Av. Epaminondas, 722, Centro, Manaus, AM, Brazil
+55 (92) 3232-1890
cnbbnorte1@gmail.com

Blog

Convocado o Jubileu dos Povos Indígenas de Roraima: 25 e 26 de abril no Surumu

A diocese de Roraima, que está comemorando 300 anos de Evangelização e junto com toda a Igreja celebra o Jubileu da Esperança, convocou através do seu bispo, dom Evaristo Spengler, para a Peregrinação do Ano Santo e Jubileu dos Povos Indígenas, com o tema “Somos peregrinos e peregrinas da esperança”, que será realizado nos dias 25 e 26 de abril de 2025, no Surumu. Jubileu em um lugar símbolo de resistência Uma convocação dirigida a toda a comunidade eclesial, povos indígenas, para participar de um momento que será realizado em “um local emblemático, símbolo da história de resistência e da Aliança da Igreja com os povos indígenas.” Segundo a carta de convocatória, “agora ele será o cenário de um encontro sagrado, onde celebraremos a fé, a cultura e o compromisso com a justiça e a ecologia integral.” Segundo o bispo, “inspirados pelo lema ‘A esperança não decepciona’ (Rm 5,5), reafirmaremos nosso caminho sinodal, ouvindo o clamor da Amazônia e renovando nossa missão em defesa da vida e da dignidade humana.” A programação contempla um dia de memória, compromisso, testemunhos dos povos indígenas e celebrações culturais, a ser realizado dia 25. Já no dia 26, acontecerá a peregrinação seguida da Santa Missa solene, com a Ordenação Diaconal do seminarista Djavan André da Silva e envio missionário. Celebrar a resistência e a esperança dos povos indígenas O bispo diocesano de Roraima faz um chamado a participar, para assim, “fazer memória da caminhada histórica da Igreja com os povos indígenas, desde os Missionários Carmelitas, Franciscanos, Diocesanos, Beneditinos e Missionários da Consolata, até os dias atuais.” Junto com isso, será um momento para “celebrar a resistência e a esperança dos povos indígenas, especialmente em meio aos desafios do Marco Temporal e do garimpo ilegal, com suas ameaças e consequências socioambientais.” Finalmente, será oportunidade para “reafirmar nosso compromisso com a sinodalidade, a ecologia integral e a defesa dos direitos humanos, respondendo aos apelos da Laudato Si’ e do Sínodo para a Amazônia.” O Jubileu dos Povos Indígenas de Roraima quer ser um chamado à ação, em que a diocese convida “a todos a se unirem em oração e a participarem desta jornada de fé.” Para isso, dom Evaristo Spengler pede “que Maria, Mãe da Amazônia, sob o título da Virgem do Carmo, interceda por nós, e que o Espírito Santo nos guie neste momento de graça, fortalecendo nossa missão de ser Igreja viva, samaritana e profética na construção do Reino.”

Taxas que não procuram o bem comum e sim o interesse de poucos

As taxas que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está impondo aos diferentes países, sobretudo à China, tornou-se a principal notícia nos últimos dias. Estamos diante de mais um exemplo da crescente divisão e enfrentamento presente na sociedade mundial nos últimos anos. As guerras, concretizadas de diversos modos, também no âmbito comercial, só aumentam, provocando graves consequências para a população mundial, especialmente para os mais pobres. Uma conta que pagam os pobres O menor crescimento económico, a inflação, a alta dos preços de artigos que fazem parte da vida da maioria das pessoas, se vislumbram como consequências a curto prazo. Uma situação que deve levar à reflexão sobre o que acontece quando alguém toma decisões que não pensam no bem comum, no bem da humanidade. Junto com isso, o veto aos imigrantes, a xenofobia, a expulsão dos estrangeiros, uma outra atitude do presidente Trump. Ele se orgulha em sua perseguição aos imigrantes, é claro que sempre que eles sejam pobres, ignorando a história de um país onde a imigração tem sido uma constante. Algo que tem ajudado a construir uma nação que não teria seu atual status sem a participação dos imigrantes. Usar o poder em favor dos pequenos Isso deveria nos levar a refletir sobre o exercício do poder nos diferentes âmbitos, que sempre deveria ser para promover o bem comum e favorecer aos pequenos. Nunca àqueles que já tem demais, seja poder econômico, sejam privilégios e mordomias, que geralmente só aumentam quando aparecem esse tipo de situações. Se fechar aos outros, impedir que os outros se aproximem é uma atitude cada vez mais presente. Mecanismos de proteção são cada vez mais presentes na sociedade atual, sobretudo aqueles que tem mais poder. Seja poder político, económico ou de qualquer tipo, nos deparamos com situações que nos desumanizam. Não esqueçamos que a desumanização é uma atitude que aparece quando deixamos de nos preocuparmos com a necessidade dos outros. Saber analisar a realidade São mecanismos que querem ser impostos como comportamento a seguir, tentando convencer a todos que esse é o caminho a seguir. De fato, nos deparamos com que pessoas que são prejudicadas por essas situações as defendem. Essa manipulação, consequência da dificuldade que cada vez mais gente tem para analisar a realidade, é cada vez mais presente. Diante disso, somos chamados a tomar postura como sociedade, mas também individualmente. Uma necessidade primeira é fomentar o pensamento crítico, que leve as pessoas a perceber aquilo que prejudica à maioria. Seguir o típico ditado brasileiro “Maria vai com as outras”, tem graves consequências. São atitudes que destroem o tecido social, destroem a sociedade como instituição que melhora a vida das pessoas. Editorial Rádio Rio Mar

