Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Blog

Seminaristas de Novo Hamburgo e Colatina iniciam experiência missionária em São Gabriel da Cachoeira

Dois seminaristas da diocese de Novo Hamburgo (RS) e dois seminaristas da diocese de Colatina (ES) iniciaram recentemente uma experiência missionária na diocese de São Gabriel da Cachoeira. Os seminaristas da diocese de Novo Hamburgo são Anderson Possamai e Luan Carneiro, que ficarão nessa experiência durante um ano. Eles chegaram em São Gabriel da Cachoeira acompanhados do reitor do seminário da diocese de Novo Hamburgo, padre Miguel Arnold. Da diocese de Colatina chegaram os seminaristas Carlos Daniel de Souza Martins, que igualmente ficará por um ano, e Wellington Tolentino Gomes, que vai fazer uma experiência missionária de um mês. A Amazônia desperta o deseja de uma Igreja em missão Segundo o bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira, dom Raimundo Vanthuy Neto, a experiência pastoral que os seminaristas irão realizar, para servir na Igreja da Amazônia, mostra que “a Amazônia continua atraindo e continua despertando o desejo de uma Igreja em saída, uma Igreja em missão”. Ele destacou a alegria com que os seminaristas têm sido acolhidos pelo povo da diocese. Eles estão participando da Escola de Teologia e Pastoral da diocese, iniciada no dia 15 de janeiro, onde será trabalhado a Campanha da Fraternidade, o Jubileu, a história da Igreja no Rio Negro e Liturgia, que reúne mais de 70 lideranças das comunidades da diocese de São Gabriel da Cachoeira, dando assim continuidade a uma experiência de formação “para servir bem ao Povo de Deus”, enfatizou dom Vanthuy. Um desejo dos seminaristas Segundo o padre Miguel Arnold, os seminaristas de Novo Hamburgo “se dispuseram a fazer essa experiência missionária como parte de seu processo formativo, foi um desejo do coração deles, que a gente acolheu de muito bom grado, porque a gente percebe o benefício para a formação deles e a repercussão que essa experiência missionária vai trazer dentro do próprio seminário, dentro da própria diocese, na sensibilização de todos os seminaristas e de toda nossa realidade diocesana para a missão”. O reitor do seminário da diocese de Novo Hamburgo disse que “a partir do fato deles estarem aqui, inseridos na missão junto aos povos originários aqui na região amazônica, nós estaremos acompanhando de perto com as nossas orações, de alguma forma também nos mobilizando para enviar ajuda para eles. Estamos todos muito mais sensíveis para a dimensão missionária e quem sabe o Espírito Santo vai suscitando cada vez mais missionários na nossa diocese. Fazendo essa experiência de igrejas irmãs vamos enriquecendo cada vez mais nossa eclesiologia, nossa consciência de sermos uma só Igreja, espalhada pelo mundo todo, pelo Brasil inteiro, somos sempre a mesma Igreja com a única missão de levar Jesus Cristo a todas as pessoas”. A diocese de Novo Hamburgo tem uma experiência de igreja irmã com a arquidiocese de Porto Velho (RO), e “nós estamos alargando essa experiência missionária com a diocese de São Gabriel da Cachoeira”, disse o padre Miguel, que enfatizou o desejo da diocese de “desenvolver cada vez melhor a dimensão missionária”, com o apoio e incentivo do bispo da diocese, dom João Francisco Salm, querendo “estar em linha com a Igreja de Papa Francisco, essa Igreja em saída, essa Igreja que busca as periferias existenciais e geográficas, pois aí onde há povo, aí há razão para estar o anúncio da Boa Nova de Nosso Senhor Jesus Cristo”, disse o reitor de seminário de Novo Hamburgo, que mostrou o desejo de “crescer cada vez mais nessa compreensão, nesse esforço missionário”. Apoio e incentivo do bispo e formadores Para Anderson Possamai, seminarista de 25 anos, da cidade de Parobé (RS), que será missionário na paroquia São Sebastião de Cucui, um distrito do município de São Gabriel da Cachoeira, o desejo missionário surgiu do Congresso Missionário realizado em Manaus, representando o Conselho Missionário de Seminaristas (COMISE), do Rio Grande do Sul, quando disse ter se apaixonado pela realidade local e a Igreja local. Ele destacou o apoio e incentivo do bispo e dos formadores, e espera “não só ensinar o amor de Deus para aquelas pessoas, mas que eu possa aprender muito também com essas pessoas que encontrar pelo caminho”. Sinal para a Igreja de missão e a Igreja local Também da diocese de Novo Hamburgo chegou o seminarista Luan, do primeiro ano da Teologia, que também realizará sua missão em Cucui. “Esse desejo de fazer missão, de levar Cristo aos outros e aprender deles também sempre esteve comigo desde que entrei no seminário há oito anos”, disse o seminarista, que foi amadurecendo seu desejo na direção espiritual e no diálogo com os formadores. Ele destaca que a diocese sempre ficou muito feliz em acolher seu pedido, pois existe o desejo de ter uma diocese mais missionária. Ele disse que “nós na seremos um sinal para as pessoas aqui, mas para as pessoas que deixamos em nosso Estado, vai ser um grande crescimento para todos”. Desde criança encantado pela missão Carlos Daniel, seminarista da diocese de Colatina, tem 25 anos e terminou os estudos de Teologia no final de 2024, iniciando agora a etapa da síntese vocacional. Ele destacou que “desde pequeno, eu sempre estive muito envolvido com a atividade missionária da Igreja”, participando da Infância e Adolescência Missionária. Um encanto pela missão que continuou quando ele entrou no seminário, sendo reforçado com a participação ativa do Conselho Missionário de Seminaristas, chegando a ser secretário do COMISE Nacional. Ele disse estar em São Gabriel da Cachoeira para acompanhar as celebrações do Ano Santo e vivenciar o centenário da Igreja do Rio Negro, destacando que se encheu de alegria quando soube que iria realizar essa experiência, que “pode enriquecer muito a minha vida e a minha vocação”. Ele disse saber os desafios logísticos e culturais existentes em São Gabriel, pelas distâncias e os muitos povos indígenas que vivem na diocese, “mas venho com muita disposição missionária, venho como um irmão entre irmãos para contemplar o rosto Amazônico da Igreja”, sublinhado que le espera de todo coração, “ser testemunha de Cristo para o povo de São Gabriel da Cachoeira, mas sobretudo encontrar Cristo no…
Leia mais

