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Cardeal Steiner agradece no velório do Papa por “nos despertar para com o cuidado para com a Amazônia”

Uma mistura de sentimentos está presente no coração passando diante do corpo daquele que tem sido uma luz para a humanidade e para a grande maioria dos 1,4 bilhão de católicos do mundo nos últimos 12 anos, embora a multidão de pessoas presentes exija que isso seja feito rapidamente. Reconhecimento de todo o mundo O velório de Papa Francisco, que será sepultado neste sábado na Basílica de Santa Maria Maggiore, após o funeral na Praça de São Pedro, é um sinal de reconhecimento por parte das pessoas de todo o mundo. Mas também pelas mais de 200 delegações oficiais que viajaram a Roma para mostrar suas condolências. De uma dessas periferias veio o arcebispo de Manaus, o cardeal Leonardo Ulrich Steiner. A Amazônia sempre ocupou um lugar especial no coração do último pontífice. Lembro-me da última vez que tive a oportunidade de cumprimentá-lo brevemente, quando lhe contei que minha missão era ser pároco na Área Missionária de San José do Rio Negro, na arquidiocese de Manaus, composta por 26 comunidades indígenas e ribeirinhas. Francisco respondeu: “Que missão linda!” Muito a agradecer a Papa Francisco Um carinho que também está presente naqueles que vivem nessas e em tantas outras comunidades Amazônia afora, que pediram nesses dias que eu também levasse suas vidas para o velório do Papa. Um sentimento de gratidão que o Cardeal Steiner trouxe para Roma. Logo após rezar diante do caixão de Francisco, instalado na Basílica de São Pedro, o presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1) ressaltou que “nós da Amazônia temos muito a agradecer a Papa Francisco por de novo trazer a Amazônia para a discussão, mas especialmente nos despertar para com o cuidado para com a Amazônia”. O arcebispo de Manaus ressaltou que “não só a região amazônica, mas os povos que ali vivem, as culturas”. Segundo o Cardeal Steiner, “tudo isso nós somos muito gratos ao Papa Francisco por nos ter ajudado a repensar e ajudar a incentivar as nossas comunidades a viverem a sua fé nessa realidade da Amazônia”, concluindo suas breves palavras com um “muito obrigado, Papa Francisco”. O Cardeal Steiner é alguém profundamente alinhado com o Magistério do Papa Francisco, tendo promovido de várias maneiras a sinodalidade, o cuidado com os pobres, especialmente a população em situação de rua, o cuidado com a casa comum, o protagonismo das mulheres e a defesa dos povos indígenas. Soma-se a isso sua grande devoção, como franciscano, a Francisco de Assis, incentivando constantemente a descoberta da presença de Deus em todas as criaturas, sentimento presente no conceito de ecologia integral, promovido pelo Papa argentino. Gratidão do povo brasileiro Esse sentimento de gratidão a Francisco também está muito presente nos dias de hoje entre o povo brasileiro. Ele é um Papa muito querido no Brasil, a ponto de, em uma ocasião, um cardeal brasileiro ter dito a Papa Francisco que ele havia conseguido realizar um milagre durante sua vida, que os brasileiros gostassem de um argentino, fazendo o Papa dar uma gargalhada. Uma grande delegação do governo brasileiro prestou suas condolências diante do caixão do Papa, encabeçada pelo presidente Lula, um admirador declarado do pontífice, sua esposa Janja, os presidentes do Congresso, do Senado, do Supremo Tribunal Federal, ministros, parlamentares e a ex-presidente Dilma, que admitiu, como também era visível em Lula, que estava abalada com a morte de Francisco.

