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CEBs realiza estudo de documento final do Sínodo para a Amazônia durante ampliada regional

Nos dias 27 a 29 de novembro de 2019 aconteceu a Ampliada Regional das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, no Centro de Treinamento Maromba. Representantes da Arquidiocese de Manaus, Prelazia de Borba, Diocese de Parintins e Diocese de Roraima participaram deste encontro que teve como objetivo o estudo do relatório final do Sínodo para Amazônia conduzido pelo Diácono Francisco Lima e o papel do articulador das Cebs pela Irmã Eurides. Também foi realizado a partilha da caminhada das dioceses e prelazias durante o ano de 2019. Foi feito o repasse da ampliada nacional sobre a preparação do 15° Intereclesial das Cebs, em Rondonópolis em 2022, o III Intereclesial Regional das Cebs que acontecerá nos dias 30 e 31 de julho e 1 de agosto de 2021 e o III Nortão das Cebs na Prelazia de Itacoatiara em 2022. Durante a celebração eucarística presidida por Dom Zenildo, bispo referencial das Cebs ele enfatizou a preparação para o novo, repensar o que fizemos e renovar nossos alicerces. Após a celebração ele abençoou a equipe e os enviou a missão. Por Patrícia Cabral

AGRADECIMENTO E ACOLHIDA

Manaus (AM), 27 de novembro de 2019. O Regional Norte 1 da CNBB, agradece a Dom Sergio Eduardo Castriani pelo Episcopado fecundo que exerceu, desde 1998 quando chegou como Bispo Coadjutor da Prelazia de Tefé. Assumindo vários serviços no Regional: Bispo Referencial da Juventude, Secretário Regional, membro da Comissão da Amazônia, Presidente da Comissão Missionária por dois mandatos. Atualmente Dom Sérgio exerce a função de Bispo Referencial para a Comunicação e a Cultura. Foi grande a Contribuição de Dom Sérgio, sabemos que como Arcebispo Emérito da Arquidiocese de Manaus continuará contribuindo na missão neste chão amazônico. Para suceder Dom Sérgio, o Papa Francisco nomeou Dom Leonardo Ulrich Steiner, a quem acolhemos e reconhecemos todo o trabalho desempenhado na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, como Secretário Geral por dois mandatos, bem como as várias funções que exerceu. Desejamos um fecundo ministério Episcopal na Arquidiocese de Manaus, e no Regional Norte 1, sobretudo neste tempo pós-sinodal, que a Igreja da Amazônia vive um verdadeiro kairós. Confiamos à proteção e intercessão de Nossa Senhora da Imaculada Conceição a Saúde de Dom Sérgio e o ministério episcopal de Dom Leonardo. Presidência do Regional Norte 1 

Regional Norte 1 recebe a escola para formação de animadores vocacionais

Oferecer formação teórica e vivencial para animadores vocacionais, de modo a contribuir para a construção de uma cultura vocacional nas congregações, nos institutos e na Igreja. Esse é o objetivo da Escola Vocacional implantada no Regional Norte um neste mês de novembro a partir da realização do sei primeiro módulo no período de 13 a 17 de novembro, no Centro de Treinamento Maromba, sob a assessoria do irmão marista Márcio Costa e a leiga marista Neth Couto e coordenação local do irmão marista Ronilton Neves e a leiga Esther Chacon. Ao todo foram 59 inscritos, representando as nove dioceses e prelazias do Regional Norte 1. Neste primeiro módulo foram tratadas as temáticas “Juventudes: aspectos vocacionais e processo de formação”; “Cultura vocacional e projeto de vida”; “Antropologia e teologia da vocação”; “Estratégias de atuação com a animação vocacional”; “Perfil do(a) animador(a) vocacional”; além das oficinas “Corporiedade na teia dos sonhos” e “Interioridade e sentida da vida”. Conforme Irmão Ronilton o objetivo da escola é atender uma demanda de formação para as pessoas que estão envolvidas com animação vocacional no Regional Norte 1, articulado junto aos bispos das nove dioceses e prelazias, à Conferência dos Religiosos do Brasil – Regional Manaus, e aos Irmãos Maristas em missão na região, tendo o bispo referencial Dom José Albuquerque como um grande articulador para a vinda desta escola. “Tivemos todas as igrejas do Regional Norte 1 estavam representadas, com participação de animadores da Arquidiocese de Belém, Diocese de Lábrea, Arquidiocese de Santarém e Diocese de Macapá. A escola procura cuidar das pessoas que cuidam dos outros e ajudar a gente a nos reencantar com a vocação e reencontrar o primeiro amor que nos fez querer seguir os passo de Jesus na construção do reino”, afirmou Irmão Ronilton. Dom José Albuquerque, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus e referencial para a pastoral vocacional no Regional Norte 1, afirmou que a escola visa ajudar os animadores vocacionais, pessoas interessadas em acompanhar jovens, famílias e as comunidades, e a perceberem que toda a pastoral tem que ser vocacional. “Por exemplo a Pastoral Familiar deve ajudar as famílias a perceberem que a convivência cotidiana é também um campo de despertar vocacional, para ser cristão, e quem sabe para uma especial consagração, ou seja, a família, assim como a comunidade, são celeiros de vocações. Cada Pastoral deve ajudar as pessoas a descobrirem o projeto de Deus para as suas vidas. Cada pessoa é chamada a dar a sua contribuição para a construção de um mundo melhor, mais fraterno, mais justo, sinal do Reino de Deus”, explicou Dom José. “Nesta primeira etapa da escola realizada em Manaus, dentre tantos conteúdos importantes, um deles falou da dimensão antropológica e teológica da vocação, onde somos convidados a perceber primeiramente que todo mundo é vocacionado e recebe de Deus um chamado, Deus tem um plano de amor para cada pessoa e a nossa tarefa é descobrir ao longo da vida qual é este plano e por isso precisamos da Igreja, da comunidade e de pessoas que nos ajudem a perceber para onde Deus chama. Por muito tempo essa parte vocacional foi reduzida àqueles que desejavam ser padres, freiras, monges, mas sabemos que a maneira de compreender a igreja, após o Concílio Vaticano II recuperou a ideia de que toda pessoa tem uma vocação. Assim como a gente recebeu o dom da vida e somos chamados a fazer parte da igreja, porque somos cristãos, a nossa vocação primeira é a santidade, ou seja, deixar-se conduzir por Cristo, seguindo no dia a dia da vida o que ele ensinou. Santidade é a maneira da gente viver a nossa vocação de cristãos no dia a dia, procurando sermos fieis ao chamados que recebemos e ajudando na construção de um mundo novo, do Reino de Deus onde estamos”, destacou o bispo. Por Ana Paula Lourenço – Pascom Regional Norte 1 – AM/RR