Dom Evaristo leva carta de sensibilização sobre tema da CF 2025 em sessão na ALERR

O bispo Dom Evaristo Spengler esteve na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) nesta terça-feira (8) para entregar aos deputados estaduais uma carta de sensibilização sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2025: “Fraternidade e Ecologia Integral”, com o lema “Deus viu que tudo era bom”. A iniciativa busca unir forças com o poder público em defesa do meio ambiente, em sintonia com a COP 30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas que ocorrerá no Pará no próximo ano. Em seu discurso, Dom Evaristo fez um alerta urgente: “A Terra está gritando por socorro”. Ele destacou a necessidade de mudanças tanto no comportamento individual – como o consumo consciente e o descarte correto do lixo – quanto em políticas públicas que garantam a preservação do planeta. “A grande pergunta que nós nos colocamos é: como é que Deus está vendo o mundo hoje, com tanta destruição, desmatamento, garimpo ilegal que contamina nossos rios e terras, e tanta poluição do ar?”, questionou o bispo, lembrando os 800 anos do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, que pregava o respeito à natureza como parte da criação divina. Parlamentares reforçam compromisso com sustentabilidade O presidente da ALE-RR, Soldado Sampaio (Republicanos), recebeu o documento e destacou o equilíbrio necessário entre preservação e desenvolvimento: “Roraima tem muito a mostrar em preservação ambiental, mas precisamos manter o diálogo com a sustentabilidade da nossa gente, especialmente quem vive no campo.” A Campanha da Fraternidade, promovida anualmente pela Igreja Católica durante a Quaresma, tem como objetivo mobilizar a sociedade e o poder público em torno de causas sociais e ambientais. Em 2025, o foco será a ecologia integral, abordando a relação entre justiça social e preservação dos recursos naturais. A carta entregue aos deputados contém propostas concretas para políticas ambientais, que devem ser discutidas nas comissões da Assembleia. Enquanto isso, a Igreja continuará promovendo debates e ações em parceria com comunidades, escolas e entidades civis.  Fonte/Créditos: Dennefer Costa – Rádio Monte Roraima

Clero da diocese de Parintins realiza retiro anual

O clero da diocese de Parintins realiza de 7 a 10 de abril de 2025, no Kwati Club de Parintins, seu retiro anual, com a participação de 29 presbíteros e um seminarista, que está realizando seu estágio pastoral prévio à ordenação diaconal. O tema do retiro é “Presbíteros, amados e enviados como ministros de Esperança”, e tem como pregador Frei César Resende, Carmelita Descalço, residente em Maceió, capital do Estado de Alagoas. O retiro do clero, que na maioria dos casos é realizado durante o tempo da quaresma, é um costume nas dioceses e prelazias do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), sendo um momento de oração, encontro e fraternidade presbiteral, que favorece a comunhão nas igrejas locais. Em 2025, desde o início do ano, todas as dioceses e prelazias do Regional Norte 1 realizaram seu retiro do clero, que no caso das dioceses de Coari, Alto Solimões e a prelazia de Tefé foi realizado de forma conjunta na cidade de Coari.