Francisco

Franciscus. O desejo expresso em seu testamento é a forma como ele deseja ser lembrado: “O túmulo deve ser no chão; simples, sem decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus.” Essa escolha contrasta fortemente com nossa cultura, que, para fazer memória e marcar o espaço-tempo, recorre a monumentos, símbolos, placas e que, nas lápides, encontramos o nome completo, com data de nascimento e morte, alguma citação marcante, muitas vezes de origem duvidosa. Francisco escolheu uma única inscrição. E ele tem razão. Todo o resto é acessório. Talvez essa escolha radical nos questione sobre a própria natureza da memória. Ser lembrado por um nome, não seria a forma mais pura de perpetuar uma essência, livre das camadas de interpretação e dos adornos da história? Esse é o nome que ele escolheu para se apresentar diante de Deus. Não precisará de nenhuma alcunha ou complemento, nem de nenhuma carta de recomendação ou currículo. Não terá que comprovar experiência laboral. Será conhecido e reconhecido por ser Francisco. E nada mais. Despojar-se para permanecer a identidade. Ser reconhecido pela pura ressonância do nome, sem os títulos que o mundo lhe conferiu. O lugar do seu descanso terreno ficará no chão, pois teve os seus pés fincados no concreto da vida e nos ensinou que, para ser pastor de verdade, não se pode afastar da realidade. É o “pastor com cheiro de ovelhas”. Será simples e sem decoração especial, como ele, que continuou usando o mesmo sapato, o seu anel de bispo e a batina branca, por vezes com as mangas rotas. Não buscar erguer-se sequer na morte para subverter a lógica de ascensão e o desejo de poder. Li, especialmente nos últimos dias, muitos títulos dados a Francisco: o misericordioso, o de todos, o da paz, o da esperança e tantos outros. Concordo com todos eles. Estas são apenas facetas de um homem poliédrico; por isso, bastará Francisco. Não precisaremos mais distinguir Francisco de Assis e de Roma, como muitas vezes fizemos em alusão ao santo que o inspirou na escolha do nome. Não precisaremos fazer distinção, tampouco justificar, pois ele mostrou no corpo e no coração, nos gestos e nas palavras, que ele é Francisco. O seu semblante no domingo de Páscoa era o de um pastor mártir, tal como os antigos pastores, que selavam com a própria vida o cuidado do rebanho. As palavras de agradecimento ao seu enfermeiro pessoal foram sinceras e cheias de sentido. A gratidão pela última ida à Praça e seu último passeio no meio do povo eram o que faltava para viver a sua Páscoa. Nesse gesto derradeiro de encontro com o povo a essência de sua missão: um amor concreto e palpável pela humanidade que ele pastoreou. Sua Páscoa pessoal se completa no abraço derradeiro à sua comunidade. Dos braços do povo para os braços do Criador. No entanto, essa mesma bússola evangélica que guiava seus passos e suas palavras o colocou, por vezes, na mira de olhares desconfiados e condenatórios. Sua obstinação em dar voz e vez aos que a sociedade silenciava – os pobres, os últimos da fila, os descartados pela lógica do mundo, aqueles a quem faltava até mesmo um abraço – foi interpretada por alguns como desvio ou como heresia. Incomodou. A Igreja de portas escancaradas, em saída, acolhendo quem estava nas margens, incomodava quem preferia muros e distinções. Acolher quem estava nas margens mostrando que a margem é o centro. Estou seguro de que, para muitos, a lembrança mais vívida não resida nos seus discursos, mas em detalhes singelos: o desgaste de seus sapatos pretos a percorrer os caminhos do mundo, a cruz simples que portava como único ornamento e que mostrava a centralidade do Cristo Bom Pastor, um gesto de acolhimento para com um necessitado, um aceno de esperança em meio à multidão, um sorriso que irradiava uma paz profunda. Se assim for, se forem esses fragmentos de sua humanidade e de sua fé a permanecer na memória coletiva, terá sido o suficiente. Nesses pequenos sinais, nessa linguagem silenciosa do amor e da humildade, muitos terão vislumbrado, de forma inequívoca, o seguimento radical e apaixonado de Francisco a Jesus. Talvez não haja outro Francisco. Nossa lógica mundana, que muitas vezes busca comparações ou continuadores da tarefa, pode ser quebrada com isso. Talvez ainda levemos um tempo para assimilar tudo o que se passou nestes 12 anos de um homem chamado Francisco, que buscou viver com coerência o Evangelho. Eu não tenho dúvidas de que Francisco não descansará nem na eternidade. Continuará o mesmo Francisco, sem o seu corpo mortal, mas incansável, intercedendo pela Igreja a qual tanto amou. Marcus Tullius

