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Leão XIV: O papado continua na América

“Habemus Papam”, a frase mais esperada nos últimos dias, foi pronunciada pelo protodiácono, Cardeal Dominique Mamberti. Depois de cinco votações, o Cardeal Robert Prevost, que de agora em diante será conhecido como Leão XIVpareceu na Loggia Central da Basílica de São Pedro. Um norte-americano peruano Com sua eleição, podemos dizer que o papado continua na América, em toda a América, pois o agostiniano nascido em Chicago (EUA) cresceu como religioso no Peru, país onde se tornou bispo da diocese de Chiclayo entre 2015 e 2023. Uma diocese aparentemente de pouca importância, mas que agora entrará para a história como a única em que o novo Papa foi bispo. Foi lá que Francisco o procurou para assumir o Dicastério dos Bispos, um dos mais importantes da Cúria Vaticana. Antes de retornar ao Peru como bispo, onde viveu por 12 anos, em 1985 e 1986 e de 1988 a 1998, o novo Papa foi geral da Ordem de Santo Agostinho de 2001 a 2013, período em que viveu bem próximo à Praça de São Pedro, de onde uma rua separa a sede da Casa Geral dos Agostinianos. Esse aspecto destaca sua capacidade de governar por um longo período uma das maiores ordens religiosas. Um cardeal próximo a Francisco Estamos diante de um pontífice, um autêntico construtor de pontes, a quem o Colégio de Cardeais, sob a inspiração do Espírito Santo, confia para ser o sucessor de Pedro e de Francisco, com quem, nos últimos anos, ele se reuniu todos os sábados durante duas horas em Santa Marta. Encontros nos quais Francisco e o Prefeito do Dicastério dos Bispos procuraram concretizar, neste momento da história, como tornar realidade um processo que agora continua de maneira diferente, mas com o mesmo objetivo: avançar na Igreja proposta pelo Concílio Vaticano II, uma Igreja povo de Deus, uma Igreja de todos, todos, todos.

Na quarta votação apareceu a esperada fumaça branca: Habemus Papam!

A esperada fumaça branca apareceu na chaminé da Capela Sistina. Depois de quatro votações, pouco depois das 18 horas de Roma, o sinal esperado nos últimos dias surgiu, provocando o alvoroço daqueles que se encontravam em volta da Praça de São Pedro, mas também daqueles que no mundo afora olhavam nas telas das TVs, computadores e celulares. Esperando o Habemus Papam! O nome e o rosto do novo Papa serão conhecidos em pouco tempo. Se espera que em menos de uma hora, o proto diácono, o cardeal francês Dominique Mamberti, apareça na Loggia Central da Basílica de São Pedro para anunciar ao mundo quem será o novo bispo de Roma, o sucessor de Pedro, o sucessor de Francisco, o primeiro Papa latino-americano. Nos próximos minutos, as especulações sobre aquele que vai aparecer e tomar o foco das câmaras do mundo devem tomar conta de milhares de sites e de bilhões de celulares. Mas não adianta especular com a escolha dos 133 cardeais que entraram na Capela Sistina na tarde da quarta-feira, 7 de maio de 2025. Inicia um novo período da história da Igreja, o Papa número 267. Logo, logo iremos conhecer seu nome e nos familiarizar com aquele que até agora tinha um nome e já tem escolhido outro nome, aquele que vai lhe fazer passar à história. O que é certo é que Habemus Papam!

Depois da terceira votação a fumaça continua saindo preta

O Conclave continua, segundo constatou a fumaça preta que apareceu na chaminé da Capela Sistina cinco minutos antes do meio-dia de Roma, depois da terceira votação. Longe das duas horas de espera com relação ao horário previsto na noite da quarta-feira, a fumaça se antecipou cinco minutos ao horário previsto. 89 votos para ser eleito Nenhum dos candidatos alcançou 89 votos entre os 133 cardeais que receberam a encomenda de escolher o sucessor de Pedro, mas também o sucessor de Francisco, o primeiro Papa latino-americano. Nos dois últimos conclaves, o Papa Francisco foi eleito na quinta votação e no Conclave de 2005 o Papa Bento XVI foi eleito no quarto escrutínio. A fumaça foi contemplada, sob um céu romano ensolarado, por milhares de pessoas, a grande maioria turistas, sem chegar aos 45 mil que se calcula esperaram até as 21 horas no primeiro dia do Conclave. Pessoas movidas por um sentimento religioso, que reza e pede pelo novo Papa, mas também aqueles que esperam captar nos celulares um momento histórico. No meio do povo, milhares de jornalistas informam ao mundo do que está acontecendo, sem saber de fato o que está acontecendo dentro da Capela Sistina. As especulações são muitas, mas o resultado do Conclave só será conhecido quando o próximo Papa aparecer na Loggia Central da Basílica de São Pedro.

