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Igrejas locais de Roraima e Itacoatiara celebram Missa da Unidade: “O centro da unidade na Igreja é o Espírito”

A diocese de Roraima e a prelazia de Itacoatiara realizaram na noite da terça-feira 26 de março a Missa da Unidade, também chamada Missa dos Santos Óleos, em que são abençoados os óleos do batismo, da unção dos enfermos e é consagrado o óleo do crisma. Uma celebração em que os presbíteros renovam o compromisso assumido no dia da sua ordenação, uma oportunidade para “vivenciar um momento sagrado e significativo da nossa jornada espiritual”, segundo dom Evaristo Spengler, bispo da diocese de Roraima. Nessa diocese a celebração acontece no contexto da nomeação do padre Lúcio Nicoletto como bispo da prelazia de São Félix do Araguaia e dos 300 anos de evangelização em Roraima, que definiu a identidade da Igreja local e deu rumos definidos e opções muitos sólidas. Igualmente foi destacado que a experiência da fraternidade cristã é transformadora, sendo um fermento para o mundo, que nasce da experiência de ser discípulos e discípulas de Jesus. Na celebração da unidade, Dom Evaristo Spengler destacou que “o centro da unidade na Igreja é o Espírito”, que conduze Jesus ao longo da sua vida e guia sua missão e a missão das primeiras comunidades cristãs, sendo inspiração para os missionários que levam o Evangelho. Segundo o bispo, “a evangelização sempre é um projeto do Espírito Santo para a Igreja”, o que demanda diálogo, oração, silêncio, contemplação, conhecimento da realidade, instâncias de participação, comunhão e corresponsabilidade na Igreja, insistindo em “caminhar sempre em sintonia com o Espírito que age em toda a Igreja”. Dom Evaristo ressaltou a importância de processos sinodais na Igreja, “caminhar juntos e escutar o que o discípulo quer para nossa Igreja neste momento”, algo que ele disse ter acontecido na última assembleia sinodal diocesana, onde foi refletido sobre a transmissão da fé, e em todo o processo preparatório. Por isso, o bispo insistiu em trabalhar a Iniciação à Vida Cristã e responder aos desafios que a realidade apresenta. Uma unidade na Igreja que cabe a todos, refletindo sobre o papel do presbítero na Igreja e suas diversas funções, afirmando que o sacramento fundamental na Igreja é Batismo, de onde surgem todas as vocações, insistindo em que todos somos Povo de Deus, irmãos e irmãs. Nesse sentido, o bispo destacou que “os presbíteros somos enviados a promover a vida aos pobres, cuidar da Criação, testemunhar a Palavra e celebrar toda vida doada”, pedindo que o “Espírito continue nos mostrando o caminho que nós somos chamados a seguir”. Dom Evaristo agradeceu a Deus pelo primeiro aniversário de ministério pastoral na diocese de Roraima, completado no dia 25 de março, definindo como muito intensa a experiência vivida nesse ano, repetindo a profissão de fé que ele fez no início de sua missão episcopal. Na prelazia de Itacoatiara, dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, administrador apostólico dessa igreja, iniciou sua homilia fazendo um chamado a cultivar a unidade na diversidade das vocações e serviços, algo que é um sonho de Jesus. Seguindo as palavras do Evangelho, ele destacou que todos somos ungidos e enviados, e que a missão da Igreja é “dar a Boa Nova aos humildes, curar as feridas, pregar a redenção e a liberdade, proclamar o tempo da graça, consolar os que choram”. Dom Ionilton questionou sobre a prática das boas obras, lembrando as palavras do Papa Francisco na Querida Amazônia, onde ele diz que “faz nos mal que nos anestesiem a consciência social”, vendo na dimensão social da fé uma exigência. O bispo destacou o fato de termos sido escolhidos, ungidos e enviados por Deus como uma graça e compromisso, chamando a ser sempre da verdade e praticar o amor, a ser testemunhas fiéis do Evangelho de Cristo e do Reino que ele veio implantar, a traduzir em vida concreta aquilo que é rezado. O administrador apostólico da prelazia disse que “testemunhar é a melhor forma de evangelizar”, inspirado nas palavras de Jesus que nos diz que a Palavra se cumpre em sua vida, pedindo manter sempre “o olhar fixo em Jesus, deixemos que Ele nos ensine, nos exorte, nos corrija, nos inspire e nos envie”. Ele pediu rezar pelos padres, “para que eles possam agir como se fossem Cristo junto do nosso povo, outros cristos”, e anunciou a aprovação para que as irmãs que trabalham na prelazia possam se tornar juridicamente ministras extraordinárias da Palavra, da Sagrada Comunhão e do Batismo. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Padre Lúcio Nicoletto será ordenado bispo 1º de Junho em Pádua (Itália) e iniciará sua missão 30 de junho em São Félix

