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COP 30: tomar medidas para mitigar as consequências das mudanças climáticas

A Amazônia, uma região fundamental na preservação do Planeta, se torna nos próximos dias o foco da mídia mundial. A COP 30, que será realizada em Belém do Pará, de 10 a 21 de novembro, deveria representar um avanço na toma de consciência sobre a necessidade de adotar medidas que ajudem a mitigar as consequências das mudanças climáticas. Uma urgência diante da atual realidade planetária, que provoca graves catástrofes ambientais, que aumentam cada dia. Fenómenos desconhecidos em muitas regiões do Planeta se tornaram cotidianos, ocasionando situações que geram sofrimento na população, especialmente nos mais pobres. Não podemos esquecer que o grito da Terra e o grito dos pobres é o mesmo. O negacionismo climático é uma atitude presente em algumas pessoas. Essa atitude resulta mais preocupante quando essas pessoas têm poder político, poder de decidir o futuro da humanidade. Nesse sentido, a postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, resulta inquietante. Na última Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada na sede dessa organização em setembro de 2025, ele definiu as mudanças climáticas como a maior farsa. No mundo científico se tornou doutrina comum que as mudanças climáticas são reais e que elas são causadas pelos humanos, se agravando a cada ano. Diante disso, todos nós, mas também cada pessoa, você, eu, somos chamados a refletir e nos questionar sobre as atitudes que podemos adotar. Junto com isso, como sociedade, somos desafiados a lutar para que sejam adotadas políticas públicas que exijam a todos os países o cuidado da Casa Comum. A grande questão é se a humanidade está disposta a assumir mudanças estruturais em vista da preservação do Planeta. Em palavras de Papa Francisco em Laudato si´, se faz necessário entrar no caminho da conversão ecológica como único caminho para superar a atual crise, que provoca milhões de mortes mundo afora em consequência da degradação planetária. Que a COP seja realizada na Amazônia tem uma importância decisiva. A preservação das florestas tropicais, que tem na região amazônica seu maior expoente, é um caminho que deve ser assumido por todos os países do mundo. Se faz necessário o incremento de investimentos que ajudem na preservação, mas também é urgente a defesa dos povos originários e das populações tradicionais, verdadeiro exemplo de convivência harmoniosa com o bioma amazônico. O perigo é deixar passar mais uma oportunidade para enfrentar essa problemática. Sabemos que das decisões tomadas, mas sobretudo de sua implementação, depende o futuro do Planeta e da humanidade. Ficar olhando para o outro lado, não se comprometer com a ecologia integral, pode nos levar a um caminho sem retorno, o caminho do sofrimento e da destruição. Editorial Rádio Rio Mar

Assembleia Formativa e Eletiva da Cáritas Diocesana de Coari fortalece missão de amor e serviço

Entre os dias 29 de outubro e 1º de novembro de 2025, o município de Coari sediou a Assembleia Formativa e Eletiva da Cáritas Diocesana de Coari. O encontro reuniu representantes das Cáritas Paroquiais de Beruri, Anori, Anamã, Caapiranga, N.S Perpétuo Socorro e Santana, e São Sebastião. Um momento de partilha, formação e planejamento da missão da Cáritas na Diocese. Com o tema “Cáritas, tua força é o Senhor, tua missão é o próprio amor”, a assembleia foi acompanhada por Dom Marcos Piatek, bispo Presidente da Cáritas Diocesana, e pelo Pe. Ednei Lima, assessor eclesial da Cáritas Diocesana. Caminhar ao lado dos necessitados A Articuladora Regional, Márcia Miranda, conduziu a assessoria e a formação. Márcia destacou a importância de a Cáritas Diocesana realizar sua avaliação anual em assembleia “com a participação ativa dos agentes das paroquiais” que assumem o serviço da Cáritas. Segundo ela, o encontro também proporcionou momentos de reflexão sobre a realidade local, fortalecendo o compromisso da Igreja em caminhar ao lado das pessoas que mais necessitam. Durante o evento, o Diácono Maurício Sávio foi eleito coordenador geral, e ficará à frente das ações da Cáritas. Segundo Márcia, o diácono e os coordenadores paroquiais “assumem a missão de dar continuidade ao trabalho de promoção da vida, da solidariedade e da esperança, pilares que sustentam a atuação da Cáritas na Diocese”. Segundo participantes, A assembleia encerrou com um sentimento de renovação da fé, do compromisso e da missão de servir, reafirmando que a força da Cáritas está no Senhor e sua missão é o próprio amor. Colaboração e fotos: Márcia Miranda – Articuladora Regional da Cáritas CNBB Norte 1

