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Irmã Joana Puntel: “a cultura digital não é mais online ou offline, ela é onlife”

A irmã Joana Puntel acaba de completar 80 anos. Em vez de receber presente, ela tem nos presenteado, junto com Marcus Tullius, com mais um livro: “Pastoral Digital: uma mudança paradigmática”. A religiosa paulina é uma das assessoras do Mutirão Brasileiro de Comunicação (MUTICOM), que acontece em Manaus de 225 a 28 de setembro de 2025, onde esta obra será lançada. Importância da ecologia integral no MUTICOM Ela considera “muito importante que esse MUTICOM esteja se dedicando, a comunicação esteja se dedicando a levar adiante o tema da ecologia integral”. A religiosa destaca o impacto que a encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, teve no mundo todo, “ele que ajudou a criar muito a mentalidade sobre essa questão de que tudo está interligado”, explicando o que isso significa. Daí a relevância da comunicação se engajar dentro dessa temática, “ela escolhe essa temática para ser algo que ajude a avançar na mentalidade, primeiro de tudo, porque as coisas podem se tornar gastas de tanto repetir e, às vezes, não ter ação”. A Ir. Joana Puntel vai assessorar no MUTICOM sobre a educomunicação para a formação cidadã. Ela vai tratar sobre a questão do ser humano, “o ser humano que precisa ser formado para isso”, ressaltando que “educação e comunicação, elas estão interrelacionadas”. É por isso que “a educação que você dá para uma pessoa, o que você vai desenvolver, ela precisa estar ligada a tudo o que você vai fazer, o que você é antes de tudo como pessoa. Então os valores que você tem, os valores, a honestidade, a fraternidade, o respeito, a dignidade pelo outro”. “Conforme você é na sua vida, você também vai tratar não só os outros, mas todo o planeta, tudo o que está ao seu redor. E aí, então, você também tem razões profundas e vai se aperfeiçoar mais, digamos assim, com bibliografias, para você discutir também isso no contexto”, afirma a religiosa. Ela destaca a necessidade da formação humana, da formação cidadã para a cidadania. Partindo de que tudo está interligado, sublinha que “você é uma pessoa que precisa saber como que você trata os outros, porque, como diz assim um grande professor, nós não nascemos prontos, a humanidade não nasce pronta, ela se forma”. Entrar na cultura digital Sobre a temática do livro que está sendo lançado, ela afirma que “a pastoral digital não é uma pastoral diferente da pastoral de comunicação, mas é ajudar a pastoral da comunicação que nós já conhecemos a entrar cada vez mais dentro de uma cultura que é uma cultura digital. Não é simplesmente usar os meios, mas é dentro desse todo que nós vivemos numa cultura digital. E a cultura digital não é mais online ou offline, ela é onlife”, fazendo referência ao novo paradigma de Luciano Floridi, “onde leva em conta a pessoa, porque infelizmente quando se fala em comunicação, se pensa em meios”, inclusive na Pastoral da Comunicação. A irmã Puntel insiste em, sem deixar os meios de lado, incluir a pessoa nisso. Um livro dedicado à memória do Papa Francisco, que é definido como pastor da escuta e do discernimento, comunicador exemplar. A religiosa paulina vê Papa Francisco como alguém que praticou o que ele disse sobre comunicação, “que é essa escuta, ser firme, porque escutar e deixar fazer a mesma coisa não é realizar a comunicação.” O livro mostra que Francisco é um homem do processo, que leva a se perguntar “quais são os sinais dos tempos para você poder entrar em diálogo com o contexto de hoje”, uma reflexão que aparece numa conferência que ele fez para a Cúria Romana no Natal, “onde ele mostra essa questão dos processos que precisa abrir”, superando dinâmicas que levam a ficar parado, dando passos que levem a prestar atenção aos sinais dos tempos hoje. Algo que leva a refletir sobre a Inteligência Artificial, “que não se trata só de uma ferramenta, é de tudo que ela está provocando no ser humano, no sentido de repensar, de nova antropologia”, reflete a irmã Puntel. Ela destaca a necessidade de “escutar os sinais dos tempos, porque é ali que o Espírito fala também”. O ‘onlife’ Aprofundando no conceito ‘onlife’, a religiosa fala dos manguezais, onde convivem a água doce e a água salgada, uma metáfora usada por Luciano Floridi. O filósofo italiano defende que não é igual antigamente quando era ligado ou desligado um aparelho, hoje “você está continuamente ‘onlife’, porque a comunicação, o digital, ele está ao redor, ele está no que você pensa, não é mais assim que você puxa a gavetinha para dizer aqui está o digital. Nós nos movemos dentro desse digital, seja por aquilo que nós queremos usar no negócio, seja por aquilo que nós queremos consumir, você está continuamente ligado”. A religiosa vê esse fenómeno especialmente presente entre os jovens, falando da síndrome do FOMO (fear of missing out), o medo de ficar fora das novidades e eventos das redes sociais. Isso leva a ter a necessidade de sentir a vibração do celular, o que “mostra que nós vivemos dentro de um todo que se movimenta.” Nesse sentido, “quando a gente fala que tudo está interconectado, é nesse sentido, tudo. E isso está ficando assim, planetário.” A irmã Puntel lembra que agora saiu um livro chamado “A Soberania Planetária”, que é a questão da inteligência, as camadas neuronais. Magistério e Inteligência Artificial Diante do receio frente à Inteligência Artificial, também em ambientes eclesiais, a religiosa paulina destaca a importância de conhecer o Magistério da Igreja em relação a essa temática. Ela lembra a mensagem de Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz de 2024, afirmando que “quem quiser saber o que é a Inteligência Artificial e como é que a igreja se comporta, vai lá olhar essa carta”, aparece o tema da ética. Uma reflexão que tem se dado em diversos momentos, enfatizando que “a dignidade humana precisa ser defendida na Inteligência Artificial”. A religiosa insiste na necessidade de a Igreja reconhecer os progressos que nascem da Inteligência Artificial,…
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Cardeal Steiner: “sem medo aprofundar a comunicação e a Ecologia Integral”

