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Custodia Capuchinha do Amazonas e Roraima doa concentradores de oxigênio para combater a Covid-19

  A Igreja católica está sendo uma das instituições que mais está se empenhando no enfrentamento da pandemia da Covid-19. O Estado do Amazonas, especialmente Manaus, tem sido um dos focos principais de morte em consequência da doença, especialmente em 2021. Desde o início do ano até o dia 21 de fevereiro, segundo números oficiais da Fundação de Vigilância em Saúde do Estado do Amazonas, o número óbitos é de 5.177, deles 4.127 em Manaus. Desde o início da pandemia, o total de falecidos é de 10.462 no Estado do Amazonas e 7.407 na capital do estado. Diferentes congregações, dioceses, o Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tem empreendido campanhas solidárias na tentativa de ajudar a superar esse momento que está provocando tanta dor na vida do povo. A crise sanitária, que está tendo consequências muito trágicas, está unida a uma crise social e econômica, que está atingindo sobretudo os mais pobres. A Custodia dos Capuchinhos de Amazonas e Roraima está realizando neste ano de 2021, com a ajuda da Missão Central dos Franciscanos na Alemanha e o apoio do Departamento de Solidariedade da Cúria Geral da Ordem dos Frades Capuchinhos, sete projetos para ajudar a mitigar as graves consequências que a pandemia está provocando na região. Trata-se de concentradores de oxigênio, mini usina de oxigênio, escuta psicológica, higiene bucal infantil, distribuição de alimentos nos hospitais e ao povo de rua, cestas básicas, documentação para migrantes, bolsas de estudo, remédios, EPI´s, dentre outros. Foram entregues nos últimos dias 17 concentradores de oxigênio, dentro do projeto “SOS Oxigênio”. Segundo frei Paulo Xavier Ribeiro, o “projeto veio da missão central dos Franciscanos na Alemanha e nós estamos buscando caminhos que possam ser caminhos de solidariedade, buscando a vida, traduzindo isso na vida das pessoas, como frades menores capuchinhos, procurando melhor servir”. Os concentradores têm sido entregues em diferentes Unidades Básicas de Saúde da capital amazonense, algo que também foi realizado nas cidades de Tabatinga e Benjamin Constant, na Tríplice Fronteira entre o Brasil, a Colômbia e o Peru. Segundo o pároco da paróquia São Sebastião de Manaus, “isso também nos ajuda a fazer a caridade com qualidade, com dedicação, com empenho, com responsabilidade e com transparência. Isso ajuda a gente a levar em frente aquilo que faz parte da nossa vida, na equidade, na ética, no respeito com aquilo que é de todos”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Sob a liderança do Papa, somos Igreja em constante conversão

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  22 DE FEVEREIRO: Cátedra de São Pedro, Apóstolo PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Naquele tempo: Jesus foi à região de Cesaréia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; Outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz es tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. (Mt 16,13-19)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Neste dia em que celebramos a festa da Cátedra de São Pedro, louvamos a Deus pela pessoa do Papa Francisco, sucessor de Pedro, por nos guiar e provocar a não sermos uma Igreja alienada e fechada em si mesma, por nos ensinar que “a Igreja, com a sua ação, procura não só lembrar o dever de cuidar da natureza, mas também e ‘sobretudo proteger o homem da destruição de si mesmo’” (LS, 79). Contudo, muitos ainda preferem viver um tipo de espiritualidade desligada da realidade e acusam o Papa de se envolver em questões “mundanas” como a situação ecológica, econômica, migratória etc.  Diante disso, Francisco é o primeiro a falar da necessidade de superarmos uma concepção de fé espiritualista e voltada apenas para as “almas”, quando diz: “Temos de reconhecer que nós, cristãos, nem sempre recolhemos e fizemos frutificar as riquezas dadas por Deus à Igreja, nas quais a espiritualidade não está desligada do próprio corpo nem da natureza ou das realidades deste mundo, mas vive com elas e nelas, em comunhão com tudo o que nos rodeia” (LS 216). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.    FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA “Como Igreja de discípulos missionários, imploramos a graça dessa conversão que ‘implica deixar escapar todas as consequências do encontro com Jesus Cristo nas relações com o mundo ao seu redor’ ( LS, 217)” (Documento Final do Sínodo para a Amazônia, 18) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

