Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Blog

Dom Rafael Cob pede a Deus “a força e a sabedoria para defender os direitos destas terras amazónicas”

  A situação que a região Pan-Amazónica está vivendo como consequência da segunda onda da Covid-19 na região, provocou o posicionamento de diferentes organizações: Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazónica – COICA, Fórum Social Pan-Amazónico – FOSPA, Rede Eclesial Pan-Amazónica – REPAM, e a Assembleia Mundial pela Amazônia. Juntos organizaram o evento “O Grito da Floresta: Vozes da Amazónia“, que reúne virtualmente, os dias 26 e 27 de fevereiro participantes de diferentes países da região, bem como de outros países do mundo. No seu discurso, o vice-presidente da REPAM pediu a Deus “que nos desse a força e sabedoria para defender os direitos destas terras amazónicas“. Dom Rafael Cob, que afirmou que “sabemos que cada um de nós não pode fazê-lo sozinho”, sublinhou que “unidos alcançaremos os objetivos que propomos para criar uma fraternidade onde todos nos sentimos irmãos, onde Deus Criador, que nos deu este maravilhoso Planeta, sabe como cuidar dele, como defendê-lo e como amá-lo”. O bispo do Vicariato de Puyo, na Amazónia equatoriana, recordou o que foi dito no Sínodo Amazónico, onde ele foi padre sinodal. Aí afirmou-se que “a Igreja quer ser aliada dos povos amazónicos, acompanhá-los e também estar com eles na defesa dos direitos da nossa natureza e dos povos que vivem na Amazónia”. O bispo pediu “que o Senhor possa continuar a abençoar-nos e a dar-nos a sua força e que todos nós, unidos também ao Papa Francisco, que nos ilumina com a sua palavra e o seu exemplo, possamos deixar pegadas para que aqueles que vierem depois de nós possam verdadeiramente construir um mundo melhor, um mundo onde reine a paz, onde reine a justiça, onde se faça progresso global com aquela ecologia integral de que o nosso planeta precisa hoje”. Dom Rafael Cob concluiu o seu discurso dizendo “que Deus Pai, Criador deste universo e das nossas vidas, continue a ajudar-nos com o sopro do seu poder e que cada um de nós viva essa comunhão e essa harmonia que Deus Criador nos deu para vivermos como povos fraternos“. O evento foi um momento para “exigir que a humanidade ouça a nossa voz”, segundo José Gregório Díaz Mirabal. O coordenador da COICA pediu que, face à crise estrutural que o planeta atravessa, “nos ajudem a exigir os direitos da natureza, dos povos“. Nas suas palavras denunciou as invasões que os territórios dos povos originários e comunidades tradicionais estão sofrendo e exigiu soluções para a crise de saúde que a Amazónia está atravessando neste momento. Estas palavras foram endossadas por German Niño, que disse que “sentimos o nosso apelo a preservar a vida natural e as diversas culturas da Amazónia“. O representante do FOSPA insistiu que “o bater do coração da Amazónia é o bater do coração da civilização atual”, apelando para “poder falar de forma integral na diversidade“. Niño apelou ao mundo para “abrir os seus ouvidos, olhos e portas para poder sentir a importância deste processo”. Na sua opinião, “a Amazónia tem que ser defendida em todo o planeta, deve deixar de ser vista como um reservatório de matérias-primas para o mundo”. No encontro virtual, foram apresentadas diferentes realidades, tais como o trabalho que a REPAM tem vindo realizando no monitoramento dos casos e mortes como consequência do Covid-19 na Pan-Amazónia há quase um ano, apesar das dificuldades encontradas nos organismos públicos, que nem sempre são claros nas suas informações. Também o trabalho que a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB tem feito no mesmo sentido, denunciando a grave realidade que se vive no país com mais casos e mortes na região. A pandemia também demonstrou a falta de infraestruturas na Amazónia, os conflitos e ameaças, que não pararam na pandemia, algo que se manifesta em diferentes realidades que ameaçam a vida na região. De fato, o tratamento da pandemia em alguns países da região, especialmente no Brasil, pode ser considerado um genocídio, como afirmou o cientista Antônio Nóbrega, que denunciou “a falta de humanidade e perversidade na situação atual“. Muitas pessoas começam a perceber a realidade, disse ele, defendendo a necessidade de estudar com os sábios indígenas, reconhecendo a importância da sua sabedoria milenar. Diferentes líderes indígenas mostraram a realidade que se vive na Amazónia, denunciando o impacto do agronegócio e dos incêndios, estradas, petróleo, infraestruturas, barragens, hidroelétricas, algo que afeta especialmente os povos em isolamento voluntário, e que está custando a vida de muitas pessoas, incluindo defensores e defensoras dos direitos humanos, cada vez mais ameaçados numa região onde os efeitos das mudanças climáticas estão a levá-la a um ponto sem retorno. Diferentes elementos e situações que foram recolhidos num manifesto que o coordenador geral da COICA deu a conhecer. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Destruir a criação de Deus é destruir-nos a nós mesmos