“Desejar que nós não tivéssemos medo de discutir e aprofundar as questões da comunicação e da Ecologia Integral”. Essas foram as palavras do arcebispo de Manaus, Cardeal Leonardo Steiner, durante a mesa de abertura do 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação. O evento buscará expandir horizontes para uma comunicação transformadora nas diversas realidades sociais e humanas. O cardeal destacou a exigência desse processo de aprofundamento, justamente por ele considerar diversos “aspectos e dimensões”. Isso para que não o reduza a “um mero cuidado para preservar as coisas”, mesmo que haja uma predominância em colocá-lo sob a lógica de desenvolvimento que destrói o meio ambiente. A poesia como parte do processo de transformação Essa observação é um convite a perceber que existem “outros elementos próprios nossos, do ser humano, que precisam ser refletidos”. E para que essa comunicação ganhe os contornos de transformação desejados o cardeal aponta que o caminho é o de retorno ao “poetar”. Já que a poesia perpassa o itinerário de transformação da vida humana. “Poesia que é a tentativa de colher a realidade na sua dimensão mais profunda. Lá onde nós somos atingidos. Nós somos atingidos por uma dimensão que o sustenta e guarda as nossas relações mais profundas”, explicou o arcebispo. Nessa perspectiva, o arcebispo questionou a dinâmica a ser assumida diante dessas questões, de como “sermos realmente pessoas que conseguem comunicar?”. Para isso, é necessário que haja uma transformação e o caminho é pensar “O que veio Jesus fazer? Transformar as nossas vidas”, explicou o cardeal.Por isso, o anúncio do Reino de Deus é também de “um modo de vida novo, onde tudo se sente em casa, onde tudo realmente possa ser”, e é o que precisa ser anunciado. Aprofundar dimensões exigentes Como anfitrião do evento, o cardeal Steiner reforçou o desejo de que mutirão “não tenha medo de chegar e aprofundar as dimensões mais exigentes”. E lembrou da existência de iniciativas dissonantes da perspectiva da Ecologia Integral, citando a PEC da destruição. Nela há “todo o pensamento, e todo o pensamento através disso” em busca de oportunidades para atingir seus objetivos utilitários, que Heidegger chamava de um pensamento calculante. “Então, desejo que as nossas discussões, os nossos debates sejam sem receio, sem medo, com toda a liberdade, para podermos realmente ser uma presença do Evangelho na nossa realidade. Assim ao menos é o que nós tentamos fazer sempre na Amazônia. Sempre buscarmos as razões mais profundas para podermos assim continuar a caminhar na esperança”, concluiu o cardeal. Ao final de sua colocação pediu ao presidente da Comissão Episcopal para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), uma das organizadoras do evento, Dom Valdir José de Castro, que declarasse a abertura oficial do MUTICOM. Ele retomou os agradecimentos aos envolvidos na preparação do evento e aos que ainda seguem trabalhando para realização do evento em todos os setores.

Cardeal Steiner no 14º MUTICOM: “toda obra criada é uma comunicação de Deus”

Uma missa amazônica, presidida pelo arcebispo local, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, deu início na tarde da quinta-feira ao 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação, que reúne em Manaus, de 25 a 28 de setembro de 2025, mais de 400 comunicadores chegados dos diversos cantos do país. Um evento para refletir sobre “Comunicação e Ecologia Integral: Transformação e Sustentabilidade Justa”. O grande comunicador nos enviou um comunicador Na homilia, o presidente da celebração, depois de acolher os presentes, “os que vieram de longe, os que vieram de perto”, destacou “Jesus foi enviado para anunciar, o grande comunicador nos enviou um comunicador. Ele o comunicador do reino de Deus, ele o comunicador do amor de Deus, ele que se fez comunicação porque se fez presença. Presença nos sinais, nas palavras, nas curas, ele simplesmente com sua presença mostrou como Deus é, nos mostrou o modo de ser de Deus”. Segundo o cardeal Steiner, “no texto do Evangelho, este modo de ser de Deus, Jesus pede que seja levado adiante. Por isso envia para serem comunicadores os discípulos.” Ele destacou como significativo no texto de Marcos, que no Ide está o envio a toda criatura, dado que “toda obra criada é uma comunicação de Deus. Todos os seres são comunicação de Deus. Tudo é, na expressão de São Boaventura, sinais do amor de Deus, visibilizações do amor de Deus, palpabilidade da presença de Deus”, insistindo em que Deus se comunicou. Algo que levou o cardeal a dizer que “talvez por isso, os medievais pensavam que Deus é comunicação. E nós participamos dessa comunicação de Deus, somos participantes dessa comunicação”. Enviados para anunciarmos que existe um reino novo Como participantes dessa comunicação, o arcebispo de Manaus disse que “o Evangelho de hoje também nos envia. Nos envia para anunciarmos a toda criatura que existe um reino novo. Tudo foi restaurado em Cristo. Tudo agora foi transformado em Cristo. Tudo foi transfigurado em Cristo. Tudo agora é transparência de um amor que se tornou visível, palpável na cruz, vida nova a toda criatura.” Nessa perspectiva, o cardeal Steiner disse que “talvez por isso nosso mutirão deseja justamente refletir, pensar, aprofundar a nossa comunicação e ecologia integral. Porque nós vemos de modo diferente, a partir da comunicação de Deus, vemos de modo diferente a relação nossa com as criaturas”. Uma relação que, segundo o presidente da celebração, “Francisco de Assis percebeu que era uma relação fraternal, irmão e irmã, e é por isso também que toda criatura louva a Deus.” Ele enfatizou que “nós temos essa palpabilidade de Deus em todas as criaturas, e é por isso que fazemos das criaturas também o nosso grande louvor a Deus, a ecologia integral. A ecologia integral que não busca ser uma expressão qualquer, mas busca ser uma nova relação para podermos dizer e perceber que Deus se comunica também através das criaturas”. Nesse sentido, o MUTICOM deve ser, em palavras do cardeal Steiner, uma oportunidade “para de novo nos darmos conta de que Deus é o grande comunicador e que nós participamos dessa comunicação e que nós somos comunicação. E porque somos comunicação, nós nos deixamos tocar pela comunicação das criaturas, mas especialmente pela comunicação de Deus.” Ele enfatizou que “nós somos comunicação, nós não somos mensagem, não, nós somos comunicação, porque somos seres em relação, assim como Deus o é”. Aprofundar na dimensão de Deus comunicador Refletindo sobre a primeira leitura da liturgia do dia, onde mostra que “o profeta fala da comunicação de Deus, ele é o comunicador de Deus, mas ao mesmo tempo também, Deus que se comunica nele, por ele, e ele que se comunica a partir de Deus.” O cardeal encerrou sua homilia, pedindo que o MUTICOM “nos ajude a aprofundar essa dimensão tão profunda de Deus que é comunicador, porque é relação. Nós somos comunicadores, comunicadoras, porque somos relação, mas também as criaturas, para que realmente haja a harmonia, haja a harmonia da casa comum, e possamos nós todos conviver não num sistema econômico dominador, mas possamos viver na fraternidade universal, possamos viver da fraternidade onde todos têm o seu lugar, tem o seu espaço, mas também tem a sua respeitabilidade. Para assim, na nossa reflexão possamos melhor nos darmos conta o quanto Deus se comunica conosco através de cada uma das suas criaturas”. No final da celebração, o arcebispo de Manaus fez um chamado a agradecer “a graça de sermos comunicadores da salvação, da redenção a toda criatura”, mas também agradecer “o sermos enviados a anunciar vida nova, redimida, transfigurada, celestiada”, e junto com isso agradecer “o sermos filhas e filhos de um mesmo Pai, irmãos de um mesmo Irmão maior, e alma da Alma da Trindade.” Mais uma vez, o cardeal Steiner deu as boas-vindas “a Manaus, a nossa Querida Amazônia, a nossa Igreja que está em Manaus.” Ele pediu “que possamos todos juntos fazer uma bela caminhada nesses dias, um bom mutirão para nos apercebermos que fomos comunicados e que somos comunicação de Deus, que cada criatura é comunicação de Deus, porque comunicador maior não existe do que Ele mesmo, que se comunicou em cada um de nós”. Fotos: Emmanuel Grieco Nascimento