“A vacina é o único meio que nós temos de superar esse momento pandémico”, insiste Dom Leonardo

A pandemia da Covid-19 está provocando graves consequências. Diante do alto número de contágios e de mortes que estão acontecendo nas últimas semanas, o Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner, no final da missa do Primeiro Domingo da Quaresma, fazia um apelo a se vacinar. Segundo Dom Leonardo, “a vacina é o único meio que nós temos de superar esse momento pandémico, a vacina é a única saída”. Manaus é uma das cidades brasileiras onde a vacinação está mais adiantada, tendo sido vacinadas boa parte das pessoas acima de 70 anos, assim como outros grupos de risco. Mesmo assim, não são todos os que estão indo nos postos de vacinação, alguns por dificuldade para se deslocar, outros influenciados pelas declarações de alguns políticos em referência à eficácia da vacina, querendo assim tirar o foco da falta de planejamento. No último sábado, 20 de fevereiro, a prefeitura de Manaus organizava uma visita a idosos que moram na Zona Sul da cidade por agentes comunitários da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para orienta-los a receber a vacina contra a Covid-19. Também Dom Leonardo dizia que “gostaria de insistir caríssimos irmãos e irmãs na necessidade da vacina e do cuidado”. Mesmo tendo diminuído a gravidade da segunda onda em Manaus, com menos internações e óbitos, ele afirmava que “nós não podemos agora achar que tudo está tranquilo”, pois segundo o arcebispo, “a situação ainda é grave, especialmente no nosso interior”. A falta de cuidado tem sido uma das causas da segunda onda da pandemia em Manaus. É por isso, que Dom Leonardo Steiner, seguindo aquilo que está sendo advertido pelos especialistas em infectologia, afirmava que “talvez se não cuidarmos, teremos um terceiro momento, o que seria extremamente difícil e grave para todos nós”. O arcebispo, que já recebeu a primeira dose da vacina, disse que “vamos cuidar, vamos colaborar, mas na primeira oportunidade que cada um, cada uma tiver, deixe-se vacinar, procure vacinar”. Dom Leonardo Steiner afirmava não saber “por que tanta resistência à vacina, dado que nós temos no Brasil uma experiencia enorme de vacinação”. Na verdade, boa parte dessa situação que o Brasil vive hoje tem sua origem no poder público, algo que o arcebispo sustentava quando disse que “infelizmente não houve organização suficiente da parte do governo”. Diante da situação atual, ele insistia na necessidade da vacina “para podermos voltar a uma convivência mais tranquila e voltarmos também às nossas celebrações, às nossas atividades pastorais”. A Arquidiocese de Manaus cancelou as missas e encontros com o povo no dia 05 de janeiro e tem ido prorrogando as orientações nesse sentido. Na última semana, foi decretado que essa situação vai permanecer até o dia 12 de março, inclusive. Na homilia da missa, o arcebispo falava sobre aquilo que o deserto representa na tradição bíblica e na vida dos cristãos, sobre a importância da conversão e do diálogo, tema da Campanha da Fraternidade Ecuménica de 2021. Ela “vem a despertar em todos nós o desejo do diálogo”, que na passagem do Evangelho do Primeiro Domingo da Quaresma “se manifesta como anúncio benévolo e transformante”. O Arcebispo de Manaus destacava a importância da conversão à escuta, de “assumir um novo estilo de vida, de diálogo”, também de “desideologizar a escuta”. Segundo Dom Leonardo, se faz necessário estarmos atentos ao “barulho ensurdecedor da violência verbal e física, o barulho da ideologia tomada pela brutalidade que busca destruir os ouvidos da convivência, o barulho da religiosidade que trai a essência, o vigor da fé e nos afasta de Deus e dos irmãos”. Tudo isso deve levar, segundo Dom Leonardo “a implorar escuta, diálogo”, para evitar cair na agressão. “O tempo da pandemia é um tempo de deserto, o tempo da pandemia também é um tempo do Espírito”, segundo Dom Leonardo. Diante dessa realidade, ele se perguntava “Como estamos ouvindo, qual a purificação, qual a transformação que a pandemia pode nos proporcionar, indicar? Nos deixamos visitar pelo Espírito? Assumimos melhor, depois desta pandemia, a nossa vocação e a nossa missão como cristãos?”. Responder essas perguntas podem ajudar a humanidade, especialmente os cristãos, os católicos, a encontrar uma saída diante da grave situação que estamos vivendo, uma saída que, segundo Dom Leonardo Steiner, está na vacina, “a única saída”. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