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  26 DE FEVEREIRO: Sexta-feira da 1ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Mas vós andais dizendo: ‘A conduta do Senhor não é correta`.Ouvi, vós da casa de Israel: É a minha conduta que não é correta, ou antes é a vossa conduta que não é correta? Quando um justo se desvia da justiça, pratica o mal e morre, é por causa do mal praticado que ele morre. Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida. Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá; não morrerá. (Ez 18,25-28) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Citando o Patriarca Bartolomeu, o Papa Franscisco nos convoca a fazermos nosso exame de consciência, arrependendo-nos do modo como maltratamos o planeta, promovendo danos ecológicos que desfiguram e destroem o ambiente. Somos convidados a reconhecer os nossos pecados contra a criação, por que “quando os seres humanos destroem a biodiversidade na criação de Deus; quando os seres humanos comprometem a integridade da terra e contribuem para a mudança climática, desnudando a terra das suas florestas naturais ou destruindo as suas zonas úmidas; quando os seres humanos contaminam as águas, o solo, o ar… tudo isso é pecado […] um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus” (LS 8).   Nesse tempo de preparação para a Páscoa – passagem para uma vida nova em Cristo – pensemos no que já fizemos e no que podemos ainda fazer para que a justiça do Reino de Deus prevaleça e a nossa casa comum tenha vida em abundância. AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA “Ouvir a Amazônia, no espírito do discípulo e à luz da Palavra de Deus e da Tradição, leva-nos a uma profunda conversão de nossos esquemas e estruturas a Cristo e seu Evangelho” (Documento Final do Sínodo para a Amazônia, 5) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Três missionários chegam em São Gabriel da Cachoeira, mais um fruto do Sínodo da Amazônia

