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Não ter medo de se reinventar e continuar evangelizando em tempos de pandemia. Testemunho de Maria Luiza Lahan

  No dia 12 de fevereiro, a exortação pós-sinodal Querida Amazônia completou um ano de sua publicação. Nela, o Papa Francisco nos diz que “sem as mulheres, ela [a Igreja] se desmorona, como teriam caído aos pedaços muitas comunidades da Amazónia se não estivessem lá as mulheres, sustentando-as, conservando-as e cuidando delas”. Essas palavras nos ajudam a entender as histórias de vida que fazem parte da Igreja da Amazônia. São histórias com rosto feminino, como a de Maria Luiza Lahan Lamarão, alguém que é só um exemplo dentre os muitos que a gente pode encontrar na Amazônia, no Brasil e no mundo. Ela é uma das coordenadoras da comunidade de São Raimundo, na paróquia do mesmo nome, formada por três comunidades. Mulher sempre presente no dia-a-dia da paróquia, situada num dos bairros mais antigos da capital do Amazonas, numa pequena colina na beira do Rio Negro, a pandemia a impactou, “foi uma surpresa grande, que me levou a me perguntar, como é que eu vou fazer para continuar contribuindo”. Mulher acostumada a olhar a vida com esperança, ela conta que “eu aprendi no caminhar a não ficar para trás, sempre olhar para frente, e Deus sempre mostra uma alternativa em meio aos desafios e dificuldades”. Sua vida nunca foi fácil, mas sempre soube dar a volta por cima e continuar. Ela mesma conta que grávida de 7 meses do seu filho mais velho, ela perdeu seu pai, “e fui eu quem deu coragem, esperança para minha família”. Mais tarde, com 37 anos, Maria Luiza ficou viúva, com 3 filhos, o mais velho com 13 anos. “No momento da morte do meu marido chorei, gritei, mas depois rezei e me coloquei pronta de novo, de pé, para seguir a vida”, conta alguém que aprendeu a ver a vida a partir da confiança em Deus. Diante da pandemia, que tem afastado ela da presença física na igreja, Maria Luiza diz que “junto ao meu dever na coordenação da comunidade, eu me senti exigida a ter presença mesmo nessa situação”. Foi aí que ela não teve medo de aprender a usar a tecnologia. Ela mesma diz que “o Edgar, que é meu afilhado de caminhada e também meu parceiro na coordenação, ele é novo e entende tudo de tecnologia, e eu fui me colocando à disposição para aprender a lidar com a tecnologia para que eu não ficasse longe das pessoas, das famílias, e a coisa foi acontecendo, eu fui procurando me enquadrar nas videoconferências, participando”. Neste tempo de isolamento, “tem sido muito intenso também a minha dedicação às orações, hoje eu digo que eu rezo muito mais do que eu rezava antes, eu me dedico muito, muito mesmo, para minha própria espiritualidade”, afirma Maria Luiza. Segundo ela, “quando a gente se dedica à missão, a gente transborda tudo o que tem dentro da gente, o amor que a gente tem, o Espírito de Deus, e aí a gente precisa se recarregar”. Para isso tem aprofundado na leitura orante, na oração, “aprendi um outro modo de rezar”, ela insiste, afirmando que tem cuidado de continuar evangelizando sua família, mesmo de longe, “de estar sempre motivando os filhos, as famílias deles, a continuar rezando, se unir mais na oração”. Um dos dons de Maria Luiza é a música, ela estudou música e foi colocando seus conhecimentos ao serviço da Igreja. Ela lembra que sua mãe, que foi quem a incentivou nesse campo musical, “quando a gente estava na frente do caixão do meu marido, ela me disse, nunca abandones a comunidade, nunca deixes de celebrar a fé, que isso é o que vai lhe manter”, algo que, “mesmo com todas as dificuldades, com meus 3 filhos, nunca deixei de ir para as celebrações, para a igreja, nunca deixe de ter minha participação, meu serviço, sempre dentro das minhas disponibilidades, das minhas possibilidades, mas primeiro a minha fé, e eu acho que eu ajudei muito meus filhos na questão da educação na fé”. Durante a pandemia, junto com seu neto de 13 anos, que mora com ela, começou tocar o culele, “eu descobri que isso ia me ajudar a servir a minha igreja, na liturgia, com o canto, também ajudando as pessoas que precisavam, gravando áudio para os agentes da música aprenderem as músicas”. De fato, ela tem criado seu canal de YouTube onde realiza seu trabalho