O Reino de Deus está próximo, é tempo de conversão ecológica

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  21 DE FEVEREIRO: 1º Domingo da Quaresma PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Naquele tempo: O Espírito levou Jesus para o deserto. E ele ficou no deserto durante quarenta dias, e ali foi tentado por Satanás. Vivia entre os animais selvagens, e os anjos o serviam. Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galiléia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: ‘O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!’. (Mc 1, 12-15)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Durante o processo dinâmico de escuta e discernimento de preparação ao Sínodo para a Amazônia, foi ficando claro a necessidade de três tipos de conversões a que todos nós, como Igreja na pan-amazônia, deveríamos experimentar, segundo o Papa Francisco: “a conversão pastoral, a qual nos chama através da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (ver-escutar); a conversão ecológica, mediante a Encíclica Laudato Si’, que orienta o rumo (julgar-atuar); e a conversão à sinodalidade eclesial, através da Constituição Apostólica Episcopalis Communio, que estrutura o caminhar juntos (julgar-atuar)” (IL 5). Em relação à conversão ecológica, o Papa explica na Laudato Si’ que este termo foi utilizado antes por São João Paulo II e que tanto a conversão, como a espiritualidade ecológica “nascem das convicções da nossa fé, pois aquilo que o Evangelho nos ensina tem consequências no nosso modo de pensar, sentir e viver” (LS 216). E, ao mesmo tempo, Francisco recorda que toda “crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior” (LS 217). Louvemos a Deus que nunca desiste de nós, mas nos oferece sempre a oportunidade de reorientar a nossa vida na direção do Reino.  AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.    FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Devemos examinar as nossas vidas e reconhecer de que modo ofendemos a criação de Deus com as nossas ações e com a nossa incapacidade de agir. Devemos fazer a experiência de uma conversão, de uma mudança do coração.  (Laudato Si’, 218) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Jutaí agradece ao Regional Norte 1 pelo oxigênio enviado para o município

  A cidade de Jutaí, na Prelazia de Tefé, recebei neste sábado 10 cilindros de oxigênio enviados pelo Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB. O oxigênio recebido, que foi trasladado pela Secretaria Municipal de Saúde, faz parte dos 204 cilindros chegados na segunda-feira em Manaus, fruto da doação dos Cavaleiros de Colombo, dentro da Campanha “Amazonas e Roraima contam com sua a sua Solidariedade”. Os 10 cilindros de oxigênio foram entregues ao hospital municipal pela Paróquia São José. Eles são mais uma ajuda no suporte para o tratamento dos pacientes dessa unidade de saúde. Desde a paróquia, seu pároco, Pe. Sidiomar Patrício Nunes, o Pe. Marcos Pereira Siqueira, Vigário Paroquial e as Irmãs Dominicanas, agradecem ao bispo da Prelazia de Tefé, Dom Fernando Barbosa, e aos bispos do Regional Norte1, “por ter lembrado da nossa querida cidade de Jutaí”. Desde a paróquia local, afirmam que “nós como Igreja Católica vamos continuar buscando todas as ajudas possíveis para amenizar a dor e o sofrimento nesse momento tão difícil para todos nós. Sabemos que é pouco, mas vai ajudar”. Com informações da Prelazia de Tefé

Padre Zenildo Lima: Fratelli tutti denuncia “uma cultura do descarte que ignora direitos de populações fragilizadas”