Comunicadores do Regional Norte 1 unidos para fortalecer participação no 14º Muticom e organizar a comunicação regional

Representantes da comunicação das igrejas que integram o Regional Norte 1 (Amazonas e Roraima) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reuniram-se online no dia 7 de maio para definir estratégias de mobilização e incentivar a participação de comunicadores no 14º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom), agendado para Manaus (AM) de 25 a 27 de setembro de 2025. O encontro também proporcionou um diálogo sobre a articulação da comunicação no âmbito regional. Nove igrejas locais O Regional Norte 1 é organizado pela Arquidiocese de Manaus (AM) e pelas Dioceses do Alto Solimões, Coari, Parintins, São Gabriel da Cachoeira, Borba e Roraima. A circunscrição eclesiástica também abrange as Prelazias de Itacoatiara e Tefé, totalizando nove igrejas locais distribuídas nos estados do Amazonas e Roraima. Durante a reunião, os comunicadores dialogaram formas de divulgar o 14º Muticom e motivar a participação de agentes de pastoral, radialistas, jornalistas, influenciadores digitais, estudantes e pesquisadores da área de comunicação e todos aqueles que atuam na comunicação a serviço da evangelização. Qualificação e troca de conhecimentos A importância da qualificação e da troca de conhecimentos para articular a comunicação nas igrejas locais na Amazônia e em Roraima também foi um ponto de diálogo. O 14º Muticom, com sua temática “Comunicação e Ecologia Integral: transformação e sustentabilidade justa”, ressoa profundamente com a realidade do Regional Norte 1, marcado por sua riqueza ímpar, desafios socioambientais e a cultura potente. Organização da comunicação no Regional Segundo o bispo auxiliar de Manaus e referente da comunicação no Regional Norte 1, dom Zenildo Lima, destacou a necessidade de transformar as iniciativas comunicativas nas igrejas locais “numa ferramenta mais sistematizada, quer dizer, esse levantamento do que existe de articulação da comunicação em nossas igrejas locais, poderíamos documentá-lo”. Para isso, ele sugeriu a possibilidade de um pequeno texto que recolha o que cada igreja local tem com relação à comunicação: PASCOM, Rádio, Assessoria de comunicação ou simplesmente um compartilhamento de informações. Junto com isso, destacou a possibilidade de “progressivamente ir nos apropriando do que nós temos como referencial teórico. A dinâmica de comunicação, que recolhe o Diretório de Comunicação da Igreja do Brasil, ele parece bastante conceitual, mas ele nos ajuda muito a filtrar, a ter elementos que nos fazem organizar melhor essa dinâmica de comunicação”. O bispo auxiliar de Manaus também falou da questão da articulação, buscando “como é que a partir de nós podemos ir articulando melhor a comunicação nas igrejas locais. E depois qual a possibilidade de uma articulação entre nós como grupo de responsáveis pela comunicação a partir das igrejas locais”. Finalmente, dom Zenildo Lima falou sobre a necessidade de estabelecer linhas de comunicação para a igreja do Regional Norte 1. Passos que paulatinamente devem ir avançando. Osnilda Lima / Luis Miguel Modino

