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Solidariedade que salva vidas

Na madrugada de terça-feira chegavam em Manaus, num voo da Força Aérea Brasileira, 101 cilindros de oxigênio, fruto da Campanha “Amazonas e Roraima contam com a sua Solidariedade”, da CNBB Norte1. Imediatamente, nas primeiras horas da manhã, esses cilindros, mesmo com as dificuldades que devem ser enfrentadas, pois o Estado do Amazonas controla a distribuição de oxigênio, participando de claros esquemas de corrupção e desvio, esses cilindros foram distribuídos em vários municípios do interior. Um desses municípios foi Tefé, onde Dom Fernando Barbosa, bispo da Prelazia, junto à representa da Caritas, Francisca Andrade, puderam acompanhar o trajeto dos cilindros do aeroporto até o hospital para fazerem a entrega à secretária de saúde. Depois de ter recebido os cilindros, o prefeito da cidade, Nilson Marreira, enviava ao Regional Norte 1 sua palavra de agradecimento, dizendo: “Muito obrigado. Esses 15 cilindros, hoje à noite estão salvando 35 pessoas que estão usando oxigênio no Hospital Regional de Tefé. Só tínhamos oxigênio hoje até 11 horas da noite. Por isso tive que alugar um voo para trazer”. A mesma coisa aconteceu em Itacoatiara, onde o prefeito Mário Abrahim, após receber os cilindros agradecia por tão significativa doação neste momento de dor angustia que passa a cidade e o Estado do Amazonas, “quero agradecer muito à CNBB, quero agradecer muito à pessoa de Dom Ionilton”, diante de uma necessidade imensa, como ele mesmo reconhecia. A Prelazia de Itacoatiara, segundo seu bispo, tem se empenhado, a través do projeto Puxirum, em adquirir oxigênio e outros elementos indispensáveis diante deste momento de pandemia, como relatava Joelma Rolim, da Caritas da prelazia. A fraternidade é uma atitude sempre precisa, ainda mais no momento atual. Essa solidariedade, diante do descaso e corrupção que a gente vê em amplos setores do poder público, está ajudando a salvar vidas, como nos mostram os testemunhos daqueles que estão sendo beneficiados com a ajuda de tantos católicos e católicas e tantas pessoas de boa vontade no Brasil afora, que se empenham em salvar vidas, neste momento concreto, aqui no Estado do Amazonas. Quando a falta de ética e de responsabilidade provoca a morte dos outros, somos desafiados a protestar com firmeza, quando a burocracia, mas do que ajudar, dificulta a resposta rápida diante da necessidade urgente, temos que protestar, quando vemos que resolver problemas pessoais é colocado acima do bem comum, não podemos menos do que protestar. Ficar calados nos torna cúmplices de um sistema que mata os mais fragilizados da nossa sociedade, e isso nos afasta da condição de seres humanos, ainda mais da nossa condição de homens e mulheres de fé. Não vamos medir esforços para continuar salvando vidas, para continuar cuidando daqueles que o poder público e a própria sociedade descartam. Sejamos canais de transmissão do bem, sejamos promotores de um mundo diferente, onde os valores que nascem de Deus se façam presentes na nossa vida, e a través da gente na vida dos outros. Estamos diante de um momento da história em que ser humanos, fraternos, solidários, tem se tornado uma urgência inadiável. Não duvide, a solidariedade salva vidas, não tenha medo de sê-lo e de fazer saber isso aos outros. Luis Miguel Modino, Assessor de Comunicação CNBB Regional Norte1 Editorial Rádio Rio Mar

Dom José Albuquerque: “Todos nós somos um povo sacerdotal. Isso inclui também as mulheres”