  A Prelazia de Borba organizava no dia 20 de fevereiro um encontro de formação com os agentes de pastoral (confira o vídeo). O momento de reflexão faz parte do programa de formação que a prelazia tem organizado para o ano 2021, que deve acontecer uma vez por mês, por enquanto no formato virtual. Neste primeiro encontro, o tema foi a Fratelli tutti, sendo conduzida a reflexão pelo padre Zenildo Lima. Segundo ele, a última encíclica do Papa Francisco “nasce do coração do papa, fruto de uma experiência dialogal”. Estamos diante de um diálogo entre Francisco de Roma e Francisco de Assis, que recorda o diálogo com o Imã Ahmad Al-Tayyeb em Abu Dhabi. A Fratelli tutti, na linha da Laudato Si, “retoma a questão da fraternidade universal que deve ser abordada como amizade social”, afirmava o reitor do Seminário São José de Manaus, onde se formam os seminaristas do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, dentre eles aqueles que fazem parte da Prelazia de Borba.  Um fato muito marcante no último ano foi a oração pelo fim da pandemia, celebrada em 27 de março de 2020 numa Praza de São Pedro vazia, mas com a presença virtual de milhões de pessoas. Na ocasião, lembrava o padre Zenildo, “o Papa sozinho na Praça de São Pedro rezou inspirado no Evangelho da tempestade acalmada, lembrando que Jesus está na barca conosco”. Na sociedade planetária, afirmava o palestrante, “os pobres se queixam que não se sentem na mesma barca porque se veem excluídos dos meios para se salvar”. Um exemplo disso está sendo a distribuição das doses de vacina entre os países ricos e pobres.  Essa é uma realidade abordada no primeiro Capítulo da Fratelli tutti, onde o padre Zenildo lembra que “o Papa faz uma leitura dos retrocessos e fechamentos no mundo”. Esse primeiro Capítulo, que tem por título “As sombras de um mundo fechado”, nos mostra, segundo o padre, “uma regressão dos caminhos de unidade diante da força desintegradora de uma economia global”. Ele destacava que “esta força massificadora com seus “desconstrucionismos” se apresenta ahistórica, fragiliza relações, situa os homens em polos de concorrência: todos contra todos e ninguém pela casa comum”. Uma grave consequência dessa realidade, muito presente na sociedade atual, é que “emerge uma cultura do descarte que ignora direitos de populações fragilizadas”, segundo o reitor do Seminário São José. Nessa conjuntura, ele destaca como fatos relevantes “a violência contra as mulheres, os sinais de escravidão, o drama do tráfico de pessoas”. São realidades que Zenildo Lima denomina como “avanços sem rumos”, que segundo ele “tiveram sua expressão neste cenário de pandemia”, e que fez com que “emergiram os desequilíbrios na incapacidade de lidar juntos diante deste desafio”. Nesse sentido, o padre Zenildo insiste em que “uma comunicação ilusória, uma informação sem sabedoria, dá a falsa sensação que estamos próximos”. Diante dessa realidade, que pode ser considerada como desalentadora, ele afirma que “o Papa conclama a Esperança”.  Ao analisar o segundo Capítulo, que tem por título “Um estranho no caminho”, o palestrante dizia que “iluminados pela parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-37), somos interpelados a identificarmos nos personagens do texto as indiferenças diante do sofrimento, às vezes até com motivações religiosas”. Essa realidade, narrada na parábola e aprofundada pelo Papa Francisco, se torna, segundo o padre Zenildo, “um convite a uma profunda revisão de nossas opções pastorais que não percebem quem está ferido”. Ele dizia aos participantes do encontro virtual, onde se faziam presentes agentes de pastoral da Prelazia de Borba, dentre eles o bispo, Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, que “precisamos recomeçar, nos deixando interpelar pelo forasteiro”.  “As saídas estão na construção de um mundo aberto”, segundo o padre Zenildo, uma afirmação que tem como base o Capítulo III da última encíclica do Papa Francisco, intitulado “Pensar e gerar um mundo aberto”. O Papa Francisco nos convida “a sair de si numa disposição amorosa, expressão de uma comunhão universal inclusiva e não estratificada”, afirmava o reitor do seminário de Manaus. Ele insistia na necessidade de “um amor que promove, um amor de serviço e solidariedade”. Isso deve se concretizar, dentre outros elementos, “na destinação universal dos bens e a necessidade de uma legislação que assegure direitos além fronteiras”. A dinâmica da reciprocidade e gratuidade acolhedora se fazem presente no Capítulo IV: “Um coração aberto ao mundo inteiro”. Nessa parte da encíclica destaca-se a importância de os verbos acolher – proteger – promover – integrar. Eles “destacam o enriquecimento mútuo para além da tensão global e local, contudo partindo das riquezas locais”, insiste Zenildo Lima. Algo que tem relação com o Capítulo V, que nos leva a refletir sobre “A melhor política”. Partindo do último pleito municipal e os resultados do mesmo, o palestrante afirmava a necessidade de nos alertarmos “diante dos populismos e das defesas dos interesses liberais”. A alternativa que o Papa Francisco propõe é “a promoção do bem comum como expressão da caridade política”. Isso deve nos levar, insistia o padre Zenildo Lima a “nos questionarmos das nossas escolhas e do apoio oferecido aos cristãos leigos que estão engajados nestes processos”.  Os Capítulos VI, que fala sobre “Diálogo e amizade social”, e VII, “Caminhos de um novo encontro”, sugerem, segundo o padre Zenildo, “um itinerário que passa pelo diálogo como superação da indiferença e da negação violenta e construção coletiva a partir de consenso alicerçado na verdade”. Estamos diante de um caminho, afirmava o palestrante, que “passa também pela necessária experiência da reconciliação sem perda da memória”. Nesse sentido, se referindo a fatos concretos, presentes na memória do povo brasileiro, “não podemos esquecer o que foi a ditadura militar, não podemos esquecer da pandemia e do desmonte do sistema público de saúde em nosso Estado, não podemos esquecer da crise do oxigênio”. Junto com isso, “tampouco devemos recorrer às falsas soluções da guerra e da pena de morte, não somente a pena de morte institucionalizada, mas a pena de morte decretada contra pobres, negros, jovens…”. A alternativa “deve…
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O Senhor te conduzirá sempre e saciará tua sede na aridez da vida