A Catedral de Pádua, na Itália, acolherá no dia 1º de junho de 2024, às 17 horas, no horário da Itália, a ordenação episcopal do padre Lúcio Nicoletto, nomeado pelo Papa Francisco bispo da prelazia de São Félix do Araguaia (MT), no dia 13 de março de 2024. O bispo ordenante será dom Mário Antônio da Silva, arcebispo de Cuiabá (MT), que foi bispo da diocese de Roraima, onde o padre Lúcio trabalhou como missionário fidei donum da diocese de Pádua desde junho de 2016 até sua nomeação episcopal. Os bispos coordenantes serão dom Cláudio Cipolla, bispo da diocese de Pádua, dom Adriano Ciocca, administrador apostólico da prelazia de São Félix do Araguaia, e dom Antônio Mattiazzo, bispo emérito da diocese de Pádua. O início da missão como novo bispo da prelazia de São Félix do Araguaia do padre Lúcio Nicoletto será no dia 30 de junho de 2024 às 8:00 horas da manhã. Seu lema episcopal será “Sine Charitate nihil sum” (Sem o Amor não sou nada) (1Cor. 13,2). Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Encontro Formativo da Juventude Missionária na Diocese de Borba

  A Juventude Missionária (JM) da Diocese de Borba, iluminada pelo Espírito Santo, esteve em formação nos dias 22 e 23 de março de 2024, no Centro de Formação Mater Christi, em Borba, sede da Diocese. O encontro contou com a participação dos jovens protagonistas da missão, da assessora estadual Waldemira Rodrigues Silva, da referencial diocesana da Juventude Missionária, Ir. Silvana Pauletti, e da Coordenação de Pastoral Diocesana, representada por Ademir Jackson e Ir. Aldinéia de Sá Linhares Bessa. As atividades formativas tiveram início com a celebração da Santa Missa na Comunidade São Sebastião/Paróquia Santo Antônio, presidida pelo Pe. Jair Vieira Alves. Durante a homilia, Pe. Jair destacou a importância dos jovens na Diocese e agradeceu a disponibilidade de todos para este importante avanço diocesano. Sua reflexão baseou-se no Evangelho de São João 10, 31-42, cujo tema central é a tensão, fruto da incompreensão dos judeus, que têm o coração fechado e não acolhem a mensagem de Jesus. Eles não reconhecem as ações e palavras de Jesus como ações divinas, por isso, querem apedrejá-lo. Após a celebração, os jovens participaram de uma roda de conversa onde foram abordados temas como sinodalidade e a definição da Juventude Missionária (JM). Pe. Jair ressaltou que sinodalidade significa caminhar juntos na unidade. Além disso, foi apresentado que a Juventude Missionária faz parte da Pontifícia Obra da Propagação da Fé, obra fundada pela leiga, Paulina Maria Jaricot (1799-1822), em 03 de maio de 1822, em Lyon (França), tornando-se Obra Pontifícia, isto é, do Papa e da Igreja Universal, em 1922, sendo hoje uma das quatro Pontifícias Obras Missionárias (POM). Após a roda de conversa, foi motivada a temática da importância do assessor de grupo, momento trabalhado pela assessora Waldemira Rodrigues, onde a mesma organizou os jovens em grupos, com a finalidade de elaborarem uma apresentação sobre a temática. No segundo dia, os jovens continuaram as atividades com uma reflexão sobre o significado e a história da JM. Em seguida, houve a preparação para a eleição da Coordenação Diocesana da JM. Waldemira Rodrigues apresentou as orientações e critérios para a eleição dos coordenadores conforme as diretrizes da Obra Pontifícia. Foram eleitos os jovens: Mirlem Silva Matos, coordenador Diocesano, Antônio Itallo Goés Soares, Vice-coordenador, Icleia da Silva Assunção Neta, Secretária e Gabriel Bentes de Souza, Tesoureiro. Após as eleições, todos participaram da Missa de envio da nova coordenação e dos jovens participantes no Santuário/Catedral da Diocese de Borba. A celebração foi presidida por Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, Bispo Diocesano, que resumiu sua reflexão nos três pilares para a Semana Santa: Palavra, Cruz e Luz. Ao final da missa, houve o envio oficial dos coordenadores e jovens, e a foto oficial do encontro. Agradecemos a Deus por esse momento de graça e importância para nossa Diocese! Fonte: Diocese de Borba

Dom Vanthuy vive sua primeira Semana Santa na diocese mais indígena do Brasil: “Ser solidário com os abandonados deste mundo”

Dom Raimundo Vanthuy Neto chegou em São Gabriel no mês de fevereiro e está vivendo sua primeira Semana Santa como bispo da diocese mais indígena do Brasil. Neste Domingo de Ramos, o bispo de São Gabriel da Cachoeira estacou dois assuntos em sua homilia, que considera muito importantes para os povos do Rio Negro. Em primeiro lugar, contemplando Jesus que é abandonado, o bispo disse que “quem segue Jesus, quem é discípulo dele se faz companhia dos abandonados desta terra“. Contemplando a realidade do Alto Rio Negro, dom Vanthuy disse que “se faz companhia a quem está abandonado na experiência difícil do álcool, da bebida, tão forte no Rio Negro, se faz companhia às famílias que passam por situações difíceis de abandono na cidade pela experiência das políticas públicas que não chegam no interior, de modo especial para os povos indígenas”. Dom Vanthuy disse que “lembrar Jesus abandonado nas mãos do Pai é também nos abandonarmos a Ele também nas horas difíceis da vida, mas experimentarmos, ser solidários com os abandonados deste mundo”. Segundo o