Com duas horas de atraso, fumaça preta após a primeira votação

Depois de uma longa espera, a fumaça deveria ter saído por volta das 19 horas de Roma e só saiu 21 horas, podemos dizer que na primeira votação ninguém alcançou os 89 votos que são necessários para se tornar o sucessor de Pedro, mas também o sucessor de Francisco, o primeiro Papa latino-americano. 133 eleitores, 89 votos necessários Milhares de pessoas se juntaram em volta da Praça de São Pedro esperando o resultado de uma votação que iniciou depois do “extra omnes”, as palavras com as quais é exigido que saiam da Capela Sistina aqueles que não participam do Conclave. 133 eleitores, dentre eles sete brasileiros, participam de um momento singular da vida da Igreja. Pessoas chegadas de todos os cantos do mundo ficaram na expectativa, ainda mais pela demora com que saiu a fumaça pela primeira vez. Pessoas que ainda lembram de Francisco com um sentimento de gratidão. Sua falta faz com que as pessoas desejem uma eleição que faça com que a cadeira de Pedro volte a ser ocupada. Uma noite de reflexão Como era esperado, depois desta primeira votação, a noite desta quarta-feira será uma oportunidade para refletir e assim buscar um maior consenso, que ajude a alcançar os votos dois terços dos cardeais eleitores. Mesmo com a demora, teria sido uma grande surpresa que alguém tivesse sido eleito neste primeiro dia de Conclave. Na quinta-feira, o programa diz que, sempre que não seja eleito o novo Papa, os cardeais, que iniciam seus trabalhos com uma missa às 8 horas, realizarão quatro votações, duas na manhã e duas na tarde. A fumaça deve sair, se não houver atraso de novo, ao meio-dia de Roma e às 19 horas. Se o Papa fosse eleito na segunda votação do Conclave, haverá fumaça branca por volta das 10:30 da manhã. Se ele fosse eleito na quarta votação, a fumaça seria por volta das 17:30, sempre no horário de Roma.

O Conclave iniciou para escolher o Papa que necessita nosso tempo

O momento mais esperado nos últimos dias, não só pela Igreja católica, mas pelo mundo, iniciou. 133 cardeais entraram na Capela Sistina para eleger o sucessor de Pedro, o sucessor de Francisco, o primeiro Papa latino-americano, o Papa que colocou a Amazônia no foco da Igreja e da sociedade planetária. Um Colégio Cardinalício diverso O Colégio Cardinalício mais diversificado da história da Igreja, depois de se reunir em profundo silencio na Capela Paulina, iniciaram a procissão em duas fileiras escutando a ladainha que pede a intercessão de Deus e dos santos para assumir um momento de grande responsabilidade, que os leve a escolher o Papa que necessita nosso tempo. 7 cardeais brasileiros, dentre eles o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner. O terceiro país com maior número de eleitores, estão entre aqueles a quem a Igreja confia “que seja eleito o Papa que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história”, segundo foi pedido pelo decano do Colégio Cardinalício, o cardeal Re, na Missa Pro Elegendo Pontífice, na manhã do dia 7 de maio na Basílica de São Pedro. Milhares de jornalistas Uma cerimónia de grande solenidade, que está despertando grande interesse no mundo todo. Milhares de jornalistas informam dia e noite desde os arredores da Praça de São Pedro e dos diversos Media Center instalados na Cidade Eterna. Tanto a mídia católica como meios de comunicação de todo tipo estão atentos a cada detalhe que acontece em volta a uma das eleições mais importantes que acontecem no mundo. A figura do Romano Pontífice representa uma autoridade moral que é respeitada além da Igreja católica. Por isso, nos momentos prévios do juramento de cada um e da primeira votação, foi invocado o Espírito Santo no Veni Creator, pedindo que ele ilumine as mentes e os corações dos cardeais a quem a Igreja confia a missão que eles têm iniciado na tarde deste 7 de maio de 2025. À espera da fumaça branca Uma eleição que acontece sob os afrescos de Miguel Ângelo, as pinturas que têm escrutado com olhares carregados de grande força moral, a realização de numerosos conclaves. Sob a presidência do cardeal Pietro Parolin, o primeiro em fazer o juramento, um dos grandes favoritos para ser o próximo sucessor de Pedro, os cardeais começam um processo que vai captar o interesse de milhões de pessoas mundo afora até da chaminé da Capela Sistina aparecer a esperada fumaça branca. Um a um, os 133 eleitores, segundo sua condição de cardeais bispos, presbíteros ou diáconos, e o tempo de nomeação, foram fazendo seu juramento: “Et ego N. Cardinalis N. spondeo, voveo ac iuro Sic me Deus adiuvet et haec Sancta Dei Evangelia, quae manu mea tango” (E eu, N. Cardeal N., prometo, faço votos e juro. Assim que Deus me aiude a mim e a estes Santos Evangelhos de Deus, que toco com minha mão). Tudo isso antes do “Extra omnes” que encerrou os cardeais “com chave”.