Na festa do Batismo do Senhor, no dia 10 de janeiro, o Papa Francisco publicava o motu proprio Spiritus Domini, sobre a modificação do cânon 230 § 1 do Código de Direito Canônico acerca do acesso das pessoas do sexo feminino ao ministério instituído do leitorado e do acolitado. “Na realidade, o Papa está dando uma confirmação daquilo que as comunidades estão vivenciando nesta dimensão da ministerialidade”, segundo Dom José Albuquerque.   O bispo auxiliar de Manaus afirma que “o Papa está confirmando que estamos no caminho certo”. Segundo ele, “a Igreja do Brasil, já desde o Concilio Vaticano II, vem valorizando a vocação e missão dos leigos e das leigas, destacando seu protagonismo na comunidade eclesial e na sociedade, vem sempre falando do protagonismo dos leigos e das leigas. Nesse caso sempre enfatizando a presença das mulheres na vida da igreja”. O documento pontifício vai respaldar o que vem sendo feito, mesmo que isso não é algo unânime, não acontece em todos os lugares. Dom José afirma que “não é uma questão feminista que está em jogo, é uma visão de Igreja, toda uma compreensão daquilo que a gente é. A Igreja não pode viver em guetos, com divisão, deixando alguém fora da missão da evangelização, que é para todos”.   O motu proprio nos ajuda a “relembrar que todos nós somos um povo sacerdotal. Isso inclui também as mulheres, a gente não pode cometer esse equívoco, que o masculino é aquele que tem mais espaço, que tem mais importância, nada disso”, insiste Dom José Albuquerque. Para ele é motivo de alegria “saber que o Papa Francisco está nos ajudando a abrirmos caminho, incentivando as mulheres a terem uma maior atuação em todos os espaços possíveis, pensando em que as mulheres possam ter uma maior participação”. Segundo o bispo auxiliar de Manaus, “esses serviços ligados à liturgia, não podem ser considerados os mais importantes, nem os mais imprescindíveis na organização da Igreja, nem na dimensão pastoral, nem muito menos no que diz respeito à dimensão teológica”. Falando da experiência da Amazônia e da arquidiocese de Manaus, onde Dom José Albuquerque foi ordenado padre diocesano há quase 25 anos, ele afirma que “já temos uma caminhada bem consolidada, falando da presença das mulheres”. Em Manaus, “as mulheres já recebem o ministério da Palavra, aonde não só as mulheres podem proclamar a Palavra de Deus, que isso já é uma prática de mais de 40 anos, mas aqui as mulheres podem presidir a celebração da Palavra”, algo que já acontece em todo o Brasil, e que deve ser assumido nos lugares onde não está acontecendo.   Para Dom José Albuquerque, a presença das mulheres, “para nós aqui da Amazônia é quase que imprescindível, porque muitas comunidades não poderiam celebrar se não tivesse essa presença e essa liderança. A imensa maioria das nossas lideranças são mulheres, das várias faixas etárias, também jovens mulheres participando dessa linha de frente”. O documento do Papa pode abrir a possibilidade de outros ministérios, afirma o bispo, como é o ministério do catequista. Ele diz que “quando a gente fala do catequista, 90% são mulheres. Então por que não dizer o ministério da catequista, seria uma forma de valorizar esse serviço que é tão necessário na evangelização”. A partir daí “podemos pensar outros ministérios, nesse tempo de pandemia, o ministério da consolação, rezar nos velórios, dirigir exéquias. São celebrações que as mulheres já fazem em muitos lugares onde não tem o ministro ordenado, seja o padre, seja o diácono”, segundo ele.   A mesma coisa com “o ministério da caridade, o ministério de ajuda aos pobres, não só de visita, mas de promover ações concretas de solidariedade”, insiste Dom José, lembrando que “muitas mulheres estão atuando junto aos moradores de rua, aos migrantes, as pessoas que estão vivendo situações de fragilidade social, com esses milhões que estão passando por tremendas dificuldades”. Também a Pastoral da Criança, onde as mulheres “exercem um verdadeiro ministério, visitando as famílias, acompanhando as crianças, as grávidas, ajudando na formação espiritual, cuidando da dimensão da saúde da família”, um ministério que o bispo define como “quase revolucionário, são agentes de pastoral que estão atuando fora do espaço físico da comunidade, da Igreja”. Inclusive, ele diz que “eu faço uma associação com a pessoa de Jesus, que vai visitando as pessoas nas suas casas, e lá vai evangelizando, vai compartilhando a vida da família, vai levando ânimo, alegria”.   Diante da pergunta que algumas pessoas se fazem sobre por que o Papa não é mais ousado?, Dom José Albuquerque destaca que “a gente sabe que as mudanças não acontecem de cima para baixo, ele está apenas, em nome da Igreja, aquilo que o Espírito Santo está fazendo, todo esse movimento de mudança, de transformação que vem pouco a pouco das periferias, dos lugares mais distantes”. Nas comunidades mais distantes da Amazônia a gente se depara com “a atuação de verdadeiras líderes, de mulheres que dão um testemunho bonito da fé. A Igreja, de algum modo na Amazônia, ela continua existindo e caminhando graças às mulheres, isso não tenhamos dúvidas, porque a grande maioria daquelas que assumem os mais diversos serviços, dentro e fora da comunidade eclesial, são mulheres”.   O motu proprio é consequência do Sínodo para a Amazônia, onde Dom José foi um dos padres sinodais. Ele destaca que “isso foi unânime na voz das mulheres que lá estavam na sala sinodal, mas também foi um refrão muito repetido por parte de muitos bispos, não só na América Latina, mas também em outras partes do mundo”. O bispo insiste em que “não podemos falar e agir desta forma, deixando as mulheres de lado, ou colocando-as num papel secundário”. Estamos diante de “uma forma de reforçar a eclesiologia do Vaticano II, somos Povo de Deus a caminho, e esse povo não está preso a uma estrutura piramidal, pelo contrário, a gente está sempre aprendendo, revendo”.   O processo de escuta do Sínodo para a Amazônia mostrou a importância de que “ninguém fique de fora…
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CNBB Norte 1 envia sopros de vida para o interior do Amazonas