A Igreja do Rio Negro recebe a benção de Papa Leão XIV

O padre Wellington Abreu, religioso Salesiano, diretor da Missão Salesiana em Iauaretê, diocese de São Gabriel da Cachoeira, participou da audiência geral com o Papa Leão XIV, realizada nesta quarta-feira, 5 de novembro de 2025, na Praça de São Pedro, no Vaticano. Na ocasião, o padre teve a oportunidade de cumprimentar o Santo Padre, lhe entregando um trançado de arumã, confeccionado por Jocivaldo Padilha, onde dizia: “Papa Leão XIV – Igreja do Rio Negro”. Segundo o salesiano, o Papa abençoou a diocese de São Gabriel da Cachoeira e a Inspetoria Salesiana São Domingos Sávio, e disse que é muito feliz pelas missões indígenas. Leão XIV pediu para não desanimar e ser cheios de esperança. Estreita comunhão com o Papa O bispo da diocese de São Gabriel da Cachoeira, dom Raimundo Vanthuy Neto destacou a alegria do encontro do padre Wellington com o Papa Leão XIV neste ano em que a Igreja do Rio Negro comemora 100 anos de evangelização, e ter recebido a benção do pontífice. Segundo o bispo, “contar com a benção do Papa é saber da estreita comunhão que nós queremos ter com o Papa, mas também do Papa para conosco. A benção dele confirma o caminho da Igreja do Rio Negro, de modo especial no diálogo, na escuta, de uma convivência linda com esses 24 povos originários”. “Na escuta, no diálogo do Espírito, que o Espírito quer dizer a esta igreja da Amazônia, considerada a maior em território geográfico aqui do Brasil, se fala até das Américas, mas também a mais plural, 18 línguas, 24 povos”, acrescentou dom Vanthuy. “Para mim, que a igreja confiou o serviço no ministério de Bispo, uma alegria muito grande, mas ao mesmo tempo uma responsabilidade, porque a bênção do Papa nos faz lembrar a nossa estreita comunhão com ele, mas também nos faz lembrar que ele confirma o caminho dessa igreja”, refletiu o bispo da Igreja do Rio Negro. “Como pequeno bispo, iniciando nesses quase dois anos de ministério, é uma alegria muito grande, porque nos faz descobrir que as sementes plantadas aqui pelos grandes missionários salesianos, pelos bispos que aqui passaram ultimamente, de modo especial Dom Walter, Dom José Song e Dom Edson, que trilharam por esse caminho de diálogo com os povos originários e de servi-los de modo especial naquela grande causa que é a defesa dos seus territórios, de suas culturas e, de modo especial, num grande incentivo, como foi dos salesianos, no campo da educação, para não só colocar os povos do Rio Negro num pé de igualdade aos povos do Brasil, mas, de modo especial, dizer que aqui, Deus também fez e continua a fazer e abrir caminhos de santidade nessas várias experiências dos caminhos religiosos que ele instaurou com estas culturas”, finalizou dom Vanthuy.

Cardeal Steiner: “Morte-vida, nossa esperança, pois na morte vislumbramos o mistério do Amor que tudo cria e recria”

