, facilmente a nossa voz se unirá à dela e transformar-se-á em oração. (Querida Amazônia, 56) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Dom Leonardo Steiner: “A economia, ela não é mais humana, ela é do mercado, e o mercado não tem coração”

A Economia de Francisco e Clara é um chamado do Papa Francisco a repensar o atual sistema económico, a mudar a economia atual e atribuir uma alma à economia do amanhã. Isso tem repercussões em todos os cantos do Planeta, também na Amazônia. É por isso, que neste sábado, 27 de fevereiro, era convocado o 1º Encontro regional da Amazônia Legal para refletir sobre essa questão. Estamos frente a uma economia de morte, segundo Eduardo Brasileiro, que apresentava a economia de Francisco e Clara como “uma ligação entre instituições, conectando pontos de luta, de resistência, de alternativas para este mundo”. Segundo o sociólogo, existe “a necessidade de buscar, de integrar tudo o que está sendo proposto em diversos âmbitos, em práticas, a necessidade de olhar para lugares de inspiração”. Estamos diante da oportunidade de buscar novos modelos de economia, de educação, de busca por terra, teto e trabalho, feito desde uma integralidade. Segundo Brasileiro, Assis deve ser entendido “como lugar que mostra que podem ser corrigidos os caminhos que estamos tomando”, e Francisco e Clara tem que ser vistos “como exemplo de fraternidade, que supera a economia da desigualdade, da injustiça”. Ao levar para a Amazônia a Economia de Francisco e Clara, Eduardo, que faz parte da Articulação Brasileira, insiste em faze-lo “a partir de seus povos, da cidadania e da florestania”. Ele propõe uma mudança de lógica, “uma lógica da economia solidária frente à lógica do mercado, do capital financeiro”, colocando alguns exemplos que mostram que isso é possível. Isso tem que nos levar a superar a necropolitica e assumir uma política que muda a sociabilidade, a assumir o modelo de distribuição que o Papa Francisco fala, que hoje está marcado pela desigualdade que agride a mãe Terra e os mais pobres. Também somos desafiados a assumir que somos interdependentes e terradependentes. Eduardo também refletia sobre a espiritualidade económica, sobre uma economia voltada para a vida, afirmando que “a economia tem que começar na partilha do pão”. Dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, começava afirmando a necessidade de “retomar a economia dos povos originários, que não é desde o lucro e sim desde a relação, porque é partilha, é cuidado”. O desafio é uma economia a serviço de todos, “uma economia que tem a ver com fraternidade”. Segundo o arcebispo de Manaus, “vivemos hoje uma injustiça econômica, a desestruturação das relações por causa de economia”, afirmando que nos encontramos numa “verdadeira desfraternidade”.  Ele fazia um chamado a “permanecer na escuta da realidade a partir do sentido de ser pessoa”, enfatizando que “estamos falando de uma economia de pessoas, não de objetos, estamos falando de imagem e semelhança de Deus”. Falar de economia, segundo o arcebispo de Manaus, é falar de “ser casa, que é o que abriga, aquilo que se faz necessário para o cuidado e o cultivo da nossa casa comum”, que ele não entende como estrutura e sim “as relações que estabelecem com todos os seres”. Dom Leonardo fazia uma análise da etimologia da palavra economia, insistindo na dimensão dos indivíduos que convivem e das relações que cuidam da distribuição, não só das coisas, também do cuidado das diferentes questões que fazem parte da vida. Segundo o arcebispo, “a economia expressa um modo de ser nós”, que nos leva ao cuidado da totalidade das pessoas e do seu mundo. O Papa Francisco pretende, segundo Dom Leonardo, mostrar “o valor da economia na deseconomia em que vivemos”, superando o modo de entendermos hoje a economia como mercado, como lucro, insistindo na necessidade de “retornarmos ao modo de ser do homem, que é cuidar”. Para o arcebispo de Manaus, “discutir a economia significa pensar a nós mesmos, na nossa humanidade, para não nos tornarmos desumanos”, uma questão importante hoje, em que “a economia, ela não é mais humana, ela é do mercado, e o mercado não tem coração”. O arcebispo de Manaus, que é franciscano, refletia sobre a forma de entender a vida de Francisco e Clara, que guiaram sua vida pela gratuidade, que indica não troca, não cálculo. Em relação à Amazônia, ele refletia sobre a cobiça que existe sobre todo o que a Amazônia contém, enfatizando que “tudo isso tira a gratuidade da Amazônia e a gratuidade dos povos originários”. Segundo Dom Leonardo, “da gratuidade nasce a fraternidade”, realizando uma igualdade que não seja puro nivelamento e uniformização. “Em Francisco e Clara tudo é irmão e irmã, permanecendo na sua diferença de ser”, afirma o arcebispo. Dom Leonardo se perguntava por que há tanto pobre no mundo hoje, e ele mesmo respondia que “porque não há misericórdia, porque a economia deixou de ser economia no seu sentido etimológico”. O arcebispo afirmava que “a força histórica do cristianismo não vem do poder, mas sim da autoridade do não poder, do amor, dos pobres”. Nesse sentido, se questionava se não estamos traindo o Evangelho quanto à questão económica, “porque elegemos o poder e a força como nossa autoridade, e não o cuidado”. Ao falar de Querida Amazônia, Dom Leonardo dizia que nela “o Papa Francisco nos oferece um novo horizonte para a economia na Amazônia”, nos apresentando a “economia como cuidar da casa comum”. Segundo ele, “os quatro sonhos são quatro dimensões que nos oferecem a totalidade do modo de ser de quem vive na Amazônia”, que nos ajuda a nos darmos conta da importância de tudo e de todos. Cada uma das dimensões está mostrando a totalidade, o que somos como pessoas e a casa que nos deixa ser pessoas. Na Amazônia somos tomados pela admiração e pelo cuidado, insistindo em que “enquanto não mudar para a admiração e o cuidado, só se vê lucro”. Por isso se faz necessário deixar de lado a dominação, a destruição, o lucro, o mercado, a escravidão, a expulsão e a morte. A economia baseada no mercado, não vê as belezas da Amazônia e dos povos que nela habitam, “é uma economia que mata”, enfatiza Dom Leonardo Steiner, e “a economia que temos hoje em relação à Amazônia mata, perdemos a…
Leia mais