Pacto das Catacumbas pela Casa Comum. Por uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana.

Por Luis Miguel Modino O Pacto insiste em mudar o modo de trabalho pastoral na Amazônia, da visita à presença, garantindo que “o direito à Mesa da Palavra e à Mesa da Eucaristia se torne eficaz em todas as comunidades”. Existem lugares que têm um significado especial e se tornam uma referência na vida de pessoas e instituições. O Concílio Vaticano II foi uma época em que uma Igreja pobre e pobre queria ser construída, algo que se expressou em 16 de novembro de 1965, na catacumba de Santa Domitila, onde cerca de quarenta bispos, principalmente da América Latina, assinaram o Pacto da Catacumbas. Em treze cláusulas os signatários prometeram levar uma vida simples e sem posses. Em 20 de outubro de 2019, pode se tornar uma data histórica novamente, porque no mesmo local em que o Pacto das Catacumbas foi assinado, o Pacto das Catacumbas pela Casa Comum foi rubricado, no desejo de assumir uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana. Mais uma vez, houve cerca de 40 bispos, acompanhados por outros padres sinodais, auditoras, auditores, peritas e peritos, além de alguns participantes da Amazônia Casa Comum, que juntos celebraram uma Eucaristia presidida pelo cardeal Claudio Hummes, alguém que tem grande respeito e admiração entre os bispos da região, e que também contou com a presença do cardeal Pedro Barreto. As Catacumbas eram lugares onde os primeiros cristãos derramaram seu sangue, portanto, o gesto feito não início da celebração de selar o sangue com o polegar em um pano pode ser considerado um compromisso de uma Igreja que quer ser uma semente da vida na Amazônia, seguindo o que foi feito há mais de 50 anos no mesmo local, momento cujo significado foi explicado aos mais de 200 participantes da celebração pelo teólogo brasileiro José Oscar Beozzo. A lembrança do primeiro pacto também esteve presente na estola tantas vezes usada por Don Helder Câmara, um de seus grandes inspiradores, com a qual celebrou o cardeal Hummes, que, segundo ele, o emocionou, e que no final da celebração entregou para Dom Erwin Kräutler, um dos grandes profetas vivos na Amazônia. Também a túnica de Dom Helder, com o qual estava revestido Dom Adriano Ciocca, bispo de São Félix do Araguaia, onde um dos que levou esse pacto ao extremo, Pedro Casaldáliga, foi bispo. Em sua homilia, o cardeal Hummes definiu o momento como comovente e significativo, em um lugar que era refúgio para cristãos perseguidos, de martírio, em “uma terra santa que nos inspira”. Como aconteceu com os primeiros cristãos, o cardeal pediu a Deus que fortaleça a Igreja, que sempre que for reformada, e o Sínodo da Amazônia e uma tentativa de buscar novos caminhos, deve retornar às suas raízes, purificar e redescobrir o grande conteúdo da mensagem de Jesus e reencarna-la em nosso tempo. Seguindo as palavras de Paulo na liturgia da Palavra, Hummes fez um chamado para anunciar a Palavra na Amazônia, também àqueles que se opõem ao projeto de Deus, servindo exclusivamente dinheiro, para que se convertam. Ao mesmo tempo, ele insistiu na necessidade e força da oração, algo muito necessário neste Sínodo, para que Deus ilumine e leve a escutar a voz dos povos e neles a voz do Espírito. O texto contém quinze compromissos, que visam mostrar “um sentimento de urgência que se impõe diante das agressões que hoje devastam o território amazônico, ameaçado pela violência de um sistema econômico predatório e consumista”. Os compromissos têm um claro caráter ecológico, nascido do fato de “reconhecer que não somos donos da mãe terra”, algo que compromete os signatários a “acolher e renovar todos os dias a aliança de Deus com tudo o que é criado”. Em continuidade ao Pacto de 1965, é renovado o compromisso com os pobres, hoje representados nos povos originários, chamados a “ser protagonistas da sociedade e da Igreja”, que exige respeito e aceitação em pé de igualdade, abandonando “todo tipo de mentalidade e posição colonialista” e a denúncia de “todas as formas de violência e agressão” contra os povos indígenas, sua identidade, seus territórios e seus modos de vida. A proclamação do Evangelho deve partir da acolhida daqueles que vivem em outra cultura e que professam outra religião, mesmo com os que fazem parte da Igreja Católica, com quem é necessário caminhar juntos, em sinodalidade, que deve ser traduzida na vida cotidiana das dioceses, paróquias e comunidades, e na ministerialidade, que possibilite a atenção aos mais vulneráveis e excluídos. O Pacto insiste em mudar o modo de trabalho pastoral na Amazônia, da visita à presença, garantindo que “o direito à Mesa da Palavra e à Mesa da Eucaristia se torne eficaz em todas as comunidades”, em um compromisso claro com a ordenação de homens casados, que está ligado à necessidade de “reconhecer os serviços e a verdadeira diaconia do grande número de mulheres que hoje dirigem comunidades na Amazônia e procurar consolidá-las com um ministério apropriado de mulheres líderes comunitárias. “ A atenção pastoral nas cidades, o papel dos leigos e da juventude, a atenção às periferias e migrantes, trabalhadores e desempregados, os estudantes, educadores, pesquisadores e o mundo da cultura e da comunicação são elementos abordados no texto. Ele faz um apelo para deixar de lado o consumismo e assumir “um estilo de vida alegremente sóbrio, simples e solidário”, com atitudes de cuidado da Casa Comum e compromisso com os profetas e os pobres. O Pacto das Catacumbas mudou a vida de muitos bispos e o rumo de muitas igrejas no pós-concilio. Peçamos para que esse novo pacto possa mudar os destinos de uma igreja que busca novos caminhos, a serviço do cuidado do que sustenta nossa vida, nossa casa Comum. Os pastores se comprometeram, que eles também saibam transmitir esse compromisso àqueles a quem o Senhor lhes confiou. Pacto das Catacumbas pela Casa Comum Por uma Igreja com rosto amazônico, pobre e servidora, profética e samaritana Nós, participantes do Sínodo Pan-amazônico, partilhamos a alegria de habitar em meio a numerosos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos,…
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Cientistas de diferentes países entregam ao Sínodo, “marcos científicos para salvar a Amazônia”