Fomação da Pastoral da Saúde Norte 1 em São Paulo de Olivença

A Pastoral da Saúde do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil realizou de 4 a 6 de abril de 2025 uma formação na paróquia São Paulo Apóstolo e, São Paulo de Olivença, diocese de Alto Solimões, com a assessoria da coordenadora regional Guadalupe Peres. Conhecer a Pastoral da Saúde O encontro, após a acolhida e oração inicial, conduzida pela coordenadora da Pastoral da Saúde da paróquia, irmã Glória e o pároco, padre Marcelo Gualberto, começou com a reflexão sobre o que é pastoral e o que é saúde, abordando a missão da Pastoral, seus valores e o objetivo geral. No segundo dia foi abordada a dimensão solidária, que mostrou que se trata de uma pastoral que pretende ser vivência e presença samaritana junto aos doentes e sofredores nas instituições de saúde, na família e comunidade, e visa atender a pessoa integralmente, nas dimensões física, psíquica, social e espiritual. Igualmente foi refletido sobre a dimensão comunitária e a educação para a saúde, uma dimensão que atua na promoção, prevenção e educação para a saúde, valoriza as diversidades regionais, promove debates, palestras, encontros educativos sobre prevenção de doenças, alimentação adequada, saneamento básico e higiene. Finalmente, no último dia do encontro foi refletido sobre a dimensão sociotransformadora, que mostra que atua junto aos órgãos e instituições públicas e privadas que prestam serviços e formam profissionais na área de saúde, para que haja reflexão bioética e de humanização, formação ética e uma política de saúde acessível e responsável, participando ainda das instâncias colegiadas do controle social na Saúde Pública. Importância do SUS Aprofundando no significado do controle social, foi mostrado o papel do Conselho de Saúde, a importância de os agentes estarem dentro dos conselhos de saúde dos municípios, a função do Conselho de Saúde e dos conselheiros. Igualmente, foi aprofundado sobre a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), que é um sistema público de saúde que oferece atendimento gratuito a todos os cidadãos brasileiros, enfatizando que é o maior sistema público de saúde do mundo. Os participantes da formação conheceram os princípios doutrinários e éticos do SUS, que são universalidade, equidade e integralidade. Estes princípios orientam o Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir o acesso igualitário e de qualidade a todos os brasileiros. A universalidade nos mostra que todos os brasileiros têm direito à saúde, independentemente de sexo, raça, ocupação ou outras características. A equidade busca diminuir desigualdades, investindo mais onde a carência é maior. A integralidade considera as pessoas como um todo, atendendo a todas as suas necessidades. Envio de 12 agentes 12 voluntários agentes da Pastoral da Saúde da paróquia São Paulo Apóstolo foram enviados na missa do domingo 6 de abril. Um envio que mostra que “assim continuamos a Missão de Priorizar a Vida e testemunhar o Evangelho no mundo da saúde”, segundo Guadalupe Peres. A coordenadora regional ressaltou que “a Pastoral da Saúde é toda a ação do povo de Deus comprometido em acolher, promover, cuidar, educar, defender e celebrar a vida humana. É a ação libertadora de Cristo presente no mundo na área da saúde, em três dimensões: solidária, comunitária e sociotransformadora.”

Proteção contra Abusos no Regional Norte 1: Ser uma Igreja que cuida, que sabe consolar

O Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1) tem como causa permanente em suas Diretrizes para a Ação Evangelizadora o enfrentamento ao abuso sexual e a exploração de crianças e adolescentes. Uma urgência que tem avançado com passos concretos que ajudam a ir adiante no caminho percorrido pelo Regional e pelas nove igrejas locais que fazem parte dele. Formação e partilha dos passos dados Nesse caminho, o encontro da Comissão Ampliada de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis do Regional Norte1, que está acontecendo em Manaus de 4 a 6 de abril de 2025, está sendo um momento de grande importância. Um espaço de formação, mas também um momento de partilha dos passos que estão sendo dados como Regional Norte 1 e como igrejas locais. Esse caminho comum como Regional Norte 1 é algo muito presente no trabalho da comissão ampliada. Diante das dificuldades que existem na região, o trabalho como comissão é um modo de “nós como Igreja ajudar”, segundo o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte 1, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Ele insistiu em que é “uma verdadeira pastoral, porque se trata do cuidado”, mostrando o grande esforço dos bispos das nove igrejas locais, dado que “nós queremos como Igreja trabalhar juntos.” Aprender a cuidar, estar presentes, consolar Com relação ao encontro, o presidente do Regional Norte 1 ressaltou sus importância, “para irmos devagarinho entrando na dinâmica que a Igreja pede e para trocar ideias que permitam ajudar às famílias.” Daí a necessidade de “aprender para podermos ser uma Igreja que cuida, uma Igreja que esteja presente, uma Igreja que sabe consolar”, e faz isso como Regional. Um aprendizado mútuo, dado que “às vezes a gente não sabe”, afirmou. É por isso que “todos queremos aprender como podemos melhor servir, um serviço evangelizador porque é um serviço de escuta, é um serviço de cura”, seguindo o exemplo de Jesus, que cura primeiro o coração, a alma. O cardeal Steiner enfatiza que “podemos dar uma grande colaboração como Igreja, aos poucos isso vai entrando nas comunidades.” Nesse sentido, o arcebispo de Manaus relata situações de pessoas adultas que foram abusadas sendo crianças, “mas a ferida está aí”, o que demanda, segundo ele, “ver como dar uma resposta a essas pessoas.” O presidente do Regional Norte 1 agradeceu explicitamente a participação de cada um e cada uma que faz parte da comissão ampliada, “numa iniciativa da Igreja do Regional para o cuidado”, que ele define como “disponibilidade de irmos aprendendo para melhor servir.” Essa é uma experiência única no Brasil, o trabalho conjunto como Regional no enfrentamento ao abuso e exploração de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis. Um caminho que vai se concretizando Um caminho que vai se concretizando de diversos modos nas igrejas locais do Regional Norte 1, que estão realizando formação em diversos níveis, algo que ajuda a perceber a seriedade dessa temática e dessa prática do combate ao abuso e exploração de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis. Um caminho que ajuda a aprender novos conceitos, daí a importância do “Decreto, Regulamento e Manual de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis”, elaborado pelo Regional Norte 1, e que é visto pelos membros da comissão ampliada como um norte no trabalho, não só para a Igreja católica como para a sociedade para trabalhar na linha da prevenção. Nessa perspectiva, se faz necessário, como foi partilhado no encontro, a necessidade de cuidar e deixar se cuidar. Para isso, está sendo apresentado o Manual nas assembleias diocesanas, o que ajuda o povo a tomar consciência. Um trabalho que também está sendo realizado com os catequistas e outras pastorais e espaços eclesiais. Isso ajuda a, diante de um tema muito delicado, o povo ter esperança de que a Igreja está tendo cuidado, a Igreja está se interessando na prevenção, está aprendendo a caminhar. Uma temática a ser conhecida pelas lideranças Algo presente na realidade do Regional Norte 1, que também condiciona o trabalho da comissão, são as grandes distancias dentro das igrejas locais. Não pode ser esquecido que esse é um tema que precisa de conscientização, ainda mais diante da rejeição de algumas pessoas ao trabalho de prevenção. Se faz necessário aprofundar cada vez mais no conhecimento do Manual, que seu conteúdo seja levado ao conhecimento do povo. Um trabalho, que dada a realidade de algumas igrejas do Regional Norte 1 ultrapassa as fronteiras do Brasil. Um encontro que pretende ajudar a perceber em que nível está cada Igreja local para diante da diversidade poder articular o trabalho em rede. Para isso, se pretende avançar na construção da Rede de Proteção, de um sistema de garantia de direito, a partir daquilo que já se tem no Regional e cada uma das nove igrejas locais, em vista de um melhor atendimento e acompanhamento, sempre em conexão, em rede.