  O Sínodo para Amazônia ajudou a tomar consciência da necessidade do trabalho missionário na região amazônica. O Papa Francisco lançou um forte apelo nesse sentido, algo que aos poucos vai dando frutos. Na última quarta-feira, 24 de fevereiro, chegavam em São Gabriel da Cachoeira – AM, três padres que trabalharão como missionários na diocese mais indígena do Brasil, num lugar bem recôndito, onde as distâncias dificultam a vida do dia a dia e a missão da Igreja. Eles têm sido recebidos pela diocese “de braços e corações abertos”, segundo seu bispo. Dom Edson Damian destaca que “é interessante ver como Deus foi agindo na vida de cada um deles”, de Alair Alexandre da Silva, padre do clero da Arquidiocese de Vitória – ES, de Lucio André Pereira, padre da Diocese de Registro – SP, e o padre Luís Carlos Araújo Moraes, Missionário do Sagrado Coração, congregação que está presente na Diocese de São Gabriel da Cachoeira desde há 23 anos. Os três chegam com sus motivações e tem criado suas expectativas. Todos eles sentiram esse chamado missionário há tempo, alguns desde o seminário, como afirma o padre Alair. Ele conhecia a Amazônia em suas visitas na Prelazia de Labrea, Igreja irmã da Arquidiocese de Vitória. Sua chegada em São Gabriel da Cachoeira, “um lugar onde eu nunca estive, um lugar onde eu não conhecia, nunca tinha passado pela minha cabeça poder estar ao serviço desta Igreja”, foi fruto de uma sugestão do Arcebispo de Vitória, dom Dario Campos, quem já conhecia São Gabriel. O padre Alair, que recebeu o convite do arcebispo como uma notícia que “caiu no coração com uma grande alegria”, chega com vontade de “conhecer as comunidades ribeirinhas, conhecer os povos indígenas, e aprender com todo esse povo, aprender a viver a vida de uma outra forma, aprender a viver a fé de uma outra forma, junto a esse povo”. Ele diz chegar, “não para trazer conhecimento, porque não é essa pretensão, mas aprender com todo esse povo”, e assim “poder crescer no meu ministério servindo ao povo mais simples, ao povo mais pobre, uma Igreja voltada para a missão, uma Igreja onde se preocupa realmente com aqueles que mais necessitam”. Ele, que vem de uma realidade e uma Igreja completamente diferente, insiste em seu propósito de “aprender cada vez mais e estar, como diz o Papa Francisco, entre os mais simples, entre os mais pobres, buscando viver a simplicidade, buscando viver com humildade, ao serviço de Deus e também desse povo nosso tão querido, mas também tão sofrido ao longo deste país, pelos desmandos dos governos que não se preocupam tanto com quem deveriam se preocupar”. Para sua nova missão, o padre Alair pede “que Deus possa nos ajudar, nos fortalecer, para poder continuar nesta caminhada, e assim prestarmos serviço a Deus e a esta Igreja aqui às margens do Rio Negro”. Como parte do Projeto Igrejas Irmãs entre os Regionais Sul 1 e Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, que já completou 25 anos, chega o padre Lucio André Pereira, que diz ter sido motivado pelo Sínodo da Amazônia e o convite do Papa Francisco de padres que tenham um coração despojado para a missão, para ajudar à Igreja da Amazônia. É por isso, que ele se coloca “ao serviço da Igreja de São Gabriel em tudo aquilo que ela precisar, ir ao encontro do povo, sentir a alegria, mas também sentir junto a tristeza”. O padre da Diocese de Registro tem a expectativa de “poder se alimentar da fé deste povo e junto deles alimentar esta fé”. Ele lembra de suas palavras na missa de envio, onde ele disse que “eu trabalhei de garçom, trabalhei de servente de pedreiro, trabalhei ajudando meu pai a puxar o calão da rede, na pesca, na praia”. A partir desses trabalhos, surgem suas expectativas, “ser um padre garçom que sirva a mesa do Evangelho, que sirva a mesa das pessoas como Cristo Ressuscitado, Vivo, que fortalece a vida. Também ser o servente de pedreiro que vai enchendo e mantendo a caixa de massa cheia para que o tijolinho da esperança, da alegria, seja sempre assentado. E aquele que vem para ajudar a puxar o calão da rede, junto com Dom Edson, junto com os padres missionários e missionárias, que aqui já estão. Minha expectativa é realmente se colocar ao serviço desta Igreja”. As motivações do padre Luís Carlos Araújo Moraes, MSC, tem a ver com o carisma da sua congregação, que lhe chama a “de alguma forma poder contribuir a partir daquilo que reza o meu carisma, que é o carisma da misericórdia, da compaixão, da acolhida, da escuta, do respeito, pelas pessoas, pelas realidades, pelas culturas”. O religioso, que diz ser a primeira vez que vai trabalhar numa realidade tão específica, São Gabriel da Cachoeira é tido como o município mais indígena do Brasil, vê isso como “uma riqueza muito grande”, afirmando “poder me orgulhar nesta realidade que, por outro lado me leva a mergulhar nas minhas origens indígenas, no meu ser brasileiro”. Ele, que também se diz tocado pelo pedido do Papa Francisco para uma maior sensibilidade com os povos amazônicos, também quer, a partir daquilo que ele é, com suas riquezas e limites, “ser esse coração de Deus para as pessoas, na proximidade, na escuta, no serviço gratuito”. Movido pelo Evangelho, do qual quer ser expressão, o religioso quer “poder aprender, soltar a minha experiência anterior para abrir a minha mente, o meu coração para aprender algo novo, para beber dessa fonte que aqui está”, uma fonte desconhecida que espera o ajude a poder crescer, a poder olhar um horizonte novo, se sentido diante de “uma folha em branco para escrever uma nova história, um novo momento, com as pessoas deste lugar”. Ao falar sobre as expectativas, ele espera ser um “com todas as pessoas que de alguma maneira entregam as suas vidas a serviço desta diocese”. O missionário espera poder “ser mais um para somar, entrar nessa…
Leia mais