evangelizador através da música. “Eu tenho uma coisa comigo, de nunca deixar de me doar, isso para mim é uma questão de natureza espiritual, de fé, de me doar, me doar para a igreja, me doar para as pessoas”, insiste Maria Luiza. Ela vê que “realmente, nesse tempo, eu estou me recriando, tem sido muito gratificante para mim”. Querida Amazônia faz a proposta de “que as mulheres tenham uma incidência real e efetiva na organização, nas decisões mais importantes e na guia das comunidades”, algo que faz parte de Maria Luiza. Junto com isso, um mês atrás, o Papa Francisco promulgava um motu proprio em que abria oficialmente os ministérios do leitorado a acolitado às mulheres, uma prática comum em muitos lugares, dentre eles a Arquidiocese de Manaus. Ao ser perguntada sobre como ajudar as pessoas a se sentir comunidade neste tempo de isolamento, Maria Luiza reconhece que é bem complicado. Mas logo, com seu otimismo afirma que “como eu já tinha um trabalho intenso na comunidade, e sou muito conhecida, as pessoas me procuravam, as pessoas queriam me ouvir, as pessoas querem se sentir acolhidas, mesmo distantes”. Ela diz que “eu sempre procuro dar uma palavra de motivação para as pessoas não deixarem de se sentir parte, de se sentir igreja. Nas minhas falas, nas redes sociais, nos meus áudios que eu falo pessoalmente para cada um pelas redes sociais, pelo WhatsApp, foi uma descoberta também de como eu posso ser útil com a minha fala, mas também escutar, sempre gostei de escutar as pessoas”. Maria Luiza insiste em que “isso de um certo modo, dá uma credibilidade, uma confiança para as pessoas. As pessoas não tem…
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As dioceses do Regional Norte1 orientam sobre a celebração das Cinzas

  A crise sanitária que está sendo vivida no Estado do Amazonas em decorrência da pandemia da Covid-19, que já atingiu, oficialmente, até 12 de fevereiro de 2021, 292.494 pessoas e ceifou a vida de 9.753 amazonenses, tem provocado que as dioceses e prelazias tenham procurado alternativas para a celebração da Quarta-feira de Cinzas, uma data de especial significado na vida dos católicos, que dá início ao tempo da Quaresma. A situação nas últimas semanas é trágica. Desde o dia 12 de janeiro até 12 de fevereiro, no Estado do Amazonas, o número de casos aumentou em 74.424, e os óbitos somaram 3.943 no mesmo período, 3.072 em Manaus, segundo recolhe a Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas, que emite diariamente o boletim epidemiológico. No dia 12 de fevereiro, a Arquidiocese de Manaus e a Prelazia de Itacoatiara emitiam notas com as orientações a seguir no dia em que se inicia a Quaresma e a Campanha da Fraternidade Ecumênica. A Diocese de São Gabriel da Cachoeira também tem organizado os horários de distribuição das cinzas nas diferentes paróquias e comunidades da sede da diocese. Neste tempo quaresmal, em que somos chamados a nos colocarmos a caminho da Cruz e da Ressurreição, as diferentes Igrejas do Regional pedem que as cinzas sejam distribuídas “nas igrejas em horários a serem indicados, com o distanciamento necessário”, segundo o comunicado assinado por Dom Leonardo Steiner, e que “sejam colocadas sobre a cabeça, sem tocá-la”. Uma novidade neste ano é o incentivo do “envio da cinza para as famílias, incentivando que façam um momento de oração e depois o pai e a mãe imponham a cinza sobre a cabeça um do outro e eles sobre a cabeça dos filhos”, segundo o comunicado da Arquidiocese de Manaus. Para esse momento, a Prelazia de Itacoatiara está elaborando “um roteiro para a celebração em família da Quarta-feira de Cinzas”, que será postada nas redes sociais da prelazia e das paróquias. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 

CLAR, CELAM, CEAMA e REPAM lançam vídeos no aniversário da Querida Amazónia, “um grande presente para nós”