Por Pe. Luis Miguel Modino “A Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, está em grande risco de destruição e, com esta, o bem-estar da nossa e das gerações futuras”. Essas palavras servem como ponto de partida do documento preparado por um grupo de cientistas dos países amazônicos e parceiros globais, datado de 30 de setembro, com o título de “Marcos Científicos para Salvar a Amazônia”, divulgada em 9 de outubro, e que tem como objetivo auxiliar as discussões da assembleia sinodal do Sínodo para a Amazônia. O documento, assinado por 44 especialistas, afirma que “a Amazônia possui uma imensa diversidade natural, cultural e única”, enfatizando que “é o maior repositório de biodiversidade do mundo”, sobre o qual são fornecidos dados específicos e detalhados, referidos por Carlos Nobre, Prêmio Nobel em 2007, e um dos signatários do documento, no briefing que acontece todos os dias no Vaticano. Uma das conclusões do documento é que “hoje, porém, a Amazônia e seus habitantes estão ameaçados de extinção. Sua agonia representa uma ameaça dramática ao bem-estar humano”, o que é uma novidade porque, durante anos, “os países Amazônicos agiram com perseverança e coragem para preservar sua riqueza natural e cultural”, o que resultou em territórios indígenas e áreas protegidas, especialmente no Brasil, que hoje se tornou um dos países cujo governo se posiciona mais explicitamente contra os povos originários. Tudo isso em favor dos grandes vilões do desmatamento, uma das grandes ameaças da Amazônia, como a “expansão da pecuária ineficiente, da agricultura de baixa produtividade e mineração”, para as quais estradas, desenvolvimento de petróleo e gás, invasões ilegais, represas ou desmatamento, que em 2019 aumentou dramaticamente com os incêndios, que nos primeiros oito meses de 2019, apenas no Brasil, estimam ter atingido 87.000, dos quais 45.000 estão na Amazônia, de acordo com o documento. Isso resultou em “o mundo inteiro manifestou, com razão, preocupação”, passando a se qualificar como “emergência crônica”, o que exige, na opinião dos signatários, “uma estratégia sistemática urgente, e de longo prazo, para a prevenção, como parte de um plano de desenvolvimento sustentável para a região Amazônica”, que se tornaria um dos objetivos do Sínodo para a Amazônia, novos caminhos para uma ecologia integral. O documento fala de “impactos sociais”, que são especificados no aumento de homicídios, tráfico de drogas, grande sofrimento para as populações, através do tráfico de pessoas, trabalho forçado e assassinatos. Ele também faz uma declaração que parece não preocupar os detentores de poder político e econômico, “a Amazônia como um todo está perto do ponto de inflexão para seu colapso”. De fato, o documento observa que ” a segurança hídrica e energética, a produtividade agrícola, a segurança alimentar e a biodiversidade” estão sendo ameaçadas. O texto faz referências à Encíclica Laudato Si’, que fala de uma “dívida ecológica” com a Amazônia, uma consequência de más práticas históricas. Essa é uma manifestação de “uma globalização da indiferença”, que se traduz em “tráfico de seres humanos, escravidão moderna, trabalho forçado, prostituição e tráfico de órgãos”. Os cientistas que prepararam o documento, fizeram algumas recomendações, dirigiram-se “a governos, empresas, sociedade civil e povos de boa fé em todos os lugares, para que se juntem em um esforço comum em prol da humanidade e da Terra hoje e no futuro”. Essas propostas estão incorporadas em nove princípios, que falam de respeito à soberania nacional, dignidade e direitos dos povos, ajuda internacional, atenção ao conhecimento científico e tradicional, monitoramento, controle de recursos locais, reflexão e busca de caminhos alternativos para o desenvolvimento sustentável. Junto com isso, eles desenvolveram um arcabouço científico de onze pontos, que se refere ao controle de incêndios florestais, fim do desmatamento, apoio a agências de monitoramento, controle de impactos ambientais causados pelas infraestruturas, reativação e expansão do Fundo Amazônia, proteção de todos os povos e comunidades de todas as ameaças, controle do respeito pela sustentabilidade dos elementos da produção e, finalmente, proteção e expansão do monitoramento científico em tempo real das condições da floresta amazônica. O documento é um bom elemento para ajudar no trabalho da assembleia sinodal, bem como uma boa contribuição de dados que podem ajudar diferentes participantes em suas reflexões. Junto com isso, o documento do Sínodo poderá encontrar neste documento uma boa fonte de dados para sua elaboração, do ponto de vista técnico e científico. Veja aqui a íntegra do documento Marcos Científicos para Salvar a Amazônia.Leia abaixo as propostas do documento. “Nós, cientistas da Amazônia e cientistas que estudamos a Amazônia, apresentamos nossas recomendações com um apelo a governos, empresas, sociedade civil e povos de boa fé em todos os lugares, para que se juntem em um esforço comum em prol da humanidade e da Terra hoje e no futuro”, escreveram os autores do documento. Veja os 11 pontos para se preservar a Amazônia: 1. Ações imediatas e urgentes para deter a propagação de incêndios florestais e controlá-los através de intervenções científicas e técnicas de monitoramento. Ações imediatas e urgentes para prevenir a degradação florestal e apoiar atividades estratégicas de restauração. 2. O fim imediato de todas as mudanças de uso da terra e do desmatamento legal e ilegal nas florestas tropicais em todos os países da Amazônia. Isso deve incluir a extração de madeira, mineração, agricultura e pecuária sob as legislações nacionais existentes. Também deve-se considerar a retirada de subsídios e outros incentivos indiretos para atividades predatórias, restringindo o acesso a crédito público e assistência internacional dos desmatadores ilegais e das empresas que se beneficiam diretamente ou compram de áreas desmatadas ilegalmente na Amazônia. 3. Um retorno do financiamento total para todas as agências nacionais de fiscalização e monitoramento. Não pode haver sustentabilidade sem o estímulo ao cumprimento das leis ambientais. 4. Promover a gestão baseada em evidências através do estabelecimento imediato de um “Painel de Ciência para a Amazônia” (PCA). Formas de conhecimento locais, tradicionais e indígenas devem ser integradas ao PCA. 5. Um relatório será produzido pelo PCA, até julho de 2020, com métricas, marcos e diretrizes detalhados para o gerenciamento sustentável da Amazônia, com base em…
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Encontro para Coordenadores da Infância e Adolescência Missionária no Distrito de Vila Cândida