Vacinar-se não é uma opção, é um ato de amor à vida

A vacina contra a Covid-19 tem se tornado tema de conversa nas últimas semanas. Ser vacinado é aspiração de muitos, mas também é motivo de briga e enfrentamento, uma atitude cada vez mais presente na sociedade mundial e brasileira, onde tem gente que parece que acorda só para brigar e espalhar negatividade. No último domingo, nosso arcebispo, Dom Leonardo Steiner, no final da missa celebrada na Catedral de Manaus, dizia que “a vacina é o único meio que nós temos de superar esse momento pandémico, a vacina é a única saída”. Só assim vamos poder superar as graves consequências que a pandemia está provocando no Amazonas, sobretudo em Manaus. Os números oficiais nos dizem que já são mais de 309 mil contagiados no Estado do Amazonas, que a morte tem se instalado como uma realidade próxima da vida do povo. No Amazonas, até 23 de fevereiro, faleceram 10.573 pessoas vítimas da Covid-19, delas 7.479 em Manaus. A situação mais grave está sendo vivenciada em 2021, com a segunda onda da doença, que tirou a vida de 5.288 amazonenses e 4.099 manauaras, em menos de dois meses. São números assustadores, porque a morte do povo sempre é algo que mexe com a gente. Quando não é assim, quando tem gente que diz que é isso mesmo, que não tem outro jeito, é porque estamos diante de gente sem empatia, sem sentimento, diante de gente que não é gente. É aí que a gente tem que dizer que vacinar-se não é uma opção, é um ato de amor à vida. Isso se você é gente, isso se você se preocupa com a vida, se dá valor àquilo que deve ser mais apreciado pelo ser humano, a vida própria e a vida dos outros. Somos desafiados a cobrar do poder público um processo de vacinação rápido e para todos, algo que não está acontecendo, pois a cada dia muda a conversa, mais uma prova de que a gente está nas mãos de gente sem capacidade de se organizar para cuidar da vida do povo. Mas também somos desafiados a cobrar daqueles que não querem receber a vacina, para que eles assumam a necessidade de ser vacinados. As vezes são pessoas próximas, inclusive pessoas com que a gente convive. Faze-los ver que a vacina não é uma opção, que ela é uma obrigação para quem se diz cidadão. Numa sociedade onde as fake news tomaram conta da vida do povo, onde tem gente que acredita mais em conversa de WhatsApp do que em posicionamento de cientistas que passaram anos estudando, nós somos desafiados a nos posicionarmos e deixar claro qual dever ser o caminho a seguir. E o caminho a seguir é claro: “vamos cuidar, vamos colaborar, mas na primeira oportunidade que cada um, cada uma tiver, deixe-se vacinar, procure vacinar”, que nos dizia Dom Leonardo no último domingo. A gente não pode se confiar, a situação ainda é grave. Se a segunda onda chegou em Manaus e teve consequências tão graves foi pela falta de cuidado do poder público e da população. Agora a gente tem mais uma arma para vencer a guerra contra a Covid-19. A vacina, na medida em que seja tomada por todos, vai se tornar caminho para superar um cenário de doença e de morte. Não podemos olhar para o outro lado, não podemos pensar que isso não é com a gente. Mais uma vez, podemos dizer que o caminho a seguir é claro, vacinar-se não é uma opção, é um ato de amor à vida. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 – Editorial Rádio Rio Mar

Prelazia de Itacoatiara realiza formação sobre a CFE, “um presente de Deus para a Igreja do Brasil”