Quatro instituições fundamentais na missão da Igreja na Amazónia pronunciaram-se através das suas presidências por ocasião do primeiro aniversário da publicação da Querida Amazónia, a Exortação Pós-Sinodal do Sínodo para a Amazónia. Eles são o Conselho Episcopal Latino-americano – CELAM, a Conferência Latino-americana de Religiosos – CLAR, a Conferência Eclesial da Amazônia – CEAMA e a Rede Eclesial Pan-Amazónica – REPAM. Em nome da REPAM, que desempenhou um papel decisivo no processo sinodal, o seu presidente, Cardeal Pedro Barreto, o seu vice-presidente, Dom Rafael Cob, e o seu secretário executivo, Irmão João Gutemberg Sampaio, intervieram. O cardeal peruano afirmou que “o nome já exprime esta grande alegria e este afeto que a Igreja sempre teve pela Amazónia, mas de uma forma muito especial neste momento em que há muitas dificuldades em compreender o valor das culturas dos povos originários da Amazónia”. O cardeal insistiu na importância de “dizer às pessoas que lá vivem que são queridas pela Igreja“. Ao mesmo tempo, salientou a importância da Amazónia para o mundo, “como espaço geográfico que regula o clima do mundo”, bem como a alegria representada pelas “culturas milenares, os povos originários”. O Cardeal Barreto salientou também a importância dos quatro sonhos da Querida Amazónia, “que são para nós compromissos que devemos assumir plenamente hoje“. Estamos perante uma exortação que é “um grande presente para nós“, nas palavras do vice-presidente da REPAM, que sublinha que o Papa nos fala “de saber sonhar, de sonhar nesta cultura e riqueza que a Amazónia tem, estes povos que são a memória para saber cuidar da natureza“. Para Dom Rafael Cob, “na Querida Amazónia, sonhar é uma palavra-chave, porque não há verdadeiramente progresso sem sonhar“, enfatizando a importância de “sonhar juntos, para caminhar juntos também“. Para o bispo de Puyo, Equador, “celebrar este aniversário da Querida Amazónia é celebrar o triunfo da natureza sobre todas aquelas ameaças e perigos que o nosso Planeta Terra realmente tem”. Para Dom Rafael Cob é necessário “um compromisso para cuidar da terra“, afirmando que o Sínodo Amazónico nos pediu para nos convertermos e sonharmos “com um mundo novo, onde a natureza continue verdadeiramente a fazer parte da nossa vida”, onde defendemos “os povos que nela vivem”, povos “que nos ensinam a viver, a viver no meio de toda esta sociedade de consumo, a viver em austeridade“. É necessário, segundo o vice-presidente da REPAM, “ouvir a natureza e ouvir as pessoas que nela vivem”. Além disso, “contemplar a maravilha que Deus nos deu”, insistindo que “Querida Amazónia continuará a ser para nós uma lição a aprender todos os dias“. Para o Secretário Executivo da REPAM, a Querida Amazónia “é um alimento espiritual muito grande, porque toca nosso horizonte, toca nossa esperança, toca os valores e toca o amor”. Estamos perante uma exortação apostólica “de grande alcance, precisamos conhece-la muito mais e praticar os seus sonhos e tudo aquilo que ela propõe”, segundo o irmão João Gutemberg Sampaio, que sublinha a urgência dos sonhos e conversões propostos na Querida Amazónia, promovendo que “mais gente envolvida no amor, no cuidado, na defesa da Amazônia, das suas populações, dos seus ecossistemas, porque está em risco a ecologia integral”. Uma consequência da Querida Amazónia é a Conferência Eclesial da Amazónia – CEAMA, que tem a tarefa de “que o Sínodo seja aplicado no território“, segundo o seu presidente. Para o Cardeal Claudio Hummes, o Documento Final, retomado pelo Papa Francisco na exortação, “ele interpela toda a Igreja e pode também inspirar a Igreja”, especialmente no campo da inculturação. Para o relator geral do Sínodo, na Igreja, “sua prática pastoral deve se inculturar em cada cultura. E por tanto, terá também rostos diferentes, claro, rostos relativamente diferentes, mas que juntos formam o grande rosto diversificado da Igreja na sua grande unidade”.  O Cardeal Hummes recordou os quatro sonhos, nascidos de todo o processo sinodal. Segundo o presidente da CEAMA, “abrem sempre novos horizontes, sonhos são sempre algo que podemos ir muito além”, salientando a sua importância na vida da Igreja, considerando a CEAMA como um desses sonhos. Esta Conferência Eclesial da Amazónia, “que não apenas inclui bispos, mas também todo o povo de Deus nas suas várias categorias”, é o fruto do sonho do Papa. Apesar da pandemia, a CEAMA “estamos trabalhando e indo em frente”, afirma o Cardeal Hummes. Segundo ele, a aprovação canónica dará à CEAMA “força para manter viva essa chama que o Espírito Santo acendeu no Sínodo, essa chama pastoral e missionária da Igreja da Amazônia segundo os novos tempos, de