Na Comemoração dos Fiéis Defuntos, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, iniciou sua homilia recordando que “Jesus no Evangelho nos convida a viver na prontidão, com lâmpadas acessas. Estar à espera do Senhor que está por vir: ‘vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando o senhor voltar … para lhe abrir, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater.’ (Lc 12,35-36) Viver da espera do inesperado, da chegada do amado, da amada, viver da esperança, estarmos em prontidão, na atenção, pois o Senhor da vida está por chegar. Chega na vida e na morte, na morte-vida. Morte-vida, nossa esperança, pois na morte vislumbramos o mistério do Amor que tudo cria e recria; memória da vida verdadeira!” Despertos como servos que não dormem Inspirado nas palavras de Papa Francisco, ele disse que “estarmos despertos como servos que não dormem, até o Senhor chegar, pois nossa existência é laboriosa, frutuosa, fecunda, ativa, amante. Deixarmos as distrações, a desocupação, a sonolência, o torpor, e estar na atenção para acolher com gratidão e admiração cada novo dia que nos é concedido. Cada manhã é uma página branca que o cristão começa a escrever com obras de bem. Jáfomos salvos pela redenção de Jesus, mas agora estamos à espera da manifestação plena do seu senhorio: quando finalmente Deus será tudo em todos (cf. 1Cor 15,28). Nada é mais certo, na fé dos cristãos, do que este “encontro”, este encontro com o Senhor, quando Ele voltar. E quando este dia chegar, nós cristãos queremos ser como aqueles servos que passaram a noite com os rins cingidos e as lâmpadas acesas: é preciso estar prontos para a salvação que chega, prontos ao encontro. Pensastes como será aquele encontro com Jesus quando Ele vier? Mas será um abraço, uma alegria enorme, uma grande alegria! Devemos viver na expetativa deste encontro!” “Somos convidados a permanecer com as lâmpadas acessas, porque o Senhor da vida sempre está por chegar. Se não mantivermos nossas lâmpadas acessas, será apenas noite e não teremos como abrir as portas da nossa existência quando o Senhor chegar. Nessa atenção benévola e na receptividade amorável a porta permanece aberta e convidativa para que o Senhor entre permaneça conosco. E conosco, ‘Ele mesmo vai cingir-se, faze-nos sentar à mesa e, passando, nos servirá!’ No manter a luz da esperança nos damos conta que é Deus mesmo a nos servir, a cuidar e iluminar nossos dias, a vida e a morte, a morte e a vida”, refletiu o cardeal. Por que temos medo diante da morte? O presidente do Regional Norte 1 da CNBB questionou: “No dia em que fazemos memória dos nossos irmãos e irmãs falecidos também nos perguntamos: por que temos medo diante da morte?” Ele recordou as palavras de Bento XVI: “Diria que as respostas são múltiplas: temos medo diante da morte porque temos medo do nada, deste medo de partir em direção a algo que não conhecemos, que nos é desconhecido. E então existe em nós um sentido de rejeição porque não podemos aceitar que tudo aquilo de belo e de grande que foi realizado durante uma existência inteira, venha de repente apagado, caia no abismo do nada. Sobretudo, nós sentimos que o amor chama e pede eternidade e não é possível aceitar que isto venha destruído pela morte em um só momento. Ainda, temos medo diante da morte porque, quando nos encontramos rumo ao fim da existência, existe a percepção que exista um juízo sobre as nossas ações, sobre como conduzimos a nossa vida, sobretudo sobre estes pontos de sombra, que, com habilidade, sabemos remover e tentamos remover da nossa consciência”. “No dia de Finados, nos movimentamos entre a memória e a esperança. Enquanto caminhamos, caminhamos na esperança, pois redimidos, salvos. Seguimos o que nos ensinava o Evangelho: “vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que estão esperando o senhor voltar … para lhe abrir, imediatamente, a porta, logo que ele chegar e bater” (Lc 12,35-36). Apesar de nossos tropeços, das nossas contradições e mesmo das nossas traições, porque salvos, permanecemos no caminho, no seguimento de Jesus, na superação de nossa fraqueza. Continuamos a plantar, regar, a semear, a oferecer esperança e caridade, pois a vida é generosa, esperançada”, destacou o arcebispo. Vivemos da vida que nos adveio pela morte “A razão maior de caminharmos na esperança e com confiança é o que nos veio ensinado por São Paulo”, disse citando o texto de 1Cor 15,20-22: “Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. Como em Adão todos morreram, assim também em Cristo todos reviverão”. Isso porque “vivemos da vida que nos adveio pela morte. A ressurreição que é florir da morte de cruz. Cristo crucificado-ressuscitado nos dizendo: ‘Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá’ (Jo,11,25-26)”. Diante do texto bíblico, o cardeal questionou: “Como não viver de esperança? Como no dia de Finados não memorar a grandeza de que todos fomos gerados para a vida e a vida eterna?” O arcebispo fez um chamado a “fazemos memória! A memória fortalece um povo porque se sente radicado num caminho, numa história, numa comunidade, numa família. A memória faz com que compreendamos que não estamos sozinhos, somos uma comunidade que tem uma história, um passado, uma vida. Fazemos memória, rememoramos, trazemos à lembrança e nos apercebemos numa relação nova e inusitada que ultrapassa o tocado, o cheirado, o visto e nos conduz ao encontro de uma presença em outro espaço e tempo: o tempo e o espaço do amor, da esperança. A liturgia de Finados é memória das relações, despedidas, dores, solidões que nos advieram com o desaparecer de nossos olhos nossos entes queridos”. Nas nossas orações, refletiu o cardeal Steiner,…
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Prelazia de Tefé agradece os 19 anos de missão de Padre Valdemar dos Reis