  A Prelazia de Itacoatiara organizava nesta quarta-feira, 24 de fevereiro, um encontro formativo sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 (pode assistir aqui a live), que tem como tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”. A assessoria foi realizada por Marilza Schuina, padre Zenildo Lima e Dom José Albuquerque. Ao apresentar o ver, Marilza Schuina afirmava que “a diferença, ela não pode nos impedir de conversar”, um elemento importante na hora de abordar o diálogo, que deve ser desenvolvido com as pessoas e as instituições. Ela analisava aquilo que a gente vê pelo caminho, aquilo que a gente conversa, tendo em conta que a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021, marcada pela pandemia, tem como elo condutor o caminho dos discípulos de Emaús. A partir dai se faz necessário procurar saídas, encaminhamentos, que sejam coerentes com a Boa Nova do Evangelho. O Brasil vive uma crise do Estado-nação, uma crise da democracia, um acirramento do ódio e um aumento das violências, que se faz presente de diferentes formas e tem aumentado na pandemia. O estado brasileiro está cada vez dominado pelo mercado, produzindo separação entre as pessoas, o que leva a questionar como falar de fraternidade. Isso demanda respostas que ajudem a evitar que as pessoas sejam descartadas para a manutenção de um poder segregador. Nessa conjuntura, Marilza Schuina se questionava onde estão as igrejas nesse contexto e o que cada um pode fazer, buscando construir pontes e não muros, estabelecer redes, ajudar a repensar o humano. No julgar, o padre Zenildo Lima começava se questionando sobre o que nos impacta. Segundo ele, a conversa muda, como aconteceu com os discípulos de Emaús, quando Jesus nos ajuda a reinterpretar, a fazer memória, sabendo que ele não suscita inimizades e perseguições, impulsiona a uma nova vida, não julga mais transforma, inaugura novas relações. Em suas palavras, o reitor do Seminário São José de Manaus, analisava as primeiras comunidades cristãs desde o contexto da comunidade de Éfeso, que vivia situações conflitivas, mas que na carta a eles escrita por Paulo se propõe a unidade a partir da centralidade da pessoa de Jesus. Nesse contexto, a paz é alcançada “quando estas situações de negação da vida, elas forem transformadas em plenitude de vida para cada homem e para cada mulher”. Desde a carta ao Efésios, o padre Zenildo refletia sobre o conceito de universalidade, entendido como uma unidade que consegue concentrar em se a diversidade. Desde aí se parte para uma nova humanidade, vista no Texto Base como ação do Espírito de Deus, que “nos ajuda a tirar a poeira ou a rigidez das nossas estruturas institucionais”. Ele refletia sobre alguns elementos que considera importantes, como é a consciência que todos somos filhos, os elementos da identidade cristã, dentre os quais destaca o diálogo, insistindo em que as atitudes de intolerância, elas não estão enraizadas naquilo que é fundamental de uma experiência religiosa. Finalmente, Dom José Albuquerque começava dizendo que “a Campanha da Fraternidade para a Igreja é uma benção, é uma realidade que já está consolidada”, insistindo em que “a Campanha da Fraternidade é uma ação do Espírito, um presente de Deus para a Igreja do Brasil”. Não podemos esquecer que já são quase 60 anos de caminhada. Na terceira parada do caminho, no agir, ele enfatizava a importância da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021, que já é a quinta. Segundo o bispo auxiliar de Manaus, nas famílias brasileiras se fazem presentes diferentes experiências cristãs. No campo do ecumenismo somos chamados a evitar uma discussão que é fundada em preconceitos, em distorções, segundo Dom José, que destacava a importância do diálogo, tema da campanha de 2021. O desafio é ter um relacionamento mais fraterno entre as diferentes Igrejas, afirmava o bispo auxiliar de Manaus, dando um testemunho de amor, “porque não existe maior escândalo do que a divisão entre nós, entre os cristãos”. Segundo Dom José, a terceira parada do Texto Base, “ela nos aponta para as boas práticas que existem”, algo que não está muito implantado na Região Norte do Brasil. Nesse sentido, ele pedia que “o amor aos mais pobres, de fato nos uma mais”, que se procurem encontros que visem o bem da sociedade. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1   