Cardeal Steiner: uma ecologia integral, não pode ser no horizonte do mercado, mas da fraternidade

Manaus acolhe de 25 a 28 de setembro de 2025 o 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação (MUTICOM), com o tema: “Comunicação e Ecologia Integral: Transformação e Sustentabilidade Justa.” Um evento que conta com mais de 400 participantes e quer ser um espaço de partilha, de reflexão sobre as políticas e práticas de comunicação, um momento para aprender a partir de uma metodologia sinodal, sustentada na escuta. Chegarmos ao cuidado da casa comum O MUTICOM, organizado pela arquidiocese de Manaus, quer “abordar a questão de uma ecologia integral, mas especialmente chegarmos ao cuidado cada vez maior da nossa casa comum”, segundo o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner. Um evento para “trabalhar a comunicação dentro dessas questões ambientais na proteção da casa comum”, em palavras do bispo de Campo Limpo (SP) e presidente da Comissão para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Valdir José de Castro. O MUTICOM tem ido agregando diversos atores ao longo do processo, “que vão interagindo, se integrando e somando forças e ajudando a realizar o evento”, afirmou o bispo de Oeiras (PI) e membro da Comissão para a Comunicação da CNBB, dom Edilson Soares Nobre. Ele destacou a importância, seguindo a temática de encontro, de “pensar a comunicação levando em consideração a ecologia integral, porque diz respeito a nossa sobrevivência, ao nosso presente e ao nosso futuro, ao nosso modo de ser e ao nosso modo de agir, ao nosso comportamento”. Os povos indígenas estão sendo caçados por motivo econômico A questão da falta de cuidado com a casa comum atinge de modo especial aos povos indígenas. Nessa perspectiva o presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), cardeal Steiner, que participou nos últimos da assembleia do CIMI, denunciou “como os povos indígenas estão sendo caçados, mas isso por motivo econômico, isso por motivo de avançar cada vez mais nas terras para o agronegócio, para a mineração.” Diante dessa situação, ele enfatizou a necessidade do “MUTICOM nos ajudar a abrir olhos, na reflexão, nos debates, conseguimos comunicar que existe por detrás desse pensamento nosso hoje em dia no mundo, existe um sistema que está dominando, sistema do mercado, sistema econômico, que está destruindo o meio ambiente.” O arcebispo de Manaus sublinhou que “se trata de uma relação econômica”, o que leva o cardeal Steiner a dizer que “se conseguirmos devagar ir percebendo que no fundo das nossas relações atuais, a destruição do meio ambiente vem de um sistema que está se impondo cada vez mais”, algo que tem a ver também com o meio político. Ecologia integral não no horizonte do mercado, mas da fraternidade Ele fez um chamado a MUTICOM refletir sobre uma questão; “se quisermos uma ecologia integral, quisermos uma casa comum, não pode ser no horizonte do econômico, do mercado, mas no horizonte da fraternidade, no horizonte onde está interligado.” Daí a importância do MUTICOM como “um momento muito importante de despertarmos, ajudarmos a despertar para uma responsabilidade e desmontarmos o esquema que está se impondo.” Um sistema que está se impondo, citando como prova disso as decisões do Congresso Nacional, que por detrás têm todo um horizonte econômico. Frente a isso, “nós como Igreja temos um outro horizonte, o horizonte da fraternidade, o horizonte das relações harmônicas, que é a relação do Reino de Deus”. Um sistema que vem se impondo ao longo dos dois últimos séculos, segundo o arcebispo de Manaus, até o ponto de achá-lo como algo natural. Ele disse que “o Papa Francisco nos acordou, e muitas pessoas estão nos acordando, os povos indígenas têm nos ajudado a acordar para podermos realmente abrir os nossos olhos e começarmos a discutir sem nos agredir.” Nesse sentido, ele vê o MUTICOM como espaço de colaboração, “não só para a questão ambiental, mas para a questão das nossas relações, que elas estão hoje muito fracionadas”. Desde o pensamento teológico, que leva a fazer uma leitura do horizonte da fé, do Reino de Deus, o cardeal Steiner destacou que “o Reino de Deus foi plenificado em Jesus Cristo Crucificado, Ressuscitado”. Nessa perspectiva, “quando nós falamos de fraternidade e não de economia como essencial, estamos colocando um elemento teológico fundamental”, segundo o arcebispo de Manaus. Ele citou o pensamento de São Francisco de Assis, que chama os diversos elementos de irmãos, “devido a uma relação própria”. As criaturas todas precisam ter oportunidade É por isso que “a obra criada, ela tem uma fundamentação teológica para nós que somos Igreja, mas nós queremos atingir as pessoas que não tem essa compreensão teológica.” Uma afirmação que nasce do fato de que “em nosso horizonte de leitura, as criaturas todas precisam ter oportunidade, porque tudo está em relação. E se tudo está em relação, cada um deve ter seu espaço nessa casa comum”, o que demanda fraternidade e uma convivência harmónica. Parafraseando as palavras de Papa Francisco, quando ele disse “tirem as mãos da África”, o cardeal Steiner sua vontade de dizer: “Tirem as mãos da Amazônia.” Isso porque “a compreensão não é do respeito”, algo que ele fundamenta no sentido teológico, que “ajuda a compreender as relações, e nós estamos com as relações muito distorcidas”. Fotos: Ana Paula Gioia Lourenço