Após 19 anos de missão na Prelazia de Tefé, o padre Valdemar Aparecido dos Reis retorna para a diocese de Assis (SP), por motivos de saúde, onde a partir de 1º de janeiro de 2026, será pároco na paróquia São João Batista, na cidade de Iepê. Segundo o bispo de Tefé, dom José Altevir da Silva, “sua trajetória é marcada por serviço incansável, presença fraterna e profundo compromisso com o Evangelho”, que e nome da Igreja local agradece profundamente por sua entrega e testemunho, desejando que Deus continue sendo sua força e paz. Diversos serviços na prelazia O missionário, enviado pelo Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, chegou na prelazia em 06 de março de 2006. Ao longo dos anos desempenhou diversas funções: foi pároco, vigário, auxiliar da Catedral Santa Teresa D´Avila, ajudou nas apresentações da Rádio Rural de Tefé, atuou na Coordenação de Pastoral, realizou visitas ao Hospital Regional, foi Vigário Geral, por duas etapas, trabalhou no Propedêutico, formação inicial dos seminaristas, e foi colaborador próximo dos bispos, residindo por vários anos na casa episcopal. Sua atuação também se estendeu à Capelania Militar, onde ofereceu assistência espiritual aos militares com zelo e dedicação. Dom Altevir, em mensagem ao missionário, disse: “tua presença entre nós foi sinal de esperança, dedicação e amor ao Evangelho, vivido com simplicidade e coragem nas terras amazônicas”. Em sua missão, o bispo destacou “o testemunho silencioso, firme e constante”. Uma volta a sua diocese de origem que, segundo o bispo, “carrega o carinho e admiração de todo o povo desta prelazia”. Agradecimento ao bispo de Assis Em carta ao bispo da diocese de Assis, dom Argimiro Azevedo, o bispo de Tefé manifesta seu “profundo reconhecimento à Diocese de Assis, na pessoa de Vossa Excelência, pela generosa colaboração missionária prestada à nossa Prelazia de Tefé ao longo dos últimos 19 anos”. No texto, dom Altevir define os 19 anos de missão de padre Valdemar como “sinal concreto da fraternidade eclesial e do compromisso com a missão evangelizadora nesta Igreja Local, marcada pela simplicidade e pelo serviço aos pobres na vasta região amazônica. Sua dedicação pastoral, marcada por zelo, humildade e amor ao povo, deixou frutos que permanecerão vivos na memória e na caminhada de nossas comunidades”. Ao mesmo tempo, a carta manifesta “nosso firme compromisso com a missão e com a comunhão entre nossas Igrejas Particulares, fortalecendo os laços entre os Regionais Norte 1 e Sul 1 da CNBB”, afirmou dom Altevir. Ele mostrou o desejo de “continuar a caminhar juntos, partilhando dons, experiências e testemunhos, na construção de uma Igreja sinodal, missionária e servidora”. Diante do pedido de um novo missionário, o bispo da diocese de Assis manifestou que diante da atual realidade pastoral e do número de sacerdotes disponíveis, não pode atender o pedido no momento, abrindo a possibilidade de fazê-lo no futuro. Carta ao presidente do Regional Sul 1 Dom José Altevir da Silva mostrou sua gratidão ao bispo da diocese de São Carlos e presidente do Regional Sul 1, dom Luiz Carlos Dias. Em abril de 1994 nasceu o Projeto Missionário Sul 1 – Norte 1, voltado ao atendimento das necessidades da Igreja na Amazônia. Uma colaboração que acontece na prelazia de Tefé desde 1997, “padres, leigos e leigas que, com dedicação e espírito evangélico, têm se empenhado na missão de anunciar o Reino de Deus, assumindo conosco as Prioridades Pastorais da Prelazia, definidas em assembleia. Com esforço humano admirável, esses missionários buscam uma profunda encarnação e enculturação na realidade amazônica, marcada por sua diversidade e riqueza cultural”, disse o bispo. 19 missionários oriundos do Regional Sul 1 que tem contribuído “significativamente para a evangelização e o fortalecimento das comunidades”, que atualmente continua com as leigas missionárias Aparecida Severo, da Diocese de Santo André, e Helena Pereira, da Diocese de Guarulhos. Algo que é motivo de sincero agradecimento, pelo apoio contínuo e pela generosidade com que têm atendido às necessidades missionárias da Prelazia de Tefé. Diante da realidade da prelazia e o pouco número de presbíteros, dom Altevir fez um apelo fraterno ao Regional Sul 1, pedindo “o envio de mais dois padres e dois leigos(as) missionários(as), para que possamos continuar atendendo com dignidade e presença evangelizadora às nossas comunidades ribeirinhas e urbanas, que somam mais de quinhentas comunidades”.