Missa Pro Elegendo Pontífice: “O Espírito suscite o Papa que a Igreja e a humanidade precisam

A Basílica de São Pedro acolheu na manhã deste 7 de maio de 2025 a Missa Pro Elegendo Pontífice, onde a Igreja rezou pelo Conclave que inicia às 16:30 horas, no horário de Roma. O Colégio cardinalício, os 133 eleitores e aqueles que já completaram 80 anos, participaram de uma celebração presidida pelo decano, o cardeal Re. O amor muda o mundo O purpurado italiano destacou que “o amor é a única força capaz de mudar o mundo”. Ele comparou o momento atual da Igreja com o dia de Pentecostes, afirmando sentir “unido a nós todo o povo de Deus, com o seu sentido de fé, de amor ao Papa e de espera confiante.” Uma celebração para “para invocar a ajuda do Espírito Santo, para implorar a sua luz e a sua força, a fim de que seja eleito o Papa que a Igreja e a humanidade precisam neste momento tão difícil e complexo da história”, afirmou. Segundo o cardeal Re, “rezar, invocando o Espírito Santo, é a única atitude justa e necessária, enquanto os Cardeais eleitores se preparam para um ato de máxima responsabilidade humana e eclesial e para uma escolha de excepcional importância; um ato humano pelo qual se deve deixar de lado qualquer consideração pessoal, tendo na mente e no coração apenas o Deus de Jesus Cristo e o bem da Igreja e da humanidade”. Construir a “civilização do amor” Analisando o texto do Evangelho lido, ele disse que “o amor que Jesus revela não conhece limites e deve caracterizar os pensamentos e as ações de todos os seus discípulos”, para construir a “civilização do amor”. Um amor que em Jesus se concretiza em que “abaixou-se para servir os outros, lavando os pés dos Apóstolos, sem discriminação, sem excluir Judas, que o trairia”. Algo que tem a ver com o pedido que o profeta Isaias fazia aos Pastores a amar “até à entrega total de si mesmo”. Textos que fazem “um convite ao amor fraterno, à ajuda recíproca e ao empenho em favor da comunhão eclesial e da fraternidade humana universal”. O cardeal italiano disse que o sucessor de Pedro deve “fazer crescer a comunhão”, insistindo em que seja “não uma comunhão autorreferencial, mas totalmente orientada para a comunhão entre as pessoas, os povos e as culturas”. Junto com isso manter a unidade na Igreja, que “é desejada por Cristo, uma unidade que não significa uniformidade, mas comunhão sólida e profunda na diversidade, desde que se permaneça plenamente fiel ao Evangelho”. O Papa que é “a rocha sobre a qual a Igreja é edificada”. Um Papa segundo o coração de Deus O decano do Colégio Cardinalício, refletiu sobre a figura de Pedro, que sempre retorna em cada Conclave, e sobre a eleição na Capela Sistina. Ele pediu orações para que o Espírito Santo, “nos conceda um novo Papa segundo o coração de Deus, para o bem da Igreja e da humanidade”. O Papa que “melhor saiba despertar as consciências de todos e as energias morais e espirituais na sociedade atual, caracterizada por um grande progresso tecnológico, mas que tende a esquecer Deus”. Segundo o cardeal Re, “o mundo de hoje espera muito da Igreja para a salvaguarda daqueles valores fundamentais, humanos e espirituais, sem os quais a convivência humana nem será melhor nem beneficiará as gerações futuras”. Para isso, ele pediu o auxílio de Maria, “para que o Espírito Santo ilumine as mentes dos Cardeais eleitores e os torne concordes na eleição do Papa de que o nosso tempo necessita”.