No mês em que vivenciamos com profunda alegria, oração e esperança os dois momentos  da nossa  Igreja: o Mês  Missionário Extraordinário e Sínodo para Amazônia, no Distrito de Vila Cândida-Barreirinha aconteceu o primeiro Encontro para Coordenadores da Infância e Adolescência Missionária (ECIAM) que contou com a participação de 35 missionários e missionárias, vindos das regiões próximas como Cametá, Santa Maria e Barreirinha. O Padre Irineu, pároco em Barreirinha, participou todo o tempo das formações, assim como as Irmãs da Caridade,residentes em Barreirinha. Na missa de encerramento, após enviar as cunhantãs e curumins missionários, P. Irineu comunicou que os assessores, Jairo e Alciene serão referências das áreas, para animar e implantar a Infância e Adolescência Missionária (IAM), em todas as comunidades pertencentes à paróquia. Pois, ele acredita na obra e tem o desejo de reunir todos, que um dia fizeram a sua consagração e hoje não participam, para formar a juventude missionária,  famílias missionárias e “porque não os idosos missionários?” Fica o compromisso de continuar contribuindo com as formações, com os materiais; e a gratidão por mais uma significativa e bela experiência com IAM. De todas as crianças e adolescentes do mundo?! Sempre amigos!   Ir. Carla Danielle – Coordenadora do Conselho Missionário Regional (COMIRE) do Regional Norte 1