A Amazônia, o laboratório das reformas de Francisco

O pontificado de Francisco tem sido um tempo de processos, de dar passos que o levem a concretizar o modo de ser Igreja que responde às necessidades do momento histórico em que vivemos. Nesses 12 anos de pontificado, podemos dizer que a Amazônia tem sido o laboratório dessas reformas, sobretudo no que diz respeito aos conceitos-chave de seu Magistério: ecologia integral, os descartados e sinodalidade. A figura do Cardeal Hummes Uma das figuras mais importantes nos estágios iniciais de seu pontificado foi o Cardeal Cláudio Hummes, que nos últimos anos de sua vida desempenhou um papel de destaque na Igreja na Amazônia. Depois de retornar ao Brasil, após seu serviço como Prefeito da Congregação do Clero, ele assumiu a presidência da Comissão Episcopal para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, visitando muitas das igrejas particulares da Amazônia brasileira. Seria o Cardeal Hummes que inspiraria o nome de Francisco, sendo uma das poucas pessoas ao lado do novo pontífice quando ele recém-eleito se apresentou às multidões reunidas na Praça de São Pedro e ao mundo inteiro pela televisão. O cardeal brasileiro seria o primeiro presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), o relator geral do Sínodo para a Amazônia e o primeiro presidente da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). Um dos colaboradores mais próximos e queridos de Francisco foi seus olhos e ouvidos em uma região única durante seu pontificado. O pulmão do mundo A Amazônia, o pulmão do mundo, é uma região que esteve muito presente nos pensamentos do Papa Francisco em sua encíclica Laudato Si’. Trata-se de um documento em que ele faz um apelo explícito à conversão ecológica, a fim de evitar a catástrofe ambiental que está destruindo o planeta e que tem na Amazônia o exemplo de uma região atingida por uma economia que mata, que destrói a floresta e polui os rios em busca de dinheiro sujo, manchado com o sangue e o sofrimento das pessoas que habitam a região. Falar dos descartados na Amazônia nos remete aos povos originários e às comunidades tradicionais. Eles são as principais vítimas do atual sistema de destruição da região amazônica. Pouco a pouco, eles têm visto como seus territórios foram invadidos e suas culturas subjugadas de várias maneiras, perdendo gradualmente as visões de mundo que sustentaram suas vidas por séculos. A concretude da ecologia integral A defesa dos povos indígenas sempre foi uma das bandeiras do Papa Francisco. Neles, ele descobriu a concretude da ecologia integral, algo naturalmente assumido por povos que veem a Terra como sua própria mãe. Eles também são considerados um exemplo de vida comunitária, uma alternativa ao individualismo que prevalece cada vez mais na sociedade atual. Por isso, tiveram um papel de destaque no Sínodo para a Amazônia. Vários dos participantes do Sínodo repetiram várias vezes que o Papa Francisco, durante a assembleia sinodal, prestou atenção especial às intervenções dos homens e mulheres indígenas presentes. De fato, o Sínodo para a Amazônia marcou um antes e um depois na condução dos Sínodos dos Bispos. Um teste para a sinodalidade O Sínodo para a Amazônia foi o primeiro em que o processo de escuta foi um processo amplo e longo. Mais de 87.000 pessoas foram ouvidas e a assembleia sinodal contou com a participação de um bom número de não-bispos. Desde o primeiro dia, percebeu-se uma atmosfera diferente, tanto dentro da aula sinodal quanto nas atividades paralelas que ocorreram ao redor da assembleia, com grande presença dos povos da Amazônia. Esse sínodo pode ser visto como um campo de testes para o Sínodo sobre Sinodalidade e para avançar nesse modo de ser Igreja que promove o caminhar juntos. No encerramento dessa assembleia sinodal, Francisco deixou ver que as mulheres logo teriam direito ao voto, algo que se tornou realidade no Sínodo sobre Sinodalidade. A CEAMA também surgiu como uma proposta dessa assembleia, com representação de bispos, padres, vida religiosa, leigos e povos indígenas em sua presidência. Na realidade, a proposta era de um órgão episcopal em nível pan-amazônico, mas Francisco viu que isso deveria assumir a forma de uma conferência eclesial, algo que é claramente de natureza sinodal. Há muitos exemplos que, especialmente nesses campos da ecologia integral, dos descartados e da sinodalidade, podemos descobrir na Amazônia. Esses são elementos que não podem ser ignorados no futuro pela Igreja Católica, que precisa se concentrar nessa e em outras periferias, especialmente em seus povos e em sua Igreja, aberta ao diálogo com diferentes povos e culturas.

Prelazia de Tefé celebra Missa dos Santos Óleos e agradece pelo pontificado de Francisco