Última Congregação Geral à espera do Conclave de amanhã, 7 de maio

As Congregações Gerais, reuniões dos cardeais em preparação ao Conclave que inicia da tarde desta quarta-feira, 7 de maio, foram encerradas na manhã desta terça-feira. O cheiro da fumaça está cada vez mais presente no Vaticano. Isso tem feito com que o número de jornalistas, se fala de 4.000 acreditados, tenha aumentado nos últimos dias. Cardeais convocados em Santa Marta Da última congregação, a décimo terceira, participaram 170 cardeais, 130 eleitores, e interviram 26. Hoje de tarde e amanhã, até 7 da manhã, os cardeais eleitores entrarão na Casa Santa Marta e celebrarão às 10 da manhã de Roma a Missa Pro Elegendo Pontífice. Juntos emitiram um comunicado denunciando que longe de avançar nos processos de paz na Ucrania, Médio Oriente e outras regiões do mundo, tem se intensificado os ataques, especialmente contra a população civil. Diante disso, eles apelam por um cessar-fogo e pedem orações aos fiéis católicos por uma paz justa e permanente. Nas intervenções foi falado dos abusos, economia, sinodalidade, promoção da paz, cuidado da casa comum e do diálogo ecuménico. Do próximo Papa esperam que ele seja pontífice, construtor de pontes, pastor, mestre em humanidade, imagem de uma Igreja samaritana em um mundo marcado pelas guerras, a violência e a polarização. Os cardeais pediram mais reuniões do Colégio Cardinalício, em vista de se conhecer melhor, e foi falado sobre os mártires e os conflitos que atingem à liberdade religiosa. Horários do Conclave e das fumatas O diretor da Sala Stampa vaticana, Matteo Bruni, informou que na manhã desta terça-feira foi quebrado o anel do pescador, que portou Francisco em seu pontificado. Ele revelou que na tarde da quarta-feira os cardeais irão sair de Santa Marta às 15:45 para dar início à oração na Capela Paulina às 16:30 horas, antes de entrar em procissão na Capela Sistina. A partir de quinta-feira, os cardeais irão sair de Santa Marta 7:45 da manhã, sempre no horário de Roma, para celebrar missa às 8 horas na Capela Paulina e depois entrarão na Capela Sistina, onde antes das votações terá um momento de oração. Os horários orientativos das fumatas serão 10:30, só se houver fumata branca, meio-dia, tanto se houver fumata branca ou preta, 17:30, só no caso da fumata branca, e 19 horas, tanto branca quanto preta.

Um Papa comunicador, interlocutor, evangelizador, que leve a caminhar juntos

O projeto do Papa tem sido um processo no qual os cardeais têm progredido nos últimos dias. As congregações gerais, que terminam na terça-feira, têm esboçado perfis que estão sendo gradualmente revelados e estão se concretizando em nomes. O que é necessário, ou pelo menos esperado, é um Papa, ou melhor, um papado, que não faça ouvidos moucos ao que o povo de Deus. O sensus fidei fidelium, está pedindo que o sucessor de Pedro continue o legado de Francisco, sem esquecer que ele continuará uma caminhada de quase dois mil anos. Nem fotocópia nem ruptura Sem buscar uma fotocópia, eleger um Papa que não rompa com o anterior e se abra ao futuro para que essa corrente milenar continue a mover a vida da Igreja e da humanidade. Essa relação com a humanidade é um ponto chave. E nisso, ninguém pode negar, ou ignorar, o legado de Francisco, um ícone para os próximos papados do que é um rosto mais humano da Igreja. Entre as qualidades do primeiro Papa latino-americano estava sua capacidade de ser compreendido, de sair do roteiro, de lançar slogans, com seu sotaque característico de Buenos Aires, de traduzir a profundidade do Evangelho na linguagem simples dos pobres. Não nos esqueçamos de que quando a Igreja complica a linguagem, a maioria das pessoas desligam. Em Francisco, encontramos palavras que curaram os corações dos descartados, que foram um bálsamo samaritano para uma humanidade ferida. Palavras que construíam pontes, mesmo com aqueles que pensavam diferente, defendendo a diversidade como uma riqueza no caminho da unidade. Escutar, propor, não impor, abraçar Quem quer que ocupe a cadeira de Pedro não pode ignorar o fato de que a Igreja é fiel ao Deus de Jesus Cristo quando se encarna, quando escuta, quando propõe e não impõe, quando abraça, quando carrega a ovelha perdida nos ombros, quando não fecha as portas para ninguém. Esses são elementos-chave na missão da Igreja, que é seu alicerce, e que ela deve realizar no mundo, que nunca pode ser visto como um inimigo. Pelo contrário, é para o mundo que o próximo pontífice deve dar respostas que ajudem a humanidade a encontrar caminhos de paz, modos de acolher os migrantes, atitudes que garantam que todos sejam respeitados como pessoas. Isso nos leva a alguns princípios que marcarão o próximo papado: Um comunicador e interlocutor, com o poder político, com o universo religioso e com o mundo virtual e tecnológico; um evangelizador sem meias medidas, que seja testemunha da Boa Nova com coragem e parresia, sem medo de assumir novos métodos que ajudem a aprofundar a mensagem cristã; um promotor do caminhar juntos, que escuta, que se deixa aconselhar por pessoas de dentro e de fora da Igreja, que avança no caminho da ministerialidade, da transparência em todos os campos, também na gestão dos recursos. Poucas horas antes de se trancar na Capela Sistina, o mundo está olhando para o Vaticano. Mas também, e acima de tudo, o santo povo de Deus, que reza para que os 133 cardeais encontrem um pastor na semana em que a Igreja se prepara para celebrar o Domingo do Bom Pastor. Um pastor para conduzir as ovelhas, para continuar a confirmá-las na fé, como Pedro fez, como Francisco fez.