bispo, “não é possível seguir Jesus, aquele que se lançou abandonado nas mãos do Pai, sem se colocar do lado dos abandonados”. Em segundo lugar, ele destacou que “Jesus é trocado, a turma pede por Barrabás e manda que Jesus seja Crucificado”. Dom Vanthuy afirmou que “na vida também podemos fazer essas escolhas, tomar caminhos equivocados, trocar aquilo que é de Mistério da vida para aderir aquilo que pode trazer causas de morte para dentro de casa”. Ele denunciou com firmeza “o tema da cachaça, da bebida alcoólica”, que desde as cidades da diocese está avançando para o interior, “fazendo com que os indígenas troquem suas bebidas tradicionais, que revelavam certo sinal de vida, para a experiência fortíssima que conduz à morte. Conduz à morte pessoal, conduz à morte da vida familiar, conduz à morte da comunidade”. Um tema que, segundo o bispo de São Gabriel da Cachoeira, “nos faz lembrar que o mundo também pode equivocado trocar as experiências da vida por experiências de morte”. Finalmente, Dom Vanthuy refletiu sobre “uma experiência bonita, que no Rio Negro se vive tão autenticamente: vós sois todos irmãos. Nos diversos povos, todos somos filhos de um mesmo Pai e nos tornamos corresponsáveis um dos outros”. Ele disse que “Jesus morre para que a humanidade experimente cada vez mais viver como irmãos, é o sonho de Jesus para os homens e as mulheres. Por isso aqueles que acreditam nele, por isso aqueles que professam a fé, que se fazem seus discípulos, todos eles trazem por natureza o ser irmão e não o ser inimigo. O ser irmão, irmã, e não a divisão”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Dom Leonardo: “No grito de Jesus que ainda ressoa em nós, ressoam também os abandonos dos abandonados”

No Domingo de Ramos, o cardeal Leonardo Steiner, iniciou sua homilia dizendo que “com a benção dos ramos e a procissão ingressamos com Jesus no mistério da doação, do sofrimento, da cruz e da ressurreição. Acompanhamos a Jesus montado num jumentinho ingressando na cidade de Jerusalém aclamado pelos discípulos e pelo povo, como o enviado de Deus”. Segundo o arcebispo de Manaus, “somos hoje recebidos no mistério da fé: Deus que em Jesus nos amou até a morte e morte de cruz e nos ofereceu a vida nova”. “Jesus sobe para o lugar do sacrifício, da entrega, aclamado pelo povo e os discípulos com aclamações, mantos, ramos, júbilo, festa, alegria”, disse o presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, recordando o texto evangélico: “Hosana, bendito o que vem em nome do Senhor! … Bendito o reino de nosso pai Davi” (Mc 11,910). Segundo o cardeal, seguindo o comentário de Fernandes e Fassini, “ao seguirmos a Jesus que entra na cidade da dor, da morte e da vida, somos despertados para a Humildade que ingressa levado por um jumentinho, trazendo a paz. Na humildade e na paz, para a humildade e para a paz. Vem montado num jumentinho, símbolo do homem que se submete carregando os fardos de seu senhor. O filho de Davi, o Prometido, o Messias que, pelo seu silêncio doido e sofrido, carregará os fardos e pecados de toda a humanidade. A paixão e morte na cruz que desfaz o ódio, a violência, a soberba, a guerra fratricida; a morte que supera as vinganças, soberbas, a ganância, a religião de si mesmo”. “Na leitura da Paixão acompanhamos silenciosamente todo itinerário do sofrimento e da morte. E o silêncio da narrativa deu-nos a dimensão da entrega, da dor, da redenção, do amor gratuito e livre, sem medida”, disse o arcebispo de Manaus. Segundo ele, “nos comove e toca na proclamação da Paixão do Senhor as palavras do evangelista: ‘Pelas três horas da tarde, Jesus gritou com voz forte: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?‘” (Mc 14,34). Dom Leonardo refletiu sobre as palavras de Jesus “Porque me abandonaste?”, afirmando que “sente-se abandono por todos e por tudo”, e fazendo vários interrogantes: “Onde estão os discípulos, onde as multidões saciadas de pão, onde os cegos agora com olhos, onde os surdos agora ouvintes, onde os leprosos purificados e reinseridos? Onde os pássaros do céu, os lírios do campo… Onde o Pai?”. Ele respondeu que “Ele está só. Sente-se abandonado pelo Pai. Tudo perdeu. Ele na cruz com todas as cruzes! Desalentado, só, suspenso entre a terra e o céu; quase desesperançado! Sem terra e sem céu!”. Diante disso perguntou de novo: “Pode haver angústia maior, pode haver dor maior que a solidão, o abandono?”, respondendo que “não espinhos, os cravos, a cruz, mas o abandono. O Grito de Jesus quase nos tira o folego, quase nos retira o respiro. Ele é sua Paixão. É um grito que interroga, que busca, todo-ouvido!”