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia  20 DE FEVEREIRO: Sábado depois das Cinzas PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém. OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia. O Senhor te conduzirá sempre e saciará tua sede na aridez da vida, e renovará o vigor do teu corpo; serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas que jamais secarão. Teu povo reconstruirá as ruínas antigas; tu levantarás os fundamentos das gerações passadas: serás chamado reconstrutor de ruínas, restaurador de caminhos, nas terras a povoar. (Is 58, 10-12)   REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ A Palavra de Deus nos fala que devemos abrir o nosso coração para acolher quem necessita da nossa solidariedade, sendo este o caminho para caminharmos na luz e não nas trevas do egoísmo e da indiferença. De fato, nos ensina o Papa Francisco que “não pode ser autêntico um sentimento de união íntima com os outros seres da natureza, se ao mesmo tempo não houver no coração ternura, compaixão e preocupação pelos seres humanos” (LS 91). O verdadeiro louvor a Deus e o verdadeiro compromisso com a ecologia integral nos levam sempre a reconhcer que “tudo está interligado. Por isso, exige-se uma preocupação pelo meio ambiente, unida ao amor sincero pelos seres humanos e a um compromisso constante com os problemas da sociedade” (LS 91). Aproveitemos, portanto, este tempo especial da Quaresma, para nos perguntarmos se o terreno da nossa vida está sendo aquele “jardim bem regado, como uma fonte de águas que jamais secarão”, de que nos fala o profeta Isaías. E agradeçamos ao Senhor por aqueles e aquelas que, com sua vida, “lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo” (LS 13), em especial na nossa querida Amazônia. AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.    FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA Sonho com uma Amazónia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos, dos últimos, de modo que a sua voz seja ouvida e sua dignidade promovida. (Querida Amazônia 7) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Invocarás o Senhor e Ele dirá: ‘Eis-me aqui’