uma Igreja mais sinodal e mais do lado dos pobres. Dom Miguel Cabrejos falou também da CEAMA, definindo-a como “uma expressão orgânica que serve para levar adiante a maior parte das propostas concretas do processo de discernimento do Sínodo Amazónico e que pode ser sustentado ao longo do tempo”. O presidente do CELAM, de cuja estrutura faz parte a CEAMA, salienta que “é uma estrutura sem precedentes na Igreja“, que aparece como “fruto de um dinamismo sinodal”. Para o presidente do CELAM, a Assembleia Eclesial da América Latina, a CEAMA e o Sínodo Amazónico são “fruto deste processo eclesial latino-americano“, que sempre defendeu o “alargamento da perspectiva de participação do Povo de Deus“. “Na CLAR estamos certos de que a ecologia integral é claramente uma opção da Igreja do nosso tempo”, afirma a sua presidenta. Ela sublinha que “de Laudato Si a Querida Amazónia há toda uma caminhada de escuta, reflexão, conversão e mobilização. Cada um de nós é convidado para uma nova forma de nos situarmos, para um novo estilo de vida”. A Irmã Liliana Franco enfatiza que o grito da Terra, dos mais pobres, “o seu grito chega-nos nesta crise desencadeada pela pandemia”. Estamos perante uma expressão de “a beleza ferida de que nos fala o Documento Final do Sínodo”, que segundo a presidenta da CLAR “não cessa de nos interrogar e de nos convidar a sair de nós próprios”. A Ir. Liliana vê a urgência do diálogo “na forma como estamos a construir o futuro do Planeta, de…
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90 Anos da Rádio Vaticano: ondas que comunicam a Boa Notícia até os confins da Amazônia

  No dia 12 de fevereiro de 1931, sob o pontificado do Papa Pio XI Rádio Vaticano teve sua primeira transmissão. “Comunicar é estabelecer relações. As relações são comunicação. Por ser-no-mundo, o Homem é presença comunicativa”, afirma Dom Leonardo Steiner. Esse ser relação, “faz com que homens e mulheres busquem modos e meios de se relacionarem, se comunicarem”, segundo o arcebispo de Manaus. Ele entende a relação de Deus com as criaturas como comunicação, uma ideia presente em Boaventura, que “desperta o leitor para a percepção das criaturas como comunicação de Deus, e por serem comunicação, as criaturas conduzem o olhar contemplativo para Deus. Um itinerário de comunicação e participação!”. O arcebispo de Manaus vê a Rádio como “relações entre pessoas que nos sons, música e palavra, despertam sentidos, horizontes, desejo de Deus”, provocando um encontro, gerando comunicação e participação. Dom Leonardo Steiner vê os 90 anos da Radio Vaticano como “espaços de participação na comunicação de Deus”. Estamos diante de uma rádio que “comunica e deixa participar. Comunica o Reino de Deus e sua justiça, o ser Igreja, e desperta para a participação sempre mais intensa da vida do Reino”, em palavras do arcebispo. Ele destaca que “a Rádio comunica as palavras e os gestos do Santo Padre, possibilitando uma vida sempre mais fecunda aos cristãos e, por isso, da Igreja.  Oferece, assim uma comunhão maior, uma presença mais fecunda e madura da Igreja entre os povos”.  Estamos diante de “noventa anos de anúncio, noventa anos de serviço, noventa anos proporcionado comunhão, noventa anos de presença da Igreja, noventa anos de evangelização”, insiste Dom Leonardo. Tem sido noventa anos de “mulheres e homens à escuta, homens e mulheres à escuta. Quantas pessoas sentiram-se confortadas, consoladas, e quantas pessoas no servir na Rádio a indicar a esperança e a força da fé”, afirma o arcebispo de Manaus, que mostra sua “gratidão a todas as pessoas que serviram e servem ao Reino de Deus na Rádio Vaticano. Esse mesmo sentimento de gratidão está presente em Dom Edson Damian, “pelos 90 anos da Rádio Vaticano, anunciando Jesus e Boa Nova do Evangelho e revelando ao mundo a beleza do rosto multiforme da Igreja com a encantadora diversidade de povos, raças, línguas e culturas”. Segundo o presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, “foram profícuos 90 anos divulgando os sofrimentos, as lutas e as esperanças dos pobres e oprimidos do mundo inteiro”.  