MUTICOM 2025: A Ecologia Integral deve nos levar a mudar nosso estilo de vida

10 anos depois da Laudato Si´, a encíclica que popularizou o termo “ecologia integral”, ainda estamos diante de um conceito pouco compreendido pela grande maioria das pessoas. Daí a importância do capítulo IV da primeira encíclica de Papa Francisco, onde ele aborda os diversos elementos que fazem parte dela. O decorrer da história nos mostra a importância desse conceito e nos leva a aprofundar nas palavras do número 225 da Laudato Si´: “Uma ecologia integral exige que se dedique algum tempo para recuperar a harmonia serena com a criação, refletir sobre o nosso estilo de vida e os nossos ideais, contemplar o Criador, que vive entre nós e naquilo que nos rodeia e cuja presença ‘não precisa de ser criada, mas descoberta, desvendada’”. Nessa perspectiva, o 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação, o MUTICOM, que inicia hoje, 25 de setembro de 2025, em Manaus, é mais uma oportunidade para refletir sobre essa temática, superando preconceitos mal-intencionados ou alimentados por interesses políticos ou econômicos, que levam a negar as consequências das mudanças climáticas. Uma atitude que mais uma vez mostrou nesta semana, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O evento, que acontece em Manaus de 25 a 28 de setembro, tem como tema: “Comunicação e Ecologia Integral: Transformação e Sustentabilidade Justa”. Uma oportunidade para entender a necessidade de comunicar sobre essa temática, em vista de ajudar o povo a descobrir a necessidade de recuperar essa harmonia com a Criação, que nos chama a Laudato Si´. Uma reflexão que cobra especial importância na Amazônia, ainda mais a menos de dois meses da COP30, que será realizada em Belém do Pará em novembro. Ambos os eventos, mesmo em escalas diferentes, deveriam desencadear processos de reflexão em vista de mudanças inadiáveis, que levem a humanidade a aprender com os povos da Amazônia, especialmente com os povos originários, a importância da ecologia integral como norma de comportamento e de relações com a natureza e com as pessoas. Laudato Si´ afirma no número 156 que “a ecologia integral é inseparável da noção de bem comum”. Podemos dizer que o bem comum, ainda mais o bem viver, é um conceito chave nas cosmovisões e nos modos de vida dos povos originários da Amazônia e de outras regiões do Planeta. Quando nosso comportamento ético está orientado em vista do bem comum avançamos em humanidade, pois superarmos o individualismo que destrói toda tentativa de avanço nesse sentido. Conhecer que a ecologia integral é um modo de vida assumido em algumas comunidades da Amazônia em vista de uma sustentabilidade justa é uma oportunidade para testemunhar que essa dinâmica é possível assumi-la. Na mente das pessoas, as coisas existem quando são conhecidas, quando são comunicadas. É missão dos comunicadores católicos mostrar que a harmonia com a criação é um desafio a ser assumido por aqueles que acreditam no Deus Criador. Editorial Rádio Rio Mar

Encontro Formativo da PASCOM Diocesana de Borba: comunicar com espírito de serviço, fé e comunhão