A esperança da paz

No Ano Jubilar, que nos faz um chamado a viver com esperança. nos deparamos com que a paz entre israelitas e palestinos é possível. O diálogo dos últimos dias faz vislumbrar a possibilidade, a esperança da paz entre dois povos historicamente inimigos, que nos últimos 15 meses se enfrentaram em mais uma guerra com consequências dramáticas, especialmente para a Franja de Gaza. Uma guerra sem sentido, que tem que nos levar a refletir sobre como superar os conflitos em diversos níveis, mas também os conflitos dos quais cada um, cada uma de nós é protagonista. Em uma sociedade cada vez mais polarizada, onde qualquer situação, muitas vezes nímias, é motivo de enfrentamento, somos chamados a nos perguntarmos até que ponto a paz é importante em nossa vida. Sermos conscientes da necessidade da paz é o primeiro passo para iniciar o caminho que possa nos conduzir até alcançá-la. A paz depois de qualquer conflito é consequência do diálogo e da negociação para encontrar caminhos comuns, que nos permitem conviver com os outros, também com aqueles que pensam de modo diferente. Só no respeito mútuo conseguimos avançar nesse caminho de paz que nos leva a conviver com os outros em um espaço comum. A guerra vivida entre Israel e Palestina deve nos ajudar a entender que o sofrimento dos pequenos é consequência das decisões dos grandes, que respondem a interesses políticos, económicos, pessoais…, mas que fazem com que esses interesses prejudiquem gravemente a vida de muita gente. O egoísmo de poucos provoca o sofrimento de muita gente. Como isso atinge nossa vida? Até que ponto os diversos conflitos presentes no mundo marcam nossa vida cotidiana? Como nos posicionamos diante das guerras que hoje provocam dor e sofrimento em tanta gente? Qual postura tomamos quando vemos tantas cenas de morte, especialmente de morte de inocentes, sobretudo de morte de crianças em tantas guerras espalhadas pelo mundo? Infelizmente, parece que temos nos acostumados com essas situações, fazendo com que nosso coração tenha se endurecido e a compaixão tenha se esfumado de nossos sentimentos. A dor dos outros não produz dor em nossa vida, o sofrimento dos outros não é mais nosso sofrimento. Permanecemos impassíveis diante dessas realidades e aos poucos vamos nos desumanizando. O sofrimento, a dor de qualquer ser humano não pode ser algo indiferente para ninguém. Sermos conscientes disso é um caminho para avançar até a paz, para não perder a esperança de que podemos viver em paz. Se faz necessário um esforço para encontrar o caminho de algo que sempre é possível, inclusive entre inimigos irreconciliáveis: viver em paz. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Mentiras ao serviço do poder político e do mercado

A manipulação da informação sempre foi uma ameaça para a humanidade, pois gera situações que claramente prejudicam os mais fracos. Nos últimos anos, com a proliferação das redes sociais e da internet essa ameaça tem aumentado exponencialmente, gerando situações cada vez mais preocupantes. O anúncio de Mark Zuckerberg de que não serão checadas as publicações nas redes sociais que comanda, principalmente Facebook e Instagram e todos os aplicativos que fazem parte do Meta, abre a possibilidade de que as mentiras, as famosas Fake News, proliferem cada vez mais, servindo interesses espúrios no campo da política, da informação e do poder económico. Podemos dizer que estamos diante de uma institucionalização da mentira, um mecanismo que nos últimos anos, nas últimas eleições no Brasil, tem provocado graves consequências, ajudando a propagar Fake News que tiveram gravíssimas consequências para a sociedade brasileira, um fenómeno que tem se espalhado em diversos países do mundo. Sabemos que as redes sociais têm se tornado um instrumento de grande importância na divulgação das notícias. Através delas, a maioria das pessoas acessam as noticias dos diversos sites e veículos de informação, mas não podemos aceitar ser enganados para favorecer esses interesses espúrios que patrocinam governos, empresas e instituições que não visam o bem comum e muito menos a defesa dos pequenos. O mercado, e não podemos esquecer que as redes sociais são instrumentos para favorecer os interesses do mercado, está ao serviço dos poderosos e dirige as decisões políticas na maioria dos países. Essa realidade vai moldado o pensamento social e fazendo com que as pessoas sejam manipuladas de maneira cada vez mais explícita, mudando o pensamento humano e promovendo o controle social e o pensamento único. Como nos posicionarmos diante dessa realidade? Será que vamos ter a coragem de ir contra um sistema que tenta impor suas próprias regras? Vamos deixar que a mentira, amparada pelo poder político e económico, se torne norma de conduta social que determine o decorrer da história? A ética e a religião, especialmente o cristianismo, que prega o bem comum e a defesa dos pequenos e excluídos, devem ser instrumentos que ajudem a reagir diante dessa realidade. Uma mentira ao serviço do poder político e económico é algo que tem que nos levar a pensar. A liberdade que eles pretendem vender não é real, pois estamos diante de uma anomia, uma falta de leis que nunca leva pelo caminho que favorece a vida para todos. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Cardeal Steiner: “Na encarnação de Deus, está Maria, Mãe de Deus, que em Jesus é nossa Mãe e Mãe da Igreja”