Não deixemos ser destruída a nossa casa comum, obra da criação de Deus

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  25 DE FEVEREIRO: Quinta-feira da 1ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Perante os vossos anjos vou cantar-vos e ante o vosso templo vou prostrar-me. Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, porque fizestes muito mais que prometestes; naquele dia em que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma.   Estendereis o vosso braço em meu auxílio e havereis de me salvar com vossa destra. Completai em mim a obra começada; ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Eu vos peço: não deixeis inacabada esta obra que fizeram vossas mãos! (Sl 137, 1-3.7c-8) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Contemplando o mundo criado por Deus – a nossa casa comum – não podemos deixar de louvar e agradecer pela beleza da criação, como faziam as primeiras comunidades cristãs: “Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos!” (Ap 15, 3). Contudo, muitas vezes, em muitas épocas e em diferentes lugares, o ser humano não soube e não sabe ainda respeitar a Criação divina, mas quer simplesmente explorar seus recursos e, finalmente, destruí-la. Junto a isso, está a exploração e destruição da própria dignidade e da pessoa humana, como vemos acontecer na Amazônia em relação aos povos indígenas, às comunidades tradicionais, que sofrem um verdadeiro genocídio e etnocídio. Diante desse quadro, pedimos ao Senhor que não deixe ficar inacabada a obra de suas mãos, como reza o salmista, nem tão pouco ser destruída, pois sabemos que “se Deus pôde criar o universo a partir do nada, também pode intervir neste mundo e vencer qualquer forma de mal.” (LS 74). Que neste tempo de Quaresma, que prefigura a vitória de Cristo sobre a morte e o mal, possamos fortalecer a nossa esperança cristã de que “o destino da criação inteira passa pelo mistério de Cristo, que nela está presente desde a origem” (LS 99), pois afinal “todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele” (Cl 1, 16). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA “Deus criou o mundo, inscrevendo nele uma ordem e um dinamismo que o ser humano não tem o direito de ignorar” (Laudato Si’, 221) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Os sinais de Deus em nossa casa comum

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  24 DE FEVEREIRO: Quarta-feira da 1ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Naquele tempo: Quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: ‘Esta geração é uma geração má.Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas.Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas. (Lc 11,29-32) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Como no tempo de Jesus, muitas pessoas ainda hoje vivem uma religião baseada na busca de sinais espetaculares, curas milagrosas e poderes extraordinários para acreditar que Deus está em nosso meio, quando na verdade bastaria contemplar a natureza para ter a certeza da sua presença. Afinal, “todo o universo material é uma linguagem do amor de Deus, do seu carinho sem medida por nós. O solo, a água, as montanhas: tudo é carícia de Deus. A história da própria amizade com Deus desenrola-se sempre num espaço geográfico que se torna um sinal muito pessoal” (LS 84).  Por isso é que o Papa Francisco nos ensina que “não fugimos do mundo, nem negamos a natureza, quando queremos encontrar-nos com Deus” (LS 235), mas fazemos justamente o contrário, procurando e encontrando a Deus em todas as suas criaturas, nessa casa comum onde tudo está interligado. Ser conscientes disso nos faz ser mais gratos pelo dom da vida e da Criação, mas também mais comprometidos com a defesa da mesma, sobretudo onde ela estiver sendo mais ameaçada, como acontece em tantas partes da Amazônia. AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA “O Sínodo para a Amazônia se transforma assim em um sinal de esperança para o povo amazônico e para a humanidade inteira. Trata-se de uma grande oportunidade para que a Igreja possa descobrir a presença encarnada e ativa de Deus”.  (Instrumentum laboris, 33) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Ir. Maria Inês Ribeiro: “É um avanço o Papa Francisco querer colocar cada vez mais, mulheres no serviço da Igreja”