Diocese de Coari realiza encontro do clero e Missa dos Santos Óleos em Anori

A paróquia da Imaculada, em Anori, acolheu, de 01 a 04 de abril de 2025, o encontro do clero da diocese de Coari, que foi encerrado com a celebração da Missa dos Santos Óleos. A abertura aconteceu com a celebração da Eucaristia na Igreja Matriz, presidida por dom Marcos Piatek e concelebrada pelos padres e diáconos, que atualmente trabalham pastoralmente nas 11 paróquias da diocese. Encontro, troca de experiências e partilha da missão Durante o encontro, coordenado pelo Pe. Edinaldo dos Santos, coordenador da Pastoral Presbiteral da diocese de Coari, além dos momentos de oração, aconteceu a reflexão sobre o ministério presbiteral, troca de experiencias e a partilha de vida e missão presbiteral. Ao lado dos temas ligados à vida presbiteral, foram abordadas também as pautas pastorais, tendo momentos de convivência presbiteral e lazer. Na quinta-feira, dia 03 de abril, na Matriz da Paroquia Imaculada Conceição, em Anori, foi celebrada com muita alegria e fé a renovação das promessas sacerdotais e a Missa dos Santos Óleos, presidida pelo bispo diocesano, dom Marcos Piatek, e concelebrada por seus presbíteros e diáconos. Esta liturgia é celebrada normalmente na Quinta-feira Santa pela manhã na catedral. Ali, reúnem-se o bispo local com os seus sacerdotes para uma belíssima e solene celebração eucarística. Na diocese de Coari, por causa das distancias muito grandes, se realiza esta liturgia com antecedência. Uma celebração em que os presbíteros da diocese de Coari mostraram sua gratidão a Deus pelo dom do sacerdócio. Presbíteros e diáconos que doam a sua vida servindo o povo de Deus da diocese de Coari. Também foi oportunidade para rezar pelas boas e santas vocações e pela perseverança do clero e dos seminaristas. Perguntas do bispo Dom Marcos, diante de Jesus no Tabernáculo, diante do povo de Deus, perguntava aos presbíteros: “Filhos caríssimos, quereis renovar as promessas que um dia fizestes perante o vosso bispo e o Povo de Deus? Quereis unir-vos e conformar-vos mais estreitamente ao Senhor Jesus, renunciando a vós mesmos e confirmando os compromissos do Sagrado Ministério, que levados pelo amor de Cristo, assumistes com alegria em relação à Igreja, no dia da vossa ordenação sacerdotal? Quereis ser fiéis distribuidores dos mistérios de Deus, pela missão de ensinar, pela Sagrada Eucaristia e demais celebrações litúrgicas, seguindo Cristo, Cabeça e Pastor, não levados pela ambição dos bens materiais, mas apenas pelo amor aos seres humanos?” Após cada pergunta do bispo os padres responderam: “Quero!” Em seguida, o bispo diocesano presidiu a benção dos Santos Óleos, que foram levados um por um pelos presbíteros e apresentados ao povo de Deus. Dom Marcos abençoou os óleos dos Catecúmenos, dos Enfermos e consagrou o Santo Crisma. Ele lembrou que o Óleo dos Catecúmenos é destinado aos catecúmenos, aqueles que se preparam para receber o Batismo, independentemente de sua idade. Esse óleo é aplicado antes do rito da água batismal, simboliza a libertação do mal e a força divina que penetra na vida do catecúmeno. O Óleo dos Enfermos é utilizado no sacramento da Unção dos Enfermos, esse óleo representa a força do Espírito Santo para enfrentar a provação da doença e fortalecer o enfermo em sua jornada. O enfermo é ungido na testa e nas mãos, como gesto de consolo e fortalecimento espiritual. Finalmente, o Óleo do Crisma é uma mistura de óleo e bálsamo que representa a plenitude do Espírito Santo, indicando que os cristãos devem espalhar o “bom perfume de Cristo”. É utilizado nos sacramentos do Batismo, da Crisma, da Ordem e na consagração das igrejas. Antes da benção final o bispo entregou aos párocos das 11 paroquias os novos Óleos Santos e parabenizou-lhes pela evangelização na diocese. Com informações e fotos da diocese de Coari

No final do Retiro do clero, diocese de São Gabriel da Cachoeira celebra Missa dos Santos Óleos