. Dom Leonardo citou as palavras do místico Harada sobre o abandono de Jesus: “Tudo isso, esse total abandono e fracasso, na visão da Fé, nos mostra totalmente outra paisagem: tudo de repente se vira pelo avesso: o extremo abandono é, na realidade, plenitude de amor: a profunda solidão se converte em unidade total. No momento em que parece mais desamparado, está mais do que nunca identificado com o querer divino, transparente ao Pai. Nessa fraqueza sem fim, Jesus se acha, sem reserva, ‘entregue’ ao Poder do Pai, totalmente aberto ao ato criador da Ressurreição”. “E no grito de Jesus que ainda ressoa em nós, ressoam também os abandonos dos abandonados”, denunciou o cardeal, explicitando em exemplos concretos: “Quantos abandonados pelo Estado, quantos abandonados pelas guerras, as crianças vageando pela solidão da violência”. Segundo ele, “no grito de Jesus ressoa o silêncio dos abandonados suspensos entre o céu e a terra, pois cortados das relações familiares, com o estomago vazio, com o vazio de um horizonte que se desfez, de um céu que foi coberto e a terra devastada. Sim, irmãos e irmãos no grito de Jesus, está o silêncio dos gritos que sem som; foi se extinguiu na brutalidade de uma guerra. Quanta solidão nas vidas suspensas que apenas ainda sentem o odor da morte. E nelas irmãs e irmãos está presente Deus, pois Jesus nos ensina: ‘Em tuas mãos eu entrego o mesmo espírito!’” O arcebispo de Manaus ressaltou, de novo seguindo o comentário de Fernandes e Fassini, que “a cruz que nos mostra a comunhão entre o abandonado e o seu Deus. Assim a cruz torna-se elo. Revela unidade. É o ponto de salto da nova criação, do novo Céu e da nova Terra. É o vir à luz da unidade primordial entre o Divino e o Humano. A cruz é a fenda, onde tudo se entrecruza e tudo se ilumina. Percussão que percute em todas as coisas, em todas as criaturas mostrando que tudo é Um no amor do Pai e do Filho. Assim, a haste vertical, nascida da terra, sobe até o céu e penetra o íntimo de Deus. A haste horizontal, cruzada e sustentada pela vertical, percorre toda a terra e invade os horizontes de toda a humanidade, de toda a história e de todo o universo, levando a todos e a tudo a salvadora jovialidade do novo Adão.  E depois do grito expirou, entregou o espírito. O grito em forma de pergunta meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? revela, na dor do amor, a vida íntima de Deus em Deus: a relação entre Pai e Filho no Espírito Santo, o Sopro Santo do Amor!”. “Quem grita, suplica, clama é aquele que se sente abandonado. Um clamor que é mais uma súplica, uma intimidade com o Deus que o abandona, a quem ele chama de “meu Deus”. Jesus o abandonado: o grito, nascido das entranhas, das profundezas do coração é um grito de intimidade de confiança; é a revelação da intimidade com o Pai: meu. Não são meras…
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CPT Amazonas realiza 26ª Assembleia e elege nova coordenação

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Amazonas e da Arquidiocese de Manaus reuniu-se na Maromba de Manaus de 21 a 23 de março de 2024 para realizar sua 26ª Assembleia eletiva. Depois de 10 anos sem realização de assembleia, a Ir. Agostinha Souza destaca que tem sido muito rica, insistindo em que “a Assembleia é um momento formativo, com muita partilha da realidade das comunidades trazida pelos agentes”. A Assembleia iniciou com um vídeo de dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, presidente da CPT Nacional, para posteriormente estabelecer um diálogo entre os agentes da Comissão Pastoral da Terra e o cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Os participantes da Assembleia escutaram o Relatório do período 2019-2023, sendo dado a conhecer o trabalho realizado na Prelazia de Lábrea. Na plenária foram abordados os desafios no contexto local, sendo trabalhado a organização e estrutura da CPT, tendo um tempo para realizar a análise de conjuntura, com a assessoria de Tiago Mayka, professor da Universidade Federal do Amazonas e assessor da CPT. Segundo a Ir. Agostinha Souza, “muitas coisas foram feitas, foram realizadas, estão tendo um resultado bom”, o que segundo a religiosa é motivo de grande alegria, destacando o trabalho realizado permitiu que muitas pessoas permanecessem em suas terras. Os participantes da assembleia refletiram sobre o perfil das ações, o método de trabalho e as prioridades da CPT no Amazonas nos próximos três anos. Na assembleia foi realizada a eleição da nova equipe que irá coordenar a CPT Amazonas por três anos conforme o regulamente interno, sendo confiado esse serviço a José Jorge Amazonas Barros, Ana Virgínia Monteiro dos Santos e Luís Xavier Martins. Também foi eleito o Conselho Regional, sendo insistido na importância da comunicação entre as equipes locais e a coordenação regional. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Encerrado Mutirão Final da 6ª Semana Social Brasileira: articulação, formação e incidência política em vista do Brasil que queremos