Não pode se descartar a possibilidade de um novo Papa latino-americano

Medellín, Santarém, Aparecida, Francisco, o Sínodo para a Amazônia, a Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe, a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA). Muitos outros poderiam ser citados, mas esses são exemplos claros de que o atual momento eclesial tem muito a ver com um processo que começou há 60 anos na América Latina. O Vaticano II marca a vida da Igreja A Igreja do continente com o maior número de católicos, mais de 400 milhões, é, sem dúvida, a que melhor entendeu e colocou em prática a doutrina do Vaticano II. E, embora alguns digam o contrário, é verdade que poucos, o último concílio ecumênico é o que marca a vida da Igreja universal, mas especialmente da Igreja que vive sua fé na América Latina e no Caribe. Na América Latina e no Caribe encontramos uma Igreja viva e profética, uma Igreja onde o Batismo é entendido como um sacramento que é o fundamento da vida eclesial. É uma Igreja ministerial, com protagonismo leigo, especialmente das mulheres. Muitas mulheres deste continente são a força motriz da vida das milhares de comunidades espalhadas pelo continente. Nas serras andinas, no meio dos rios e das florestas da Amazônia, nas periferias de muitas cidades, a Igreja continua viva graças ao compromisso das mulheres. Uma Igreja com um caminho comum Uma Igreja que, embora não seja fácil, está comprometida com um caminho comum há 70 anos.  O Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM) tem sido uma luz que tem guiado a caminhada da Igreja no continente, uma colegialidade episcopal que não foi alcançada em outros continentes. O CELAM formou muitos católicos, não apenas clérigos e religiosos, mas também, e acima de tudo, leigos. Esse conselho episcopal tem sido uma voz profética em defesa dos descartados, dos povos originários, dos migrantes, dos afrodescendentes, de todos, de todos, de todos. Os 23 cardeais da América Latina e do Caribe que entrarão na Capela Sistina na tarde desta quarta-feira representam um número nunca antes visto. No conclave de 2013, no qual Francisco, o primeiro Papa latino-americano, foi eleito, havia 20 eleitores. Sabemos que esse não é um grupo decisivo, mas ninguém pode negar o peso que eles podem ter no processo de votação. Um conclave diversificado Tudo depende de sua duração, algo imprevisível no conclave mais diversificado dos últimos séculos, no qual a presença de curiais e italianos diminuiu significativamente, e o número de países representados aumentou para 71. Além disso, o número de eleitores subiu para 133, ultrapassando em muito o número de 120 determinado por Paulo VI. Esse número aumenta para 89 o número de votos necessários para ser eleito. Ninguém descartaria a possibilidade de um novo papa latino-americano. Isso significaria continuar o legado de Francisco, um sentimento amplamente aceito pelos cardeais eleitores. Poucos querem romper com o último pontífice, alguém em quem muitos veem aquele que encheu a Igreja de vida por meio do poder do Espírito. Um Espírito que está presente na Igreja latino-americana e que trouxe para o Vaticano e para a Igreja universal o primeiro papa vindo desse continente. Gratidão a Francisco Um Papa a quem a maioria do catolicismo e da humanidade expressa um sentimento de gratidão, reconhecendo o trabalho árduo e admirável de alguém que trabalhou até o último dia em defesa da paz, dos mais vulneráveis e da própria Igreja, sobretudo aquela que vive sua fé nas periferias. Eu não diria que entre os 23 eleitores latino-americanos há um clone de Francisco, já que o próximo pontífice virá, com toda probabilidade, dos 133 eleitores. O que ninguém pode negar é que vários desses eleitores latino-americanos dariam continuidade a um papado que tem sido capaz de responder aos desafios que a Igreja e a humanidade têm exigido nos últimos 12 anos. A necessidade de continuar nesse caminho está presente no pensamento da maioria dos 133 cardeais que elegerão o sucessor do primeiro papa latino-americano. A possibilidade de que seu sucessor venha novamente dessas terras é uma possibilidade que não se ousa descartar. O mundo aprovou e reconheceu o trabalho de Francisco, então por que não continuar na mesma direção por mais algum tempo?