Na solenidade da Mãe de Deus, Mãe da Igreja, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), dizendo que “a liturgia nos apresenta a visita dos pastores ao Menino Deus. O texto sagrado a nos recordar a razão, a verdade da nossa fé ao louvarmos a Maria como Mãe de Deus, Mãe da Igreja e nossa Mãe: o mistério do nascer de Deus em nossa humanidade.” Ele lembrou que “ouvimos, mais uma vez o anúncio do Anjo: ‘Hoje, nasceu para vós um Salvador!’ (Lc 2,10-11). O anúncio levou os pastores uma dupla resposta: que o sinal seja verificado e que seu significado aceito. Os pastores caminham pressurosos e encontram tudo como fora anunciado pelo Anjo: Maria, José e o Menino deitado na manjedoura. Depois de terem aceitado o anúncio e terem encontrado o Menino e sua Mãe, irrompem em louvores e ação de graças. Um verdadeiro anúncio a todos. Um anúncio de paz, de fraternidade. A Boa Nova do nascer de Deus é proclamado a todos quantos encontravam. São os primeiros evangelizadores.” Com as palavras de Fernandes e Fassini, o arcebispo de Manaus afirmou que “A tradição cristã vê nestes pastores a figura dos pobres da terra que vivem à margem da segurança e das benesses do estado, da sociedade e da religião, uma gente fora da lei, envolvida, muitas vezes, em brigas internas por causa de furtos e outras desavenças comuns neste gênero de vida. Mas, não podemos esquecer, principalmente, que esses pastores estão ligados a Belém, a cidade de origem do menino Davi, pequeno pastor, escolhido para ser o grande rei, um segundo fundador do Povo eleito, imagem do futuro Messias; devemos também recordar Abraão e demais patriarcas, humildes e simples pastores que, também, souberam dar sua resposta de fé à visita e ao chamado do Senhor.” Diante disso, o cardeal Steiner questionou: “Quem é o centro do anúncio, quem é recordado, anunciado?”, respondendo que é “Aquele que recebe o nome de Jesus.” Segundo ele, “no mistério revelativo, na encarnação de Deus, está Maria, Mãe de Deus, que em Jesus é nossa Mãe e Mãe da Igreja. Não fosse a Mãe de Deus, não a teríamos como mãe e não a celebraríamos como a Mãe da Igreja.” “Na beleza, singeleza do mistério do Natal temos diante de nossos olhos a presença de Deus em nossa humanidade. Jesus é uma única pessoa, portadora de duas naturezas: a divina e a humana, que, sem se confundir, encontram-se profunda e intimamente unidas. Assim, Maria não é simplesmente a mãe Jesus, mas também do Verbo encarnado, ou, como a saudou Isabel: “Mãe do meu Senhor” (Lc 1,43). Ela é, assim a Theotokos, ela é verdadeira Mãe de Deus. É assim que a invocamos e saudamos e amos. Em cada Ave-Maria que sai do nosso coração a recordamos e a saudamos como a Cheia de Graça. E a invocamos: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores”, ressaltou o arcebispo de Manaus. Analisando a segunda leitura, o cardeal Steiner destacou que “nos recorda que somos filhos e filhas no Filho (Gl 4,4-7), pois “Quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de uma mulher” (Gl 4,4). O Filho de Deus, o filho de Maria, gestado em nossa humanidade. Nesse processo gestativo, Jesus comunga da condição humana e nós recebemos a dignidade divina. Paulo insiste que o Filho de Deus é homem como todo e qualquer homem, homem inteiramente humano. Porque nascido de mulher, proclamarmos Maria como Mãe de Deus, nos afirmamos que somos todos verdadeiros irmãos, e irmãs. Nela vemos como Deus não fez descriminação, e nela, Mãe de Deus e nossa, somos todos pertencentes à mesma filiação. No Filho nascido, e nela Mãe de Deus, buscamos superar todos as discriminações: sociais, religiosas, econômicas, de raça, de cultura. ou político.” O presidente do Regional Norte1 recordou que “ao celebrarmos Mãe de Deus e nossa, celebramos o Dia Mundial da Paz”, e disse que “Papa Francisco nos enviou uma mensagem provocativa para o dia da Paz: ‘Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz’. A paz que nasce do perdão, a paz que nasce com o perdão. Sem reconciliação a paz permanece um desejo.” O cardeal citou as palavras do Santo Padre: “Na aurora deste novo ano que nos é dado pelo nosso Pai celeste, um tempo jubilar dedicado à esperança, dirijo os meus mais sinceros votos de paz a cada mulher e a cada homem, especialmente àqueles que se sentem prostrados pela sua condição existencial, condenados pelos seus próprios erros, esmagados pelo julgamento dos outros e já não veem qualquer perspectiva para a sua própria vida. A todos vós, esperança e paz, porque este é um Ano de Graça, que vem do Coração do Redentor!” “As relações novas que o perdão possibilita, cria a fraternidade. Dela nasce a paz. A intoxicação individualista, idólatra, consumista, oculta a justiça, desfaz a concórdia e impede a paz. A paz minada pela “desfraternidade”! Somos provocados a promover e fomentar relações que abrem o caminho da fraternidade: “Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz”. A paz nasce da fraternidade, do sermos todos irmãos e irmãs. Paz que é o cuidado uns pelos outros. O cuidado de irmãs e irmãos, desperta o espírito de bem-querer. Existem tensões, incompreensões, diferenças, até, às vezes agressões, mas o ser irmã, o ser irmão, refaz os laços, reconduz ao amor gerativo, possibilita a convivência de cuidado, justiça e fraternidade. Nada que não possa aproximar e no amar perdoar”, refletiu o arcebispo de Manaus. “Juntos pelas sendas da paz! E na busca da paz há necessidade da justiça e do perdão. A verdadeira paz é fruto da justiça. Será o perdão a curar as feridas e a restabelecer em profundidade as relações humanas fragmentadas, danificadas, rompidas. O perdão e a justiça estabelecem relações profundas e fecundas, pois não acontece na solidão, mas no encontro”, lembrou o cardeal Steiner com as palavras do Papa João Paulo II no Dia Mundial…
Leia mais