O Mutirão Nacional de encerramento da 6ª Semana Social Brasileira realizado em Brasília de 20 a 22 de março de 2024 tem sido um passo importante para concretizar esse Brasil que queremos, um caminho iniciado em 2020, e que foi recolhendo em todo o país aquilo que pode conduzir o Brasil nessa direção. 150 participantes, bispos, presbíteros, religiosos e religiosas, leigos e leigas, que empenham sua vida nas dezenas de pastorais sociais que fazem parte da vida da Igreja católica no Brasil, mas também representantes de diversos movimentos sociais e populares, tendo como base o Teto, Terra e Trabalho, em que o Papa Francisco tem insistido ao longo do seu pontificado. São instrumentos de profecia, ainda mais diante de tantas pedras, muitas vezes virtuais, com que hoje os profetas são agredidos, segundo afirmou Dom João Bergamasco, bispo de Primavera do Leste-Paranatinga (MT), na Eucaristia com que iniciaram os trabalhos no último dia do Mutirão. Em grupos, cada um deles centrado num âmbito diferente: terra, teto, trabalho, soberania, economia e democracia, tem se avançado em busca das ações de articulação, formação e incidência política a nível nacional que respondem às necessidades do Brasil que queremos, mostrando caminhos para executá-las. Ao mesmo tempo, na busca de estruturas e parcerias necessárias e possíveis para a execução das ações desse projeto popular, buscando o que pode ser feito de fato nesse caminho em direção ao Brasil que queremos. Uma das grandes questões é colocar o povo no orçamento e os ricos nos impostos. O que se pretende é pensar o Brasil que queremos a partir do povo brasileiro, incidir na práxis, no trabalho em rede, que acolhe a diversidade, que elabora em conjunto temas comuns, que constrói relações, vínculos, que conecta as partes com o todo, que avança em articulação interna como Igreja e coloca em movimento aquilo a ser construído. Para isso se faz preciso incidir em valores como a cooperação, a solidariedade, a disputa pela comunidade frente ao individualismo. Uma comunidade que precisa ter espaço para a Juventude, para as mulheres, cansados de invisibilidade, de ignorância de suas falas e de muitos aspectos que cansam a quem é colocado em segundo plano. São elementos que provocam e que demandam olhar para as relações humanas, dado que a humanidade está muito machucada pelo sistema e o cuidado é fundamental nesse processo, em busca de encantar pessoas que queiram enfrentar o atual sistema e humanizar a vida. Um caminho revigorante à luz de uma experiência inspiradora. Um percurso desde o Brasil que temos ao Brasil que queremos, que se fundamenta em alguns princípios: poder popular; projeto anticolonial; fé e luta política em movimento; cuidado recíproco. Também em algumas prioridades: democracia participativa; democratizar a comunicação; reforma tributária; controle popular do orçamento público; luta contra a precarização do trabalho, economia solidaria; interiorizar os direitos e políticas públicas; luta contra a concentração da terra e dos bens comuns; moradia como direito e conselhos para garanti-la; sistema universal de proteção social; prioridades que estão em diálogo. Para garantir essas prioridades se fazem necessários processos permanentes: plano de formação orgânica; diálogo permanente com os movimentos populares; conselhos participativos; campanhas da fraternidade; incidência política compartilhada. Prioridades que conduzam a um projeto popular que tem que ser multiplicado em vista da incidência. A 6ª Semana Social Brasileira mostrou seu apoio à Campanha da Fraternidade, “uma das maiores e mais antigas ações de pastoral de conjunto na Igreja”, denunciando como graves e absurdos os ataques que ela sofre, “feitos por pessoas e grupos que demonstram falta de respeito e comunhão eclesial”, e mostrando sua solidariedade a Dom Paulo Jackson, arcebispo de Olinda e Recife e 2º vice-presidente da CNBB que sofreu ataques difamatórios por causa da Campanha da Fraternidade, e ao Padre Júlio Lancellotti, “expressão emblemática da presença da Igreja junto aos pobres e marginalizados”. Segundo recolhe a Mensagem Final, a 6ª SSB tem insistido em reafirmar “a participação popular ativa e a democratização do Estado”, vinculadas à força dos movimentos e organizações populares, propondo a resistência “ao modelo imposto pelo capital e construindo um projeto popular para o Brasil que queremos e o bem viver dos povos”. Para isso, o desafio “fortalecer e incidir para criação de mecanismos e participação popular”, em vista das eleições e do Brasil acolher em 2024 e 2025 a reunião do G20 e a COP30. Tudo isso “para desenvolver o projeto popular para o Brasil, fruto da escuta e participação no processo da 6ª Semana Social Brasileira”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

6ª Semana Social Brasileira: Passar do Brasil que temos ao Brasil que queremos