  Cuidar da vida deve ser a missão fundamental daqueles que querem caminhar com Deus. O Regional Norte da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, lançava no dia 15 de janeiro a campanha “Amazonas e Roraima contam com sua Solidariedade”, que tem mobilizado católicos e pessoas de boa vontade de todos os cantos do Brasil e diferentes países do exterior. A demanda por oxigênio é muito alta no estado do Amazonas, nem só em Manaus, como também no interior do estado. São muitas as pessoas que se debatem entre a vida e a morte por falta de oxigênio. Os números oficiais, coletados semanalmente pela Rede Eclesial Panamazônica – REPAM, dizem que na última semana, nos munícipios que fazem parte do Regional Norte 1, que engloba uma população de aproximadamente 4,5 milhões de pessoas, foram contagiadas 19.222 pessoas e teve 950 óbitos confirmados por Covid-19. Para se fazer uma ideia da gravidade da situação é como se na última semana tivessem morrido 45 mil pessoas por Covid-19 no Brasil todo. Na madrugada desta terça-feira chegavam em Manaus, após vários atrasos provocados pela burocracia, 101 cilindros de oxigênio, que imediatamente tem sido distribuído para diferentes municípios do interior. Podemos dizer que a campanha da CNBB Norte 1 está fazendo possível que sejam enviados sopros de vida para o interior do Amazonas. Tudo isso superando as dificuldades que o poder público, em todos os níveis, coloca, inclusive participando de esquemas de corrupção, pretendendo muitas vezes impedir que as doações cheguem aos destinatários. Dois dos munícipios beneficiados pela campanha tem sido Manacapuru, que precisa de 150 cilindros por dia, e Tefé, que atualmente está com uma demanda diária de 40 cilindros, que estão entre os mais atingidos pela pandemia no Estado do Amazonas. Representantes das prefeituras, ao receber os cilindros doados mostravam as dificuldades que estão sendo vivenciadas nessas cidades.  No caso de Tefé, Ricardo Vieira, reconhecia que o trabalho é árduo. Todos os dias estão aumentando os casos no município, o que, segundo ele, demanda da população a toma de consciência da necessidade de ficar em casa. A logística para o traslado dos cilindros é muito complicada. No caso de Tefé só é possível por via fluvial e aérea, o que eleva os custos e provoca demoras que às vezes tem consequências fatais. Francisco Lima, secretário executivo do Regional Norte 1 da CNBB, que em nome dos bispos do Regional recebeu a doação, disse que “tem havido bastante solidariedade por parte da Igreja do Brasil, também de outras instituições”. Segundo ele, receber esses 101 cilindros de oxigênio é motivo de “muita alegria, sinal de esperança em meio a essa situação”. Nessa doação tem que ser destacado a importância que tem para as prefeituras o fato de receber os cilindros, que tem um alto custo, pois esses cilindros poderão ser recarregados, facilitando a atenção aos pacientes. De fato, essa falta de cilindros está sendo um dos grandes problemas nas últimas semanas no estado do Amazonas. Além do oxigênio, a campanha “Amazonas e Roraima contam com sua solidariedade”, tem ajudado, segundo o secretário executivo do Regional Norte 1 da CNBB, com a aquisição de Equipes de Proteção Individual e outros materiais de segurança para os profissionais de saúde, que em muitos municípios sofrem pela escassez. Em entrevista à Rádio Rio Mar, da Arquidiocese de Manaus, Francisco Lima agradecia “a todos aqueles que tem colaborado, a todos aqueles que tem doado”. Um desse doadores tem sido o Papa Francisco, que junto com sua preocupação e oração, manifestada na audiência pública da última quarta-feira, já enviou uma doação econômica para a região. Francisco Lima tem afirmado que “nós estamos buscando outras alternativas de como poder amenizar a dor da nossa gente, a dor do nosso povo”, mesmo sendo consciente de que a doação chegada é “uma quantidade insuficiente para a demanda que a gente tem aqui no Amazonas”. De fato, o local onde os 101 cilindros foram distribuídos em pouco mais de uma hora, tem uma longa fila de veículos de diferentes municípios do interior do Estado do Amazonas à procura de cilindros, uma missão árdua diante da escassez, claramente existente, mesmo que o poder público se empenhe em dizer que a situação está controlada. O secretario executivo do Regional Norte 1 disse que as pessoas podem continuar ajudando, pode ser a través da conta do Regional, assim como de campanhas que estão acontecendo em algumas dioceses e prelazias. “As nossas dioceses e prelazias estão atentas a essas realidades, e elas têm procurado na medida do possível ir somando forças, é uma rede de solidariedade que vai se formando”, segundo Francisco Lima. Ele agradecia a ajuda do Instituto Philantropia Inteligente, que enviou uma parte dos cilindros e da Força Aérea Brasileira, que fez o traslado desde Belo Horizonte. São muitas mãos solidarias nesta campanha, segundo Lima, que também conta com a ajuda organizativa da Articulação Regional da Caritas Brasileira. Luis Miguel Modino Assessor de Comunicação CNBB Regional Norte 1 

“Só 85 reais, mas é de coração”. A fraternidade se faz realidade com gestos pequenos