Ele destaca e agradece “a divulgação extraordinária de tudo o que aconteceu durante a preparação e a realização do abençoado Sínodo para a Amazônia”, momento em que “a Rádio Vaticano fez ecoar o grito dos povos indígenas e das periferias que lutam pelo reconhecimento de seus direitos e pela preservação da rica biodiversidade do bioma que está sendo destruída pelos incêndios e pela voracidade insaciável do agronegócio e das mineradoras”. Por isso, o bispo de São Gabriel da Cachoeira deseja “muitos anos de vida para a Rádio Vaticano prosseguir derrubando os muros que dividem para construir pontes que irmanam a todos os povos pela força revolucionária do Evangelho, da justiça e da paz e pela voz profética do querido Papa Francisco, dos pastores e servidores do povo santo e fiel de Deus”. Na Amazônia, Rádio Vaticano tem sido ondas que se espalham até os lugares mais distantes da floresta, mensagens de esperança e de cuidado com a vida, anuncio da Boa Nova que ajuda a fazer realidade o Reino de Deus. Numa região onde a rádio sempre teve um papel fundamental na vida do povo, a Igreja da Amazônia sempre se empenhou em criar rádios que ajudassem levar a informação e o Evangelho até as cabeceiras dos rios e igarapés, até os lugares mais distantes, onde o povo recebe com alegria as notícias chegadas de longe, também as notícias chegadas da Rádio Vaticano, as notícias do Papa. Parabéns para Rádio Vaticano pelos 90 anos de empenho comunicador, parabéns por sua perseverança em levar a mensagem do Evangelho, a voz do Papa, até os locais mais distantes, por ajudar o povo a se informar. Que esta data seja um impulso para continuar essa bela missão, de levar a voz da Igreja até os confins do mundo.

Dom Mário Antônio agradece “o esforço e generosidade de todos os bispos do nosso Regional Norte 1”

O bispo de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva, agradeceu numa nota pelo material recebido no dia 09 de fevereiro de 2021, “08 BIPAPs e 03 concetradores de oxigênio, frutos da ação generosa do Papa Francisco e da Campanha de Solidariedade lançada pelo nosso Regional”. Os equipos foram entregues ao Hospital Geral de Roraima.   Na nota, Dom Mário Antônio agradece “o esforço e generosidade de todos os bispos do nosso Regional Norte 1 e rogamos a Deus que nos mantenha firmes na fé e solícitos na caridade para que possamos responder de forma criativa aos desafios de nosso tempo”.  

Um ano de Querida Amazônia: São atuais os sonhos de Francisco?

O dia 12 de Fevereiro marca um ano desde a apresentação da Querida Amazónia, a exortação pós-sinodal do Sínodo para a Amazónia. Nesta ocasião, o Padre Adelson Araujo dos Santos, S.J., participante na assembleia sinodal como perito e um dos que apresentaram a Querida Amazónia na Sala Stampa do Vaticano a 12 de Fevereiro de 2020, oferece-nos uma reflexão sobre a actualidade dos sonhos do Papa Francisco. Padre Adelson nasceu em Manaus e é actualmente professor de Teologia Espiritual na Pontifícia Universidade Gregoriana em Roma.  Eis o texto: Na comemoração do 1º ano de aniversário de lançamento da exortação apostólica pós-sinodal “Querida Amazônia”, escrita pelo Papa Francisco e apresentada oficialmente ao público no dia 12 de fevereiro de 2020, podemos nos perguntar de que modo é possível avaliar o impacto deste documento no interior da Igreja Católica e fora dela, na sociedade em geral. Para responder a esta pergunta, temos que recordar brevemente do que tratou o Santo Padre em sua exortação, na qual estão presentes as suas conclusões pessoais de tudo o que foi discutido e proposto no sínodo especial sobre a Amazônia, por ele mesmo convocado no dia 15 de outubro de 2017 e realizado em Roma de 06 e a 27 de outubro de 2019, sob o título: “Amazônia: Novos Caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”. Basicamente, o texto de “Querida Amazônia” nos revela quatro grandes sonhos do Papa em relação àquela vasta região e em relação à Igreja, chamada a ser presença evangelizadora entre os povos amazônicos. Cabe-nos perguntar, portanto, se um ano depois de revelados, estes sonhos se mostram verdadeiramente inspiradores para que possamos ver, julgar e agir corretamente em relação à Amazônia, apontando para o que se precisa mudar e, ao mesmo tempo, confirmando as novas iniciativas e práticas geradas a partir do sínodo. Em resumo, após um ano da sua publicação podemos nos perguntar o que faz desta exortação um indispensável