Sob a orientação do bispo emérito da diocese de Araçuaí (MG), dom Esmeraldo Barreto de Farias, o clero da diocese de São Gabriel da Cachoeira realizou de 31 de março a 3 de abril seu retiro anual, que encerrou com a celebração da Missa dos Santos Óleos. Centralidade da Palavra Na homilia, o bispo diocesano, dom Raimundo Vanthuy Neto, destacou três imagens de Jesus no texto do capítulo 4 do Evangelho de Lucas. A primeira, Jesus voltando a Nazaré, onde experimenta fortemente ser acolhido na sua comunidade com um papel bonito de leitor da Palavra de Deus. Segundo o bispo, “a centralidade da Palavra na vida de Jesus é a Palavra que se torna central na vida do discípulo, o discípulo presbítero”, recordando que, segundo o Beato Antônio Chevrier, a primeira tarefa do presbítero, daquele que quer ser discípulo verdadeiro, é estudar nosso Senhor Jesus Cristo, é mergulhar na Palavra. Dom Vanthuy sublinhou que “a Palavra transforma, a Palavra converte, a Palavra nos faz parecidos com a Palavra, o Verbo”, o que “nos faz lembrar que toda a vida discipular e toda a vida da Igreja é um ao redor da Palavra.” Junto com isso, disse que Jesus que foi educado a uma escuta, a uma compreensão e a uma prática da Palavra.” A escuta da Palavra nos torna sensíveis Uma segunda imagem que destacou o bispo é que é dado o livro do profeta, e nesse momento “Jesus acolhe um programa dado pela profecia”, vendo nas Palavras do profeta Isaias que “a escuta da Palavra torna os homens sensíveis às experiências humanas frágeis, de opressão, de cegueira, de cativeiro, e aponta para caminhos. A Palavra conduz o homem à liberdade, conduz o homem a enxergar de verdade, a ver a partir do olhar de Deus e com o olhar também dos outros, e a enfrentar todo tipo de opressão. O bispo lembrou que “Jesus se torna sensível às fragilidades humanas, aos limites humanos, aos pobres, à pobreza, à escravidão, à cegueira e à opressão”, como um dos sinais de sua vida. É por isso que “Jesus, depois de ler o Evangelho, descobre que não tem como ler o Evangelho e ficar insensível aos sofredores, aos pequenos.” O bispo também destacou que “a Palavra nos conduz a uma missão, é um chamado à missão”, afirmando que a vida presbiteral se encontra aí. Ele lembrou aos padres a beleza da caridade pastoral, que a escuta da Palavra atenta torna o discípulo, o presbítero, um homem sensível às realidades humanas. O presbítero, como diz o Papa Paulo VI, “ele é convidado a ajudar as pessoas que estão em condições menos humanas para a passagem para condições mais humanas”. Nesse sentido, ele disse que “o Evangelho conduz a erguer os outros na sua dignidade.” Fazemos a evangelização com os outros Recordando que o texto do Evangelho diz que “ele fecha o livro e entrega ao ajudante”, dom Vanthuy disse que isso, “nos faz descobrir que Jesus também necessitou de ajuda para compreender a Palavra do Pai, para descobrir a vontade do Pai”, vendo nos pobres aqueles que ajudam a descobrir a verdadeira Palavra do Pai. Junto com isso, o bispo enfatizou que “nós somos necessitados uns dos outros”, que “nós não fazemos evangelização sozinhos, fazemos com os outros”. Isso lembra as Palavras de Papa Francisco, uma Igreja que caminha junto, em sinodalidade. Por isso, o bispo recordou aos padres que “os presbíteros precisam de uma grande ajuda do povo de Deus, das lideranças, para que a missão aconteça. Não se pode fazer missão solitária”. Dom Vanthuy destacou que “nós vivemos em um processo de que somos dependentes uns dos outros na missão”, o que pode ajudar a poder enfrentar as forças que oprimem o Rio Negro, como a bebida e o suicídio. No centenário da Igreja do Rio Negro, o bispo lembrou que “tantos homens e mulheres vieram de fora para nos educar a olhar a Jesus”. Um olhar que “aponta para as nossas reais necessidades e nos socorre.” Dom Vanthuy destacou e agradeceu a presença de Dom Esmeraldo e sua participação ativa na celebração, refletindo sobre o sentido dos óleos abençoados: batismo, para compreender melhor a Palavra; dos enfermos, para ser solidários na hora do sofrimento e dar coragem; e do Crisma, que leva os presbíteros a assumir a missão de Cristo.

Proteção de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis: “Que em qualquer suposto abuso, ele não deixe de encontrar um espaço de escuta”