  40 Dias navengando com a Laudato Si´ na Querida Amazônia   19 DE FEVEREIRO: Sexta-feira depois das Cinzas PEDIDO DA GRAÇA No início de cada dia, busco entrar em clima de oração e rezo: Senhor, neste  tempo favorável a voltarmos o nosso coração para os teus sonhos para a humanidade e para toda as tuas criaturas, te pedimos luz para refletirmos sobre como estamos vivendo as nossas relações contigo, com as pessoas, com o mundo que é a nossa casa comum e conosco mesmo. Ajuda-nos a reencontrar o sentido da vida no louvor e na contemplação agradecida da Criação, na saída de nós mesmos em direção aos que mais sofrem e se sentem sós, especialmente nestes tempos de pandemia, e na construção do teu reino de justiça e paz, tecendo redes de solidariedade e fraternidade entre todos os povos e culturas desta imensa região pan-amazônica e pelo mundo inteiro. Em especial hoje te peço … (apresente o seu pedido particular). Amém.   OUVINDO A PALAVRA QUE NOS GUIA Acaso o jejum que prefiro não é outro:- quebrar as cadeias injustas, desligar as amarras do jugo, tornar livres os que estão detidos, enfim, romper todo tipo de sujeição? Não é repartir o pão com o faminto, acolher em casa os pobres e peregrinos? Quando encontrares um nu, cobre-o, e não desprezes a tua carne. Então, brilhará tua luz como a aurora e tua saúde há de recuperar-se mais depressa; à frente caminhará tua justiça e a glória do Senhor te seguirá. Então invocarás o Senhor e ele te atenderá, pedirás socorro, e ele dirá: ‘Eis-me aqui’. (Is 58, 6-9a) REFLETINDO COM A LAUDATO SI’ Hoje, mais do que nunca, é importante para nós e para as nossas comunidades desta imensa rede pan-amazônica saber que Deus é sempre nosso companheiro de caminhada, presente em todas as criaturas e em todo gesto de amor e de serviço em favor dos nossos irmãos e irmãs que precisam de cura e de libertação. Como diz a Palavra, quando o invocamos Ele sempre nos responde: Eis-me aqui! Mas, além disso, podemos encontrá-lo em todas as suas criaturas, como nos ajudam a entender os dois Franciscos, o de Assis e o de Roma (ou Buenos Aires): “reconhecer a natureza como um livro esplêndido onde Deus nos fala e transmite algo da sua beleza e bondade: ‘Na grandeza e na beleza das criaturas, contempla-se, por analogia, o seu Criador’ (Sab 13, 5)” (LS 12). Essa consciência da presença divina em cada uma de suas criaturas nos faz louvar o Criador de todas elas, mas nos faz igualmente comprometidos com a sua defesa, sobretudo daquelas que estão mais ameaçadas, pois para os cristãos a defesa da criação e os deveres em relação à natureza e ao Criador fazem parte da sua fé, como recorda o Papa Francisco em Laudato Si´, citando São João Paulo II (cf. LS 64). AVANÇANDO PARA ÁGUAS MAIS PROFUNDAS Após um momento de silêncio… À luz do texto bíblico e das palavras do Papa Francisco, busco aprofundar minha experiência de encontro com o Senhor, trazendo para a minha oração a realidade concreta na qual estou envolvido, a situação pela qual passa o mundo, a região pan-amazônica, a minha cidade ou comunidade, a Igreja etc. Procuro perceber os apelos de mudança que Deus me faz e peço forças para concretizá-los, a fim de que o meu louvor a Ele se manifeste em obras concretas de compromisso pela vida, na defesa da nossa Querida Amazônia, dos seus povos e dos pobres da Terra. Concluo com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria.    FRASE PARA ME AJUDAR A CONTINUAR MEDITANDO NESTE DIA É bom, para a humanidade e para o mundo, que nós, pessoas de fé, conheçamos melhor os compromissos ecológicos que brotam das nossas convicções. (Laudato Si’ 64) Pe. Adelson Araújo dos Santos, SJ