“2025 nos ajude a construir um mundo melhor, o mundo da justiça, o mundo da fraternidade”

Desejando um abençoado ano 2025 e lembrando que estamos iniciando um Ano Jubilar, o Ano da Esperança, iniciou o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), cardeal Leonardo Ulrich Steiner, sua mensagem para o ano que estamos prestes a começar. O cardeal Steiner fez um chamado a “sermos todos peregrinos, peregrinas, da esperança, atraídos pela esperança, anunciadores da esperança, sinalizadores, sinalizadoras da esperança.” O presidente do Regional Norte1 pediu que “este ano de 2025 nos ajude a construir um mundo melhor, o mundo da justiça, o mundo da fraternidade, porque somos pessoas esperançadas, porque esperançadas acreditamos num mundo melhor, acreditamos na nossa capacidade de nos relacionarmos de uma maneira mais tranquila, de uma maneira mais harmônica.” Finalmente, o arcebispo de Manaus pediu “que Deus abençoe este nosso ano e que sejamos todos peregrinos da esperança, peregrinas da esperança.” Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Igreja do Rio Negro, a mais indígena do Brasil, abre o Jubileu do Ano Santo da Esperança

A diocese de São Gabriel da Cachoeira, a Igreja do Rio Negro, a mais indígena do Brasil, iniciou o Jubileu 2025 com uma celebração que teve como ponto de partida o ginásio da diocese. Uma celebração que contou com uma boa participação do povo, e que podemos dizer teve sua singularidade “nos cantos nas línguas indígenas locais, o evangelho proclamado em língua Tucano e as flautas que anunciaram na procissão do ofertório que trazemos ao Senhor, as esperanças que os povos do Rio Negro neste jubileu se abrem”, segundo relatou o bispo local, dom Raimundo Vanthuy Neto. “A esperança primeiro de que, como a família de Nazaré que peregrina e vai com o pequeno Jesus a Jerusalém para celebrar a Páscoa, nós também esperamos como famílias, famílias plurais dos 24 povos, famílias que compreendem um mundo diferente, famílias que experimentam à luz de Deus porque caminham também, apesar das diferenças, juntas como única família da Igreja diocesana do Rio Negro”, disse o bispo diocesano. Famílias que esperam, nesse jubileu, acrescentou dom Vanthuy, “enfrentar com mais força, vindo da graça de Deus, mas vindo da união dos povos, enfrentar o tema da bebida alcoólica.” Concretizando na vida desse território, o bispo enfatizou que “a esperança é que o Jubileu nos aponte que as famílias do Rio Negro querem assumir um compromisso de diminuir toda a experiência difícil que advém da bebida alcoólica. Querem como que dar uma moratória, uma parada.” Esse foi o convite que o bispo diocesano, junto com os ministros da Palavra, da Eucaristia, os presbíteros, as irmãs da Vida Religiosa Consagrada fizeram e lançaram no início do Ano Jubilar. Junto com isso “a esperança de que o governo e de modo especial as leis brasileiras não venham tirar a tão esperada esperança que os povos venham tocar no tema da terra”, disse dom Vanthuy, lembrando o Marco Temporal, o projeto lei que tramita no Congresso Nacional que delimita, que diminui toda a questão das terras indígenas. Diante das palavras do bispo, o povo aclamava cantando viva a esperança, falando dom Vanthuy que “não esperamos, não é esperança o anúncio das leis como a lei forte que destrói a esperança, que destrói os sonhos, que destrói o futuro dos povos indígenas pois, limita a terra a lei forte do Marco Temporal.” Na homilia, o bispo diocesano ressaltou que “ressoa também que como a família de Nazaré experimentou perdas e encontros, também no Rio Negro as famílias experimentam perdas quando filhos e filhas jovens, sem perspectiva de vida, experimentam dar um fim a sua própria vida”. Dom Vanthuy ecoou que “não queremos esperar e não sonhamos e não temos esperança para as questões que levam os jovens ao caminho do suicídio, esperamos que os jovens do Rio Negro possam sonhar melhor, possam encontrar sempre perspectivas de vida”, ao que o povo todo de novo cantou: Viva a Esperança! Uma esperança que a homilia indicava que “estava plantada no nosso coração, pois a nós foi derramado em nossos corações o Espírito Santo. A esperança do Filho do Pai, que anima cada homem e cada mulher que segue Jesus Cristo, que participa das comunidades. Por isso ecoou o canto Viva a Esperança, onde nós cantamos a certeza de que carregamos a semente da esperança, a esperança que mora e habita cada pessoa do Rio Negro como semente, e que junto, viva como o verde de uma esperança de uma grande floresta, o verde da esperança que ilumina e que encanta o olhar e a vida do povo do Rio Negro”, sublinhou dom Vanthuy. O Jubileu foi anunciado com alegria quando as flautas do Cariçu foram tocadas, trazendo a Deus as esperanças dos povos: terra, frutas, crianças. O hino jubilar foi entoado por duas crianças pequenas do povo Tucano e do povo Baniwa. Em um momento de grande beleza, as crianças cantavam e o povo repetia. Terminada a celebração eucarística, onde se lembrou muito a família de Nazaré que peregrinou até Belém, se anunciou com alegria que nós também queríamos, como Jesus, crescer