A prelazia de Tefé reuniu-se na noite da Terça-feira da Oitava da Páscoa para uma missa em sufrágio pelo Papa Francisco e dos Santos Óleos. A celebração iniciou com uma memória do pontificado, marcado por “simplicidade, inclusão e reformas que impactaram profundamente a Igreja católica.” Celebração do povo de Deus Uma celebração de todo o povo de Deus, segundo o bispo da prelazia, dom José Altevir da Silva, que iniciou sua homilia saudando os cristãos leigos e leigas, que ele definiu como “o povo privilegiado de Deus”, e depois as autoridades, Vida Religiosa e o clero. Ele disse ser uma celebração de ação de graças, mas também com um sentimento de orfandade, diante da partida de Papa Francisco, mas pedindo que “a sua presença seja continuada nos compromissos de cada fiel diante do que ele vinha assumindo durante o seu pontificado.” No pontificado de Papa Francisco, dom Altevir destacou sua grande confiança em Maria, mas também seu legado de simplicidade e de profecia, que chamou a dar continuidade. O bispo refletiu sobre alguns ritos que fazem parte das cerimônias após a morte do Papa, como é a destruição do anel, símbolo de poder. Ele disse que “algo pragmático pode acabar, como um anel, mas o paradigmático, a essência, a evangelização, que o Papa Francisco nos deixou, não existe martelo no mundo que vá destruir. Por isso, sigamos em frente, animados pela herança bendita que ele nos deixou.” Momento profundo de comunhão Sobre a Missa dos Santos Óleos, que a Igreja de Tefé realiza nesta data, dada a impossibilidade de fazê-lo na Quinta-Feira Santa, o bispo enfatizou que “é um momento profundo de comunhão, de renovação.” Um momento para que os presbíteros lembrem o dia de sua ordenação, mas também para abençoar os óleos com que serão ungidos os novos batizados, os crismados, os enfermos. Comentando o evangelho do dia, onde é proclamado o ano da graça do Senhor, dom Altevir lembrou o Jubileu da Esperança que a Igreja vive neste ano de 2025. Um texto que, segundo ele, “é de fato um projeto de vida missionária de Jesus, que também é o nosso projeto. Essas palavras revelam a missão de Cristo, que também é a missão da igreja. E de modo especial, a missão de cada um de nós”, sublinhado que “não tem outra missão a não ser essa que Jesus Cristo nos deixou.” Aproximar-se daqueles que necessitam do amor de Deus O bispo disse aos presbíteros que “como Cristo, nós devemos nos aproximar, meus irmãos presbíteros, nos aproximar realmente daqueles que necessitam de nós, que necessitam do amor de Deus, porque a renovação das promessas sacerdotais, ela vai recordar para nós que o ministério sacerdotal é diferente de algo funcional. Ele é, acima de tudo, presente do amor de Deus para conosco. É vocacional e não é algo funcional, não é uma função, é uma vocação, uma vocação de amor, de serviço. Como Cristo, nós devemos então estar no mundo, sem ser do mundo, levando a imagem de Deus àqueles que mais necessitam. Ou melhor ainda, descobrindo Deus presente naqueles que a sujeira da sociedade, a discriminação e a indiferença tentam encobrir.” Dom Altevir sublinhou a necessidade de mais do que o levar, “descobrir Deus aonde o ser humano se encontra, muitas vezes no porão da humanidade. Deus está com ele.” Junto com isso, o bispo falou sobre os óleos como instrumento que “nos ensina o caminho da santidade.” Ele disse pedir a Deus que “essa celebração, ela renove o ardor missionário em cada sacerdote, em cada presbítero a alegria da sua vocação, que restaure, que lhe leve ao primeiro amor.” Para isso, o bispo pediu que “a poeira da sociedade, do luxo, da ganância, da indiferença, jamais atingirá a beleza que Deus colocou em seu ser.” Para dom Altevir, “ser presbítero é de fato ser um espelho de Deus no meio dos que mais necessitam.” Ele pediu seguir o exemplo de Papa Francisco, “esse testemunho de vida e de doação.”