Nos dias 19 e 20 de setembro, a Pastoral da Comunicação Diocesana de Borba realizou um Encontro Formativo, que reuniu agentes da PASCOM de diversas paróquias, com o objetivo de fortalecer a missão comunicativa da Igreja e refletir sobre os desafios atuais da evangelização no ambiente digital. Comunicar com espírito de serviço, fé e comunhão O encontro contou com a assessoria de Fabiano Fachini, estrategista digital, que trouxe importantes provocações sobre a vivência e a caminhada da PASCOM. Em sua partilha, Fachini destacou a beleza e a responsabilidade de “ser pasconeiro”, isto é, “comunicar não apenas com técnicas e ferramentas, mas com espírito de serviço, fé e comunhão”. Entre os pontos centrais dos estudos, o assessor refletiu sobre a estratégia e os objetivos da presença da PASCOM nas mídias sociais, realizando alguns questionamentos: Que mensagem desejamos transmitir? Qual impacto buscamos gerar em nossas comunidades? Como alinhar nossas ações de comunicação com a missão evangelizadora da Igreja? Quem deve aparecer é Cristo Ideias concretas sobre comunicação foram pontuadas por Fachini como; considerar que no serviço da Pastoral da Comunicação quem deve aparecer é Cristo, ou seja, que o trabalho pastoral de comunicação deve ser o mais discreto possível para que não desvie a atenção dos fiéis do que é realmente essencial que é o diálogo e a comunhão com Deus. Junto com isso, a necessidade de trabalhar a Espiritualidade na Pastoral da Comunicação. Eixo este, sustentador dos demais eixos de Articulação, Produção e Formação. O bispo diocesano, dom Zenildo Luiz Pereira da Silva afirmou que “a Pastoral da Comunicação precisa vivenciar a escuta e meditação da Palavra de Deus para que ela encha o nosso coração de alegria e gratidão a Deus”. Assim, comunicar por meio da Palavra, dos gestos, das atitudes e utilizando as mais modernas tecnologias, torna o comunicador um mensageiro do amor de Deus e de todas as pessoas indistintamente, inspirado no Documento 99 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Sagrada Escritura e Documentos da Igreja O 3º Encontro Formativo da PASCOM da Diocese de Borba, foi concluído com a celebração da Santa Missa na Basílica de Santo Antônio, presidida pelo bispo diocesano. Durante a celebração, dom Zenildo Pereira da Silva, exortou os missionários da comunicação a dedicarem-se ao estudo das Sagradas Escrituras e dos documentos da Igreja, além de se inspirarem no testemunho de São Carlo Acutis, exemplo de jovem comunicador da fé. Na ocasião, a Ddiocese foi presenteada pelo assessor do encontro com uma imagem de São Carlo Acutis, conhecido como o “santo da internet”, reforçando a importância de comunicar o Evangelho também no ambiente digital. Esperança e entusiasmo O encontro formativo despertou sinais de esperança e entusiasmo nos pasconeiros, que corresponderam ao chamado tal e qual Samuel, “que ouviu a voz de Deus e respondeu, mesmo sem saber que era Deus quem o chamava” (1Sm 3, 7-9). Seguindo a ótica da comunicação, o que foi transmitido ao grupo trouxe novo ardor, novos métodos e sobretudo um “novo olhar” para o serviço missionário. Cada comunicador deixou transparecer seus desafios pessoais, suas limitações em consolidar a caminhada. Porém, a partilha nos trouxe a expressão da missão genuína que é composta por medos, divergências e a busca pelo contínuo aperfeiçoamento das técnicas, sem ferir a mistagogia do sagrado. O encontro foi marcado pela partilha, espiritualidade e formação, reafirmando que a comunicação na Igreja é antes de tudo testemunho de fé, capaz de aproximar, integrar e anunciar a Boa-Nova no mundo de hoje.

No Dia da Árvore, Caritas Parintins distribui 2.500 mudas de Ipé

A Cáritas da Paróquia Nossa Senhora do Carmo prevê a distribuição de 2.500 mudas de Ipê neste ano de 2025. A ação, que ocorre anualmente sobre a conscientização ao meio ambiente, teve início no domingo, 21 de setembro, por ocasião do Dia da Árvore, segundo informações da Rádio Alvorada da diocese de Parintins. Conscientizar a população A atividade foi marcada pela distribuição de mudas de Ipê amarelo, das 9h às 11h, no jardim da Casa Paroquial de Nossa Senhora do Carmo. Uma iniciativa que busca conscientizar a população sobre o reflorestamento urbano e incentivar uma cidade mais verde. A ação também teve um caráter solidário, dado que a população foi convidada a trocar cada muda de Ipê por 1kg de alimento não perecível que posteriormente será destinado a famílias em situação de vulnerabilidade social atendidas pela Cáritas. Diversas famílias e instituições envolvidas Segundo Jucilene Prestes, uma das coordenadoras da Cáritas Paroquial, a ação envolveu diversas famílias e instituições interessadas em receber mudas de Ipê. No entanto, para receber era preciso formalizar a solicitação por meio de um ofício e destacar o objetivo. “E além das pessoas individuais, a gente observa que algumas instituições procuram, solicitando 10, 15, 20 mudas. Nós já distribuímos para a Escola Dom Gino, que eles vão cuidar junto com os alunos, também o grupo do Rally, que está aqui, também a gente vai doar 20 mudas, e o objetivo deles é que os membros possam cuidar”, disse Jucilene Prestes. No Dia da Árvore, data histórica para o Rally Ambiental, o presidente Afonso Rodrigues destaca os 12 anos de fundação do grupo que tem se destacado em promover a educação ambiental em Parintins. Cuidado pessoal das árvores Parceiro da Cáritas Paroquial, o grupo também fez uma solicitação de mudas de Ipê amarelo, como destaca Afonso Rodrigues: “E nós tiramos um indicativo, nesse ano fazer diferente, os ativistas do Rally durante toda a semana, cada um plantou uma árvore, vai cuidar dessa árvore, zelar dessa árvore, adotar essa árvore, ano que vem vai tirar uma foto com essa árvore pra ver a evolução dela. E como a nossa demanda é muito grande, nós tivemos que pedir apoio da diocese com mais mudas. Então nós estamos conseguindo mais mudas de ipê, mais mudas de palmeira mini imperial, e a gente vai fazer continuar esse trabalho durante a semana”. A senhora Valcilene Costa é uma das responsáveis em preparar os recipientes para receber as mudas de Ipê, assim como cultivá-las durante um determinado período até ser distribuídas para a comunidade. Nesse ano de 2025, a Paróquia da Catedral completa 11 anos com a ação socioambiental. Conforme Valcilene Costa foram preparadas 2.500 mudas para serem distribuídas em Parintins, e celebrar a data, razão pela qual se sente contente em ajudar a reflorestar a cidade. “Nós estamos fazendo a distribuição de 2.500 mudas e como nós já sabemos que já estamos fazendo 11 anos de distribuição dos ipês, para mim é um grande prazer ajudar as pessoas na ornamentação dos ipês e para a gente é uma honra muito grande fazer essas doações”, destacou Vacilene. Um cuidado demorado Para ficar no tamanho adequado para a distribuição, Valcilene Costa afirma que cada muda leva em torno de dez meses para ser entregue à população. “Eu comecei a fazer as mudas no mês de novembro e aí do mês de novembro já agora já faz quase um ano, então é uma coisa que não é assim dizer que nasce e já fica logo, mas é tudo um cuidado que a gente tem para ajudar ela no crescimento”, ressaltou. O parintinense Sílvio Guimarães, que tem um terreno na comunidade Zé Açu, gleba Vila Amazônia, ressalta a importância da ação encabeçada pela Paróquia Nossa Senhora do Carmo por meio da Cáritas Paroquial. Segundo ele, “é uma iniciativa muito boa que estão fazendo aqui da igreja. Muito legal mesmo, a gente soube agora na Rádio e a gente já vinha aqui, pegar a minha pra plantar lá no meu terreno”.