O Mutirão Final da 6ª Semana Social Brasileira, que está sendo realizado em Brasília de 20 a 22 de março de 2024, com a participação de 150 representantes de todo Brasil, pretende ser um espaço que ajude a definir “o Brasil que queremos”. Para isso se faz necessário conhecer o Brasil que temos, um exercício realizado ao longo dos últimos quatro anos, que tem sido apresentado como elemento decisivo que ajuda na construção coletiva. O Mutirão Final recolhe o trabalho de “uma presença muito bonita da Igreja junto às periferias geográficas e existências que pedem nossa presença como Igreja”, segundo Dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo de Goiânia (GO) e vice-presidente primeiro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Cuidar da terra, teto e trabalho, seguindo o pedido do Papa Francisco, é “um cuidado pastoral da Igreja, por todos os seus membros, pelas pessoas que buscam os seus direitos”. O arcebispo enfatizou que “nós acreditamos que este grande trabalho da Semana Social Brasileira traz para nós ainda com mais clareza os caminhos que nós precisamos percorrer em nossas dioceses, em nossos regionais, para que como cristãos possamos dar a nossa parcela de contribuição para a construção de um Brasil em que a vida é respeitada em todos os níveis, em todos os sentidos”. Os eixos que marcaram a sistematização das propostas de incidência e ações foram a Terra/Território, Teto/Moradia e Trabalho. Com relação ao primeiro item, foi lembrada a histórica concentração fundiária e a monocultura extensiva, o agronegócio no Brasil, um país que segue apresentando um dos maiores índices de desigualdade, que faz aumentar o desmatamento, o uso de agrotóxicos, a exploração dos recursos hídricos. Diante disso, a Reforma Agrária poderia ser um fundamental programa para a superação da fome e das desigualdades. Isso porque os grandes latifúndios continuam sendo beneficiados, aumenta a violência no campo, os grandes projetos hidroelétricos e eólicos, a violência contra as mulheres, submissão aos interesses do capital internacional, mineração, garimpo ilegal. Para superar essa realidade, foram colocadas algumas propostas, dentre elas a formação sobre Direitos Humanos e incidência política, saber reconhecer os conflitos, reconhecimento das comunidades tradicionais, construir estratégias de proteção das comunidades, visibilizar as narrativas frente ao projeto desenvolvimentista, mesas de diálogo, lutar contra os agrotóxicos, os transgênicos e o latifúndio, defender a agroecologia e a agricultura familiar, educação contextualizada, incentivo da luta por direitos dos povos do campo, das águas e das florestas, dos territórios. A Invasão dos territórios tradicionais continua presente na realidade brasileira, explorando os recursos naturais, se perdem empregos, se dão remoções forçadas, faltam consultas livres e informadas. Diante disso, a proposta é um modelo de transição energética popular, apoiar aqueles que lutam frente aos crimes ambientais ou projetos de convivência com os biomas. Com relação ao Teto e Moradia, o Brasil é um país que concentra a população em determinadas regiões, onde as periferias são abandonadas, a população remoçada, com moradias precárias em áreas de risco, população de rua, sem políticas públicas e sem medidas de moradia pelo poder público, com contratos de aluguel abusivos, falta de saneamento básico e tratamento de lixo. Isso demanda articular políticas públicas voltadas para a população de rua, lutar pela aplicação efetiva e eficaz do Estatuto das Cidades, um Programa de financiamento específico para moradias populares. No âmbito do trabalho, foi denunciado a pressão sobre os trabalhadores; a desvalorização e precarização do trabalho, com altos índices de desemprego, especialmente entre os jovens, as mulheres e a população negra; o ataque brutal aos direitos e aos sistemas de proteção social; desigualdades salariais e de condições laborais com relação às mulheres; desemprego, perdas de direitos, baixos salários e fome; precarização do trabalho; informalidade; uberização. Para superar essas situações se faz necessário fomentar políticas nos vários âmbitos; formação sobre os direitos trabalhistas e empreendimentos coletivos, populares e solidários; promoção de cursos profissionalizantes; revogar as reformas trabalhista e previdenciária; fomentar a Economia Popular Solidária; promover o cooperativismo; incentivar a contratação dos egressos do sistema prisional pelos órgãos públicos; denunciar situações de trabalho escravo e infantil. Essas propostas foram refletidas e acrescentadas na discussão em grupos, aprofundando assim numa reflexão que ajude a fazer realidade “o Brasil que a gente quer”. Essa reflexão ajuda a encontrar os desafios com relação a teto, terra e trabalho, que tem a ver com a formação, a articulação, a tecnologia, a exploração, a falta de compromisso e preocupação pelo bem comum, dentre outros elementos. Um projeto popular não exclui ninguém, permite valorizar todos os seus elementos, é capaz de se adaptar às circunstâncias, segundo o padre Dário Bossi. O desafio é encontrar a estrutura fundante que nos permita ajudar a sustentar algo coletivo, destacou o assessor da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da CNBB. Um projeto em vista do bem comum, que contempla a sabedoria dos pequeninos, onde o Espírito habita, onde há a participação de todos, onde os pobres são sujeitos de uma revolução. Nesse projeto é importante o diagnóstico de sociedade, que no caso da sociedade brasileira está marcado pela concentração e a hierarquia, que tem como manifestações o extrativismo predatório, a colonialidade, o racismo e o patriarcado. É importante construir o projeto desde os verdadeiros protagonistas; a partir dos territórios, mediante ações multiescalares; a través de um diálogo entre Igreja, pastorais sociais e movimentos populares; um projeto que acredita na democracia participativa e multilateralismo a partir de baixo; um projeto que nasce da escuta e promove a formação permanente e em controle social; um projeto que seja expressão de uma Igreja samaritana, concluiu o padre Bossi. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Ir ao encontro das necessidades dos descartados é uma necessidade para quem diz ter fé

Acreditamos num Deus encarnado, que se faz gente, que faz opção preferencial pelos pobres, por aqueles que a sociedade descarta, por aqueles que não contam. Diante duma sociedade que nega os direitos fundamentais a boa parte da população, temos que nos questionar o que estamos dispostos fazer, também como homens e mulheres de fé. Lutar por direitos, lutar por terra, teto e trabalho, um chamado do Papa Francisco, assumido pela 6ª Semana Social Brasileira, que está realizando de 20 a 22 de março em Brasília seu Mutirão Nacional, tem que ser uma preocupação, uma situação diante da qual não podemos virar a cara, não podemos olhar para o outro lado. Na medida em que o compromisso é comum, os frutos são mais abundantes. Diante do empenho de se fechar dentro dos templos, de ignorar os problemas que fazem parte da vida do povo, a Igreja nos oferece instrumentos que nos ajudam a tomarmos consciência de nos encarnarmos na realidade. A Campanha da Fraternidade é um claro exemplo, procurando ano após ano fazer realidade uma Igreja em saída, que vai ao encontro de problemáticas que precisam ser refletidas, enfrentadas, combatidas, superadas. Quem se posiciona contra essas tentativas deve refletir sobre sua fé no Deus encarnado, que não podemos esquecer é fundamento do Deus cristão. Um Deus que em Jesus Cristo se faz companheiro de caminho e que nos desafia a acompanhar a caminhada daqueles que mais sofrem, daqueles que são privados dos direitos fundamentais, uma atitude sempre presente na vida de Jesus, aqueles de quem nos dizemos discípulos e discípulas. Somos chamados, segundo o Papa Francisco disse aos participantes do Encontro Nacional da 6ª Semana Social Brasileira, a um compromisso que nos leve a “derrubar os muros do descarte e da indiferença, acompanhando os mais pobres e carentes dos direitos básicos em sua luta por terra, moradia e trabalho”. Um argumento mais do que válido para ir além daquilo que acontece dentro do templo, para não ficarmos numa Igreja de sacristia. O cristianismo se concretiza quando nos comprometemos em vista de uma nova economia, quando fomentamos os valores democráticos que permitam fazer realidade uma sociedade onde todos e todas têm voz e vez, onde as decisões são tomadas com a verdadeira participação popular”. Sejamos gente que em seu compromisso vai ao encontro dos outros, pessoas que não ficam indiferentes, que abrem os olhos para enxergar Jesus naqueles que são vítimas das injustiças sociais. Um compromisso a ser assumido por todos aqueles que se dizem gente, ainda mais por quem diz ter fé no Deus que em Jesus Cristo se faz carne. Nisso também temos que nos converter, pessoalmente e como Igreja, e a Quaresma é uma boa oportunidade para avançar nesse caminho de conversão. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Mutirão Nacional da 6ª SSB: Compromisso “que acabe com o descarte das pessoas”

150 representantes dos regionais, pastorais, movimentos sociais, estão reunidos em Brasília de 20 a 22 de março de 2024 para o Encontro Nacional da 6ª Semana Social Brasileira, um momento para “continuarmos este mutirão pela vida, por terra, teto e trabalho”, segundo Dom Valdeci Santos Mendes, presidente da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por “democracia, soberania e economia”. Um Mutirão que recolhe os frutos dos mais de 200 mutirões no Brasil todo, construindo a partir das experiencias com tantos irmãos e irmãs. “Grande mutirão que nos fortalece em vista do Brasil que queremos e o bem viver dos povos”, segundo o bispo de Brejo, que ressaltou que “os povos nos ensinam o caminho do bem viver”, chamando a um compromisso com a vida humana, a criação, a inclusão, “que acabe com o  descarte das pessoas”, a quem “precisamos dar-lhes uma resposta”, a impulsionar a  solidariedade de caridade política, em palavras de Dom Pedro Casaldáliga, que promove a política que transforma e inclui, que promove a vida e a justiça, uma caridade que transforma a realidade e nos compromete com os empobrecidos, fortalecermos a vida dos povos, insistiu o bispo. Diante de tantas realidades presentes no Brasil, disse que “precisamos promover a vida e a vida com