O Papa Francisco nomeou a presidenta da Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB, consultora da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica, por cinco anos. Junto com a irmã Maria Inês Vieira Ribeiro foi nomeada a irmã Márian Ambrósio, presidenta da CRB entre os anos de 2007 e 2013. Segundo a irmã Maria Inês, o novo serviço “representa, acima de tudo, um gesto de confiança de Deus, do Papa Francisco, pela Vida Consagrada”. Ela, que é presidenta da CRB desde 2016, diz que “é uma continuidade daquilo que venho já realizando como consagrada, como responsável pela nossa Conferência”. Irmã Maria Inês Vieira Ribeiro, que faz parte da Congregação das Mensageiras do Amor Divino, pretende mostrar o que ela tem descoberto na realidade brasileira. Segundo ela, trata-se “de uma Igreja servidora, de uma Igreja sinodal, de uma Igreja aberta para os pobres, uma Vida Consagrada que estamos insistindo cada vez mais para o compromisso de fidelidade ao Evangelho e ao carisma de cada Instituto”. A religiosa vê o desafio de caminhar juntos, da tolerância e do respeito. Nas suas palavras, ela destaca que o Papa Francisco “desejou fazer um colégio de consultores numa paridade, que seja o mesmo número de homens e mulheres, para que possamos dar o nosso contributo”, algo que para a irmã “tem um significado muito forte, porque nós temos diferenças, a psicologia feminina é diferente da psicologia masculina, e nós temos que encaminhar isso com igualdade”. Segundo a presidenta da CRB, onde a vida “está mais sofrida e ameaçada, é o nosso lugar”. Junto com isso, insiste na necessidade de a Igreja escutar o laicato e a vida religiosa feminina, algo que ela vê estar sendo feito pelo Papa Francisco, que “está vendo que a Igreja não pode caminhar só com as pernas masculinas”. A senhora acaba de ser nomeada pelo Papa Francisco como consultora da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica. O que representa esse novo serviço que a Igreja está lhe pedindo? Para mim representa um gesto de confiança da Igreja, em primeiro lugar. Um novo chamado de Deus para minha vida consagrada, porque está sempre nos chamando cada dia à fidelidade, ao compromisso, às respostas mesmo, na generosidade. Para mim representa, acima de tudo, um gesto de confiança de Deus, do Papa Francisco, pela Vida Consagrada. Quase para mim é uma continuidade daquilo que venho já realizando como consagrada, como responsável pela nossa Conferência. Para mim é uma confirmação, um ato de confiança. A Vida Religiosa no Brasil tem coisas a aportar para a missão da Vida Religiosa na Igreja universal. O que a senhora pensa que, desde seu novo serviço, pode aportar como representante da Vida Religiosa no Brasil para a missão da Vida Religiosa no mundo? Conforme a orientação da Sagrada Congregação dos Religiosos, do Dicastério, a orientação que recebi exatamente é esta: eu vou receber consultas sobre diversos e variados assuntos que surgirem para a Congregação dos Religiosos, serei consultada a dar a minha opinião. Com certeza, eu vejo que na medida que a gente abre o coração, abre a boca para dar uma opinião sobre qualquer assunto, seja no nossos país ou para o mundo, será a partir da experiência de vida, da minha comunhão com Deus, da minha fidelidade ao Evangelho, darei a minha opinião, porque justamente essa é a missão, de consulta. Serei consultada, como diz Dom João Braz de Aviz, para as diversas situações, receberei correspondência, comunicados, e participarei de assembleias que acontecerão em Roma para todos os consultores e consultores. Para mim, o posicionamento, a resposta, como uma consagrada do Brasil, claro que vai a partir da nossa experiência também, de uma Igreja servidora, de uma Igreja sinodal, de uma Igreja aberta para os pobres, uma Vida Consagrada que estamos insistindo cada vez mais para o compromisso de fidelidade ao Evangelho e ao carisma de cada Instituto. Um desafio grande também, porque estamos vivendo situações difíceis, não só na Vida Consagrada como na Igreja. O momento agora é de dor, é de dificuldade, de problemas, que estamos vivendo na Igreja do Brasil face à Campanha da Fraternidade e outras situações. Mas eu acredito que responderei com a experiência de vida que o Senhor já me concedeu. Em que deve insistir a Vida Religiosa na missão da Igreja? Quais, segundo a senhora, deveriam ser os principais aportes e os principais desafios a serem enfrentados? Um dos principais desafios que colocaria é justamente esse caminhar juntos, essa tolerância, o respeito. O próprio Dom João Braz me disse no telefone ontem, irmã, isso é coisa do Papa Francisco, ele que desejou fazer um colégio de consultores numa paridade, que seja o mesmo número de homens e mulheres, para que possamos dar o nosso contributo. A Vida Consagrada no Brasil e no mundo deve existir sobre esse caminhar juntos, sobre esse respeito às diferenças, sobre esse amor verdadeiro às diferenças, às pessoas, amar cada vez mais as realidades que nós vivemos mais sofridas, estar onde a vida está ameaçada, este é o lugar da Vida Consagrada. Para mim temos que insistir aí, porque realmente, onde ela está mais sofrida e ameaçada, é o nosso lugar. Não precisamos ficar colocando a Vida Religiosa no destaque, no pedestal, à luz dos holofotes, mas a Vida Consagrada encarnada, inserida, humilde, simples. Esse é o grande desafio, tanto para a Igreja como para a Vida Consagrada. A senhora fala da insistência do Papa Francisco na paridade nesse conselho de consultores entre homens e mulheres. Recentemente, uma religiosa foi nomeada subsecretária do Sínodo para os Bispos, e em consequência disso, ela vai ser a primeira mulher a votar num Sínodo para os Bispos. Para a vida religiosa feminina, o que significam esses passos que o Papa Francisco está dando nos últimos anos? Isso tem um significado muito forte, porque nós temos diferenças, a psicologia feminina é diferente da psicologia masculina, e nós temos que encaminhar isso com igualdade. Para todos…
Leia mais