Conselho de Leigos e Leigas do Regional Norte 1 realiza 10º Assembleia

O Conselho de Leigos e Leigas do Regional Norte 1 realizou, de 19 a 21 de setembro, sua 10ª Assembleia em Manaus, com o tema “Cristãos, leigos e leigas, peregrinos da Esperança, agindo na história a serviço do Reino”. O encontro reuniu cerca de 25 pessoas, acompanhados pelo bispo auxiliar de Manaus e referecial para o laicato, Dom Zenildo Lima, com destaque para a primeira participação de membros da Diocese do Alto Solimões, além de integrantes da Prelazia de Tefé, da Arquidiocese de Manaus e das Dioceses de Borba, Parintins e Roraima. O objetivo do encontro é refletir a caminhada do laicato nas dioceses e prelazias. Além do aprofundamento formativo da temática, foi abordado a experiência do conselho nacional e de pensar o serviço não somente pela dimensão institucional do conselho, mas do cuidado com os cristãos leigos, explicou Francisco Meirelles, presidente do Conselho de Leigos do Regional Norte 1 e da Arquidiocese de Manaus. “Pensando justamente o serviço não só como institucionalização do Conselho de Leigos, como organismo, mas pensar como nós fizemos aqui esses dias, de refletir justamente o cuidado com os cristãos leigos e leigas em cada diocese, prelazia, nas paróquias, nas áreas de missões, nas áreas missionárias. Então esse momento foi um momento muito bonito, que podemos partilhar”, destacou o presidente. O Deus que eleva os pobres Na partilha, os participantes repercutiram o que a Palavra de Deus diz à história de cada um e cada uma. Justamente para fazer memória daqueles cristãos leigos e leigas que, aos domingos, expressam seu comprometimento se dividido entre as atividades das comunidades e de suas famílias. Os recortes falam da prática de injustiças e exploração com os empobrecidos e pedem por novas opções à luz do Evangelho. Ir. Ângela Maria, da Congregação das Franciscanas Missionárias da Mãe do Divino Pastor, da Diocese de Roraima, salientou a postura de Deus. Ele que “nunca mais vai esquecer o que eles fizeram”. Desse modo revela a beleza da “predileção de Deus pelos empobrecidos e empobrecidas”. Nesse cenário, Dom Zenildo recorda que o juramento de Deus confronta a experiência religiosa que anestesia o povo. É o “fazer da religião um grande sábado para que a gente possa adulterar as coisas”, em vez de tornar o povo mais atento. Esse é o contexto onde Deus não se esquece do mal feito. “É uma linguagem humana para falar de Deus com os sentimentos da gente, não é? Mas para dizer, o profeta usa essa linguagem para dizer o quanto isso foi caro para Deus. O quanto fazer mal ao pobre foi caro para Deus. Nunca mais eu vou esquecer. Eu acho que o convite da palavra é um convite para as grandes opções”, destacou. Refazer as nossas opções Val Firmino fez uma ligação entre o Evangelho do dia e a parábola do jovem rico. Nela o jovem pergunta com alcançar a vida eterna e Jesus indica que é necessário deixar tudo para segui-lo. Para dizer que a radicalidade do que foi proclamado é “viver com pouco, mas viver bem. Ser justo com aquilo que é justo”. “Justiça, onde precisa ter justiça, né? Onde estão as injustiças com os outros irmãos e irmãs, né? Não pegar o que não lhe pertence, né? E sim o que te pertence. Então, assim, para mim, eu vejo essas passagens bíblicas muito parecidas” porque o administrador esbanjava os bens de seu patrão. Dom Zenildo Lima destacou que a expressão em que o Senhor elogia o administrador desonesto gera um estranhamento. E levanta o questionamento de “como é que esse sujeito aqui aparece quase como um modelo, né?”. É indicou que esse pode ser “um convite mais profundo”, um convite para “as escolhas fundamentais”. “A partir do que a gente pauta a nossa vida? a partir do dinheiro, das estruturas, ou a partir da vida das pessoas? Esse homem, esse administrador, foi alguém que pautou toda a sua vida a partir do dinheiro, das estruturas. Agora isso vai ser retirado dele e ele percebe que ele não tem relações, que ele não tem pessoas”, salientou o bispo. Perceber as pessoas Ao fazer memória do segundo dia de assembleia, onde se refletiu sobre o trabalho do conselho, Dom Zenildo comparou com as exposições feitas pelo grupo. Isto porque “às vezes a gente se dedica muito às estruturas, às organizações, e não percebemos as pessoas”. Por isso a atividade pautou não como fortalecer estruturas, mas como “proporcionar momentos para as pessoas”. “Isso não nos faz de melhor do que os outros, o fato de nós não estejamos nesse mar de corrupções. Nós podemos estar, talvez, nessa perspectiva de vida. Não envolvidos em corrupções, mas talvez dominados e predominados pela estrutura e também nós não tenhamos feito opção pela vida e pelos outros. Aí olha Jesus, um homem absolutamente livre de estruturas. E absolutamente pautado pela vida dos outros. Por isso que a vida de Jesus é sempre encantadora para nós” sublinhou o referencial. Uma oração que alcance a vida comunitária O último dia de assembleia foi marcado por manifestações democráticas contra movimentações parlamentares opostas aos interesses populares. Por isso, Lima reforçou que rezar pelos governantes “não é submissão”, mas “é rezar pelo povo brasileiro, é rezar por essa harmoniosa convivência”. Principalmente porque Brasil é um país de “tantas diversidades e de tantos povos” e é necessário que a oração alcance essa dimensão da vida comunitária. “para eles refaçam as suas opções. E refazendo as suas opções, escolha as pessoas, escolha o bem-estar, escolha o nosso agente, escolha o nosso povo. E a gente continua aqui. O nosso papel, pessoas batizadas, seguidores de Jesus, que também somos chamados para refazer as opções e as escolhas fundamentais para a vida da vida”, finalizou o bispo. Os participantes definiram que para fortalecer o compromisso do Conselho Regional com a sinodalidade e missionariedade das Igrejas locais, a eleição da nova presidência seria feita no próximo ano. Um ano de preparação e assim, garantir um conselho mais consistente nas dinâmicas da Ação Evangelizadora.