na esperança. Uma esperança que, como ele, em Nazaré, cresceu marcado pela sabedoria, cresceu pela experiência forte da companhia dos pais, cresceu pela experiência forte de que o Espírito Santo trabalhava N´Ele. O Jubileu quer ser para o povo do Rio Negro, segundo seu bispo “experiência cada vez mais em fortalecer as comunidades, uma esperança de uma igreja viva que possa acolher de modo especial toda pessoa que se encontra frágil e que anuncia que aqui a misericórdia de Deus é infinita e que Deus não estranha nem pecado, nem limites dos homens. Queremos crescer na sabedoria, retomando as sabedorias ancestrais de nossas comunidades, mas crescer na sabedoria do Evangelho. Como o texto mesmo diz, sentados ao redor, nós queremos nos maravilhar para aprender com Jesus. Por isso, ressoou que no jubileu nós queremos retomar o caminho dos círculos bíblicos, sentar ao redor de Jesus para que a Palavra dele nos ajude a descobrir a vontade do Pai.” No final da Eucaristia, foi benta uma grande cruz no centro do ginásio, cruz da madeira tirada das comunidades, levada em procissão e plantada na frente da catedral de São Gabriel. Posteriormente foi aberta a Porta Santa na catedral, e ali, o bispo junto com lideranças, colocaram perfumes nas portas, enquanto os indígenas tocavam as flautas tradicionais, e todo mundo quis se ajoelhar e entrar dentro da catedral, onde esperava o Santíssimo Sacramento exposto. Ali foi feita uma breve adoração, e todos juntos cantaram: Chama viva da esperança, pedindo que este canto suba para Deus, e seja renovada a esperança no Cristo, aquele que vem até nós. As comunidades foram convidadas para que possam viver esse período do Ano Santo marcado por peregrinações, para que em todas as festas de santos, nas paróquias e comunidades, possam se organizar momentos de peregrinação a cinco lugares: a Igreja Mãe do Rio Negro, a Catedral, a Igreja Primeira do Rio Negro, a Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Bacelos e a Igreja Centenária…
Leia mais

Abertura oficial do Ano Jubilar na diocese de Borba

O Papa Francisco escolheu para o Jubileu de 2025 o tema “Peregrinos da Esperança”, sendo a peregrinação a igrejas jubilares um dos principais sinais deste Ano Santo. Na abertura do Jubileu 2025, os fiéis da diocese de Borba reuniram-se em romaria na comunidade de São Miguel Arcanjo – Paróquia de Cristo Rei, neste domingo, 29 de janeiro de 2024, onde Dom Zenildo proclamou o início da celebração deste Ano Jubilar. A caminhada seguiu para a Basílica de Santo Antônio com louvor e oração. A palavra “peregrinar” foi colocada por Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva como convocatória para “a vivência da santidade”. Logo, sendo este, o Domingo da Sagrada Família, “não podem faltar o amor, o respeito e a fidelidade, em nossa peregrinação e em nossas famílias”, o bispo diocesano afirmou que “se tivéssemos famílias santas, o mundo seria diferente”. “O evangelho de Lucas 2, 41-52 retrata o ensinamento e a revelação do reino por meio de Jesus que tinha apenas 12 anos. A sacralidade de Jesus em fazer a vontade do Pai está explícito na Sagrada Escritura” , refletiu dom Zenildo. Com a proclamação da Bula Papal intitulada “Spes non confundit” (SnC), ou seja, “A esperança não decepciona” (Rm 5, 5), seguindo a tradição, o Papa Francisco proclamou o Jubileu Ordinário do Ano 2025. A escuta atenta do Espírito Santo por meio dos sinais dos tempos, a sensibilidade com os dramas contemporâneos da humanidade e o seu discernimento de pastor da Igreja nesta etapa da história inspiraram o Papa Francisco propor à Igreja e ao mundo a celebração de um jubileu que tenha a “esperança” como sua palavra-chave. Abramos nosso coração às palavras do Papa Francisco, que escreve: “Todos esperam. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Porém, esta imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapostos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança! A Palavra de Deus ajuda-nos a encontrar as razões para isso. Deixemo-nos guiar pelo que o apóstolo Paulo escreve precisamente aos cristãos de Roma. «Uma vez que fomos justificados pela fé, estamos em paz com Deus por Nosso Senhor Jesus Cristo. Por Ele tivemos acesso, na fé, a esta graça na qual nos encontramos firmemente e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus (…). Ora a esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rm 5, 1-2.5)” (Bula Spes non confundit 1-2). Na homilia, o bispo diocesano apontou que Cristo tem esperança em cada ser humano. Quem vive a esperança pode até cair, mas logo vai se levantar. Logo podemos dizer que temos o verbo “esperançar” para conjugar nesta caminhada peregrina. Pois o Jubileu exige de nós um chamado e um olhar esperançoso, viver o novo. Para isso temos que nos preencher de indignação e coragem. Assim, viver os 2025 anos da existência de Jesus, é estar ancorado N´Ele. Abramos o nosso coração para a renovação da esperança e a concessão das indulgências plenárias em nossas famílias, em nossas paróquias e em nossa diocese de Borba. Pastoral da Comunicação da diocese de Borba