Leão XIV chama a CEAMA a não ter pressa e buscar caminhos mais sólidos, bem definidos

Na tarde desta quarta-feira, 29 de outubro de 2025, Papa Leão XIV recebeu em audiência a Presidência da Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). O encontro com o Santo Padre aconteceu no final da visita institucional realizada de 23 a 29 de outubro, tempo em que participaram do Jubileu das equipes e organismos sinodais. Conversa acolhedora e fraterna Um encontro sereno, segundo o bispo auxiliar de Manaus e vice-presidente da CEAMA, dom Zenildo Lima. Durante quase uma hora, “o Papa se colocou à disposição em uma conversa bastante acolhedora, fraterna, de interesse pela Conferência Eclesial da Amazônia, os passos vividos até aqui e as perspectivas e caminhos”. Depois de ser apresentados ao Papa os participantes do encontro, o presidente da CEAMA, cardeal Pedro Barreto fez um resumo da visita aos dicastérios da Santa Sé. Leão XIV conheceu o acontecido no encontro dos bispos realizado em Bogotá no último mês de agosto, o alcance deste encontro e a disponibilidade das igrejas da Amazônia para um caminho sinodal. Igualmente, foi compartilhado a construção coletiva que se vem fazendo num processo de escuta em vista da definição de linhas, de horizontes sinodais. a serem definidos na próxima Assembleia de março de 2026. Assembleia que também terá o caráter eletivo quando será escolhida a nova presidência da Conferência Eclesial da Amazônia. Cuidado com a vida e com os povos Papa Leão XIV, a partir de sua experiência missionária, é alguém que conhece a Amazônia, tendo consciência dos desafios ali enfrentados pela população e pela ecologia integral. Segundo dom Zenildo Lima, o Santo Padre “manifestou todo o seu apoio para as iniciativas que são de cuidado com a vida, de cuidado com os povos e com o anúncio do Evangelho”. A Presidência da CEAMA apresentou ao Papa a perspectiva da construção de um fundo patrimonial da Conferência Eclesial da Amazônia, para a qual o Santo Padre se revelou aberto e disponível a apoio dentro das condições que lhe são oportunas. O bispo auxiliar de Manaus destaca como muito interessante “a abertura do Papa ao comentar sobre as necessidades, os passos ministeriais para a Igreja que está na Amazônia. Segundo o bispo, “com muita serenidade, o Papa afirmou que não tem pressa com os processos, mas que prefere caminhos mais sólidos, bem definidos”, exortando à Presidência da CEAMA “a não termos a pressa de tentar estruturar”, dado que “determinadas situações se manifestam bem mais como carismas do Espírito Santo”. As mulheres um dom do Espírito Nessa perspectiva, Leão XIV vê a participação das mulheres como um dom do Espírito, uma realidade profundamente marcada pelo carisma. Ele fez um chamado para que a igreja que está na Amazônia acolhesse esses carismas, mas tivesse o devido cuidado de evitar estruturá-los demasiadamente, evitando se tornar engessados, segundo relatou dom Zenildo Lima. Ele destacou a escuta atenta do Papa às mulheres que faziam parte desta comitiva, duas vice-presidentes, Patrícia Gualinga e Ir. Laura Vicuña Pereira Manso, e uma agente do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, Cecília Barja. Entre os presentes entregues ao Papa Leão XIV estava uma rede de tucum, tecida pelos indígenas warao, originários do Delta do Orinoco, na Venezuela, que atualmente são migrantes em Roraima. Junto com a rede, eles enviaram diversas cartas em que relatam suas vivências e demandas. Por sua vez, o Santo Padre concluiu o encontro abençoando objetos e lembranças religiosas, estendendo a sua bênção às igrejas que estão na Amazônia.