Homilia – Missa de Abertura do Sínodo para a Amazônia

Fonte:  Vaticano O apóstolo Paulo, o maior missionário da história da Igreja, ajuda-nos a «fazer Sínodo», a «caminhar juntos»; parece dirigido a nós, Pastores ao serviço do povo de Deus, aquilo que escreve a Timóteo. Começa dizendo: «Recomendo-te que reacendas o dom de Deus que se encontra em ti, pela imposição das minhas mãos» (2 Tm 1, 6). Somos bispos, porque recebemos um dom de Deus. Não assinamos um acordo; colocaram-nos, não um contrato de trabalho nas mãos, mas mãos sobre a cabeça, para sermos, por nossa vez, mãos levantadas que intercedem junto do Senhor e mãos estendidas para os irmãos. Recebemos um dom, para sermos dons. Um dom não se compra, não se troca nem se vende: recebe-se e dá-se de prenda. Se nos apropriarmos dele, se nos colocarmos a nós no centro e não deixarmos no centro o dom, passamos de Pastores a funcionários: fazemos do dom uma função, e desaparece a gratuidade; assim acabamos por nos servir a nós mesmos, servindo-nos da Igreja. Ao passo que a nossa vida, dom recebido, é para servir. No-lo recorda o Evangelho, que fala de «servos inúteis» (Lc 17, 10); expressão esta, que pode querer dizer também «servos sem fins lucrativos». Por outras palavras, não trabalhamos para obter lucro, um ganho nosso, mas, sabendo que gratuitamente recebemos, gratuitamente damos (cf. Mt 10, 8). Colocamos toda a nossa alegria em servir, porque fomos servidos por Deus: fez-Se nosso servo. Queridos irmãos, sintamo-nos chamados aqui para servir, colocando no centro o dom de Deus. Para sermos fiéis a esta chamada, à nossa missão, São Paulo lembra-nos que o dom deve ser reaceso. O verbo usado é fascinante: reacender, no original, significa literalmente «dar vida a uma fogueira» [anazopurein]. O dom que recebemos é um fogo, é amor ardente a Deus e aos irmãos. O fogo não se alimenta sozinho; morre se não for mantido vivo, apaga-se se a cinza o cobrir. Se tudo continua igual, se os nossos dias são pautados pelo «sempre se fez assim», então o dom desaparece, sufocado pelas cinzas dos medos e pela preocupação de defender o status quo. Mas «a Igreja não pode de modo algum limitar-se a uma pastoral de “manutenção” para aqueles que já conhecem o Evangelho de Cristo. O ardor missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial» (BENTO XVI, Exort. ap. pós-sinodal Verbum Domini, 95). Porque a Igreja está sempre em caminho, sempre em saída; nunca fechada em si mesma. Jesus veio trazer à terra, não a brisa da tarde, mas o fogo. O fogo que reacende o dom é o Espírito Santo, dador dos dons. Por isso, São Paulo continua: «Guarda, pelo Espírito Santo que habita em nós, o precioso bem que te foi confiado» (2 Tm 1, 14). E antes escrevera: «Deus não nos concedeu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de prudência» (1, 7). Não um espírito de timidez, mas de prudência. Alguém pode pensar que a prudência seja a virtude «alfândega», que, para não errar, faz parar tudo. Mas não! A prudência é virtude cristã, é virtude de vida; mais, é a virtude do governo. E Deus deu-nos este espírito de prudência. Em oposição à timidez, Paulo coloca a prudência. Que é, então, esta prudência do Espírito? Como ensina o Catecismo, a prudência «não se confunde com a timidez ou o medo», mas «é a virtude que dispõe a razão prática para discernir, em qualquer circunstância, o nosso verdadeiro bem e para escolher os justos meios de o atingir» (n. 1806). A prudência não é indecisão, não é um comportamento defensivo. É a virtude do Pastor que, para servir com sabedoria, sabe discernir, sensível à novidade do Espírito. Então, reacender o dom no fogo do Espírito é o oposto de deixar as coisas correr sem se fazer nada. E ser fiéis à novidade do Espírito é uma graça que devemos pedir na oração. Ele, que faz novas todas as coisas, nos dê a sua prudência audaciosa; inspire o nosso Sínodo a renovar os caminhos para a Igreja na Amazónia, para que não se apague o fogo da missão. O fogo de Deus, como no episódio da sarça ardente, arde mas não consome (cf. Ex 3, 2). É fogo de amor que ilumina, aquece e dá vida; não fogo que alastra e devora. Quando sem amor nem respeito se devoram povos e culturas, não é o fogo de Deus, mas do mundo. Contudo quantas vezes o dom de Deus foi, não oferecido, mas imposto! Quantas vezes houve colonização em vez de evangelização! Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos. O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o do Evangelho. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros. Pelo contrário, o fogo devorador alastra quando se quer fazer triunfar apenas as próprias ideias, formar o próprio grupo, queimar as diferenças para homogeneizar tudo e todos. Reacender o dom; receber a prudência audaciosa do Espírito, fiéis à sua novidade; São Paulo faz uma última exortação: «Não te envergonhes de dar testemunho (…), mas compartilha o meu sofrimento pelo Evangelho, apoiado na força de Deus» (2 Tm 1, 8). Pede para testemunhar o Evangelho, sofrer pelo Evangelho; numa palavra: viver para o Evangelho. O anúncio do Evangelho é o critério primeiro para a vida da Igreja: é a sua missão, a sua identidade. Mais adiante, Paulo escreve: «Estou pronto para oferecer-me como sacrifício» (4, 6). Anunciar o Evangelho é viver a oferta, é testemunhar radicalmente, é fazer-se tudo por todos (cf. 1 Cor 9, 22), é amar até ao martírio. Agradeço a Deus por haver no Colégio Cardinalício alguns irmãos Cardeais mártires, que provaram, na vida, a cruz do martírio. De facto, como assinala o Apóstolo, serve-se o Evangelho, não com a força do mundo, mas simplesmente com a força de Deus: permanecendo sempre no amor humilde, acreditando que a única maneira de possuir…
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Iniciado o Sínodo: O maior missionário da história da Igreja, ajuda-nos a ‘fazer Sínodo’, a ‘caminhar juntos’