Recordar a própria infância e adolescência é uma atitude que ajuda a se colocar no lugar dos outros, sobretudo no lugar daqueles que sofrem em consequência do abuso e exploração de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis. Essa recordação foi o ponto de partida do encontro da Comissão Ampliada de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que acontece em Manaus de 4 a 6 de abril de 2025, com a participação de quase 30 representantes das nove igrejas locais do Regional. Capacitar para atuar de maneira eficaz Um encontro para contribuir na capacitação da comissão ampliada, proporcionando-lhes o conhecimento e as habilidades necessárias para atuar de maneira eficaz e sensível na prevenção ao abuso, exploração sexual de crianças, adolescentes e adultos vulneráveis. O Papa Francisco insiste em que “cuidar é compartilhar paixão eclesial e competências com o compromisso de formar o maior número possível de agentes pastorais. Desta forma promove-se uma verdadeira mudança cultural que coloca os mais pequenos e mais vulneráveis no centro da Igreja e da sociedade”, um pano de fundo presente no encontro. Cuidar para que exista uma cultura de proteção A dívida com as crianças, adolescentes e adultos vulneráveis é muito grande, segundo o bispo auxiliar de Manaus e assessor da comissão dom Hudson Ribeiro, que insiste no apelo do Papa Francisco no Motu Próprio Vos Estis Lux Mundi de cuidar para exista uma cultura de proteção, algo que passa por uma consciência, por uma conversão ao respeito às crianças e adolescentes, que leve a promover os seus direitos. O bispo auxiliar de Manaus lembrou o pedido de Jesus no Evangelho para se fazer criança como condição para entrar no Reino dos Céus. Nessa perspectiva, dom Hudson disse que “tudo isso nos leva a acreditar que a gente encontra nas palavras de Jesus, a força para que a gente possa contagiar pessoas pela causa da criança e do adolescente”, algo que as igrejas do Regional Norte 1 da CNBB estão assumindo por meio da comissão ampliada e das comissões nas dioceses e prelazias. O objetivo é fazer com que as comissões tenham condições de receber informações, de refletir sobre a temática, de poder partilhar as experiências que já estão acontecendo nas dioceses e prelazias, lembra o bispo. Uma construção que ele define como sinodal, de escuta, de partilha de experiências, em vista de construir o que dom Hudson chama de mosaico da esperança, especialmente neste ano do Jubileu da Esperança, um tempo em que “a gente encontra pessoas disponíveis” para assumir essa causa, algo que ninguém pode abrir mão e que faz com que a cultura do cuidado passe do desejo, do sonho, para a realização. Um olhar de sensibilidade Para isso, o bispo ressalta que “o nosso olhar tem que ser um olhar de muita sensibilidade para ajudar a identificar quem já faz, quem já cuida, para poder otimizar essas ações, ajudar a dar uma forma mais organizada”, algo que tem criado um pouco mais de consistência, de continuidade, de construção de processos em continuidade. Igualmente, dom Hudson destaca o envolvimento cada vez maior de crianças na rede de proteção, que deve ajudar a criar uma nova cultura que surge a partir das crianças e adolescentes, que começam a se envolver nessas ações, o que ele define como maravilhoso. Entre os passos concretos dados pela comissão, o bispo auxiliar destaca que as comissões foram instaladas em todas as dioceses e prelazias do Regional Norte 1. Isso tem ajudado, pois os casos de suposto abuso estão chegando, e existe uma comissão metropolitana que recebe esses casos para serem analisados e procura estudar os casos e dar resposta às pessoas. Existem canais onde as pessoas já podem acessar, existe um protocolo de proteção, que ele é parâmetro norteador para todas as comissões, sublinha o bispo. Ele destaca que tem sido um trabalho realizado por muitas mãos, onde tem participado os bispos do Regional e muitas outras pessoas, seguindo a metodologia sinodal de escuta, de participação, de construção, de revisão, de se colocar humildemente, em um processo que não é concluído, mas que já vem dando frutos, que possibilitam avançar nesta dinâmica do cuidado com a vida, do cuidado com os mais vulneráveis. Tudo em vista de que “em qualquer suposto abuso, ele não deixe de encontrar um espaço de escuta. Criar espaço de acolhida e de escuta é um desafio, mas graças a Deus é uma realidade que está acontecendo”, concluiu dom Hudson.