Cardeal Steiner: “Assumamos o dom e o compromisso de levar a esperança onde ela se perdeu”

“Iniciamos o Ano Santo Jubilar na Solenidade da Sagrada Família”, disse o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, na catedral da Imaculada Conceição, na homilia da celebração com que deu início o Jubileu da Esperança, que começo na Igreja de Nossa Senhora dos Remédios. “Celebramos a peregrinação da Família de Nazaré a Jerusalém, a experiência de Jesus, Maria e José, unidos por um amor imenso e animados por uma grande confiança em Deus. Peregrinam para a cidade santa, participam da festa da Páscoa e Jesus permanece no templo a dialogar e discutir com os mestres da Lei. No regresso da peregrinação, os pais dão-se conta de que o filho de doze anos não está na caravana. Depois de três dias de busca e de temor, o encontram no templo, sentado no meio dos doutores, escutando e fazendo perguntas. Ao ver Jesus, Maria e José ‘ficaram admirados’ e a Mãe manifestou a sua apreensão dizendo: ‘Teu pai e eu estávamos, aflitos, à tua procura’”, afirmou o arcebispo. “Na peregrinação a Jerusalém, a aflição e a admiração! Nossa Senhora e José passaram pela aflição; a aflição os levou à procura e ao encontro.  A ‘aflição’ pela perda, pelo desencontro, aflição, pois pai e mãe. Maria e José tinham acolhido aquele Filho, dele cuidavam e viam crescer em estatura, sabedoria e graça no meio deles. A maternidade e a paternidade, fez crescer o afeto, o amor em relação a Jesus. Ele era o filho amado. A família de Nazaré fez-se sagrada, pois voltada, centrada em Jesus. Dessa relação amorosa nasce a aflição: onde está, com quem está, vivo está?”, refletiu o presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1). Segundo o cardeal Steiner, “a aflição pode advir de uma perda, de uma desorientação, de não encontrar a quem se ama. Vivemos num tempo de situações dramáticas que causam tanta aflição: as guerras, a violência, a fome, a orfandade, os abusos, a desilusão da migração. Tantas situações de aflição por que passam as famílias. Quantas procuras sem encontrar o templo como lugar do reencontro. Mas sempre na esperança!” Ele disse que “aquela aflição que eles sentiam nos três dias em que perderam Jesus, deveria ser também a nossa aflição quando estamos distantes de Jesus. Deveríamos sentir aflição quando esquecemos a Deus por mais de três dias, sem rezar, sem ler a Sagrada Escritura, sem sentir a necessidade de ser sua presença e da sua amizade consoladora. Deveríamos sentir aflição no distanciamento de Deus e dos irmãos.” “É a admiração a provocar, o despertar para a esperança”, ressaltou o arcebispo. Segundo ele, “na família de Nazaré havia ‘admiração’; nem mesmo a perda de Jesus, deixou de causar admiração. Admiração: ‘todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas’”. O cardeal Steiner lembrou as palavras de Papa Francisco na festa da Sagrada Família de 2018, onde também pergunta e responde: “Mas que significa admiração, que significa ficar maravilhado? Ficar admirado e maravilhar-se é o contrário de dar tudo por certo, é o contrário de interpretar a realidade que nos circunda e os acontecimentos da história apenas conforme os nossos critérios. E quem faz isto não sabe o que significa maravilhar-se, o que significa ficar admirado. Admiração é elevação, alegria, receptividade. Admirar-se significa abrir-se aos outros, compreender as razões dos outros. A admiração cura dos prejulgamentos, dos pré-juízos. É indispensável para curar as feridas abertas no âmbito familiar e comunitário. A admiração se dá conta da bondade, das qualidades, dos afetos e acolhida.” “A sagrada família, as nossas famílias! Como são animadoras as palavras da Carta aos Colossenses: somos amados por Deus, somos os seus eleitos. Somos, insistentemente, convidados a revestir-nos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, sendo suporte uns para com os outros. Amar-nos uns aos outros; viver na paz, na gratidão, ajudar-nos na benevolência da sabedoria. Tudo para que as relações familiares sejam fecundas e frutuosas, cheios de liberdade e sabedoria. Como é admirável e desafiador a vida em família, pois é ali que crescemos na nossa humanidade e na nossa divindade”, sublinhou. O cardeal Steiner recordou que “iniciamos, hoje, na Arquidiocese o Ano Jubilar da Esperança! O Jubileu será tempo da esperança! ‘A esperança não decepciona’, indica o caminho de seguirmos a Jesus! Nossas comunidades eclesiais, movimentos e comunidades de vida, pastorais, serviços e organismos, vocações e ministérios, todos animados na esperança, pois mantemos os olhos fixos em Jesus. Tendo como horizonte o Reino de Deus, nossa esperança, nos empenhamos pela vida em plenitude para toda realidade criada. A nossa confiança em Jesus, que veio ‘para que tenham vida, e a tenham em abundância’ (Jo, 10,10).” Explicando o Jubileu, o arcebispo disse que “o Ano da Esperança, convida a redescobrir a alegria do encontro com Jesus, pois somos chamados a uma renovação espiritual e compromete-nos na transformação do mundo, para que este se torne verdadeiramente um tempo jubilar: que seja assim para a nossa mãe Terra, desfigurada pela lógica do lucro; que seja assim para os países mais pobres, sobrecarregados de dívidas injustas; que seja assim para todos aqueles que são prisioneiros de antigas e novas escravidões. A esperança cristã é precisamente o “algo mais” que nos pede para avançarmos e nos deixarmos encontrar por Jesus, o nascido em Belém, e pelos irmãos e irmãs que mais necessitam. Discípulas e discípulos do Senhor, somos convidados a encontrar em Jesus a nossa maior esperança e a levá-la sem demora, como peregrinos de luz nas trevas do mundo”, lembrando as palavras de Papa Francisco na Abertura do Ano Santo 2025. “O Ano Jubileu é uma ocasião privilegiada para a experiência do amor misericordioso de Deus e da mesma forma, nos dá a oportunidade para superarmos as marcas do pecado que enfraquecem nossas relações. Ano da Esperança, tempo de conversão! A Indulgência Jubilar, a experiência da misericórdia sem limites, nos dá a possibilidade de alcançarmos o perdão e evitar que os efeitos do pecado deixem suas marcas na nossa história pessoal e eclesial. Façamos a experiência…
Leia mais