  Gestos singelos, pequenas contribuições, é o que permanece na memória da gente por muito tempo. Nos últimos dias, o Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tem experimentado muitos sinais de fraternidade, gestos que mostram que há pessoas que se empenham em ajudar aquele que sofre, que querem ser instrumento de consolo através de pequenos gestos. A Campanha “Amazonas e Roraima contam com sua solidariedade” já arrecadou mais de meio milhão de reais. As doações tem chegado de todos os cantos do Brasil e de diferentes lugares do mundo, em diferentes quantias, mas também aquelas que fazem presente que a cena do óbolo da viúva ainda faz parte da vida da nossa sociedade, da vida da nossa Igreja. Após ser lançada a campanha a través dos meios de comunicação, das redes sociais e aplicativos de transmissão de mensagens, muitas pessoas tem se solidarizado. Uma mensagem que chegou até o Regional Norte 1 da CNBB foi a de Antônio José, animador da Comunidade de Oiticica, município de Senador Pompeu, no interior do Ceará, onde dizia que “estamos depositando uma doação na conta que foi disponibilizado nesta rede social”. Morador do interior do município, ele foi na cidade para depositar a coleta do domingo 17 de janeiro. Ele falou, “é pouco, só 85 reais, mas é de coração. Esse foi o ofertório de domingo passado. Somos uma comunidade pequena”. Ninguém pode duvidar que o pouco com Deus é muito e que é na partilha que a gente faz realidade um mundo mais fraterno, onde o sofrimento do outro provoca empatia, compaixão, solidariedade. Essa é a Igreja samaritana, que se torna referente na vida de todos, inclusive daquele que não tem fé. Você pode continuar contribuindo, sua generosidade salva vidas. Não importa a quantidade, o importante é que é de coração.

Em novas orientações, Dom Leonardo pede ao clero de Manaus, “sermos presença consoladora, samaritana, de fé”

O arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner, publicava neste domingo, 24 de janeiro, novas orientações diante do Decreto do Governo Estadual N.° 43.303, de 23 de janeiro de 2021, onde “DISPÕE sobre a ampliação da restrição temporária de circulação de pessoas, na forma que especifica, como medida para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional, decorrente do novo coronavírus, e dá outras providências”. Seguindo o Art. 2º do Decreto – “XXV – os deslocamentos para outras atividades de natureza análoga ou por outros motivos de força maior ou necessidade impreterível, desde que devidamente justificados”, o arcebispo pede para continuar com a transmissão das celebrações, buscando “sermos presença consoladora, samaritana, de fé. Nossa palavra seja sempre de ânimo e de esperança!”. Junto com essa determinação, Dom Leonardo Steiner informava que nesta segunda-feira, iniciará “o atendimento do cemitério Nossa Senhora Aparecida (Tarumã)“, pedindo a disponibilidade do clero “para o serviço do consolo”. O comunicado afirma que “as Paróquias de São Sebastião e São Raimundo Nonato se dispuseram a abençoar cortejos fúnebres em passagem”. Respeitando devidamente os protocolos de segurança, o arcebispo pede que “ofereçamos a devida atenção às famílias enlutadas por ocasião das exéquias, dentro das possibilidades“.  Agradecendo “a dedicação e a disponibilidade de cada um no cuidado dos fiéis”, Dom Leonardo faz um chamado à unidade, assim como permanecer “alicerçados na esperança“, insistindo mais uma vez em que “não estamos sozinhos, Deus nunca nos abandonou“.

Nasce a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, “um encontro do Povo de Deus”, segundo o Papa Francisco