Implantada a Pastoral Familiar na Diocese de Borba

A paróquia Nossa Senhora de Nazaré e São José em Nova Olinda do Norte acolheu nos dias 19 e 20 de setembro de 2025 o Encontro de Implantação e Estruturação da Pastoral Familiar na Diocese de Borba, que contou com mais de 50 participantes das quatro Foranias da diocese. O encontro contou com a presença da Coordenação Regional da Pastoral Familiar no Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), que foram acolhidos pelo bispo diocesano dom Zenildo Luiz Pereira da Silva. Três anos de processo A implementação culmina um processo de três anos, sendo o encontro um momento de escuta, em que os participantes partilharam suas motivações e a história da caminhada pastoral na prelazia e agora diocese de Borba, fazendo memória do percurso realizado. Junto com isso, houve momentos de formação sobre a Pastoral Familiar, sua estrutura e funcionamento diocesano e paroquial, com a assessoria do casal coordenador regional, Ronildo Viana e Rosé Ferreira. Eles destacaram a importância da institucionalização da Pastoral, bem como, seu papel evangelizador junto às famílias nas realidades que elas se encontram, acolhendo, acompanhando, discernindo e integrando. A assessora e articuladora diocesana da Pastoral Familiar na diocese de Borba, irmã Olinda de Jesus, destacou o acolhimento do bispo e do coordenador de pastoral, assim como a presença de cada participante, na busca do fortalecimento da Pastoral Familiar na diocese, em sinodalidade com o Regional. Destacou ainda o compromisso que cada um deve ter com a missão, a partir dos compromissos assumidos. Atividades presentes na diocese Foi relatada a caminhada quanto Pastoral Familiar existente na diocese, com coordenações paroquiais em noventa por cento das paróquias e áreas missionárias, as atividades realizadas, como a Semana Nacional da Família e da Vida, a reza do terço em família, momentos de Espiritualidade e acolhimento das famílias em vulnerabilidade. Os participantes do encontro assumiram a necessidade de ampliar a articulação quanto Pastoral Familiar em toda a diocese. Com o apoio e benção do bispo diocesano, dom Zenildo Luiz Pereira da Silva, os participantes decidiram constituir a coordenação diocesana da Pastoral Familiar na diocese de Borba para os próximos três anos. Nesse tempo será trabalhada a formação, a preparação e implantação nas paróquias e áreas missionarias, de acordo com as orientações nacionais, como a Guia de Implantação, Itinerários dos Setores, e orientações da Coordenação Regional. Foi realizado um momento de escuta sobre os primeiros passos a serem dados na diocese. Foi acordado apresentar a coordenação na assembleia diocesana em novembro, elaboração do projeto evangelizador e do calendário de atividades 2026, além de mapeamento da realidade das famílias, visando subsidiar as ações pastoral. Processo coerente e comunhão O casal coordenador Regional Norte 1 destacou a importância de um processo coerente e a comunhão e anúncio sobre a Pastoral Familiar, juntos aos bispos e coordenadores de pastorais diocesanos e prelatícios. Eles recordaram que na assembleia Regional Norrte 1, realiza em Manaus de 15 a 18 de setembro de 2025, com apoio do bispo referencial, dom Marcos Piatek, apresentaram o trabalho da Pastoral Familiar como instrumento de evangelização a serviço das famílias. Também, o trabalho realizado em Autazes, por Francisco e Lúcia, casal vice coordenador regional, e o apoio do assessor regional Frei Faustino. Dom Zenildo Luiz Pereira da Silva indicou, com o aval da assembleia local, a equipe de articulação diocesana, composta pela irmã Olinda de Jesus e do casal formado pelo diácono permanente Ataíde e sua esposa Alcilene. Seu trabalho, em unidade e comunhão com a coordenação regional, e imprescindível para o avanço do trabalho missionário. Finalmente, os novos passos da Pastoral Familiar na diocese, foram confiados a Nossa Senhora da Amazônia, pedindo que a missão da coordenação diocesana seja duradoura, frutífera e perseverante.