Em Jesus, Deus confirma a sua presença entre nós e na nossa casa comum

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  28 DE FEVEREIRO: 2° Domingo da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Naquele tempo: Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: ‘Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.’ Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: ‘Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!’ (Mc 9,2-7)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ No mistério da Transfiguração de Jesus, vemos como o Pai confirma a sua presença entre nós por meio do seu Filho muito amado. Da mesma forma, no mistério da Eucaristia, vemos que “no apogeu do mistério da Encarnação, o Senhor quer chegar ao nosso íntimo através dum pedaço de matéria. (…) [Ela] une o céu e a terra, abraça e penetra toda a criação” (LS 236). Somos chamados a superar, portanto, qualquer forma de dualismo, que separa totalmente o céu e a terra, pois Ele está no meio de nós! O Papa Francisco nos ensina que tudo isso deve ser para nós “fonte de luz e motivação para as nossas preocupações pelo meio ambiente, e leva-nos a ser guardiões da criação inteira” (LS 236), em louvor e reverência à presença Dele em toda a natureza e na nossa mãe e irmã Terra. AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Que, em cada Eucaristia, se eleve também tanta maravilha para a glória do Pai. (Querida Amazônia, 111) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Arquidiocese de Manaus pede orações pela saúde de Dom Sérgio, internado na UTI

  A Arquidiocese de Manaus acaba de informar na noite deste sábado, 27 de fevereiro, sobre o quadro de saúde de Dom Sérgio Castriani, CSSp, pedindo unir-se na oração pela sua saúde. Internado na manhã da sexta-feira, 26 de fevereiro, em virtude de uma infecção urinária, o arcebispo emérito de Manaus, na noite de sexta-feira para sábado sofreu um infarto, sendo levado para a UTI, onde se encontra sedado. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Fernando Barbosa agradece “pelo olhar generoso e caridoso” com os municípios da Prelazia de Tefé

  A Campanha “Amazonas e Roraima contam com sua Solidariedade” tem ajudado as pessoas mais vulneráveis a superar muitos momentos de dor e sofrimento nas últimas semanas. Umas das igrejas particulares que recebeu essa ajuda foi a Prelazia de Tefé. Diante disso, Dom Fernando Barbosa, bispo da Prelazia de Tefé, tem escrito uma carta de agradecimento, onde afirma “como é gratificante encontrar na caminhada benfeitores que contribuem na missão de ajudar os irmãos (as) mais vulneráveis”. O prelado reconhece que estamos vivendo dias marcados pela dor, mas ele fica com os sinais de amor e esperança, os sinais do Reino. Dom Fernando destaca que “vidas estão sendo salvas pela união das diversas mãos que desejam fazer o bem”. Ele agradece “pelo olhar generoso e caridoso com os municípios que formam nossa Prelazia de Tefé, pelas doações dos materiais que estão ajudando a salvar tantas vidas”. Seu agradecimento especial é para a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Regional Norte 1 na pessoa de Dom Leonardo Ulrich Steiner, ao secretário executivo do Regional diácono Francisco Andrade, a Cáritas do Regional Norte 1 e a Cáritas da Prelazia de Tefé. Neste tempo de quaresma, que nos convida “a viver de forma mais profunda a prática da caridade e oração”, é visto pelo bispo como momento para “entender que Deus nos quer como irmãos e irmãs que ao ver o sofrimento uns dos outros isso nos inquiete, e transforme essa inquietação em ações que ajudem a mudar a realidade dolorosa que aflige e agoniza a vida”. Dom Fernando Barbosa encerra suas palavras pedindo que a bondade de todos seja retribuída em bençãos de Deus. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ser perfeito na misericórdia e no cuidado da nossa mãe e irmã Terra

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  27 DE FEVEREIRO: Sábado da 1ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Vós ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre justos e injustos.   Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? E se saudais somente os vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.’ (Mt 5,43-48) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ O apelo de Jesus à perfeição deve nos fazer sempre mais misericordiosos, pois esse é traço característico do Pai, que o Filho nos apresenta. Entretanto hoje, mais do que nunca, essa misericórdia à qual somos chamados deve se estender também aos “gemidos da irmã Terra, que se unem aos gemidos dos abandonados do mundo, com um lamento que reclama de nós outro rumo” (LS, 53). Assim, além da conversão pessoal, temos que deixar acontecer em nós e nas estruturas da sociedade a conversão ecológica, tornando-nos “os instrumentos de Deus Pai para que o nosso planeta seja o que Ele sonhou ao criá-lo e corresponda ao seu projeto de paz, beleza e plenitude” (LS, 53). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Ouvir o clamor da “Mãe Terra”, agredida e gravemente ferida. (Instrumentum Laboris do Sínodo para a Amazônia, 146) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