Fonte: Site Repam Brasil Com uma liturgia presidida pelo Papa Francisco, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, teve início na manhã desse domingo (6), o Sínodo dos Bispos,  Assembleia Especial para a Região Pan-Amazônica. Participaram da missa todos os padres sinodais, peritos e auditores convocados para a atividade, além de lideranças de comunidades tradicionais, pastorais e movimentos da região  da Pan-Amazônia que estão em Roma. Já no início da homilia, o Papa recordou aos bispos o sentido do Sínodo, retomando a imagem de São Paulo. “O apóstolo Paulo, o maior missionário da história da Igreja, ajuda-nos a «fazer Sínodo», a «caminhar juntos»”, afirmou o bispo de Roma. Para Francisco, o Dom do Amor oferecido por Deus é fogo ardente para a missão. “O fogo de Deus, como no episódio da sarça ardente, arde mas não consome (cf. Ex 3, 2). É fogo de amor que ilumina, aquece e dá vida; não fogo que alastra e devora”, disse Francisco. “Quando sem amor nem respeito se devoram povos e culturas, não é o fogo de Deus, mas do mundo. Contudo quantas vezes o dom de Deus foi, não oferecido, mas imposto! Quantas vezes houve colonização em vez de evangelização! Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos”, alertou o papa durante a homilia. Ir. Maria Irene Lopes, diretora executiva da REPAM-Brasil e assessora da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB, é uma das auditoras convocadas para o Sínodo e participou da celebração de abertura. “A Basílica de São Pedro estava repleta de cores, de pessoas com rostos diferentes, rostos indígenas, quilombolas, ribeirinhos e tantos outros povos que participavam da celebração”, destacou Ir. Irene. Pe. José Boing, da Sociedade do Verbo Divino, também padre sinodal, diz ter sido um momento de muita emoção a celebração de abertura do Sínodo. “Me senti emocionado ao ver o carinho como o papa fez o seu grande destaque na homilia sobre o fogo do amor”, destacou o missionário. Após a missa, lideranças das comunidades tradicionais, peritos e auditores do Sínodo, na praça São Pedro, entoaram cantos e realizaram danças, num clima festivo de celebração pela abertura da assembleia.