Celebração de gratidão da Igreja de Manaus a Francisco, o Papa da Amazônia

A Igreja de Manaus se reuniu no início da noite da Terça-feira da Oitava da Páscoa, na catedral de Nossa Senhora da Conceição para “uma celebração de gratidão”, segundo explicitou seu arcebispo, o cardeal Leonardo Steiner. Ele disse que “nós devemos tanto ao ministério de Papa Francisco, o Papa da Amazônia.” Ele enfatizou que Papa Francisco “viu na Amazônia a necessidade de um cuidado com toda a ecologia integral.” Junto com isso, o Papa da Misericórdia, mostrando que “misericórdia quer dizer dos desvestidos, dos sedentos, dos famintos, dos sem casa, dos aprisionados, de todos.” É por isso que o arcebispo de Manaus fez um chamado a “louvar e bendizer a Deus por esse ministério. Esse ministério que sempre nos devolveu o desejo de sermos cada vez mais seguidores e seguidoras de Jesus. Queremos louvar e bendizer por esse ministério de 12 anos”, equiparando os 12 anos, com as 12 tribos de Israel, os 12 apóstolos. Um Papa com quem “nós aprendemos a apreciar a esperança e levar esperança. E nunca jamais nos esquecermos dos mais pequeninos, dos mais pobres.” Francisco, uma vida impactante Na homilia, o bispo auxiliar, dom Zenildo Lima, refletiu sobre a fecundidade do acontecimento pascal, afirmando que “vamos nos maravilhando com o alcance da ressurreição de Jesus e, com a força contagiante que a vida doada de Jesus vai atraindo, vai reunindo, vai congregando a vida dos homens e mulheres”, pelo fascínio de uma vida bem vivida. Nesse contexto, o bispo retomou a história de Papa Francisco, sublinhando que seu legado “já é experimentado, mas não porque nós fazemos uma síntese dos seus discursos, das suas palavras, mas porque a vida dele está nos impactando diretamente. O legado do Papa Francisco para nós não é uma lembrança, não é um conteúdo, não é um conceito, é uma experiência que nós vivenciamos e estamos vivendo sim aqui nesta noite na nossa igreja catedral.” Segundo dom Zenildo Lima, “somos tomados por um sentimento, somos que contagiados por uma força, somos como que impelidos e atraídos para um jeito novo de viver nossa experiência de fé, nossa experiência eclesial.” A partir de seu Magistério pontifício, ele destacou que “os nossos horizontes pela alegria do Evangelho são alargados. Nós não somente queremos o bem, a vida plena para os homens e mulheres, mas se não para toda a realidade criada a partir do agir de Deus.” Ele falou de Laudato Si´ e Laudate Deum como documentos que “nos abriram novos horizontes para compreender os alcances do Reino de Deus.” O bispo auxiliar referiu-se à fraternidade, ao chamado a sermos peregrinos da esperança. Ensinou a viver a comunhão, a sinodalidade Ele lembrou elementos presentes na Carta da Igreja de Manaus publicada poucas horas depois da morte de Papa Francisco, onde aparece que “nós aprendemos tanto deste Papa sobre a comunhão, que ele chamou tão insistentemente de sinodalidade.” O bispo refletiu sobre aqueles que, quebrando a comunhão, se sentem donos da verdade, que promovem guetos mais do que abertura. Igualmente, na carta se reconhece a figura de “um pastor próximo de quem é pequeno e de quem é descartado” e de uma Igreja pobre para os pobres. Um Papa que “se faz grande por estar com os pequenos.” Igualmente, recordou em Francisco, “o incansável grito pela paz, por uma nova ordem mundial”, um Papa que “nunca teve receio, nunca teve medos, nunca teve censuras que não lhe permitissem dizer a verdade com afeição, mas uma verdade que nos convidava a um novo jeito de viver a partir das relações entre as nações e a partir da relação entre cada homem e cada mulher”. Um Papa que apelava a todos aqueles que no mundo têm responsabilidades políticas, “para que não cedam a lógica do medo, uma lógica que nos fecha, mas usem todos os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, para combater a fome, para promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento.” Peregrino nas periferias Um Papa da esperança, “o pastor com cheiro das ovelhas, que peregrinou nas periferias do mundo, nos precede agora como o grande peregrino da esperança”, que quase incapacitado de caminhar, abriu as portas santas, definindo seu pontificado como de abertura de portas, de acolhida. Dom Zenildo Lima refletiu sobre a esperança, “uma esperança de quem se compromete. Não se trata de uma esperança alienante, alienada, mas uma esperança responsável, estabilizadora.” Igualmente se referiu à misericórdia, lembrando essa presença em seu brasão: Miserando atque eligendo (Com misericórdia o elegeu). No Papa Francisco, o bispo auxiliar sublinhou sua simplicidade e sua cosmovisão extraordinária, que se especifica em sua compreensão da ecologia integral, algo que “o aproximou tanto de nós e das nossas terras”, colocando como principal exemplo disso o Sínodo para a Amazônia e a Querida Amazônia, afirmando que “nós, de certo modo, fomos acolhidos nos sonhos do Papa. Ele sonhou conosco, com a nossa vida, com a nossa terra, com a nossa gente, com uma Amazônia capaz de cuidados. Ele sonhou conosco, com a nossa cultura, com as nossas diversidades. Ele sonhou conosco, com a riqueza deste chão, com seus biomas, fauna, flora, seus recursos hídricos, seus povos, suas populações originárias. Sonhou conosco, Igreja da Amazônia, Igreja com rosto amazônico, e se a gente costuma dizer que na morte as pessoas vivem a experiência do sono eterno.” Francisco uma inspiração Daí, o bispo fez um chamado a que nós continuemos nos sonhos do Papa Francisco, a encontrar nele uma inspiração e com ele querer a vida para todos, todos, todos. Ideias que dom Zenildo Lima vê nas últimas alocuções do Papa Francisco, que chamava a derrubar as barreiras que criam divisões, que acarretam consequências políticas e econômicas nefastas, a cuidar uns dos outros, aumentar a solidariedade, a trabalhar em prol do desenvolvimento humano integral de cada pessoa humana. Um Papa que iniciou seu pontificado com um novo modo de se comunicar, a quem a Igreja de Manaus agradece por seu pontificado. Dele recordaremos, mais do que os seus gestos, as suas palavras, o seu sorriso, o seu humor, “o seu…
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Diocese de Borba celebra a páscoa do Sumo Pontífice, Papa Francisco

Nesta oitava de Páscoa da ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, a Igreja foi surpreendida com a notícia do falecimento do Sumo Pontífice, o amado Papa Francisco. Ele que a partir do Sínodo para a Amazônia, exortou a urgência em vivermos a sinodalidade e a missionariedade apostólica. Muitos foram os atributos pastorício do sucessor do Pedro, o legado da alegria, o legado do amor e da proximidade, bem como, impulsionar a comunidade eclesial por uma Igreja com o rosto amazônico e a convocação de uma igreja pobre para os pobres.  A celebração que reuniu fiéis da Diocese de Borba aconteceu nesta noite do dia 21 de abril de 2025 na Basílica de Santo Antônio, presidida pelo Bispo diocesano Dom Zenildo Luiz Pereira da SilvaC.Ss.R, que pontuou a gratidão ao pontificado do Papa Francisco que o nomeou como Bispo coadjutor da então prelazia de Borba, em 2016. Assim como em 20 de setembro de 2017, ele o nomeou  a Bispo titular da Prelazia e em 18 de novembro de 2022 por meio da Bula Pontifícia, o Sumo Pontífice elevou a prelazia à condição de diocese e Dom Zenildo tornou-se o primeiro Bispo diocesano de Borba.  O angélico Pastor escolheu a oitava de páscoa, com o túmulo vazio para fazer sua passagem à morada celestial, com a prerrogativa de que a vida venceu a morte, pois Cristo, o Senhor ressuscitou, o Cordeiro imolado vive e está em nosso meio.  O Bispo diocesano afirmou que “a vida e a missão do Papa Francisco ecoaram um sacrifício de louvor, iniciando com a misericórdia, até o chamamento para a paz”.  Roguemos a Deus que a exemplo de Bergoglio, que escolheu ser “Francisco”, “o rosto da misericórdia”, possamos seguir firmes no propósito de evangelizar com amor, benevolência, caridade e alegria.  Que a Igreja de Deus siga peregrina e inabalável, aguardando o seu “Novo Pescador”.  Diocese de Borba  