dignidade”. Um trabalho das pastorais sociais da Igreja católica reconhecido pelo governo brasileiro, segundo disse Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, que disse ter participado de diversas pastorais e movimentos na Igreja. Ele denunciou que um dos maiores produtores de alimentos do mundo, não tem como justificar a fome e pobreza. Diante disso fez um chamado a de mãos dadas ajudar a tirar o Brasil do Mapa da Fome, a realizar um caminho para trabalhar juntos, a dar a mão às pessoas para poder sair da pobreza. No encontro se faz presente o padre Avelino Chico SJ, representante do Dicastério do Desenvolvimento Humano e Integral do Vaticano, que trouxe a saudação do Dicastério presidido pelo Cardeal Czerny e fez a leitura de uma carta enviada pelo Papa Francisco, que reconhece a Semana Social Brasileira como um “caminho para uma ‘Igreja em Saída’, comprometida em derrubar os muros do descarte e da indiferença, acompanhando os mais pobres e carentes dos direitos básicos em sua luta por terra, moradia e trabalho”, destacando a importância de uma nova economia e de “ver naqueles que são forçados a viver na miséria pelas injustiças sociais o rosto de Jesus que nos instiga a não permanecermos indiferentes”. Desde o início a 6ª Semana Social Brasileira insistiu no foco e na metodologia como elementos em que não podia errar, segundo frei Olavo Dotto, chamando a fazer memória do caminho percorrido e realizar um diagnóstico que permita construir juntos, sonhar o Brasil que nós queremos. O assessor da Comissão Episcopal para Ação Sociotransformadora da CNBB insistiu em ver a Semana Social não como eventos e sim como processo, um caminho que deve nos ajudar a fortalecer a ação das pastorais sociais e os diversos organismos em vista de transformar as estruturas da sociedade. José Ricardo, representante do MST afirmou que “é tempo de combater fome com pão, violência com afeto, exploração com revolução”. Daí a importância do Mutirão e de tudo o que ele representa, um chamado a participar da ação, pisar no barro e sentir com o povo, uma expressão da nossa solidariedade, um semear os princípios da nossa humanidade. Ele relatou diversos elementos e situações que não cabem no Brasil que queremos, insistindo em que todos somos sujeitos de direitos. O Secretário Nacional da Economia Popular Solidária, do Ministério do Trabalho, Gilberto Carvalho destacou a importância do trabalho realizado pelas pastorais sociais dentro do atual momento que o Brasil vive, um país onde grande parte da militância popular surgiu da Igreja católica, carregando um método que trouxe uma riqueza imensa. A articulação dessas pastorais sociais tem sido de grande importância diante das dificuldades, especialmente no tempo da pandemia da COVID-19, destacou Cátia Cardoso, assessora da Cáritas Brasileira no Regional Nordeste 3 da CNBB. Diante disso, a 6ª Semana Social Brasileira quer ser uma mobilização estrutural, destacou sua secretária executiva, Alessandra Miranda, que num país historicamente marcado pela escravidão, a discriminação e desigualdade, disse ter descoberto resistência popular nos mutirões realizados neste processo. Para dar passos se faz necessário analisar a realidade, buscando encontrar um retrato que leve em conta acontecimentos, cenários e relações das forças políticas e das estruturas. Desde diferentes perspectivas José Antônio Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômico e da plataforma dos movimentos sociais pela reforma do sistema político, Rud Rafael, coordenação nacional do MTST e integrante da Frente Povo Sem Medo, e Sandra Quintela, da coordenação da rede Jubileu Sul, foram elencando alguns elementos presentes na sociedade brasileira e global, como o avance da extrema direita, o aumento das guerras, a xenofobia, a concentração da riqueza. Sinais de uma democracia insuficiente, que mostra a necessidade de lutar pela democracia que é promovida pelo Mutirão. Um Mutirão que segundo Dom Jaime Spengler deve nos levar a “encontrar indicações viáveis para que todos, todos, todos, como diz o Papa, possam ter acesso digno ao trabalho, ao necessário teto, para uma convivência sadia, e à terra que nos acolhe”. Diante dos desafios do tempo atual, o presidente da CNBB fez um chamado a “caminharmos sempre mais em comunhão, participando da realidade dos nossos povos e ao mesmo tempo abertos à missão evangelizadora, razão de ser da Igreja”. O Bem Viver dos Povos se concretiza na resistência do Povo de Deus, nascida de experiências concretas. Um Bem Viver presente nos povos originários, mas também na Bíblia, o que nos leva a nos questionarmos sobre o retrato de Bem Viver, desafiados a pensar a partir de nossos lugares e de nossa experiência de fé, segundo o teólogo Hudson Rodrigues. Resistências que se concretizam na ação com mulheres em busca da reparação das dívidas sociais, que acontece em Manaus (AM), segundo relatou a educadora popular Marcela…
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