“Um encontro do Povo de Deus“, foi assim que o Papa Francisco definiu a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, na sua intervenção na apresentação desta novidade, como ele próprio sublinhou, que aconteceu neste 24 de janeiro e terá o seu ponto principal de 21 a 28 de novembro na Cidade do México, onde se encontra Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina e o Caribe, de cuja Basílica teve lugar a apresentação. Queremos fazer memória de Aparecida, a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, “da qual ainda temos muito a aprender“, nas palavras do Santo Padre, que continua a apresentar desafios. Um deles é assumir definitivamente as reflexões do Concílio Vaticano II, que queria tornar realidade uma Igreja da qual “todo o Povo de Deus é parte“, segundo o Papa Francisco, onde “rezamos, falamos, pensamos, discutimos, procuramos a vontade de Deus“. Ele alertou para a necessidade de “esta assembleia eclesial não ser uma elite, separada do povo santo e fiel de Deus”, uma vez que “todos fazemos parte do Povo de Deus“, e de oração, “para que o Senhor possa fazer sentir o nosso pedido de estar conosco a partir daí”. Existem muitas instituições da Igreja na América Latina e no Caribe, como foi dado a conhecer na apresentação da Assembleia, através do testemunho de bispos, religiosos e religiosas, sacerdotes, diáconos, leigos e leigas. Aparecida afirma que “somos todos discípulos missionários“, nas palavras do presidente do Conselho Episcopal Latino-americano – CELAM, uma Igreja Povo de Deus, na qual “cada batizado é chamado a ser um protagonista da missão“, segundo Dom Miguel Cabrejos. Nas suas palavras, afirmou que esta Assembleia Eclesial sem precedentes está na perspectiva da sinodalidade, reunindo o Magistério Pontifício do Papa Francisco, de Evangelii Gaudium a Fratelli Tutti, e os seus apelos à conversão. Estamos perante uma Assembleia “que pretende acompanhar o profundo e urgente processo de renovação e reestruturação do CELAM, inspirados pelos 4 sonhos do Papa na Querida Amazônia”, segundo o seu presidente. Uma Assembleia que aspira “a ter uma participação plena e ampla de todo o Povo de Deus peregrino na América Latina e no Caribe”, que quer dar relevância “ao nosso ser e estar no meio dos gritos dos empobrecidos e da irmã mãe terra neste tempo de pandemia”. Dom Cabrejos encorajou “todos os homens e mulheres que compõem a Igreja de Cristo na América Latina e Caribe” a participar no processo de escuta numa perspectiva sinodal, que terá início no segundo trimestre deste ano. O tema da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, “Todos somos discípulos missionários em saída“, é “um forte apelo aos que professam a fé cristã católica”, nas palavras do Dom Walmor Oliveira de Azevedo. Ele chamou a ser “mais missionários, cultivando a proximidade que este tempo exige, sendo presença transformadora na vida das pessoas“. O Presidente do Episcopado brasileiro sublinhou a necessidade de corresponsabilidade para com o próximo, de “ser a presença de Jesus no quotidiano das pessoas“, como forma de anunciar o Evangelho, de ser uma Igreja em saída. Ao fazer uma grata memória de Aparecida, o Cardeal Rodriguez Maradiaga, vê a assembleia como “uma proposta restauradora e regeneradora”, que vai além do episcopal para se tornar sinodal, “com uma metodologia representativa, inclusiva e participativa, como foi o Sínodo da Amazónia“, no qual o cardeal hondurenho foi um dos padres sinodais. Nessa memória de Aparecida, o Cardeal Brenes recordou que “ali o Espírito Santo marcou algumas diretrizes, as diretrizes da conversão pastoral e da missão continental“. Esse mesmo Espírito deveria impelir-nos a “fazer das nossas Igrejas uma Igreja em saída, uma Igreja missionária“, insistiu o Segundo Vice-Presidente do CELAM. Não podemos esquecer que Aparecida “elaborou um documento extraordinário, com uma riqueza muito grande, com um apelo de renovação da vida da Igreja em nosso continente, como discípulos missionários”, segundo o Cardeal Odilo Scherer, que vê a assembleia como “uma recordação dos principais pontos da Conferência de Aparecida, que ainda talvez precisam ser destacados mais e ser retomados”. Estamos perante uma assembleia que “o Santo Padre segue de perto e com grande interesse“, segundo o Cardeal Marc Ouellet, algo que também é assumido por ele e pela Comissão para a América Latina, a que preside. O cardeal canadiano salientou que “vemos nesta iniciativa um sinal profético para o futuro da Igreja, porque não só os bispos estão reunidos, mas também todos os participantes do povo de Deus”. Nas suas palavras, convidou “a pensar na cultura vocacional na América Latina”, que toca todas as vocações. O presidente do episcopado mexicano convidou os participantes para a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. Segundo Dom Rogelio Cabrera, “queremos recordar, mas também queremos traçar novos caminhos“, ser uma Igreja de discípulos missionários, para alcançar “o sonho da fraternidade universal e da amizade social“. Não podemos esquecer que estamos perante a oportunidade de “discernir os novos desafios, à luz das riquezas que o Documento de Aparecida nos traz“, nas palavras de Dom Jorge Eduardo Lozano. É um encontro de todas as vocações, porque “desde o momento do batismo fazemos parte da vida da comunidade cristã”, de acordo com Dom Lozano. O logotipo mostra o mundo em que o Barco de Pedro navega, onde estamos todos, a grande biodiversidade latino-americana, e a presença e companhia da Virgem Maria simbolizada nesta estrela, de acordo com o Secretário-Geral do CELAM. Ele definiu a preparação para a Assembleia de três maneiras: a espiritual, a escuta e o encontro. Ao falar sobre a forma de realizar a Assembleia, Dom Alfonso G. Miranda Guardiola, partiu da ideia de que “a pandemia detonou a criatividade da Igreja“. Esta assembleia, nas palavras do secretário do episcopado mexicano “será realizada de forma híbrida, ou mista”, com pessoas que estarão presentes na Cidade do México, e outras em locais alternativos em cada um dos países que compõem o CELAM, tentando “envolver toda a Igreja da América Latina e do Caribe, para que possam participar de forma virtual“. É uma Assembleia num local mariano, a Basílica de Guadalupe, Padroeira…
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O CELAM convida à apresentação da “Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe”