Morreu Francisco, o Papa da Amazônia

São muitos os destaques do pontificado do Papa Francisco, o primeiro Papa latino-americano, o Papa que reconheceu a necessidade da participação das mulheres em espaços de decisão, o Papa que mais decididamente enfrentou os abusos de todo tipo na Igreja católica, o Papa de uma Igreja em saída, o Papa da ecologia integral, o Papa dos migrantes, o Papa da sinodalidade… Mas, acima de tudo isso, destaco a figura de Francisco como o Papa da Amazônia. Uma relação que nasce em Aparecida Na Conferência de Aparecida, em 2007, onde sendo arcebispo de Buenos Aires, o cardeal Bergoglio foi relator geral, escutou várias vezes falar sobre a Amazônia, seus povos e sua Igreja. Já nos primeiros meses de pontificado, no encontro com os bispos brasileiros em 27 de julho de 2013 no Rio de Janeiro, o Papa Francisco falou da Amazônia como um elemento “relevante para o caminho atual e futuro não só da Igreja no Brasil, mas também de toda a estrutura social.” O Papa disse que “a Igreja está na Amazônia, não como aqueles que têm as malas na mão para partir depois de terem explorado tudo o que puderam. Desde o início que a Igreja está presente na Amazônia com missionários, congregações religiosas, sacerdotes, leigos e bispos, e lá continua presente e determinante no futuro daquela área.” Ele lembrou as palavras do Documento de Aparecida, onde aparece “o forte apelo ao respeito e à salvaguarda de toda a criação que Deus confiou ao homem, não para que a explorasse rudemente, mas para que tornasse ela um jardim.” O Papa fazia um chamado a formar um clero autóctone, a consolidar o “rosto amazônico” da Igreja. Foi se criando um caminho que levou até a convocação do Sínodo para a Amazônia, um dos momentos mais marcantes do pontificado de Francisco. Foi nesse Sínodo que foi se fraguando a sinodalidade, um modo de ser Igreja marcado pela escuta e o discernimento comunitário. O Papa convocou em Roma não só os bispos da Amazônia, também os padres, a Vida Religiosa, o laicato, e sobretudo os povos indígenas. Foi a eles a quem o Papa escutou com maior atenção e carinho em sua tentativa de novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral. Apaixonado pela Amazônia e seus povos Francisco se apaixonou pela Amazônia e pelos povos que a habitam, pelas causas da Amazônia e de seus povos. Sempre que ele encontrava os bispos da Amazônia, ele perguntava como estava sua querida Amazônia. Gostava de escutar as histórias, as vivências, os clamores de uma região castigada por uma economia que mata. Esses clamores, ele sempre os guardou em seu coração e estiveram presentes em sua oração. Que seu legado ajude à humanidade a sentir a necessidade de cuidar da Amazônia e dos povos que a habitam. Com sentimento de profunda e eterna gratidão nos despedimos de alguém que vai deixar uma marca profunda no coração dos povos da Amazônia. Eles se sentiram escutados e defendidos por um Papa com um coração amazônico, um coração indígena, um coração cuidadoso e respeitoso da mãe Terra, a mãe dos povos indígenas. Editorial Rádio Rio Mar

Igreja do Rio Negro reza por Francisco, “o Papa que ficou mais perto de nós”