ponto de referência para a construção de um planeta viável e de uma Igreja verdadeiramente evangélica, a partir da Amazônia. Ora, do ponto de vista teológico e espiritual, cremos que se examinarmos cada um dos sonhos compartilhados por Francisco em “Querida Amazônia”, iremos facilmente constatar o caráter profético dos mesmos, bem como o quanto foram eles teologicamente inspirados e bem fundamentados, não obstante alguns insistam em negar isso. De fato, por desinformação ou explícita intenção de atacar o Papa por meio da difusão de notícias falsas – fake news –, tem se usado as redes sociais para propagar que Francisco se preocupa mais com árvores que com vidas humanas, que seu discurso é vazio de Deus e de espiritualidade, pois se concentra só no ecológico, que esquece outras agressões à vida como a do aborto e só recorda a agressão à Amazônia, etc. Ora, antes de mais nada, está claro que tais acusações carecem de qualquer fundamentação teológica e histórica, porquanto está mais do que comprovado que o Papa atual não é o primeiro a se manifestar contra as agressões cometidas, seja ao meio ambiente em geral, seja em relação aos povos e florestas amazônicos. Basta lembrar que já São João Paulo II, quando papa, em visita ao Brasil, declarava com palavras contundentes o compromisso da Igreja para com a luta desses povos e denunciava a violência sofrida pelas populações indígenas: “A história de vossos povos conheceu, e conhece ainda, sombras dolorosas, sinais de morte, muitos sofrimentos e conflitos marcados pelo mal […] A Igreja, queridos irmãos índios, tem estado e continuará a estar sempre a seu lado, para defender a dignidade de seres humanos, para defender o direito a ter uma vida própria e tranquila, no respeito aos valores positivos das suas tradições, costumes e culturas […] Tenho recebido, com grande dor, as notícias que me chegam sobre violações desses direitos, motivadas pela ganância e por interesses escusos, com graves repercussões sobre a vida, a saúde e a sobrevivência de alguns grupos indígenas”[1]. Por outro lado, o papa Bento XVI, ao visitar o Brasil em 2007, citando o hino nacional brasileiro, conclamava: “’Nossos bosques têm mais vida’: não deixeis que se apague esta chama de esperança que o vosso Hino Nacional põe em vossos lábios. A devastação ambiental da Amazônia e as ameaças à dignidade humana de suas populações requerem um maior compromisso nos mais diversos espaços de ação que a sociedade vem solicitando”[2]. Portanto, é claríssima a falta de fundamentação das críticas que se fazem às palavras do Papa Francisco em sua exortação “Querida Amazônia”, porquanto as mesmas seguem a mesma linha já assumida antes pelos seus antecessores. Além disso, do ponto de vista teológico, somente a ignorância ou má fé intelectual pode fazer com que alguém não encontre na exortação de Francisco a sua preocupação em falar a partir da Palavra de Deus, deixando claro que a mensagem de “Querida Amazônia” não parte de um puro ecologismo, mas se pauta na pessoa de Cristo, que “redimiu o ser humano inteiro e deseja recompor em cada um a sua capacidade de se relacionar com os outros”[3].  Com palavras profundamente teológicas e espirituais, o Papa ensina que do Coração de Cristo brota a caridade divina e que está no centro da mensagem do Evangelho a “busca da justiça que é inseparavelmente um canto de fraternidade e solidariedade, um estímulo à cultura do encontro”[4]. Contudo, o Papa é muito consciente de que nem todos dentro da Igreja estiveram e estão abertos a este ensinamento, que aliás não vem dele, mas de Cristo. De fato, na sua exortação “Querida Amazônia” ele reconhece que na história da Igreja muitas vezes “o joio se misturou com o trigo”, pois nem sempre os que deveriam levar a Boa Nova aos povos, isto, todos nós batizados, “estiveram do lado dos oprimidos”[5], deixando-se corromper pelo poder. Com muita humildade e coragem, Francisco reconhece o fato de que mesmo dentro da Igreja, alguns “tenham feito parte das redes de corrupção, por vezes chegando ao ponto de aceitar manter silêncio em troca de ajudas econômicas”[6]. Retomando…
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Hospital Geral de Roraima recebe BIPAPs e concentradores de oxigênio da Campanha do Regional Norte1