Bispo de Roraima visita comunidades indígenas da Raposa Serra do Sol

Na Comunidade Popó – Foto: Karina de Carvalho Inauguração de Igrejas, batizados, casamentos e crisma marcaram os quatro dias da visita de Dom Mário Antônio da Silva a comunidades indígenas da Raposa Serra do Sol Por Karina de Carvalho Sete comunidades indígenas da Raposa Serra do Sol receberam a visita do bispo diocesano de Roraima, Dom Mário Antônio da Silva, entre os dias 26 a 29 de setembro. Uma comitiva missionária de 24 pessoas, formada por padres Missionários da Consolata, leigas missionárias vindas de Manaus e Boa Vista, e lideranças das comunidades indígenas, acompanhou o bispo nas visitas, onde estavam programadas dedicações do altar de igrejas, inauguração de um auditório e de um malocão, batizados, casamentos e crisma. Em todas as comunidades visitadas (Maturuca, Caxirimã, Popó, Wilimon Tabatinga, Enseada e São Mateus), os missionários foram acolhidos pelas lideranças, pelo Tuxaua (o cacique) e pelas crianças e jovens, que cantavam e dançavam, vestidas com trajes típicos. A primeira atividade programada para Dom Mário Antônio foi a inauguração do auditório “Ou vai ou racha”. Um lugar construído ao lado da Igreja na Missão Maturuca, para ser um espaço de reuniões e encontros. O nome do auditório recorda a decisão histórica de 26 de abril de 1977, quando os líderes indígenas, chamados de Tuxauas, reuniram-se e tomaram uma decisão: “não à bebida alcoólica e sim à comunidade”. Na época, muitos indígenas, inclusive lideranças, estavam se perdendo no álcool e causando muitos problemas para a família e a comunidade, o que causava o enfraquecimento da própria comunidade indígena, ameaçada pelos fazendeiros e garimpeiros. Tal decisão, que é renovada ainda hoje, foi um marco na história das comunidades indígenas da Raposa Serra do Sol. Inclusive, a homologação das terras, ocorrida em 2005, só foi possível graças a união, organização e fortalecimento das lideranças indígenas. Tal união é simbolizada por um feixe de varas, significa que uma vara sozinha é facilmente quebrada, mas se estiver atada a outras é impossível de se quebrar. Comunidade do Caxirimã – Foto: Karina de Carvalho A comunidade do Caxirimã acolheu os missionários com júbilo, inclusive vestindo Dom Mário com trajes indígenas: um cocar, uma saia de palha e um cajado com chocalhos. A Igreja Nossa Senhora das Graças, no alto da colina, foi inaugurada e teve seu altar ungido. Na missa também foram batizadas oito crianças e dois casais celebraram o matrimônio. Em sua homilia, Dom Mário afirmou que ali naquela colina onde está construída a Igreja, Jesus continua a dizer as páginas do Evangelho das Bem-Aventuranças: “Aqui Jesus não teria dificuldade de sentar conosco e dizer: bem aventurados os pobres de espírito, bem aventurados os que lutam por justiça, bem aventurados os que cuidam das crianças, dos jovens e adolescentes, bem aventurados aqueles que cuidam dos adultos e dos idosos, bem aventurada a comunidade do Caxirimã, bem aventuradas as populações das terras indígenas da Raposa Serra do Sol, bem aventurada a Diocese de Roraima e a nossa Amazônia”, afirmou. As igrejas de São Miguel Arcanjo, na comunidade do Popó, e Nossa Senhora de Nazaré, na comunidade Tabatinga, também foram inauguradas e tiveram seus altares ungidos. Nas celebrações, antes de entrar na Igreja, Dom Mário fazia a aspersão com água benta e, junto com a comunidade, dava três voltas ao seu redor incensando com o Maruai, uma espécie de resina extraída das árvores da região. As comunidades indígenas da região da Raposa Serra do Sol estão divididas em 9 centros: Maturuca, Wilimon, Morro, Pedra Branca, São Mateus, Caraparu, Carapanã, Pedra Preta e Campo Formoso. Cada um deles abrange diversas comunidades indígenas de etnias: Macuxi, Wapichana, Patamona, Igarico, Tauripang. No centro Wilimon, na manhã do sábado, 28, foi inaugurado e celebrada uma missa no novo malocão Kamarakko. Mesmo com uma chuva intensa e constante, num breve momento de estiagem, o bispo e toda a comunidade fizeram a procissão subindo o morro, escorregadio devido a terra molhada. Ao chegar lá, Dom Mário abençoou a água e aspergiu o novo malocão e também as maloquinhas, onde acontecia uma feira de artesanatos. O bispo tirou as sandálias, atoladas pelo barro, e presidiu a missa com os pés no chão. Durante a homilia, fez uma alusão ao texto bíblico da criação do ser humano, brincando: “Deus deve ter usado um pouco de barro aqui do Wilimon para criar Adão e Eva”. Missa no Malocão – Foto: Karina de Carvalho O malocão é um espaço importante para as comunidades indígenas, lugar de reuniões, tomada de decisões, eventos, comemorações. O teto é feito de palhas de Buriti e os caibros com a madeira de várias árvores. O nome Kamarakko significa “casa de caba” (caba: marimbondo ou vespa), insetos que vivem unidos, onde se mexer com um, todos irão atacar. Trazendo esse significado, Dom Mário afirmou: “essa é a casa da união e do compromisso”. No domingo de manhã, 29, a comunidade da Enseada recebeu, pela primeira vez, Dom Mário Antônio e celebrou a crisma de 83 jovens. “A Paz de Cristo e bom domingo”, foram as primeiras palavras pronunciadas pelo bispo à comunidade. Os jovens crismandos estavam vestidos com uma camiseta vermelha estampada na frente com os dons do Espírito Santo e atrás com o nome da comunidade e a logo da CNBB. Dom Mário agradeceu e elogiou a homenagem inédita aos bispos do Brasil, por colocarem a logo da Conferência na camiseta. Sua homilia foi voltada para a juventude, convidando-os a serem o melhor que puderem para Deus, a comunidade e a sociedade. O bispo pediu ainda um presente para a comunidade: um padre para a Diocese de Roraima, e exortou os jovens a buscarem e assumirem a sua vocação cristã. Ao final da celebração, seu Jacir José de Souza, uma das lideranças mais importantes da região, convocou os jovens para lerem e assumirem o compromisso de “não às bebidas alcoólicas e sim à comunidade”. A última comunidade a ser visitada foi São Mateus, onde aconteceu a inauguração da Igreja Sagrada Família, a celebração de três casamentos e 32 batizados. Após cada celebração, as comunidades…
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ARTIGO: O perigo da Globalização da indiferença