A Igreja do Rio Negro se reuniu na manhã desta segunda-feira da Oitava da Páscoa para elevar uma prece a Deus na gratidão pela vida e ministério do Papa Francisco. Os religiosos e religiosas presentes na sede de diocese de São Gabriel da Cachoeira, bem como os vocacionados, com a presença do bispo, dom Raimundo Vanthuy Neto, mais ou menos umas 60 pessoas, cantaram o ofício, lembrando de modo especial o Salmo do Bom Pastor, onde boa parte dos presentes fizeram uma bela memória do Papa Francisco. Todo discípulo chamado a ser pequeno Dom Vanthuy definiu Francisco como “o Papa que nos ajudou a redescobrir a alegria do Evangelho, e a alegria como mistério e como dom da missão.” Do Papa, o bispo destacou o fato de que se deixou beijar e beijou muitas crianças, sua predileção para que as crianças pudessem se aproximar dele. Igualmente, o chamado a que “todo discípulo é chamado de ser pequeno. Todo discípulo, de uma certa forma, é como criança ainda no conhecimento e na adesão ao amor de Jesus Cristo.” Segundo dom Vanthuy, na oração foi lembrado que Francisco foi o Papa que mais pediu às pessoas para rezar por ele. Para o bispo de São Gabriel da Cachoeira, isso significa que “todo ministério a serviço da Igreja é uma comunhão também com os outros, que participam de modo especial nesse caminho da oração”, afirmando que “o Papa que nós rezávamos por ele e que agora com certeza vai rezar por nós no céu.” O cocar do Papa O bispo disse que “outra imagem muito bonita é o Papa que se aproximou muito da Igreja do Rio Negro, da Amazônia. Seja pela experiência do Sínodo, seja porque um dos presentes da última visita Ad limina, foi o cocar levado pelo bispo do Rio Negro, Dom Edson, para o Papa. Quando ele mesmo disse na brincadeira, essa parece uma mitra, mas não é possível chegar na praça de São Pedro com ela.” Algo que tocou profundamente e emocionou os presentes, pois foi um cocar feito no Rio Negro para um Papa que sempre próximos com as causas dos povos indígenas, algo que ele mostrou na canonização de São José Allamano. Dom Vanthuy destacou a imagem do Papa que “se faz irmão da ecologia, o Papa que ficou mais perto de nós. Essa região tão preservada, mas ao mesmo tempo que tem tanto medo diante das ameaças.” Ele recordou que será celebrada uma missa às 18 horas, momento quem as igrejas do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil foram convocadas a tocar os sinos das paróquias e comunidades. A Igreja de São Gabriel da Cachoeira irá celebrar o sétimo dia de Papa Francisco “como um sinal onde todas as paróquias vão experimentar celebrar com o povo de Deus”, encerrou o bispo.

Cardeal Steiner: “Nós somos tão profundamente agradecidos, porque Papa Francisco tinha um carinho tão grande pela Amazônia”

A morte de Papa Francisco, acontecida nesta segunda-feira da Oitava da Páscoa no Vaticano, provocou as primeiras reações do arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Sentimento de gratidão Em coletiva de imprensa, ele disse ter sido “uma surpresa, mas não surpresa. Nós vimos acompanhando o estado de saúde de Papa Francisco e sabíamos que a situação era bastante delicada, mas sempre pensando que ele voltasse a ter a atuação que ele sempre teve.” Diante da morte do Santo Padre, a primeira expressão do cardeal Steiner foi de gratidão. Ele afirmou que “é claro, nós sentimos, nós lamentamos, mas o nosso primeiro sentimento é de gratidão. Gratidão porque Papa Francisco nos devolveu na Igreja fundamentos necessários para a nossa Igreja. Uma das primeiras convocações que ele nos fez foi a misericórdia, o Ano da Misericórdia, recordando que o mistério do amor está envolvido pela misericórdia, misericórdia que é a expressão do amor.” Aprofundando em sua reflexão, o arcebispo de Manaus disse que a misericórdia “não é apenas o perdão, a misericórdia que é o acolhimento dos pobres.” Ele lembrou o texto de Mateus em que diz: “os nus, os sem casa, os doentes, os presos, os com fome, os com sede.” Nesse sentido, o cardeal falou sobre “essa misericórdia que ele conseguiu fazer com que percebêssemos que nós como Igreja, deveríamos ser uma presença de misericórdia.” Nos convidou a cuidarmos da casa comum Um outro elemento que o arcebispo de Manaus destacou no pontificado de Papa Francisco é que “nenhum Papa nos alertou tanto e nos convidou tanto a cuidarmos da casa comum, a cuidarmos da natureza.” Uma atitude que impressionou o mundo científico, segundo ele lembrou: “Encontrando uma vez um grande cientista da Alemanha, ele dizia, nunca esperei que a Igreja fosse nos presentear um texto tão extraordinário. Eu sou cientista, não pensei que a Igreja fosse nos dar de presente um dom tão grande quanto esse texto da Laudato Si.” Um texto que marcou a COP de Paris, onde o arcebispo de Manaus esteve presente como parte da delegação da Santa Sé. O cardeal Steiner, sublinhou que “nós somos tão profundamente agradecidos, porque Papa Francisco tinha um carinho tão grande pela Amazônia, pelo pulmão da Terra, mas especialmente pelos seus povos, e especialmente os povos originários.” O arcebispo de Manaus recordou que sempre que se encontrava com o Papa Francisco, ele perguntava: “e a nossa Amazônia como vai? A querida Amazônia como está?” Algo que segundo o purpurado, mostra a continua preocupação do pontífice, “sempre entendendo a necessidade e sempre de novo nos incentivando como Igreja, ser uma Igreja muito presente, uma Igreja missionária, uma Igreja que ajuda na transformação social”, algo que aparece nos quatro sonhos que ele publicou em Querida Amazônia.” Uma dinâmica que mostra “uma Igreja que ela está presente, leva em consideração toda a realidade, não é uma Igreja voltada para dentro, é uma Igreja que pensa no todo onde ela vive, nos seus povos, na sua realidade sociais, nas suas realidades culturais, uma Igreja que diz que deve se inculturar. E esse esforço que nós estamos fazendo.” Tudo isso faz com que sejamos agradecidos a Deus por termos tido um tão grande Papa, afirmou, pedindo “rezar para que Deus nos conceda a alegria de podermos continuar a essa presença do Evangelho, essa presença de Jesus.” Um Papa que nos precedeu Por sua vez, o bispo auxiliar da arquidiocese de Manaus, dom Zenildo Lima, destacou que “este é um pontificado que nós podemos chamar de um pontificado de precedência.” Ele destacou o verbo “primeirear”, usado na exortação apostólica A Alegria do Evangelho. Segundo o bispo auxiliar, Papa Francisco, “ele nos precedeu conduzindo a Igreja, aproximando a Igreja das populações mais empobrecidas e mais descartadas. Ele nos precedeu em atitudes, posturas e até procedimentos canônicos de expressão da misericórdia. Ele nos precedeu como peregrinos nesta sensibilidade à Casa Comum e escancarou as portas da Igreja como queria São João Paulo II, para que o amor de Cristo alcançasse todos os homens e mulheres. Ele nos precedeu como peregrino da esperança, no Jubileu apenas convocado em que estamos vivenciando. Ele sempre nos precede em todas as experiências da sua peregrinação no mundo, da sua acolhida de populações mais fragilizadas. Agora o Papa nos precede no céu.” Dom Zenildo Lima disse ver como muito significativo que neste tempo da Páscoa, na segunda-feira da oitava da Páscoa, o Papa tenha vivido a sua Páscoa. Segundo o bispo auxiliar, “o anúncio da morte do Papa Francisco, embora nos cause uma profunda comoção, nos remete assim, de modo muito imediato ao seu amor, à sua compaixão e à sua ternura. A Igreja vai viver por um bom tempo a memória desta compaixão de Deus que nos chegou pela pessoa, pelos gestos, pelo pontificado do Papa Francisco.”