Mais de 120 mortos no Rio de Janeiro: outro episódio da violência incontrolada

A operação policial, o massacre, a chacina no Rio de Janeiro, como está sendo definido o acontecido na terça-feira 28 de outubro de 2025, tem que nos levar a refletir. Um número de mortos indeterminado, mas que já superou as 120 vítimas, mesmo que o governador do Rio de Janeiro só considere como tais os quatro policiais falecidos. Enfrentar as causas da violência Um sucesso que tem virado manchete na imprensa internacional e que muitos organismos tanto brasileiros como transnacionais pedem sejam apuradas as circunstâncias. Mais um episódio da violência que tem se instalado nas periferias de muitas cidades brasileiras. O grande problema é que não querem se enfrentar as causas dessa realidade. O povo das periferias sente o abandono do poder público, que aos poucos entregou o controle social ao crime organizado. Um poder alternativo que controla e determina a vida do povo e atrai de diversos modos a parte da população, sobretudo jovens e adolescentes. Soldados do tráfico que muitas vezes, como aconteceu na última terça-feira, são os primeiros a morrer. Um povo que apenas sobrevive As imagens que aparecem na mídia são estarrecedoras. A fila de corpos na rua e as sacolas pretas jogadas no chão às portas do Instituto Médico Legal da capital fluminense é uma situação que deve provocar uma reflexão. Mais do que um sucesso, o acontecido no Rio deveria ser visto como um chamado a enfrentar a violência de modo diferente. Encarar as causas dessa violência deveria ser a grande preocupação do poder público. Mas para isso se faz necessário acompanhar a vida do povo da periferia, um povo que apenas sobrevive, mas que não tem vida em plenitude. Viver sob a ameaça constante da morte já foi assumido por muitos moradores da periferia como uma possibilidade real em suas vidas. Pessoas constantemente ameaçadas, vítimas dos diversos tipos de violência instalados nesses locais. Uma realidade que determina o dia a dia da população e condiciona gravemente a convivência. Cuidar da vida Diante do acontecido as reações são diversas. Nos deparamos, especialmente nas redes sociais, com pessoas que mostram sua alegria diante da morte dessas pessoas. Diante dessa atitude somos chamados a refletir com as palavras de Papa Francisco: “Quando você comemora a morte de alguém, o primeiro que morreu foi você mesmo”. A primeira obrigação de todos, especialmente do poder público, é cuidar da vida, e isso está acima de qualquer política de segurança. A dor e o sofrimento é um sentimento comum. Daí a necessidade de nos colocarmos ao lado daqueles que choram diante da morte de seus entes queridos. Sejamos construtores de paz, superemos os sentimentos de ódio, de vingança, de indiferença, que destroem o tecido social. É tempo de parar e pensar, de encontrar caminhos que ajudem a superar a violência e gerar uma sociedade onde os direitos humanos sejam respeitados por todos e para todos. Editorial Rádio Rio Mar

Willian Aragão novo presbítero da diocese de Coari: “não um mérito individual, mas um dom que vem de Deus”