O poder da Palavra

O Tempo do Natal nos desafia a refletir sobre o poder de uma palavra, de uma Palavra que gera vida, nascida de Deus, e das palavras que semeiam morte e destruição. Somos questionados sobre o uso que cada um, cada uma de nós, fazemos das palavras. A pergunta que devemos nos fazer é para que usamos nossa capacidade de falar. O que é que a gente comunica, o que é que a gente transmite para os outros. Reparar naquilo que a gente comunica nos leva a perceber que muitas vezes nossa palavra nasce daquela parte de nós que se empenha em destruir os outros. São tantas as coisas negativas que brotam da nossa boca, que somos chamados a refletir sobre as consequências daquilo que a gente fala. Uma palavra que deveria ser instrumento de conhecimento, de crescimento para o outro, se torna uma bala que mata, que destrói vidas. A palavra deve ser construtora de um mundo melhor para todos e todas, deve ajudar a visibilizar o Reino de Deus no meio de nós. Sua Palavra, Jesus Cristo, é a melhor expressão de sua presença, e aqueles que se dizem seguidores e seguidoras dessa Palavra, discípulos e discípulas de Jesus, são desafiados a comunicar tudo aquilo que Deus quis transmitir no fato de se fazer carne e no modo em que isso aconteceu. Um Palavra, um sussurro de Deus, Ele se tornou presença entre nós em uma criança que se comunicava com sua presença. Um estar no meio de nós que nos desafia a entender o que Ele tem a nos comunicar. O que será que Deus quer me dizer hoje em tantas coisas pequenas, em tantas realidades que aparentemente não são importantes? Como entender o modo de se comunicar conosco e aprender essa linguagem que gera vida? Falar, se comunicar, para bendizer e nunca para maldizer, tirar da nossa vida tudo o que agride os outros, nos afasta deles e polariza nossa vida e nosso relacionamento com os outros, que nunca podem ser vistos como inimigos e sim como irmãos e irmãs. Quando estamos dispostos a nos fazermos pequenos, a nos comunicarmos no sussurro e não no grito, quando nossa palavra é caminho de diálogo e não de enfrentamento, vamos gerando vida, sendo Palavra encarnada do Deus da vida. Uma palavra que não manipula, mas que atrai, uma palavra que não domina, mas que ajuda a experimentar a grandeza de caminhar juntos, uma palavra que não divide, mas nos impulsiona na vivência da fraternidade. Pensemos antes de nos comunicar, não falemos a partir do impulso e sim de uma reflexão que nos ajuda a construir juntos, a gerar vida para todos e todas. É tempo de afinar o ouvido, de sintonizar com aquilo que Deus está nos dizendo para poder aprender a comunicar o que vem D´Ele. Deixemos que de cada um, de cada uma de nós possa brotar a Palavra que nos gerou e nos fez sua presença no meio aos outros, para assim poder tornar visível, audível, compreensível que vale a pena continuar fazendo carne o que Ele sempre nos comunicou e continua nos comunicando. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Cardeal Steiner: “Palavra pequena, criança de Belém, que o vosso choro nos desperte da nossa indiferença, abra os olhos perante quem sofre”