A ministerialidade das mulheres chanceleres no Regional Norte 1

Na Igreja da Amazônia, a ministerialidade especifica-se de modos poucos comuns em outras realidades eclesiais. São expressões ministeriais que tem a ver com uma Igreja Sinodal com rosto amazônico, uma Igreja sustentada no Batismo, uma Igreja em que as mulheres assumem espaços de responsabilidade, que historicamente não tinham um rosto feminino à sua frente. Mulheres chanceler: uma novidade na práxis Na diocese de Roraima, a chancelaria é assumida pela Ir. Sofia Quintans Bouzada, enquanto na prelazia de Tefé é uma leiga, Juliana de Souza Martins, que desempenha esse serviço. Isso é uma novidade na práxis, que de modo nenhum contradiz o Direito Canônico, mas que tem que ser visto como um processo de mudança neste momento histórico que a Igreja universal e a Igreja da Amazônia estão vivendo. As reformas que o Papa Francisco vai introduzindo na Cúria Vaticana, com nomeação de mulheres para postos de responsabilidade, aos poucos também vão se fazendo presentes em algumas igrejas locais. O serviço da chancelaria, tradicionalmente assumido por padres, agora exercido por mulheres, é um exemplo disso. Segundo a chanceler da prelazia de Tefé, “com todo esse convite do Papa, a gente percebe também que os nossos bispos também se abrem a esse novo.” É uma aposta dos bispos para as mulheres estar nesses espaços, como é a chancelaria, que mostra que “nossos bispos também estão neste caminho de abertura da Igreja, para esse momento novo com a inserção das mulheres nessas funções”, sublinha Juliana de Souza Martins. As mulheres maioria nas comunidades Ninguém pode esquecer que “as mulheres fazemos parte das comunidades de base, somos a maioria nas comunidades, somos as que alentamos os processos, acompanhamos as pastorais, estamos como verdadeiras diaconisas nas igrejas locais”, segundo a Ir. Sofia Quintans. A religiosa afirma que assumir esses serviços “é simplesmente reconhecer aquilo que já fazemos no dia a dia na igreja local, nas comunidades de base.” A chanceler da diocese de Roraima, afirma que “com nossa competência e nosso modo de ser e estar, ajudamos também para que esta Igreja seja inclusiva, integre a todos, todos, todos, como disse o Papa Francisco, e haja processos novos de relação, processos de inclusão e outra nova sensibilidade incorporada nos processos eclesiais, nas tomadas de decisão, na formação, em tudo.” A Ir. Sofia insiste em que “a mulher faz parte da Igreja, fazemos parte da Igreja faz muito tempo, e nos reconhecermos como chanceleres é algo que é possível na Igreja faz muito tempo. Só que temos inércias incorporadas e se faz necessário quebrar essas inércias.” De fato, as mulheres na chancelaria enfrentam diversos desafios, que em primeiro lugar surgem da grande responsabilidade assumida, da confiança depositada nelas para vivenciar um processo que é uma corresponsabilidade com o Ministério Pastoral do bispo. A chanceler da diocese de Roraima destaca a necessidade do respeito muito profundo à caminhada histórica da Igreja local, “e tentar fazer de ponte com as comunidades, as paróquias, áreas missionárias, áreas indígenas, com a caminhada pastoral da Igreja, com a realidade local e os novos desafios da realidade migratória, dos povos indígenas e também com os desafios dos missionários”, sublinhando que a importância da Cúria ser um lugar de hospitalidade, de encontro e de Igreja em saída, de fazer uma caminhada em conjunto, sinodal. A capacidade e o papel das mulheres Olhando para a Igreja da Amazônia, Juliana de Souza Martins reflete sobre o desafio de reconhecer que o papel da chanceler e do chanceler é um papel importantíssimo, fundamental, dentro da cúria, dar visibilidade. No plano da ministerialidade feminina, uma dinâmica que teve um grande impulso no atual pontificado, se faz necessário da parte das mulheres, “nos dar conta da capacidade e do papel que nós temos dentro da Igreja. Às vezes, com o desafio, por sermos ainda uma Igreja muito masculina, muito paternal.” Ela reconhece o sofrimento das mulheres, mas também os passos já dados, os avanços, afirmando que “é algo muito presente, muito enraizado ainda dentro da nossa Igreja e às vezes isso acaba nos limitando no nosso pensar e no nosso agir. Mas eu acredito que se nós permanecermos firmes enquanto mulheres, nos reconhecermos como figuras transformadoras, importantíssimas para a evangelização da nossa Igreja, eu acredito que é nesse caminho que a gente deve continuar e persistir.” Reconhecer os serviços das mulheres A Ir. Sofia faz um chamado às mulheres para um reconhecimento mútuo, um apoio mútuo, para assumir que “temos qualidades e competências, além de uma experiência espiritual muito forte que sustenta a Igreja toda.” Ela também insiste em “reconhecer os nossos serviços que já estamos a vivenciar na Igreja, dentro das comunidades, dentro das pastorais, de lideranças, com ministérios reconhecidos.” Trata-se de “abrir caminho para outros ministérios que podem ser mesmo reconhecidos, ocupando os espaços, sem ter que pedir licença, dando-nos confiança mútua, mulheres e homens, homens e mulheres, tentando vivenciar essa experiência de missão conjunta, de missão em equipe”, com “conhecimento, responsabilidade, visibilidade, confiança mútua, vivenciando tudo juntos e juntas, em igualdade, com a mesma dignidade, mas em igualdade”, concluiu a religiosa.