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Jubileu do Povos Originários: Cardeal Steiner convida a converter as relações

Jubileu do Povos Originários: Cardeal Steiner convida a converter as relações

Na manhã deste domingo (5), o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, participou do Jubileu dos Povos Originários. O evento reuniu lideranças e entidades indígenas no Parque do Mindú, espaço simbólico de biodiversidade e ancestralidade. O objetivo era celebrar a resistência, a cultura e a espiritualidade dos povos em comunhão com o Jubileu da Esperança.

Ao saudar os presentes, o cardeal ressaltou que “estamos aqui reunidos na busca de celebrarmos ou participarmos do ano santo da redenção, o ano da esperança”. Por isso, ele recorda a quantidade de “elementos importantes da nossa vida” e “elementos culturais” que foram apresentados. Mas destaca, especialmente, o elemento “das nossas relações mais próximas” como fundamento do júbilo.

“Nós que vivemos da Terra, com a Terra, que participamos da vida da Terra. E ao celebrarmos o Jubileu, nós estamos lembrando que Jesus nos redimiu, Jesus nos salvou”, disse o arcebispo.

Recordar a dignidade de todas as criaturas

Essa perspectiva da salvação é apresentada no Evangelho de São Marcos, onde Jesus “envia os apóstolos e diz: anunciar isso a todas as criaturas”. Dessa maneira, o cardeal explica que “todas as criaturas participam da Salvação, todas as criaturas participam da Redenção, nenhuma criatura ficou de fora”. Por causa disso, a forma de relacionamento dos povos indígenas com a natureza expressa a dignidade de toda a Criação.

“Quando nós temos, como povos indígenas, uma relação toda especial com o Meio Ambiente, com todas as criaturas, nós estamos recordando a dignidade de cada criatura, que cada criatura tem, porque participa da vida de Jesus, participa da vida de Jesus que ressuscitou por nós, participa da vida nova”, disse o arcebispo.

Converter as relações

Cardeal Steiner pediu aos povos indígenas que “nós ajudem a serem esse sinal de esperança”, já que, ao participar do ano santo, “nós somos guiados pela esperança” de que “haja uma outra relação com o Meio Ambiente”. E essa esperança recai sobre a necessidade de que “o nosso mundo se converta, a esperança de que a sociedade branca se converta”. E assim, “nós possamos realmente nos relacionar com as criaturas, não para dominar e destruir, para ganhar dinheiro, mas podermos viver juntos na Casa Comum”.

O arcebispo de Manaus trouxe à memória o empenho que a Igreja no Brasil assume em torno da temática ambiental. Essa importância se destaca em muitas atividades realizadas, mas especialmente nas Campanhas da Fraternidade. Mas mesmo com esse esforço, segundo o cardeal, “parece que a sociedade está surda. Parece que os corações estão fechados e não percebem como todas as criaturas, são importantes para podermos viver, conviver”.

Assim, cardeal Steiner reforça que celebrar o ano santo é dizer “ainda estamos buscando a salvação”. E mesmo com a destruição do meio ambiente existente, permanece a palavra que diz “não, ainda existe salvação” porque “nós acreditamos na necessidade de uma conversão”.  Ao final, motivou os participantes para que a celebração vivida seja um ânimo e possam permanecer como presença de esperança, de salvação e de harmonia.

“Nós vivemos como irmãos e irmãs, nós usamos uma expressão tão bonita e significativa dizendo, somos parentes. Que nós todos possamos nos sentir parentes, irmãos e irmãs, mas também, como dizia São Francisco de Assis, irmão e irmã de todas as criaturas. Que Deus nos ajude e que vocês nos ajudem a sermos cada vez mais motivo de esperança, motivo de transformação e não de destruição”, finalizou o cardeal.

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