  Uma Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe é a nova proposta do Conselho Episcopal Latino-americano – CELAM. Os detalhes deste evento, que pode ser considerado uma grande novidade e um passo em frente no caminho da sinodalidade, uma das grandes apostas do CELAM, que tem como lema “Uma Igreja em saída, missionária e sinodal“, será conhecida este domingo, 24 de janeiro. A apresentação da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe será feita virtualmente, transmitida pelas redes sociais do CELAM, no Facebook: https://www.facebook.com/consejoepiscopallatinoamericano  y YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCemS45MntgzhnruQeLH5csQ, a partir da Basílica de Guadalupe, na Cidade do México, a partir das 10:45 da manhã (hora local), 12:45 em Manaus, no âmbito do Domingo da Palavra e do 55º Dia Mundial das Comunicações. “Todos somos discípulos missionários em saída” é o lema que, em comunhão com o Papa Francisco, o CELAM escolheu para esta assembleia, que terá lugar de 21 a 28 de Novembro de 2021, na Cidade do México, e que pretende ser uma oportunidade para “empreender um itinerário participativo para discernir os novos caminhos que devemos percorrer para responder aos desafios pastorais da Igreja na América Latina e não Caribe, no contexto atual, enquanto recordamos a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano realizada em Aparecida (Brasil), em 2007″. Com base no seu carácter sinodal, a realização desta primeira Assembleia Eclesial, bem como o seu processo de escuta do Povo de Deus, o seu itinerário espiritual e a sua posterior implementação, marcarão, afirmam do Conselho Episcopal Latino-Americano, “um marco no caminho dos discípulos missionários do nosso continente”. Estamos perante um evento eclesial no qual “leigos e leigas, religiosas e religiosos, diáconos, seminaristas, sacerdotes, bispos, cardeais e pessoas de boa vontade” participarão, que se realizará “sob a proteção de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira da América Latina e do Caribe, à medida que nos aproximamos da celebração dos 500 anos do Evento Guadalupano e do 2000º aniversário da nossa Redenção (2031+2033)”. A Assembleia Eclesial reunirá pessoalmente uma pequena delegação aos pés de Nossa Senhora de Guadalupe, conectada com muitas outras pessoas reunidas em locais físicos e virtuais ao longo de todo o continente e, porque não o dizer, em todo o mundo. Neste novo contexto, o CELAM afirma que “queremos que as telas se tornem pontes e que os meios de comunicação, as redes sociais e as plataformas digitais sejam ruas e avenidas cheias de discípulos missionários construindo juntos, em Jesus Cristo, uma vida plena para todos”. Esta Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, “será uma experiência de escuta, diálogo e encontro, à luz da Palavra de Deus, do Documento Aparecida e do Magistério do Papa Francisco, para contemplar a realidade dos nossos povos, para aprofundar os desafios do continente no contexto da pandemia da Covid-19, para reavivar o nosso compromisso pastoral e procurar novos caminhos para que todos tenham vida em abundância”. Para mais detalhes, a citação é este domingo, 24 de janeiro, às 10:45 hora local na Cidade do México, 12:45 em Manaus, 13:45 em Brasília, através das redes sociais do CELAM.  Facebook: https://www.facebook.com/consejoepiscopallatinoamericano  YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCemS45MntgzhnruQeLH5csQ  Horário: 10:45: Costa Rica – El Salvador – Guatemala – Honduras – México – Nicarágua. 11:45: Colômbia – Cuba – Equador – Panamá – Peru. 12:45: Antilhas – Bolívia – Guiana – Haiti – Porto Rico – República Dominicana – Venezuela. 13:45: Argentina – Brasil – Chile – Guiana Francesa – Paraguai – Suriname – Uruguai. 16:45: Portugal 17:45: Alemanha – Bélgica – Espanha – França – Itália – Suíça Para mais informações visite, a partir de 24 de Janeiro, a página da Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe: www.asambleaeclesia.lat e siga as redes sociais do CELAM: Facebook, Twitter, Instagram y YouTube.

Dom Cláudio Hummes apela para “combater a indiferença, protestar, rezar e ajudar” face à crise sanitária no Amazonas

  Superar a indiferença, essa é a primeira coisa que deve ser feita, nas palavras do Cardeal Cláudio Hummes, ao analisar a situação que tem vindo a ocorrer nos últimos dias em Manaus, onde a falta de oxigénio e de leitos hospitalares está causando uma grande tragédia, muito maior do que aquilo que os números oficiais mostram. Nas suas palavras, o presidente da Conferência Eclesial da Amazónia – CEAMA, organismo que faz parte do Conselho Episcopal Latino-americano – CELAM, recorda a primeira visita do Papa Francisco fora do Vaticano, a Lampedusa, onde denunciou “a indiferença do mundo por aquele povo que estava morrendo lá, no mar, tentando procurar uma vida melhor”. Na sua entrevista à “Rede Vida“, insistiu na necessidade de “combater e superar a indiferença“, algo que tem de ser assumido por nós mesmos, porque a gente pensa nos outros, mas somos nós mesmos que em primer lugar devemos nos perguntar: “Eu não estou sendo indiferente demais?”. Face à grande quantidade de informações e coisas que nos são colocadas, o Arcebispo Emérito de São Paulo afirma que “a tendência é ser indiferente, mas eu não tenho nada a ver com isso, eu não posso fazer nada”. Perante isto, o cardeal insiste na necessidade de se envolver, de compreender que “eu tenho que fazer alguma coisa, eu não posso ficar indiferente, são irmãos meus que estão ali morrendo“. O presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, coloca a parábola do Bom Samaritano como uma grande referência para nos mostrar como devemos agir, deixando de lado a atitude do sacerdote e do levita e assumindo a atitude do samaritano, que deixa de lado tudo o que tinha de fazer para cuidar daquele que foi ferido na berma da estrada. Juntamente com a superação da indiferença, o Cardeal Hummes assinala que é preciso “protestar contra a irresponsabilidade das autoridades públicas“, insistindo que “não se pode aceitar isto“. Segundo o presidente do CEAMA, “tem-se a impressão de que as autoridades públicas, neste caso na Amazónia, onde existem autoridades tanto federais como locais, alguém disse que parece que para eles o cheiro da morte não tem nada a ver“. “Nós não podemos aceitar isso”, segundo o cardeal, que diz que “há muitas formas de protestar, certamente não violentas, mas conscientes, e que sejam de fato práticas também, protestos reais, que a gente tem que fazer”. Uma terceira necessidade é rezar, “a oração tem uma força muito grande, temos que rezar por todas as pessoas que estão sofrendo, por todas as pessoas infectadas, os que estão morrendo, mas também pelos que estão se dedicando de corpo e alma para salvar o máximo possível de pessoas“. Nas suas palavras, refletindo sobre a importância das vacinas, uma das grandes controvérsias dos últimos dias no Brasil, o Cardeal Hummes pede também a oração “pelos cientistas, para que as nossas vacinas sejam de fato ao alcance do povo simples”. Neste sentido, ele pergunta: “Quando é que essas vacinas vão chegar ao nosso povo simples, de todos os lados, das periferias?”. A oração é necessária, adverte o cardeal, “para que haja um pouco mais de sensibilidade, um pouco mais de organização também, e também que os cientistas sejam, de fato, iluminados nos seus trabalhos”. Finalmente, todos se devem perguntar: “Como eu posso ajudar? Como o meu grupo, a minha comunidade podemos ajuda-los?“, segundo o Cardeal Hummes, que pede formas de organizar a ajuda material, de enviar materiais, pedindo às comunidades locais que se organizem para que não faltem coisas básicas, especialmente oxigénio, algo de que, nas palavras do presidente da CEAMA, o governo já tinha sido avisado. Isto deixa-nos “revoltado por dentro, de como tudo isso vai sendo levado”, enfatiza o cardeal, para quem estamos perante uma “tragédia enorme que a gente fica sem palavras“.