A Palavra de Deus neste 26º domingo do tempo comum, alerta-nos contra o pecado da indiferença diante do sofrimento humano. Na primeira leitura, o profeta Amós fala em nome de Deus e nos adverte: “Ai daqueles que são despreocupados … não se preocupam com a ruína de José” (6, 1a – 6). No Evangelho (Lucas 16, 19-31), temos Jesus que nos conta a parábola do rico e do pobre Lázaro. O homem rico era indiferente às necessidades do pobre e enfermo Lázaro. O Papa Francisco, em sua mensagem para o Dia Mundial dos Migrantes 2019, fala-nos sobre uma “globalização da indiferença”. Foi essa indiferença que levou o homem rico ao inferno. O homem rico, do inferno, pede ajuda: “Pai Abraão tem pena de mim” (v. 24). Mas foi dito a ele que o tempo de mudar, de converter-se, é agora, quando estamos ainda neste mundo. Aproveitemos deste alerta de Jesus por meio desta parábola e avaliemo-nos diante de Deus, como estamos vivendo o amor, a solidariedade com os pobres e excluídos dos bens necessários para viver dignamente, onde vivemos e em outros lugares do mundo. Devemos ser como Deus é, como nos apresenta o Salmo 145, Salmo Responsorial deste domingo: Deus faz justiça aos que são oprimidos, dá alimento aos famintos, liberta os cativos, ergue o caído, protege o estrangeiro, ampara a viúva e o órfão. Ou seja, nosso Deus é um Deus amor, Deus solidariedade. Acolhamos, também, o convite de Paulo na primeira carta a Timóteo: “Foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza e a mansidão” (6, 11). Assim sendo e fazendo, ajudaremos a construir o Reino de Deus já neste mundo, tornando-o mais fraterno e bom de se viver. Para o Dia Mundial dos Migrantes, que celebramos hoje, último domingo de setembro, o Papa Francisco escolheu o tema “Não se trata apenas de migrantes”. Este tema mostra nossas fraquezas e garante que ninguém deve ser deixado de fora da sociedade, seja ele um cidadão residente de longa data ou um recém-chegado. Gostaria de transcrever parte da reflexão do Papa Francisco em sua mensagem: 1. Não se trata apenas de migrantes: trata-se, também, de nossos medos. A violência e a maldade de nosso tempo aumentam “nosso medo” dos outros, dos desconhecidos, dos marginalizados, dos estrangeiros. 2. Não se trata apenas de migrantes: trata-se de nossa humanidade. A compaixão toca as cordas mais sensíveis da nossa humanidade, causando um impulso urgente de “fazer-se próximo” de quem vemos em dificuldade. 3. Não se trata apenas de migrantes: trata-se de não excluir ninguém. A “Igreja em saída” sabe tomar a iniciativa, sem medo de andar ao encontro, procurar quem está longe e chegar aos cruzamentos das estradas para convidar os excluídos. 4. Não se trata apenas de migrantes: trata-se de colocar os últimos em primeiro lugar. E quantos últimos temos em nossa sociedade! Entre eles, penso, sobretudo, nos migrantes, com o peso das dificuldades e do sofrimento que enfrentam todos os dias na busca, às vezes desesperada, de um lugar para viver em paz e com dignidade. A resposta ao desafio colocado pelas migrações de nossos dias, pode ser resumida em quatro verbos: acolher, proteger, promover e integrar. Mas estes verbos não se aplicam apenas aos migrantes e refugiados. Expressam a missão da Igreja para com todos os habitantes das periferias existenciais, que devem ser acolhidos, protegidos, promovidos e integrados. Se colocarmos esses verbos em prática, contribuiremos para a construção da cidade de Deus e do homem, promoveremos o desenvolvimento humano integral de todas as pessoas e ajudaremos, também, a comunidade mundial a se aproximar dos objetivos do desenvolvimento sustentável que foram estabelecidos. Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, SDVPrelazia de Itacoatiara – Amazonas