Regional Norte 1 realiza 1° formação do Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras

Nos dias 19 e 20 de setembro a coordenação nacional do Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP) se reúne em Manaus. O objetivo do encontro é formar lideranças para atuar na implementação da pastoral no Regional Norte 1.  E inclui o planejamento um caminho para o CPP adequado às realidades de cada Igreja Local. O CPP integra a Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora da CNBB. Atua junto aos pescadores e pescadoras da pesca artesanal, as comunidades pesqueiras e na defesa do território. É um trabalho “desenvolvido à luz do Evangelho de Jesus Cristo“, segundo Dom José Altevir, bispo da Prelazia de Tefé e presidente nacional do CPP. Missão à luz do Evangelho  “Uma missão bonita, é uma pastoral e, por isso mesmo, ela é baseada na força do Evangelho de Jesus Cristo. E a gente perpassa meio às comunidades ribeirinhas, às comunidades pesqueiras. E, junto a essas comunidades, atuam as associações, sindicatos, colônias, mas o CPP não se encaixa dentro desses trabalhos do governo. e nem tampouco dos municípios, do Estado. Por ser uma pastoral, somos livres, à luz do Evangelho, para ajudar realmente tanto a comunidade pesqueira como também o seu território”, explicou o presidente. Esse é a primeira reunião a nível regional do processo de implementação do CPP. Ele já existe em outros regionais, como o Norte 2. Segundo Dom Altevir, os bispos do Regional Norte 1 “aceitam, apoiam e estão buscando para suas dioceses e prelazias também o funcionamento dessa pastoral social”. “E esse está sendo o primeiro passo, a sensibilização do regional Norte 1. para que o CPP possa realmente funcionar, de fato, sendo para a igreja essa força transformadora, à luz do Evangelho, na defesa do povo e também do território, lida com a pesca artesanal, mas também com as orientações de como a comunidade pesqueira se comporta diante da relação com o seu território, com o seu meio ambiente”, acrescentou. A escutar a realidade dos pescadores e pescadoras A articuladora do encontro, Juliana Martins, informou que essa implementação iniciou na Prelazia de Tefé. O grande número de comunidades pesqueiras e as realidades locais levantaram o questionamento “por que não existe uma pastoral social voltada para a luta dos pescadores e pescadoras?”.  Essa perspectiva conduziu à participação em encontros nacionais e apropriação do funcionamento do conselho em outros regionais. “A gente observou que é de fundamental importância a implementação do CPP no nosso regional, por ser uma realidade que tem grande número de comunidades pesqueiras. Então a gente começou nesse processo e hoje nós estamos aqui reunidos. Além de mim, Juliana, tem também dois agentes da Prelazia de Tefé, um representante de Coari e um representante da Diocese de Borba”, explicou. A programação do evento é direcionada ao processo de formação para novos agentes do Conselho Pastoral dos Pescadores. O intuito é que o “CPP no nosso regional vá se estruturando, vá se encorpando”. Por isso a necessidade de “de conhecer o CPP, conhecer o processo histórico do CPP, conhecer como é que o CPP atua, como é que está estruturado, tanto nacional, regional e local, como é que faz esse trabalho junto aos pescadores e pescadoras”. Itinerário formativo A dimensão formativa inclui a pastoralidade, a missão e a espiritualidade do CPP. Nesse horizonte, o conselho estimula a organização das comunidades para que “os pescadores se empoderem dos seus direitos e, a partir desse empoderamento, eles consigam acessar, conquistar direitos, acessar políticas públicas”. Um trabalho que articula a Fé e a vida para “construir mudança na vida das pessoas”, explicou a assessora temática, Ormezita Barbosa, do coletivo de formação da CPP Ceará. “um trabalho que é muito missionário, de visita missionária, de visita pastoral, de conhecer a realidade que as comunidades vivem. E a partir dessa escuta e dessa convivência com as comunidades, a gente constrói com elas e com eles, assim, aponta quais são as perspectivas que eles pensam de trabalho. Então, é muito comum as comunidades apresentarem questões relacionadas ao seu dia a dia, ao seu trabalho, ao seu acesso aos direitos”, destacou a educadora. Acolher a diversidade amazônica A pastoral surgiu em Olinda, no estado de Pernambuco, em 1968, e se expandiu pelas regiões costeiras. Segundo Gilberto Lima, secretário executivo nacional do CPP, com a presidência de Dom Altevir, ocorreu a necessidade de articular esses processos na região da Amazônia e incluir “indígenas, quilombolas, pescadores, pescadoras, ribeirinhos, costeiros de rios”. Embora seja um cenário diferente dos outros regionais, mas “onde tiver a pesca artesanal, a gente está ali para fazer esse trabalho”. “Oceano, os mangues, os estuários, onde é uma outra dinâmica. E a gente tem também dos rios, mas era sempre dos rios ali do Cerrado ou então da Caatinga. Mas é uma outra lógica. E agora a gente está aqui conhecendo. Além da gente trazer esse processo de formação, a gente vem receber também formação porque é uma outra dinâmica, um outro modo de ser e de evangelizar”, enfatizou. Por fim, a Ir. Maria Lúcia, da Congregação das Irmãs Franciscanas Bernardinas, recordou que o conselho nasceu da percepção das dores e do sofrimento, buscou organizar os pescadores e as pescadoras para juntos fazerem uma caminhada”. Ainda que seja uma missão da Igreja Católica, continuou, é também ecumênica “porque ela abarca e abraça pessoas, acolhe pescadores, pessoas que queiram, que estão nessa luta e que se comprometem também com a vida, independente do credo religioso”. “antes dela ser uma instituição, ela foi uma intuição. Uma inspiração de alguém que conheceu o Evangelho de Jesus Cristo e se pautou na vivência do Evangelho. Porque o Evangelho é promover a pessoa humana, é chegar perto das pessoas, é ser pastor. Então a missão da Pastoral dos Pescadores hoje é anunciar o Evangelho aos pescadores e às pescadoras e promover a vida onde ela está ameaçada.”