A pandemia da especulação

Tem gente que só quer ganhar dinheiro, mesmo diante do sofrimento alheio, mesmo diante de uma pandemia que está matando muita gente. O que está acontecendo nos últimos dias e a avareza daqueles que estão se aproveitando da falta de produtos básicos, sobretudo o oxigênio, deveria nos levar a refletir como sociedade. O Papa Francisco sempre nos adverte contra uma economia que mata. Na sua última encíclica, Fratelli tutti, falando sobre uma nova cultura ao serviço dos mais poderosos, ele nos adverte que “disto tiram vantagem o oportunismo da especulação financeira e a exploração, onde aqueles que sempre ficam a perder são os pobres”. Ele nos diz que “a especulação financeira, tendo a ganância de lucro fácil como objetivo fundamental, continua a fazer estragos”. Ver os pobres vender o pouco que eles têm para comprar um cilindro de oxigênio é algo de doer o coração. Gente que se apega à última esperança diante de uma situação de morte presente na vida de muitas famílias da nossa cidade de Manaus nos últimos dias. Diante da escassez do produto, a gente tem visto que o preço tem mais do que triplicado, algo que só pode ser entendido como uma amostra de pouca vergonha da parte de quem está enchendo o bolso diante do sofrimento do povo. A mesma coisa pode ser dita dos remédios, dos alimentos, inclusive os mais básicos. O Papa Francisco, também em Fratelli tutti, ele nos diz que “quando a especulação financeira condiciona o preço dos alimentos, tratando-os como uma mercadoria qualquer, milhões de pessoas sofrem e morrem de fome”. Estamos vivendo momentos de grande sofrimento, que podem marcar o futuro da sociedade manauara e mundial. Pobres cada vez mais pobres, e ricos cada vez mais ricos, fruto de uma especulação que pode ser considerada como um gravíssimo pecado social. O pior de tudo é que a gente já acostumou com isso, aceitando que quem não tiver recursos, a única saída é a morte, uma morte cruel, pois morrer sufocado pela falta de oxigênio é uma das maiores crueldades que pode enfrentar o ser humano. Será que não vamos nos indignar diante disso? Será que vamos continuar impassíveis vendo como uns poucos engordam suas contas bancarias enquanto uma multidão está ficando sem nada, inclusive sem a própria vida? O silêncio nos torna cumplices de um sistema que mata os pobres, uma situação que é contrária ao projeto de Deus, que nos chama a fazer realidade na vida de toda pessoa, o pão nosso de cada dia. Não podemos negar, e essa deve ser nossa esperança, que diante daqueles que especulam, também tem gente solidária. Como nos dizia nosso arcebispo Dom Leonardo, diante da resposta à campanha organizada pela Igreja católica do Amazonas e Roraima, “nós ficamos muito surpresos e agradecidos pela solidariedade, existe muita solidariedade em Manaus, existe muita solidariedade no Amazonas, existe muita solidariedade no Brasil, existe muita solidariedade internacional”. Ele destaca “os pequenos gestos, essas pequenas contribuições”, de tantas pessoas anónimas que estão ajudando nos últimos dias. Nessa solidariedade, em palavras do nosso arcebispo, “nós percebemos como nós formamos uma grande fraternidade, e como gostamos de nos ajudar e nos consolar através desses pequenos gestos”. Sejamos conscientes que somos nós quem devemos ajudar a entender a vida desde uma perspectiva diferente. Ser solidários, compassivos, caridosos se torna uma necessidade urgente. Só assim a gente vai acabar com a pandemia da especulação, mostrando que partilhar é bem melhor do que explorar, sobretudo os mais pobres. Luis Miguel Modino Assessor de Comunicação Regional Norte 1 CNBB Editorial Rádio Rio Mar de Manaus