Leve melhora nos números da Covid no Regional Norte1, mas a situação ainda é muito grave

  A Rede Eclesial Pan-Amazônica tem lançado nesta terça-feira o informe semanal que recolhe os números da Covid-19 na Pan-Amazônia. Até 22 de fevereiro de 2021, segundo os números oficiais, os casos já chegaram em 2.114.223 e o número de mortes é de 52.448. Na última semana, o aumento dos casos foi de 89.000 e os óbitos foram 2.084. O número mais elevado encontra-se no Brasil, onde a pandemia está fora de controlo e o programa de vacinação está sendo realizado muito lentamente, uma consequência da falta de planeamento por parte do governo. Já há 1.592.311 casos e 36.724 mortes na Amazónia brasileira, 47.020 e 1.650, respectivamente, na última semana. No Regional Norte 1 da CNBB, o número de casos é de 355.131 e os óbitos 11.171. Nos últimos 7 dias, os casos foram 14.340 e os falecidos chegaram em 661. Em referência com a semana anterior, em que os casos foram 13.791 e os óbitos foram 934, teve uma melhora significativa no número de mortos, mas aumentaram os casos registrados. Na perspectiva de “analisar as propostas para enfrentar estes fatos duros e difíceis como a Covid-19, mas também outras pandemias”, a Rede Eclesial Pan-Amazônica – REPAM, tem se unido ao evento “O Grito da Selva: Vozes da Amazónia“, convocado pela Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazónica – COICA, que será realizado na próxima sexta-feira e sábado, 26 e 27 de fevereiro. Segundo o cardeal Pedro Barreto, presidente da REPAM, “a segunda onda da pandemia da Covid-19 está inexoravelmente a avançar em toda a humanidade, mas especialmente no território amazónico”. Ele afirma que “os povos indígenas são seriamente afetados, mas existem também outras ‘pandemias’: a pandemia do extrativismo, a pandemia da corrupção, e outros aspectos que afetam diretamente estas comunidades indígenas”. Por esta razão, o cardeal peruano apela à participação neste evento, que ele considera muito importante. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

A palavra criadora e a nossa casa comum

40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  23 DE FEVEREIRO: Terça-feira da 1ª Semana da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Isto diz o Senhor: assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la. (Is 55, 10-11)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ A Palavra de Deus nunca é estéril, mas sempre dá frutos bons, irrigando e fecundado o terreno das nossas vidas e comunidades. Na Laudato Si’, o Papa Francisco explica que a Palavra de Deus é uma “palavra criadora” e que, portanto, “o mundo procede, não do caos nem do acaso, mas de uma decisão, o que o exalta ainda mais” (LS 77). Francisco ensina que a nossa casa comum é fruto do amor divino, pois “o universo não apareceu como resultado de uma omnipotência arbitrária, de uma demonstração de força ou de um desejo de auto-afirmação. A criação pertence à ordem do amor. O amor de Deus é a razão fundamental de toda a criação” (LS 77).  Olhando para a imensidão da Amazônia, o Papa “nos convida a defender esta região ameaçada, a fim de a preservar e restaurar para o bem de todos, incutindo esperança em nossas capacidades para construir o bem de todos e a Casa Comum” (Instrumento de Trabalho do Sínodo para a Amazônia, 2). Assim, também nós somos chamados a levar uma palavra de vida, de solidariedade e de fraternidade a todos os povos e criaturas da Amazônia. AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.  FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA “Como Igreja de discípulos missionários, imploramos a graça dessa conversão que ‘implica deixar escapar todas as consequências do encontro com Jesus Cristo nas relações com o mundo ao seu redor’ ( LS, 217)” (Documento Final do Sínodo para a Amazônia, 18) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