A cidade de Codajás, na diocese de Coari, acolheu na noite de 25 de outubro de 2025 a ordenação presbiteral de Willian da Silva Aragão. Uma celebração presidida pelo bispo diocesano, dom Marcos Piatek, que contou com a presença do clero da diocese e de outras igrejas do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), colegas do Seminário São José de Manaus, onde se formou o novo presbítero, Vida Religiosa, familiares e amigos. Uma experiência humana e outra transcendente Na homilia, o bispo diocesano, depois de saudar os presentes na ordenação, iniciou sua homilia afirmando que “nesta celebração de hoje, se juntam duas experiências, uma experiência humana, palpável, visível, e outra experiência, a experiência transcendente”, que segundo dom Marcos “ela tem o seu fundamento na fé, no amor a Deus.” Tudo isso porque “sem a fé, sem o amor a Deus, sem o amor a Jesus, sem o amor a Igreja, tudo aquilo que nós vemos é apenas algo palpável e visível”, disse o bispo, que fez um chamado a “ver esta celebração com os olhos da fé”. Na primeira leitura, onde aparecia o relato do chamado do profeta Jeremias, dom Marcos enfatizou que “a vocação dele é desde o ventre materno, não é algo humano, é um dom gratuito de Deus.” Segundo ele, “a vocação presbiteral, ela é movida, alimentada, fortalecida, renovada, santificada pelo amor”, uma dimensão que aparece no Evangelho lido, onde Pedro é questionado por Jesus sobre se ele lhe ama. O bispo de Coari sublinhou que “a fonte da vida presbiteral deve estar no amor a Jesus, no amor a Deus. Se faltar isso, ela não vai durar, não vai florescer.” Junto com isso, dom Marcos disse que “quando a gente celebra a ordenação presbiteral, nós temos que olhar para Jesus, o Sumo e Eterno Sacerdote.” Para aquele que ia ser ordenado, o bispo desejou “que ele seja ancorado, baseado no amor a Jesus. E assim você vai ser, ao exemplo de Jesus, um bom pastor”. Munus profético, do serviço e de santificar Dom Marcos Piatek destacou três tarefas na vida do presbítero: o munus profético, “padre é aquele que se torna profeta, anunciador da boa nova de Jesus, missionário, evangelizador”; o múnus do serviço, “o presbítero é aquele que serve, lava os pés dos irmãos, estende a mão aos pequenos, fracos, abandonados, esquecidos, viúvas, órfãos, migrantes, importância do monos, serve isso”; o múnus de santificar, celebrar, rezar, louvar a Deus, “o sacerdote é aquele que santifica a si mesmo e santifica o povo. Reza por si mesmo, pelos seus pecados e reza pelo povo a ele confiado. Por isso na nossa vida não pode faltar contemplação, reza, meditação, celebração, sacramentos, devoções, meditações”. O presidente da celebração recordou que Papa Leão XIV tem falado recentemente que “o sacerdote encontra sempre a Deus em Jesus como bom pastor.” Nessa perspectiva, “não lhe basta um coração humano e sábio, mas sente a necessidade de um coração como o de Jesus, sempre unido ao Pai, apaixonado pela Igreja”, enfatizou, e pediu que “nos esforcemos todos por ser sacerdotes exemplares”, enfatizando que “só unidos a Deus e entre nós, padres, podemos dar fruto e testemunho ao mundo de hoje”. Ele recordou as palavras de Santo Agostinho, que disse: “ai de mim, se sou pastor de nome e mercenário de vida”. Caminho de santidade O bispo, seguindo as palavras de Papa Leão XIV, afirmou que “os padres têm que zelar pela sua vida interior, pela formação, pela saúde emocional, pela sua integridade.” Ele recordou o chamado do pontífice a viver a fraternidade sacerdotal. Junto com isso, dom Marcos advertiu sobre a necessidade de sacerdotes santos, não de gerentes, vendo a formação como caminho que tem por objetivo a santidade e não apenas a competência. Ele mostrou sua gratidão a todos aqueles que colaboraram na formação do novo presbítero, a família, os formadores, os professores, a paróquia. Dom Marcos Piatek destacou a importâncias dos presbíteros na vida da Igreja e refletiu sobre a escassez de vocações, diante de outras possibilidades que a sociedade considera mais atraentes. A vocação é vista pelo bispo como aquilo que ajuda a ganhar a vida plena, e para isso enfatizou a importância do cuidado das famílias e de criar nelas um clima vocacional. Junto com isso a importância da oração, pedindo rezar pelos padres e para que o padre Willian seja “um servidor de Deus e do povo, para que ele seja homem de contemplação de santidade”. Gratidão do novo presbítero No final da celebração, o novo presbítero realizou seus agradecimentos ao bispo, aos padres, religiosos e religiosas, professores e todos os presentes. O padre disse que “o sacerdócio não é um mérito individual, é um dom que vem de Deus”, algo que ele disse ver em sua pessoa, percebendo a escolha de Deus, que lhe chamou e deseja lhe santificar, moldando de acordo a seus propósitos. Ele enfatizou que “a vida presbiteral é um chamado radical, não se trata só de um projeto pessoal, mas de uma entrega total a Deus”, antes de receber diversas homenagens por parte dos presentes na ordenação.  

Dom José Albuquerque no Curso Latino-americano para Formadores de Seminários Propedéuticos: “um sonho antigo”

Belo Horizonte acolheu de 20 a 24 de outubro um encontro latino-americano de formadores da etapa propedêutica. Promovido pela Organização dos Seminários Latino-Americanos (Oslam), em colaboração com o Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mais de 70 participantes, chegados de 11 países da América Latina e do Caribe aprofundaram sobre a primeira fase da formação presbiteral, com especial atenção às dimensões pastoral, espiritual, humana e pedagógica, em sintonia com a nova Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis. Um sonho antigo Um dos participantes foi o bispo da diocese de Parintins e referencial da Comissão para o Ministério da Vida Consagrada (CMOVIC) da CNBB, dom José Albuquerque de Araújo. Segundo o bispo, a etapa propedêutica constitui um verdadeiro alicerce da formação sacerdotal. Dom José enfatizou que “este era um sonho antigo: reunir formadores de toda a América Latina. A etapa propedêutica é o ponto de partida, onde se constrói a base humana, intelectual e espiritual do seminarista, para que ele possa avançar com solidez e consciência nas etapas seguintes”. Segundo o bispo de Parintins, “muitos jovens vêm de realidades familiares e sociais complexas, com diferentes níveis educacionais e pouca experiência pastoral. É necessário acompanhá-los não só no aspecto intelectual, mas também na disciplina, na organização do tempo, na espiritualidade e na vida comunitária”. Fortalecer a articulação internacional Dom José Albuquerque sublinhou que a presença de representantes de diferentes países permite conhecer realidades diversas e compartilhar boas práticas. Segundo o bispo, o encontro também foi uma oportunidade para fortalecer a articulação internacional entre seminários, e “nos dá base para continuar com novos cursos, materiais e espaços de intercâmbio entre os seminários do continente”. Em palavras do bispo da diocese de Parintins, “não podemos olhar apenas para a experiência brasileira. É fundamental ir além, aprender com os desafios e acertos de outros contextos, inclusive do Caribe. Esse intercâmbio de experiências fortalece a formação e contribui para construir uma rede latino-americana de formadores”. Tempo de graça, de encontro, de partilha O encontro dá continuidade ao realizado em Bogotá com os formadores dos seminários e mais um realizado virtualmente com os diretores espirituais. O bispo auxiliar de Belo Horizonte, dom Júlio César Gomes Moreira, assessor do encontro disse ter sido “um tempo de graça, de encontro, de partilha, de formação e de oração”. Segundo ele, “criamos um verdadeiro intercâmbio de experiências e uma consciência de corresponsabilidade no cuidado desta missão tão importante: o acolhimento dos vocacionados que iniciam seu caminho formativo”. Um encontro que ajuda a “criar um espaço de fraternidade onde os participantes possam compartilhar experiências, refletir sobre metodologias pedagógicas e práticas de acompanhamento espiritual, sem perder a perspectiva de um projeto continental”, segundo o secretário da OSLAM, padre Vagner Moraes. Tudo isso em vista de um projeto latino-americano de formação inicial, adaptável a cada país, que fortaleça o trabalho dos formadores e prepare melhor os seminaristas para o ministério.