Nota de Pesar do Regional Norte 1 pela morte de Papa Francisco

Ressuscitei e sempre estou contigo, Aleluia (Antífona Missa de Páscoa) O Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), em profunda comunhão com a Igreja no mundo inteiro e com a Sede de Roma, manifesta sua esperança na Ressurreição, não obstante o pesar por ocasião da morte do Papa Francisco. Nossas igrejas locais, as paróquias, áreas missionárias e comunidades acabam de celebrar a memória da paixão, morte e ressurreição de seu Senhor, e trouxeram ao tempo presente a grandeza do seu amor. Da mesma forma a páscoa de nosso querido Papa Francisco, nos remete a sua bondade. Hoje fazemos memória e agradecemos a Deus pelo pontificado extraordinário de um pastor igualmente extraordinário. A proximidade com os pequenos, vulneráveis e descartados convocou uma Igreja pobre para os pobres, uma Igreja sinodal, uma Igreja da escuta. A compreensão da grandeza da obra criadora de Deus, uma realidade muito presente em nossa Amazônia, conduziu uma espiritualidade de cuidado da casa comum, da conversão ecológica, do cuidado dos povos. A voz fragilizada nos últimos tempos não emudeceu o incansável grito pela paz e por uma nova ordem mundial. O pastor com cheiro das ovelhas, que peregrinou nas periferias do mundo, nos precede agora como o grande peregrino da esperança. A misericórdia foi a tonalidade de seu ministério petrino. Isto se evidenciou em seus gestos, seus pronunciamentos, no Ano Santo da Misericórdia e em seu programa pastoral expresso em seu brasão: “Miserando at que eligiendo” (Com misericórdia o elegeu)! Nossas Igrejas locais, com suas populações e bioma, são imensamente gratas pela sua particular predileção por esta região, pela convocação do Sínodo da Amazônia, com expressiva participação de agentes de nosso Regional, pela exortação pós sinodal em que nossa terra é chamada de querida, pela atenção ao grito de seus povos. Nos unimos aos sentimentos dos batizados, de mulheres e homens de boa vontade, dos povos indígenas da Amazônia, que encontraram em Francisco uma inspiração para viver solidariamente e não desistir da justiça, da paz e do bem viver. Perseveramos no anúncio de Jesus, o Senhor ressuscitado. A morte já não tem mais poder sobre ele. Todas as comunidades nas nove igrejas particulares do Regional Norte 1 da CNBB nos unimos em oração. Cardeal Leonardo Ulrich Steiner – Presidente Dom Adolfo Zon Pereira – Vice-presidente Dom José Altevir da Silva – Secretário