O CELAM é solidário com Manaus e todo o Brasil e apoia o pedido de que as autoridades “não deixem o povo à sua sorte”

A situação que Manaus está passando, uma realidade que se pode estender a muitas partes do Brasil nas próximas semanas, provocou a solidariedade de muitas pessoas e instituições em todo o mundo. Neste 20 de Janeiro, além das palavras do Papa Francisco na sua tradicional audiência de quarta-feira, uma mensagem de “Solidariedade com o povo de Manaus e todo o Brasil face ao avanço do Covid-19” foi enviada pelo Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM. A carta, endereçada a Dom Walmor Oliveira de Azevedo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, assinada por Dom Miguel Cabrejos, presidente do CELAM e da Conferência Episcopal Peruana, faz eco do “urgente apelo a uma ação imediata por parte das autoridades governamentais do Brasil para agir com a devida diligência, rapidez e eficácia face ao avanço do contágio da Covid-19 no Brasil, especialmente em Manaus”, uma mensagem lançada em vídeo na sexta-feira passada. Dom Cabrejos disse ter ouvido o pedido do Presidente da CNBB e da REPAM-Brasil de que as autoridades “não deixem o povo à sua sorte e atuem prontamente; assim como o seu apelo à ação solidária de todos os atores sociais”, algo em que a Igreja brasileira tem insistido nos últimos dias. Ao mesmo tempo, a nota recorda a importância e apoia o apelo de Dom Walmor “para uma mudança no estilo de vida” e a atenção aos “setores mais desprotegidos”. O Presidente do CELAM, que está empenhado em “uma Igreja em saída, missionária e sinodal“, recordou as palavras do Papa Francisco em Fratelli Tutti, onde somos chamados por Deus a ser uma fraternidade aberta, uma atitude que é mais do que necessária face à grave crise que o Covid-19 provocou em tantos lugares do mundo, incluindo a América Latina, chamada a tornar realidade “um amor sem fronteiras, sem limites, que sai ao encontro e é capaz de ultrapassar todas as distâncias de qualquer tipo”. Eis a nota:  SOLIDARIEDADE COM O POVO DE MANAUS E TODO O BRASIL FACE AO AVANÇO DA COVID-19 Bogotá, D.C., 20 de Janeiro de 2021   A Sua Excelência Reverendíssima Dom Walmor OLIVEIRA DE AZEVEDO Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte Presidente da Conferência Episcopal do Brasil Belo Horizonte   Sua Excelência, Dom Walmor: Receba saudações cordiais no Senhor da Vida, esperando que esteja bem. Queremos fazer eco do seu URGENTE CHAMADO para que as autoridades governamentais do Brasil atuem com a devida diligência, rapidez e eficácia face ao avanço do contágio da COVID-19 no Brasil, especialmente em Manaus, Estado do Amazonas. Ouvimos com grande atenção o seu pedido como Presidente da CNBB e também da REPAM-Brasil, o seu firme apelo às autoridades para não deixar o povo à sua sorte e agir prontamente; bem como a sua invocação da ação de solidariedade de todos os atores sociais no Brasil para enfrentar prontamente o avanço da pandemia no seu amado país. Apoiamo-lo plenamente quando expressa a necessidade de aplicar os protocolos adequados com grande cuidado e responsabilidade para enfrentar a pandemia, bem como o seu apelo a uma mudança no estilo de vida, tal como proposto pelo Papa Francisco em Laudato Si. Sem dúvida, deve ser dada uma atenção preferencial às pessoas mais vulneráveis, aos empobrecidos, aos povos origináios e aos sectores mais desprotegidos de Manaus e da sociedade brasileira. O Papa Francisco em Fratelli Tutti lembra-nos que Deus nos chama a ser uma fraternidade aberta (FT 1), a reconhecer e amar cada pessoa com um amor sem fronteiras, sem limites, que sai ao encontro e é capaz de ultrapassar todas as distâncias de qualquer tipo, de viver um amor fraterno, na sua dimensão universal (FT 6). Este é o amor que devemos mostrar nestes tempos difíceis; com provas concretas de amizade social (FT 6). El Papa Francisco en Fratelli Tutti nos recuerda que Dios nos llama a ser fraternidad abierta (FT 1), a reconocer y amar a cada persona con un amor sin fronteras, sin límites, que vaya al encuentro y sea capaz de superar toda distancia de cualquier tipo, a vivir un amor fraterno, en su dimensión universal (FT 6). Es el amor que debemos demostrar en estos difíciles momentos; con evidencias concretas de amistad social (FT 6). Peço a Nossa Senhora de Aparecida que vos cubra com o seu manto protetor e ao Deus da Vida para vos encher de bênçãos. Paz e Bem, Dom Miguel Cabrejos Vidarte Arcebispo Metropolitano de Trujillo Presidente da Conferência Episcopal Peruana Presidente do CELAM