Na tarde desta quarta-feira (10) foi realizada a entrega de 11 equipamentos para o tratamento de pacientes com Covid-19 que estão internados no Hospital Geral de Roraima (HGR). A entrega de oito BIPAPs, que são equipamentos que funcionam como respiradores, e três concentradores de oxigênio, foi feita por Dom Mário Antônio e representantes da Diocese de Roraima. Ele explicou que esses insumos foram comprados pela Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que representa os estados do Amazonas e Roraima. “Este é o resultado de uma campanha suscitada semanas atrás, onde foram arrecadados recursos para a compra desses aparelhos, com a ajuda do papa Francisco e das dioceses, paróquias e comunidades“, ponderou o Bispo. Dom Mário Antônio ressaltou que o gesto de solidariedade veio neste momento tão necessitado de cuidado com a vida das pessoas. A entrega foi feita à diretora geral do HGR, doutora Débora Maia. Ela destacou que a doação veio em momento apropriado, uma vez que os casos de Covid-19 estão aumentando no Estado. Roraima registra 76.327 casos confirmados de corona vírus e 924 óbitos pela doença, conforme o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) dessa terça-feira (9). “Essa doação chegou em um momento muito importante, pois estamos no auge da onda, onde estão tendo muitas internações e esses equipamentos são extremamente essenciais neste estágio da doença. Os nossos fisioterapeutas ficarão muito felizes, pois vão conseguir atender mais pacientes ao mesmo tempo. Isso muda o destino desses pacientes”, avaliou a doutora. O padre Paulo Motta, que está internado no HGR em recuperação da Covid-19, agradeceu as orações pela sua saúde, bem como a doação dos equipamentos destinados ao tratamento respiratório. “A gente tem acompanhado cada um e cada uma com as nossas orações. Muito obrigado e continuemos nesta sintonia com Deus e com o próximo“, declarou. Fonte(s): Rádio Monte Roraima FMs.

Diante dos problemas, a corda sempre quebra do lado mais fraco

  As consequências da pandemia da Covid-19 é algo que vai além da crise sanitária. Ao alto número de doentes e de mortes, uma situação que nas últimas semanas tem provocado muita dor e sofrimento em Manaus, se unem outras realidades que também estão gerando preocupação em muita gente. Todos nós sabemos que diante dos problemas, a corda sempre quebra do lado mais fraco. Digo isso após ver como nesta semana a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – Abrasel, formalizava a demissão de 10 mil trabalhadores “devido às medidas restritivas”. O Papa Francisco, na encíclica Fratelli tutti, publicada no último mês de outubro, ele diz que “é indispensável uma política económica ativa, visando ‘promover uma economia que favoreça a diversificação produtiva e a criatividade empresarial’, para ser possível aumentar os postos de trabalho em vez de os reduzir”. Ele faz essa referência no ponto onde aborda a questão do neoliberalismo. O argumento defendido pelo Papa Francisco é que “o mercado, por si só, não resolve tudo, embora às vezes nos queiram fazer crer neste dogma de fé neoliberal”. O texto de Fratelli tutti nos diz que esse é um “pensamento pobre, repetitivo, que propõe sempre as mesmas receitas perante qualquer desafio que surja”. O Papa afirma que “a suposta redistribuição não resolve a desigualdade, sendo, esta, fonte de novas formas de violência que ameaçam o tecido social”. Situações como a que está acontecendo com a Abrasel, também presentes em outros setores sociais e econômicos no Brasil, em consequência da pandemia da Covid-19 e das políticas econômicas neoliberais, cada vez mais impulsionadas pelo poder público, tem que nos levar a refletir. Estamos diante de uma realidade que a cada dia que passa está se complicando e que daqui a pouco pode gerar uma bomba muito maior. As situações que estamos vivenciando mostram as consequências de um sistema político e econômico onde o Estado se desentende, se tornando omisso. Quando isso acontece, quem paga a conta é a camada mais pobre da população, como está acontecendo com os funcionários dos bares e restaurantes. Os empresários reclamam diante dos decretos de lock down, mas nada falam de cobrar soluções do Governo Federal e Estadual, que nada fazem para resolver o problema. Tão