Seminaristas vivenciam 12º Experiência Missionária na Prelazia de Itacoatiara

Os seminaristas do Regional Norte 1 estão reunidos na Prelazia de Itacoatiara para a 12° Experiência Missionária, organizada pelo Conselho Missionário de Seminaristas (COMISE Labontè). A experiência integra o processo formativo dos futuros presbíteros do regional, oportunizando a vivência com as realidades pastorais das igrejas locais. A programação iniciou no sábado (18) e se estende até o próximo domingo (26). A Missa de envio, na Catedral da Prelazia, marcou o início das atividades e contou com presença de agentes de pastoral e fiéis. Depois, os seminaristas seguiram para comunidades ribeirinhas e urbanas, onde fizeram visitas, celebrações, momentos de oração, encontros e rodas de conversa para fortalecer a “comunhão e a corresponsabilidade missionária”, segundo Lucas Santos, seminarista da Diocese de Roraima. Para ele, a experiência missionária é “um momento formativo para os futuros presbíteros, que vivenciam a realidade amazônica e são convidados a cultivar um olhar sempre mais próximo, fraterno e comprometido com a vida do povo”, explicou. O caminho comunitário As atividades da experiência missionário estão alinhadas ao Jubileu da Esperança, com o tema “Missionários da esperança entre os povos”, escolhido pelo Papa Francisco, e o lema “A esperança não decepciona” (Rm 5,5). E buscam responder, como sinal de Esperança, ao grito urgente das pessoas que ecoa de diversas partes do mundo. O encontro com as realidades da igreja na Amazônia é fundamental para que os jovens seminaristas aprimorem seu modo de atuação. Na Exortação Apostólica Querida Amazônia, Papa Francisco recorda, ao citar o Instrumentum Laboris do Sínodo para a Amazônia, que a “vida é um caminho comunitário onde as tarefas e as responsabilidades se dividem e compartilham em função do bem comum. Não há espaço para a ideia de indivíduo separado da comunidade ou de seu território”. Essa dinâmica corresponde às aspirações evangélicas de caridade, e é um “estímulo à cultura do encontro”, onde as relações são novamente restabelecidas. É uma possibilidade para que os seminaristas recordem a vocação evangelizadora presente em cada cristão e cristã batizado. Ou seja, para que desde agora sejam capazes de reconhecer as necessidades dos povos amazônicos, exercendo seus trabalhos com a força profética do Evangelho encarnado na realidade. Aprofundar a fé Dessa forma, a experiência missionária é o espaço para que os jovens missionários aprofundem sua fé. O encontro com os povos permite que haja um reconhecimento mútuo como anunciadores do Evangelho. E o vínculo, nascido nos caminhos, nos diálogos e nos encontros, é a manifestação da Esperança oferecida por Jesus, convida à uma abertura de coração para tocar, compreender e transformar o modo de ver o mundo. Nesse aspecto, o seminarista Jainer Reina, da Diocese do Alto Solimões, comentou que a experiência na Paróquia de Nazaré, em Itapiranga, “está sendo maravilhoso, visitando as famílias, os idosos, os necessitados”. Ele enfatiza que esses momentos motivam “a nossa fé, a minha vocação para ser um sacerdote”. E espera que os frutos dessa missão “possa amadurecer mais e mais na minha vocação”, terminou. Fotos: Lucas Santos.