Citando o texto do Evangelho da Missa do Dia de Natal, o Prólogo de São João: “No princípio era a Palavra e a Palavra estava em Deus e a Palavra era Deus”, iniciou o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, sua homilia, afirmando que “agora a Palavra se fez carne e habita entre nós”, e que “é o que celebramos no dia do Natal.”  Segundo ele, “Na liturgia recordamos que a Palavra que tudo criara veio morar no meio de nós, se fez nossa Palavra e na nossa Palavra nasceu a esperança para todos nós.” Ele citou a Carta aos Hebreus, proclamada na segunda leitura: “muitas vezes e de muitos modos Deus falou outrora a nossos pais pelos profetas, mas nesses dias Ele nos falou por meio do próprio Filho.” Diante do texto, o arcebispo disse: “Agora não mais anjos, agora não mais profetas, não mais patriarcas, Deus a nos ensinar e a proclamar Deus no meio de nós.”. Isso porque “Deus insiste e busca apaixonadamente o coração humano, buscou pela manifestação dos anjos, pela vida dos patriarcas, na voz dos profetas, mas não resistindo no desejo de falar ao nosso coração, nos fala hoje pelo Filho. Deus se fez Palavra. O próprio Filho é a Palavra, o Logos, a Palavra eterna que se fez pequena, tão pequena que cabe numa manjedoura. A palavra que se fez criança para que pudéssemos compreender Deus em Jesus.” Desde então, destacou o cardeal Steiner, “a palavra já não é apenas audível, não possui somente uma voz. Agora a palavra tem o rosto, e por isso mesmo podemos ver a criança de Belém, Jesus de Nazaré. Tornou-se tão palpável, tão visível, tão audível, que já não mais profetas, mas a própria palavra que se faz carne e habita entre nós. Deus que se tornou palpável, audível, visível em nossa humanidade. Ele se fez palavra encarnada, palavra dada, doada, cordial, gratuita, uma verdadeira entrega de amor. Manifestou-se no silêncio de uma noite, ali no recolhimento, no acolhimento, na aceitação, Deus se tornou visível no meio de nós.” Verdadeiramente, refletiu o presidente do Regional Norte1, “a palavra carne da nossa carne, ossos dos nossos ossos, sangue do nosso sangue, é uma manifestação do amor livre e gratuito de Deus no nosso meio. Essa é a palavra que está no início de tudo, no início da nossa vida, no início da nossa fé, o sentido do nosso amor. O de vivermos como igreja, de formarmos comunidade, de sermos uma família. A palavra que tudo funda e tudo dá sentido. A palavra que cria e recria todas as coisas. A palavra que dá sentido até a morte. Dá sentido porque ela agora é a esperança. Ela é a nossa samaritanidade. é a medida da nossa justiça, da nossa solidariedade. É o sentido de sermos Igreja, comunidade de fé.” Segundo o cardeal Steiner, “ela que abre um novo céu e uma nova terra. Ela, a palavra, é o nosso céu e a nossa terra. Pois quando lemos a palavra nos recordamos de Jesus. E em Jesus vamos descobrindo as belezas da nossa fé, da nossa vida. E ali vamos descobrindo a grandeza do reino de Deus. O reino da verdade e da graça, o reino da justiça, do amor e da paz. A palavra, a palavra que se fez carne e habita entre nós.” Na segunda leitura, ele disse que “é iluminar a grandeza da palavra que é Jesus”, sublinhando que “não estremece, invadido de santo temor e tremor o nosso coração diante da beleza do extraordinário desta palavra feita criança.”  Ele citou São Gregório de Nazianzeno, que diz: “depois daquela tênue luz da lâmpada do precursor, veio a luz claríssima de Cristo. Depois da voz veio a palavra, depois do amigo, do esposo, veio esposo, uma palavra, disse o arcebispo, “tão audível, tão visível, tão dizível, tão próxima, tão audiente, tão convincente, Jesus na criança de Belém.” Ele enfatizou que “a palavra continua a ser carne na carne sofredora de Jesus de hoje. Ela se encarna na palavra que é escutada, na palavra silêncio, na palavra consolo, na palavra prece, feita oração, na palavra partilha, na palavra consorte, na palavra amorosa, na palavra que serve. Ela se encarna na palavra gesto, no pão repartido, no alimento oferecido, no revestimento da alma, no sofrer, reveste as pessoas na nudez do seu não bem querer. A palavra encarnada que vai se encarnando cada vez mais na medida em que nós vamos vivendo da palavra que é Jesus. Se a palavra está no princípio, é o princípio, o principiar, comecemos então a confiar cada vez mais em Deus.” Em palavras do arcebispo de Manaus, “ele está nos visitando, muitas vezes nos visita, mas às vezes é irreconhecível nas nossas cidades, nos nossos bairros. Ele também está preso nas nossas cadeias, Ele está dormindo nas ruas das nossas cidades, Ele bate as nossas portas, Ele nos busca no perdão, na misericórdia. Ele está presente nos assassinos, presente nos grupos armados, nas facções, Ele está presente nos traficantes, apesar de pensarmos que não, porque todos, mesmo na decadência humana, continuam a ser filhos e filhas de Deus.” O arcebispo questionou, “como anunciamos a palavra Jesus a esses irmãos e irmãs perdidos pelos caminhos?”, enfatizando que “Deus Jesus presente em todas as realidades humanas, também as mais deprimentes, as mais desconcertantes. A palavra Jesus, o nascido de Maria, Deus encarnado, a indicar que tudo foi feito para o nosso bem, apesar de tantos não viverem da paz, mas da violência, não viverem da concórdia, mas da agressão, não viverem da fraternidade, mas viverem da morte.” Diante disso, “somos, no entanto, no nascer de Jesus, a verdade que deve ser reafirmada”, ressaltou o cardeal Steiner. “A todos deu a capacidade de se tornarem filhos de Deus. Igualmente ele veio para iluminar a todo ser humano. Deus não desiste de nós, não desiste de ninguém. Deus não desiste de nenhum de nós. Por mais distantes que sejamos, por mais pecadores que sejamos, mesmo por sermos…
Leia mais