Arquidiocese de Manaus prolonga suspensão de missas e encontros até 13 de março

O Arcebispo de Manaus tem publicado um novo decreto, com data de 18 de fevereiro, onde afirma que “as celebrações e reuniões permaneçam suspensas até o dia 12 de março, inclusive”. A mensagem de Dom Leonardo Steiner, que faz um chamado à esperança, seguindo as palavras do Papa Francisco para a Quaresma de 2021, convida a “assumir os acontecimentos do tempo presente sabendo de estarmos com a companhia segura de Jesus”, que nos leva a olhar “para desafios que ainda permanecem, mas com a confiança renovada no Senhor que nos dá a sua vida”. Diante de tantas mortes nos dois primeiros meses do ano, o arcebispo manifesta “a todas as famílias enlutadas a nossa mais afetuosa comunhão e nossa prece!”, insistindo no propósito da Igreja de “sinalizar a presença de Deus junto ao seu povo no conforto dos enlutados, na presença junto aos cemitérios e funerárias, nas celebrações oferecidas por meio de redes sociais, na atenção aos menos favorecidos, na insistência dos necessários cuidados sanitários”. O texto insiste em que Manaus ainda vive uma situação complicada, pois “é grande a quantidade dos que esperam a possibilidade de internação, seguem numerosas as mortes, a queda do número de contaminações é muito lenta e o processo de vacinação tem se desdobrado com muita morosidade”. Diante desse cenário, Dom Leonardo afirma que “nossa esperança de dias melhores nos mantém confiantes, mas igualmente comprometidos e zelosos”. As medidas do decreto anterior continuam, e “os párocos foram orientados para seguir ao longo do tempo quaresmal favorecendo que as cinzas cheguem até os fiéis e sejam distribuídas em celebrações na própria família”. Também está se buscando o modo de vivenciar os encontros da Campanha da Fraternidade. Finalmente, Dom Leonardo convida a seguir “unidos neste caminho de fraternidade que nos consola e nos convoca ao diálogo”.

REPAM lança Mensagem de Solidariedade diante da alarmante situação da Covid-19 na Pan-Amazônia

  A situação que tem sido vivida na região Pan-Amazónica nas últimas semanas em relação à pandemia de Covid-19 é catastrófica. Diante desta realidade, a Rede Eclesial Pan-Amazónica – REPAM, lançou este 18 de fevereiro uma “Mensagem de Solidariedade aos povos amazônicos“. A nota, assinada pela presidência da REPAM, diz que “observamos nos últimos meses um aumento alarmante do número de contágios e mortes causadas pela Covid19 em toda a Pan-Amazônia”. Esta é uma consequência, segundo a mensagem, das “carências do sistema sanitário“, concretizadas na “falta de vagas nos hospitais, de oxigênio e de equipamentos de proteção“, que está tendo como consequência a pobreza e as desigualdades sociais. A situação em Manaus e no Estado do Amazonas, onde até agora quase 5.000 pessoas morreram oficialmente este ano, é motivo para denunciar “a ausência de políticas eficientes de saúde pública“. A mensagem inclui o mapeamento que a REPAM tem vindo a fazer desde 17 de março de 2020, que no seu último relatório semanal atingiu 2.025.223 de casos confirmados e 50.364 mortes devido ao coronavírus em toda a Pan-Amazônia, uma situação que se agravou radicalmente nos últimos dois meses. A mensagem reconhece “o esforço e dedicação da Igreja Católica presente na Amazônia em ações emergenciais de ajuda humanitária, visando contribuir para paliar os efeitos da segunda onda da pandemia”, algo em que o Papa Francisco participou com “suas orações, solidariedade e proximidade“, bem como muita gente “que está oferecendo trabalho e recursos financeiros para cuidar do próximo”. A REPAM destaca o trabalho conjunto com a Coordenação das Organizações Indígenas da Bacia Amazónica (COICA), a que se juntaram “na realização da campanha “O Grito da Selva – Vozes da Amazônia”, que será lançada nos próximos dias, com o objetivo de fortalecer a luta dos povos indígenas pelo direito à saúde integral”. É por isso que pedem aos governos “não meçam esforços para a compra e destinação das vacinas para a região amazônica“, seguindo o pedido do Papa Francisco. Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1