importante quanto reivindicar é a forma em que a reivindicação é realizada. Nunca podemos esquecer que o bem comum deve ser prioridade. Nesse sentido, o Papa Francisco, também na Fratelli tutti, nos lembra que “a grandeza política mostra-se quando, em momentos difíceis, se trabalha com base em grandes princípios e pensando no bem comum a longo prazo. O poder político tem muita dificuldade em assumir este dever num projeto de nação”. É por isso que ele defende “uma economia integrada num projeto político, social, cultural e popular que vise o bem comum” e uma política que “busca o bem comum”. É tempo de pensar em todos, de viver a fraternidade nas relações com os outros, de fazer tudo o que estiver ao alcance de todos para que a corda não quebre do lado mais fraco. Luis Miguel Modino, assessor de Comunicação CNBB Regional Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Presidência da CNBB emite nota diante dos ataques contra a Campanha da Fraternidade

 “Responder com tranquilidade e esperança”, poderíamos dizer que é o propósito da nota que a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB tem lançado neste 9 de fevereiro. O texto começa analisando a atual realidade brasileira: “um tempo entristecedor, com tantas mortes causadas pela covid-19, um processo de vacinação que gostaríamos fosse mais rápido e uma população que se cansou de seguir as medidas de proteção sanitária”. Logo depois se centra na Campanha da Fraternidade, “atendendo à solicitação de irmãos bispos”. Os ataques contra a CNBB e a própria Igreja católica têm se tornado comuns nas últimas semanas, “ocasionado insegurança e mesmo perplexidade”. A nota afirma que “a Campanha da Fraternidade é uma riqueza da Igreja no Brasil”, e neste ano 2021 tem como tema o diálogo, sendo uma campanha ecumênica. O tema do diálogo quer responder a “um tempo de polarizações e fanatismos”, atitudes muito presentes naqueles que estão atacando a Campanha, especialmente o Texto Base, que a nota destaca que tem caráter ecumênico. A nota aborda algumas questões específicas que tem despertado polêmica, especialmente nas redes sociais, sobretudo as questões de gênero. Os bispos recomendam o uso da Fratelli tutti, publicada após o Texto Base ficar pronto, como subsídio, pois ela estabelece forte conexão entre o tema de 2020 e o de 2021, cuidado e diálogo. Também são feitos esclarecimentos em referência à Coleta da Solidariedade, dado que existem vozes que pedem “que não se faça a oferta da solidariedade no Domingo de Ramos, uma vez que existiria o risco de aplicação dos recursos em causas que não estariam ligadas à doutrina católica”. Diante disso se clarifica como são distribuídos os fundos arrecadados. As orientações dadas pela presidência da CNBB dizem para não descartar a Campanha da Fraternidade, considerada como uma marca da Igreja do Brasil, expressando as dificuldades que alguns temas geram e que “a Igreja tem sua doutrina estabelecida a respeito das questões de gênero e se mantém fiel a ela”. A nota deixa claro que os recursos arrecadados “serão aplicados em situações que não agridam os princípios defendidos pela Igreja Católica”, destacando a importância da causa ecumênica e de não quebrar a comunhão. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Regional Norte 1 continua somando quase a metade dos falecidos na Pan-Amzônia por Covid-19 na última semana

  1.973.720 casos confirmados e 48.343 mortes por coronavírus na Panamazônia até o dia 8 de fevereiro de 2021. Os números oficiais, recolhidos pela Rede Eclesial Pan-Amazônica semanalmente, nos mostram um aumento de 60.059 casos e 1.834 mortes na última semana. No Regional Norte 1 da CNBB a situação continua sendo muito preocupante. Segundo os números oficiais já tem 328.000 casos confirmados e 9.576 óbitos, com um aumento de 15.051 casos, o que representa um 25 % do total e 909 mortes, quase a metade de todos os falecidos por Covid-19 na última semana na região pan-amazônica. Diante dessa situação, o Regional Norte 1 da CNBB continua se empenhando em ajudar a cuidar da vida do povo. Nos últimos dias chegaram nas dioceses e prelazias BIPAPs e concentradores de oxigênio e são esperados cilindros de oxigênio nos próximos dias, de possam ajudar a paliar uma situação ainda crítica.